Brazilian Society of Motor Behavior (SOCIBRACOM)
ISSN: 2446-4902
Vol 16 No 4 (2022): SUPPLEMENT
1
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento
Motor online
25 a 28 de agosto de 2022
2
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
COMISSÃO CIENTÍFICA
Alessandro Teodoro Bruzi
Ana Maria Forti Barela
Andressa Ribeiro Contreira
Cleverton José Farias de Souza
Daniela Godoi Jacomassi
Fabio Augusto Barbieri
José Angelo Barela
José Roberto de Maio Godoi Filho
Lúcio Fernandes Ferreira
Marcela de Castro Ferracioli Gama
Matheus Maia Pacheco
Natalia Madalena Rinaldi
Renato de Moraes
Roseane Oliveira do Nascimento
Sérgio Tosi Rodrigues
Thatia Regina Bonfim
COMISSÃO ORGANIZADORA
Alessandro Teodoro Bruzi
Ana Maria Forti Barela
Andressa Ribeiro Contreira
Ayrles Silva G. Barbosa Mendonça
Bruno Danilo Silva e Silva
Cleverton José Farias de Souza
Francianne Farias dos Santos
José Angelo Barela
Keegan Bezerra Ponce
Letícia Cavalcante Morais
Lúcio Fernandes Ferreira
Patrícia Barroso de Oliveira
Renan dos Santos Rodrigues
Samia Darcila Barros Maia
3
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Programação
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor online
22 de Agosto de 2022
10h00 – 12h00
Escola de Comportamento Motor
Tema: “Motor Development in children and its relation to cognitive and Biology age in
sport” (proferida em inglês)
Palestrante: Prof. Martin Müsalek (Charles University)
Coordenação: Prof. Dr. Fabio Augusto Barbieri (UNESP)
23 de Agosto de 2022
14h00 – 16h00
Escola de Comportamento Motor
Tema: “Controle da estabilidade do andar em jovens e idosos” (proferida em português)
Palestrante: Prof. Renato de Moraes (Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto)
Coordenador: Prof. Dr. Fábio Augusto Barbieri (UNESP)
24 de Agosto de 2022
14h00 – 16h00
Escola de Comportamento Motor
Tema: “Health-related issues and task performance issues caused by excessive sitting" - focus: all
types of problems related to excessive sitting, i. e. for health, perception and cognition” (proferida em
inglês)
Palestrante: Prof. Cedrick Bonnet (Université de Lille)
Coordenador: Jose Angelo Barela (UNESP)
4
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
25 de Agosto de 2022
Minicursos
08h30 – 11h00
Minicurso 01: Estimulação transcraniana por corrente continua: mecanismos, aparatos e aplicação no
exercício e esporte
Minicurso 02: Influência do sono no comportamento motor
14h00 – 16h30
Minicurso 03: Comportamento motor e a reabilitação de pacientes neurológicos: quais os pontos em
comum?
Minicurso 04: Ferramentas físico-matemáticas para o estudo do controle motor
Minicurso 05: Neurociências e comportamento motor
18h10 – 18h30
Evento Artístico
18h30 – 18h55
Cerimônia de Abertura
Convidados:
Prof. Dr. João Otacílio Libardoni dos Santos (Universidade Federal do Amazonas)
Profa. Dra. Camila Ferreira (Universidade Federal do Amazonas)
Profa. Dra. Ana Maria Forti Barela (Universidade Cruzeiro do Sul)
Prof. Dr. Lúcio Fernandes Ferreira (Universidade Federal do Amazonas)
19h00 – 20h30
Conferência de Abertura: O Fascínio do Desenvolvimento Motor - duas décadas de perfumes
Conferencista:
Prof. Dr. José António Ribeiro Maia (University of Porto- Faculty of Sport – Portugal)
Coordenador:
Prof. Dr. Cleverton José Farias de Souza (Universidade Federal do Amazonas – Faculdade de
Educação Física e Fisioterapia)
20h35 – 21h00
Evento Artístico
5
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
26 de Agosto de 2022
08h00 – 09h30
Palestra 01: Normal Weight obesity in children and adolescents: how much do we know about it?
palestrante:
PhD. Martin Musálek (Charles University – Faculty of Physical Education and Sport)
Coordenador(a):
Prof. Dr. Lúcio Fernandes Ferreira (Universidade Federal do Amazonas)
09h45 – 10h15
Apresentação de Trabalhos: Modalidade Pôster
10h30 – 12h00
Apresentação de Trabalhos: Tema-Livre I
13h30 – 15h00
Mesa-Redonda 01: Comportamento Motor em populações especiais e ou com transtornos
desenvolvimentais
Debatedores:
Participação e envolvimento: impacto sobre a aprendizagem motora de crianças com deficiência
Profa. Dra. Ana Raquel Rodrigues Lindquist (Universidade Federal do Rio Grande do Norte)
Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação e suas implicações
Prof. Dr. Jorge Lopes Cavalcante Neto (Universidade do Estado da Bahia)
Coordenadora:
Profa. Dra. Ayrles Silva Gonçalves Barbosa Mendonça (Universidade Federal do Amazonas)
15h30 – 17h00
Apresentação de Trabalhos: Tema-Livre II
17h15 – 18h00
Conferência Jovem Pesquisador: Variabilidade da marcha e doença de Parkinson: bom ou ruim?
Conferencista: Dr. Lucas Simieli (UNESP/Bauru)
Coordenadora: Profa. Dr. Daniela Godói Jacomassi (UFSCar)
18:15 - 18:30
Evento Artístico
19h30 – 21h00
Mesa-Redonda 02: Controle Motor
Debatedores:
Age-related and Parkinson's Disease related impairment in synergic control between eye movement,
postural control and attention in performing goal-directed visual tasks in the standing position
Prof. Dr. Cédrick T. Bonnet (Université de Lille)
Controle da locomoção adaptativa em superfícies desniveladas
Prof. Dr. Renato De Moraes (Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto – Universidade de
São Paulo)
Coordenador:
Prof. Dr. José Angelo Barela (Universidade Estadual Paulista - UNESP)
6
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
27 de Agosto de 2022
08h00 – 09h30
Mesa-Redonda 03: Desenvolvimento Motor
Debatedores:
Coordenação Motora Global e Habilidades Motoras: Considerações e Hipóteses no âmbito da
aprendizagem motora
Prof. Dr. Luciano Basso (Escola de Educação Física e Esporte – Universidade de São Paulo)
Understanding motor skill development in children: How context matters
Prof. Dr. Farid Bardid (University of Strathclyde)
Coordenadora:
Profa. Dra.Andrea Michele Freudenheim (Universidade de São Paulo – Escola de Educação Física e
Esporte EEFE)
09h45 – 10h15
Apresentação de Trabalhos: Modalidade Pôster
10h30 – 12h00
Apresentação de Trabalhos: Tema-Livre III
15h30 – 17h00
Apresentação de Trabalhos: Tema-Livre IV
17h00 – 17h45
Apresentação do Brazilian Journal of Motor Behavior - BJMB
Apresentação: Prof. Dr. Fabio Augusto Barbieri
17h50 – 19h20
Assembleia Sociedade Brasileira de Comportamento Motor (SOCIBRACOM)
19h30 – 21h00
Palestra 02: The effect of motivation and manipulations thereof on motor learning: assessing the
evidence
Palestrante:
Prof. Dr. Matthew W. Miller (Auburn University - EUA)
Coordenador:
Prof. Dr. Alessandro Theodoro Bruzi (Universidade Federal de Lavras – MG)
21h05 – 21h20
Evento Artístico
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XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
28 de Agosto de 2022
08h00 – 09h30
Mesa-Redonda 04: Aprendizagem Motora
Debatedores:
The effects of multisensory experiences on sensorimotor learning
Prof. Dr. Welber Marinovic (Faculty of Health Sciences - Curtin University - AU)
Aprendizagem Motora e Prática Mental
Profa. Dra. Thabata Viviane Brandão Gomes (Universidade Federal de Pelotas - UFPel)
Coordenador:
Prof. Dr. Herbert Ugrinowitsch (Universidade Federal de Minas Gerais)
09h50 – 11h20
Conferência de Encerramento: Motor Behavior's Relevance in the 21st Century - So What and Who
Cares?
Conferencista:
Profa. Dr. Jane E. Clark (University of Mariland - EUA)
Coordenadora:
Prof. Dra. Ana Maria Forti Barela (Universidade Cruzeiro do Sul)
11h20 – 12h50
Premiações e Encerramento
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XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
RESUMOS DAS PALESTRAS DO EVENTO
9
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Cedrick Bonnet
Univ. Lille, CNRS, UMR 9193 SCALab
Sciences Cognitives et Sciences
Affectives, F-59000 Lille, France
Yann-Romain Kechabia
Univ. Lille, CNRS, UMR 9193 SCALab
Sciences Cognitives et Sciences
Affectives, F-59000 Lille, France
Arnaud Delval
Pharmacologie de la mort neuronale et
de la plasticité cérébrale (EA 1046)
IFR114, Université de Lille, Droit et
Santé : EA1046 France
Luc Defebvre
Université de Lille Nord de France
(UDSL) Lille II : EA1046 Service de
neurologie et pathologie du
mouvement Hôpital Salengro CHRU de
Patients with Parkinson’s disease have been shown to exhibit reduced levels of synergy in the control of their
posture. We expected to find behavioral synergic impairments between eye and postural movements because the
basal ganglia are affected in Parkinson’s disease and have a role in both types of movement. We tested Parkinson’s
disease and also age-related impairments in complementary eye and postural movements to perform visual tasks
upright. Twenty patients (mean=60 years; under levodopa medication), twenty age matched-controls (mean=61
years) and twenty young adults (mean=22 years) performed a precise visual task (searching for targets in an image)
and an unprecise control task (randomly looking at an image) projected onto a large panoramic display. Lower back,
upper back, head and eye movements were recorded in synchrony. To test behavioral synergies, Pearson and cross-
correlations between eye and postural movements were analysed in each task and each group separately.
Remarkably, patients with Parkinson’s disease mainly with a UPDRS III score > 20 showed destabilizing
relationships between eye and postural (lower back and upper back) movements. Age-matched controls showed
no relationship and young adults only showed stabilizing relationships between eye and postural (head and upper
back) movements. The continuum of results in eye and postural relations in the three groups may explain their
visual performance and provide a new basis to understand postural instability and eventually risk of falls. At the
practical level, I will discuss a method to recover synergic relations between eye and postural movements is
discussed.
keywords: Parkinson's Disease, Synergic Control, Visual Tasks.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Age-related and Parkinson's Disease
related impairment in synergic control
between eye movement, postural control
and attention in performing goal-directed
visual tasks in the standing position
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XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Thabata V. Brandão Gomes
Universidade Federal de Pelotas
Aprendizagem motora e prática
mental
A aprendizagem de habilidades motoras acontece mediante prática, que também pode ser (prática) mental,
entendida como a imaginação da realização de habilidades motoras na ausência de movimento observável
(explícito). A prática mental vem sendo investigada a partir de alguns fatores como característica da tarefa,
duração da prática, possíveis combinações entre a prática mental e a prática física, nível de habilidade na
tarefa, dentre outros. Em geral, a prática mental isolada apresenta desempenho superior somente à
ausência de prática e, quando combinada à prática física, apresenta aprendizagem similar à prática física
isolada. Tais resultados parecem paradoxais, pois como uma habilidade motora pode ser aprendida sem se
movimentar? Algumas explicações são propostas com o intuito de interpretar este fenômeno. Por exemplo,
espera-se que a imaginação produza comandos motores como na prática física, porém abaixo do potencial
de ação. Embora nenhum movimento explícito aconteça, presume-se que esta intervenção seja transferida
para o momento da realização física da habilidade. Outra explicação sugere que durante a imaginação da
habilidade o aprendiz não precisa controlar externamente um novo movimento, podendo direcionar a
atenção para aspectos relevantes da tarefa, eliminando estímulos desnecessários que podem prejudicar o
desempenho, o que permitiria reforçar os detalhes específicos do movimento usados posteriormente na
realização física. Com vistas a explorar a abrangência deste tipo de prática, alguns estudos têm sido
produzidos ao longo da minha trajetória. Entendendo que prática e feedback são importantes para a
aprendizagem, investigou-se o fornecimento de conhecimento de resultados (CR) na prática mental, a qual,
com ou sem CR, não promoveu aprendizagem motora, assim como a ausência de prática (grupo controle)
para sujeitos novatos na tarefa. Buscou-se também analisar a quantidade de prática mental bem como seu
posicionamento em relação à prática física durante a prática combinada. A combinação de prática
proporcionou aprendizagem, independente do posicionamento e da quantidade de prática mental utilizada.
Ao questionar o nível de habilidade do aprendiz, pesquisou-se os efeitos da prática mental em sujeitos
novatos, mais especificamente, sem qualquer contato prévio com a tarefa. Nesta condição, a prática mental
isolada não contribuiu para a aprendizagem motora, mas combinada à prática física observou- se o efeito.
Também foi investigado se a prática mental contribuiria para a adaptação motora. Diante de perturbações
previsíveis, a prática mental e a prática física não proporcionaram adaptação. Entretanto, após a retirada da
perturbação, o bom desempenho foi retomado. Em geral, a prática física mostrou-se superior à prática
mental e ausência de prática, porém, a prática mental foi superior à ausência de prática. Outro estudo
investigou se a prática mental contribuiria para a adaptação motora mediante perturbações imprevisíveis e
resultados semelhantes ao estudo com perturbações previsíveis foram observados. Mesmo considerando
que os primeiros estudos nesta temática foram realizados mais de 80 anos, ainda fatores de prática
mental a serem manipulados e achados a serem consolidados. Ademais, para explicações sobre o que
ocorre durante a prática mental, outros níveis de análise, como biomecânico e neurológico, podem trazer
contribuições somados à análise comportamental tradicional da área.
Palavras-chaves: Aprendizagem Motora, Prática Mental, Habilidade Motora, Imaginação.
11
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Farid Bardid
University of Strathclyde, School of
Education, Glasgow, Scotland,
Motor skill development plays an important role in children’s and adolescents’ health and wellbeing and is related
to other aspects of development (i.e., cognitive, emotional, physical, and social). Competency in performing motor
skills is not only important for daily life activities (e.g., walking, writing) but also for successful and enjoyable
participation in games, dance, sports, and other types of physical activities. In light of the health benefits of motor
skills, it is imperative to evaluate and monitoring motor skills in individuals in order to support their development.
Different methods exist for assessing young people’s motor skills across various educational and non-educational
settings. Objective methods include motion devices and observational tools whilst subjective methods cover self
and proxy reports. The choice of methods depends on various aspects including the purpose of assessment, target
group, psychometric quality, and administrative properties. This talk will cover current practices, common
challenges, and future directions in motor skill assessment.
Keywords: Motor Assessment, Motor Development, Health, Education.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Assessing motor skills in children
and adolescents: Current practices,
common challenges,
and future directions
12
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
Matthew W. Miller
Auburn University - EUA
The Optimizing performance through intrinsic motivation and attention for learning: The OPTIMAL theory of motor
learning predicts
that manipulations
of learner autonomy and expectations for success
increases learner
motivation
as
well as improves their motor learning and performance. Our laboratory has conducted several large-sample size
experiments testing this theory and generally failed to confirm its predictions. However, the experiments did
provide some evidence that intrinsic motivation is associated with improved performance and, to a lesser extent,
learning. This suggests that intrinsic motivation may be related to motor learning and performance, but the
relationship may be weak and/or difficult to discern with our traditional experimental methods. Further,
manipulating motivation via supporting autonomy and/or enhancing expectancies may yield inconsistent effects
on motivation, possibly due to individual differences, consequently failing to reliably improve learning and
performance.
Keywords: Motor Learning, Intrinsic Motivation, Performance.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
The effect of motivation and
manipulations thereof on motor
learning: assessing the evidence
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XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
RESUMOS DOS TRABALHOS APRESENTADOS NO
EVENTO
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
14
Assessment of motor
development in infants born
during the COVID-19 pandemic
Rafael Nunes Briet
São Paulo State University (UNESP),
Physical Education Department,
Laboratory of Information, Vision and
Action (LIVIA)
Paula Fávaro Polastri
São Paulo State University (UNESP),
Physical Education Department,
Laboratory of Information, Vision and
Action (LIVIA)
Background: Studies have shown that infants born during the COVID-19 pandemic have lower scores in language
and fine and gross motor development on child development screening tests when compared to infants born in
previous years. Some studies have suggested that decreased social interaction in the context of a pandemic
situation and prenatal stress are potential factors for these adverse outcomes. Monitoring child development in
this atypical period and the changes in environmental factors is necessary to identify potential developmental
delays in order to apply early specialized health intervention if required. Aim: Therefore, the present study aimed
to evaluate the motor development and daily routine of infants born during the COVID-19 pandemic, residents of
São Paulo city, Brazil. Material and methods: Eight infants (12.88 months, ± 3.72, 7 girls) and their respective
families participated in the study in the first semester of 2021. A Physical Education professional face-to-face
administered the Alberta Infant Motor Scale (AIMS) to assess motor development and control of the antigravity
muscles in prone, supine, sitting, and standing postures (total = 58 postures). According to test standards, the
classification of infants' performance may be as full motor development, favorable motor development, the risk
for motor delays, and apparent motor delays. Families answered an electronic form with socioeconomic
information, infant’s daily activities, and social interactions. Results: The AIMS results showed that six infants
(75%) had full motor development, and two infants (25%) had favorable motor development. Answers from the
families showed that all of them lived in apartments, and 75% belonged to social class A and 25% to social class B.
According to the Brazilian Institute of Geography and Statistics, both levels indicate upper-class families. Also,
families reported that they stimulated their children daily, and all of them had interactions with other infants and
children in common areas of the residential place. The infants’ screen time (cellphone, tablet, TVs) varied: 25%
had no screen time or was less than 1hour daily, 12.5% had 1hour daily, 50% had 2hours daily, and 12.5% had
5hours daily. These results may indicate that upper-class families found ways to stimulate their infants even in
the COVID-19 pandemic. The environmental stimuli applied by the family and the reopening of some public
spaces after a period of complete social isolation favored the motor development of these infants born in the
pandemic. Also, even though some infants have spent more time using screen devices as recommended by the
World Health Organization, it was not associated with developmental delays. Conclusion: We conclude that the
motor development of the investigated infants was not affected by the isolation caused by the COVID-19
pandemic indicating that environmental stimuli seem to have favored the acquisition of appropriate motor
patterns during this period.
Keywords: COVID-19. Motor Development. Child Growth and Development.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
15
Ensino remoto e possibilidades de
estímulos para o desenvolvimento
motor de escolares sob a
perspectiva docente
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental, crianças precisam vivenciar
diversas experiências motoras que são capazes de favorecer seu desenvolvimento integral. Diante da pandemia
de covid-19, iniciada em março de 2020, escolas de todas as regiões brasileiras adotaram um modelo de Ensino
Remoto Emergencial. Tal medida ocorreu devido às impossibilidades de as crianças e de toda a comunidade
acadêmica estarem presencialmente nas escolas, em decorrência da recomendação de isolamento social, e
caracterizou-se pela substituição das atividades presenciais pelas remotas. Desta forma, muitas das experiências
motoras que precisavam ser vivenciadas pelas crianças foram suspensas. Objetivo: Identificar os desafios e os
pontos positivos e negativos do Ensino Remoto Emergencial sob a perspectiva de professores de Educação Física
da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental. Material e métodos: Vinte e oito professores de
Educação Física, ativos durante o período de isolamento social, participaram do estudo respondendo ao
questionário elaborado pelas autoras. O questionário, com 16 questões (11 de múltipla escolha e 5 dissertativas),
foi organizado no Google Forms e enviado aos participantes para que respondessem de forma online (através de
um dispositivo eletrônico conectado à internet). Foi realizada análise quantitativa, baseada na frequência relativa
de resposta às questões de múltipla escolha, e qualitativa, com análise de conteúdo das respostas dos
participantes às questões dissertativas. Resultados: Dentre os pontos negativos e desafios do Ensino Remoto
Emergencial, sob a perspectiva docente, estão: dificuldade de adaptação ao novo formato, domínio das
ferramentas tecnológicas, problemática para alcançar os objetivos de ensino da Educação Física, evasão dos
alunos, falta de atenção e participação dos alunos nas aulas. Apesar disso, os docentes alegaram que a utilização
de plataformas e aplicativos que tornassem a aula mais criativa e divertida para os alunos, ampliando as
possibilidades metodológicas, foram pontos positivos do Ensino Remoto Emergencial, além da segurança de estar
em casa em um período pandêmico. Segundo os docentes, foram observadas defasagens nos aspectos motores,
cognitivos e socioemocionais dos escolares no retorno ao ensino presencial. Conclusão: sob a perspectiva
docente, as aulas de Educação Física, durante o período de isolamento social, apresentaram diversos pontos
negativos e desafios para atender aos objetivos dessas aulas na educação básica. Em contrapartida, também se
percebeu a relevância positiva do uso de ferramentas digitais no ensino da Educação Física na atualidade.
Palavras-chaves: Educação Física Escolar. Desenvolvimento Motor. Pandemia. Docentes.
Marcela de Castro Ferracioli Gama
Universidade Federal do Ceará, Instituto
de Educação Física e Esportes, LAVIM
Lara Almeida de Menezes
Universidade Federal do Ceará, Instituto
de Educação Física e Esportes, LAVIM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
16
Fatores associados ao nível de
atividade física e comportamento
sedentário de pessoas com doença
de Parkinson: Revisão sistemática
e metanálise
Vitória Leite Domingues
Escola de Educação Física e Esporte da
Universidade de São Paulo, LACOM
Camila Torriani-Pasin
Escola de Educação Física e Esporte da
Universidade de São Paulo, LACOM
Marina Portugal Makhoul
Escola de Educação Física e Esporte da
Universidade de São Paulo, LACOM
Tatiana Beline de Freitas
Escola de Educação Física e Esporte da
Universidade de São Paulo, LACOM
Contextualização: Indivíduos com doença de Parkinson (DP) apresentam baixo nível de atividade física (AF) e
permanecem grande parte do dia em comportamento sedentário (CS). Isto ocorre apesar de estar bem
estabelecido na literatura os malefícios que estes comportamentos podem refletir na vida do indivíduo.
Recentemente, tem havido crescente interesse em identificar fatores associados ao nível AF e CS de pessoas com
DP, no entanto, não se sabe a magnitude destas associações. Objetivo: Investigar a magnitude dos fatores
associados ao nível de AF e CS de pessoas com DP. Material e métodos: Foi realizada uma revisão sistemática
registrada no PRÓSPERO (CRD42021256424) nas bases Pubmed; Embase; Web of Science e Scopus em janeiro de
2022. Foram incluídos artigos originais que investigaram fatores associados ao nível de AF ou CS com amostra
composta unicamente por pessoas com DP. A triagem, extração de dados e análise do risco de viés dos estudos
foram realizadas por 2 pesquisadores independentes. Em caso de divergência, um terceiro avaliador tomava a
decisão. Para determinar a magnitude das associações, foram realizadas metanálises. Para isso, houve
agrupamento das variáveis dependentes de nível de AF em: AF total (todas as variáveis que refletem
quantificação de AF); Atividade em intensidade leve (atividades que requerem valor 1,6 METs e 2,9 METs); e
Atividades de intensidade moderada-a-vigorosa (atividades que requerem valor 3 METs). Para a metanálise de
CS foram selecionadas variáveis que representam atividades que requerem valor 1,5 METs, ou acúmulo de
comportamento sentado ou deitado. Foram realizadas metanálises de fatores de associação significantes (p<0.05)
e que apresentaram ao menos dois estudos que não tenham sido classificados como alto risco de viés. Foram
consideradas correlações fracas quanto r>0,24 e r<0,50; moderada r>0,49 e r<0,69; boa r>0,70. Resultados:
Foram encontrados 10.758 estudos em todas as bases de dados e 39 estudos foram incluídos na revisão. A taxa
de concordância entre os avaliadores foi de 97,2%. Todos os 39 estudos investigaram nível de AF e 10
investigaram CS. Foram realizadas 11 metanálises com AF total e 2 com intensidade moderada-a-vigorosa. Nas
metanálises com AF total, encontramos correlação fraca com Índice de Massa corporal (r=0,131); Cognição
(r=0,135); Sintomas Motores (r=0,262); Função Física (r=0,29); Idade (r=0,319); Aptidão cardiorrespiratória
(r=0,39); Velocidade de marcha (r=0,394); e Controle postural (r=0,469). As únicas correlações moderadas com AF
total foi habilidades manuais (r=0,623) e desempenho na marcha (r=0,677). nas metanálises com intensidade
moderada-a-vigorosa, encontramos que Sintomas Motores (r=2,72) e velocidade de marcha (r=0,385) tiveram
correlação baixa. Conclusão: Encontramos que, considerando estudos sem alto risco de viés, Índice de Massa
Corporal, Cognição, Sintomas Motores da DP, função física, idade, aptidão cardiorrespiratória e controle postural
apresentam uma correlação fraca com AF total de pessoas com DP, enquanto que habilidades manuais e
desempenho da marcha apresentam correlação moderada com esta mesma variável. Além disso, sintomas
motores e velocidade de marcha apresentam correlação fraca com atividades em intensidade moderada-a-
vigorosa em pessoas com DP.
Palavras-chaves: Reabilitação. Intensidade. Correlação.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
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Physical exercise program via
telemonitoring to individuals with
Parkinson’s disease during
COVID-19 pandemic: Phase I
clinical trial
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: Individuals with neurological disorders face lots of barriers to attend and adhere to rehabilitation
programs, so the telemonitoring services has been showed potential to overcome these barriers. Between
synchronous and asynchronous programs of telemonitoring to Parkinson’s disease (PD) individuals, they used to
be more actives and less anxious when engaged in synchronous programs. Also, all participants used to prefer in-
person programs. There are no studies reporting barriers to attendance in synchronous telemonitoring programs
in PD individuals. Aim: To evaluate the adherence rate, barriers to attend, and safety of a synchronous
telemonitoring program for individuals with PD. Material and methods: This phase I trial included participants
with PD, scored between 1 and 3 in Hoehn & Yahr scale with no dementia or other neurological diseases. The
program had duration of 18 weeks; each session was performed during 60-75 minutes two times a week. All
sessions had 5 parts lasted between 5 and 20 minutes: warm-up, balance, aerobic, resistance-training, cool-down.
The sessions were performed in an online platform, that the participants had familiarized before the intervention,
with all participants and at least 15 professionals that were able to give feedback to adjust the participant’s
physical performance. All exercises in the session had different levels of intensity, complexity. The materials were
listed to the participants one day before, and they are easily accessible to a household. We performed a weekly
call interview to assess barriers to attendance by open questions, and safety with yes-or-no questions about fall,
fear of falling, dizziness, motion sickness and pain both during/after sessions. The attendance was described by
the numbers of attended sessions in 36 sessions. Results: We included 17 participants, but two of them were
excluded for missed more than 4 consecutive sessions and three migrated to asynchronous sessions (data not
analyzed). The remaining 12 were composed by 6 men, with mean age 65.83 (9.94) years and mean time
diagnosis 9.5 (4.23) years. They performed 351 sessions in total (attendance rate 81.25%), the majority of
participants performed at least 80% (8 participants 66.66% of sample) and two of them (16.66%) performed all
36 sessions. There were 122 barriers reports, and we classified 53.25% in personal-related; 37.66% health
related; 3.9% Parkinson-related; 3.9% Pandemic-related and 1.30% telemonitoring-related. Lack of time was the
most cited (27.27%) and the second one was medical appointment (20.78). There were 40 reports of safety
(11.39% of all sessions), and nine participants reported at least 1 safety issue. The most common issue was fear of
falling (16 reports 4.55% of sessions), followed by pain during de session (12 reports 3.41% of sessions), pain
after sessions (9 reports 2.56% of sessions) and other symptoms (3 reports 0.85%). Conclusion: This
synchronous telemonitoring program designed to PD individuals showed good attendance (81.25%). The main
barriers to attend were personal-related, specifically lack of time and medical appointment; and the program
seems to be safe, because only 11.39% of all sessions performed had complain about fear of falling, pain or other
symptoms.
Key words: Telehealth. Physical exercise. Rehabilitation.
Vitória Leite Domingues
School of Physical Education and Sport,
University of São Paulo, LACOM
Tatiana Beline de Freitas
School of Physical Education and Sport,
University of São Paulo, LACOM
Gisele dos Santos Palma
School of Physical Education and Sport,
University of São Paulo, LACOM
Marina Portugal Makhoul
School of Physical Education and Sport,
University of São Paulo, LACOM
Camila Torriani-Pasin
School of Physical Education and Sport,
University of São Paulo, LACOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
18
Microcefalia e terapia assistida por
equinos na reabilitação das
habilidades funcionais
Aline Aparecida Ribeiro
Unesp- Campus Bauru, Departamento de
Educação Física
Marieli Matias Ramos
Anhanguera Institucional- Campus Bauru,
Departamento de fisioterapia
Marli Nabeiro
Unesp- Campus Bauru, Departamento de
Educação Física
Contextualização: A microcefalia tem sido associada a múltiplos fatores, desde desnutrição da mãe e uso de
drogas até infecções durante a gestação. Diversas anormalidades podem afetar o desenvolvimento do cérebro e
o mesmo não se desenvolver de maneira adequada, gerando uma paralisia cerebral (PC). A terapia assistida por
equinos têm sido uma importante ferramenta de reabilitação no desenvolvimento funcional dessas crianças.
Objetivo: avaliar de forma qualitativa e quantitativamente o desempenho de habilidades funcionais de uma
criança com microcefalia praticante de terapia assistida por equinos. Material e métodos: Participou desse
estudo de caso uma criança do sexo feminino, com 4 anos e 3 meses de idade, realizou 4 sessões de terapia
assistida por equinos. Para a avaliação qualitativa foi utilizado um diário de registro de todas as sessões. Na
análise quantitativa foi realizada avaliação pré e s-intervenção com terapia assistida por equinos, através do
Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI). Esse instrumento de avaliação detalha o desempenho
funcional da criança, e documenta mudanças em três áreas funcionais: autocuidado, mobilidade e função social,
sendo todos os itens pontuados 0 (se incapaz) ou 1 (capaz). Resultados: Em relação aos dados qualitativos, as
análises dos registros das sessões mostraram alteração no comportamento motor, com progressão da percepção
corporal da criança, com a mesma apresentando evolução no padrão flexor de punho e dedos, realizando o
movimento de extensão dessas articulações e levando-as em direção aos olhos. No início da pesquisa a praticante
não realizava o movimento de abertura das mãos ao realizar a conduta de entrega do feno durante o trato do
cavalo, e ao final observou-se que esse movimento era realizado com facilidade. Observado também a progressão
do controle postural durante a montaria, com a praticante mantendo-se por maiores períodos com a coluna
ereta, registrado a partir da segunda sessão de atendimento. Entretanto, para os dados quantitativos não houve
alteração entre os resultados pré e pósteste, através do PEDI. Conclusão: A terapia assistida por equinos é uma
ferramenta apropriada para crianças com microcefalia, visto, as mudanças registradas através no diário das
sessões. Sugerimos um maior número de sessões, para que seja possível análises quantitativas.
Palavras-chaves: Microcefalia. Terapia Assistida por Equinos. Reabilitação.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
19
A importância da Educação Física
na Educação Infantil:
desenvolvimento motor de
escolares de 3 e 4 anos de idade
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A presença do professor de Educão Física na Educação Infantil é fundamental para um
melhor desenvolvimento das habilidades motoras básicas das crianças. Objetivo: Dessa maneira, o presente
estudo buscou identificar o desenvolvimento motor de escolares de 3 a 4 anos de idade, matriculados na
Educação Infantil, que possuíam o professor de Educação Física como professor regente. Material e métodos: A
pesquisa se caracteriza como quantitativa, descritiva e transversal, foi realizada no município de Tomazina-PR. A
amostra foi composta por 13 escolares, de ambos os sexos, matriculados na Educação Infantil nível I, na faixa
etária de 3 e 4 anos de idade. O procedimento utilizado para a pesquisa foi a avaliação motora de Rosa Neto
(2002), onde os dados foram coletados por meio de testes de Equibrio e Coordenação Motora Fina. Resultados:
De acordo com os resultados apresentados, participaram do estudo 10 meninas e 3 meninos, com a média de
idade cronológica 3,7 anos. O quociente motor médio dos escolares foi de 106,8 (±19,9), a motricidade finadia
apresentou um quociente de 46,15 (±8,2), e o equilíbrio médio um quociente de 60 (±12,7). A média da idade
motora geral foi de 53,1 (±9,1), sendo a idade motora positiva média de 3,15 (±9,9), apenas 3 meninas
apresentaram idade motora negativa. Tais resultados apresentaram importantes desfechos, uma vez que, 84,6 %
dos escolares foram identificados com sua escala de desenvolvimento motor dentro da normalidade para sua
idade, ou superior. 61,6% apresentaram os padrões de movimentos normal médio e normal alto. Conclusão:
Diante do exposto, é possível concluir que o trabalho realizado pelo professor de Educação Física na Educação
Infantil pode ter contribuído de maneira significativa para o desenvolvimento motor adequado dos escolares
avaliados neste estudo. Assim, constata-se a importância do mesmo, para um desenvolvimento mais amplo e
contínuo, onde o professor de Educação Física pode garantir em suas ações que as atividades propostas
estimulem as habilidades motoras e refinem de acordo com o esperado para cada idade.
Palavras-chaves: Educação Física. Educação Infantil. Destreza Motora.
Maria Eduarda Principe
Universidade Estadual do Norte do Paraná
- UENP
Mariane Aparecida Coco
Universidade Estadual do Norte do Paraná
- UENP
Walcir Ferreira Lima
Universidade Estadual do Norte do Paraná
- UENP
Silvia Bandeira da Silva Lima
Universidade Estadual do Norte do Paraná
- UENP
Flávia Évelin Bandeira Lima Valério
Universidade Estadual do Norte do Paraná
- UENP
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
20
Desenvolvimento motor em
escolares de 6 a 7 anos do ensino
fundamental
Mariane Aparecida Coco
Universidade Estadual do Norte do Paraná,
Departamento de Educação Física
Bianca de Oliveira Kanasiro
Mazzuchelli
Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Departamento de Educação Física
Silvia Bandeira da Silva Lima
Universidade Estadual do Norte do Paraná,
Departamento de Educação Física
Walcir Ferreira Lima
Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Departamento de Educação Física
Contextualização: Os escolares do ensino fundamental fazem parte de um universo que precisa de estudos
constantes, pois estão em diferentes estágios de desenvolvimento. Objetivo: Desta maneira, o presente estudo
buscou identificar a motricidade global e o equilíbrio de escolares com idades entre 6 e 7 anos. Material e
métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva e transversal. A população foi composta por escolares de 6 a 7
anos de idade, de uma escola municipal na cidade de Santo Antônio da Platina-PR. Para a coleta dos dados foi
utilizada a Escala de Desenvolvimento Motor EDM (ROSA NETO, 2002), sendo avaliados a Motricidade Global e
o Equilíbrio. A análise estatística, foi realizada por meio do programa Statistical Package for the Social Science
(SPSS), versão 26.0. Foi utilizada estatística descritiva, média e desvio padrão, e para os dados categóricos foram
utilizados percentual. Para associação das variáveis foi utilizado o teste Qui-Quadrado. O nível de significância
adotado foi de p≤0,05. Resultados: Os resultados indicam que a amostra foi composta por 14 escolares, sendo 7
meninas e 7 meninos. A média de idade cronológica em anos foi de 6,36 anos (±0,6) e em meses foi de 82,07
meses (±6,9). Os escolares, de modo geral, apresentaram uma motricidade global média com um quociente de
79,71 (±13,8), e um quociente de equilíbrio médio de 83,14 (±15,2). Em relação às habilidades de motricidade
global e equilíbrio de ambos os sexos, 78,6% foram identificados com a escala de desenvolvimento motor baixa,
destes 85,7% correspondem ao sexo feminino e 71,4% ao sexo masculino. De acordo, com os padrões de
movimentos estabelecidos para a faixa etária analisada, os escolares desta pesquisa classificam-se com
desempenho abaixo do esperado para idade. A falta de estímulos nessa fase da vida pode gerar carências
motoras que serão levadas pelo indivíduo até o resto da vida (GOODWAY; OZMUN; GALLAHUE, 2019). Neste
contexto, as atividades motoras são fundamentais para o desenvolvimento infantil e essas atividades devem estar
presentes nas aulas de Educação Física Escolar. Conclusão: Conforme os resultados apresentados, conclui-se que
os meninos obtiveram resultados ligeiramente superiores nos testes em relação à seus pares. Contudo, ao
analisar de forma geral, ambos os sexos estão aquém do esperado para a idade cronológica. Este desfecho pode
indicar que está sendo insuficiente os estímulos para o desenvolvimento das habilidades motoras no ambiente
escolar.
Palavras-chaves: Destreza Motora. Escolares. Crianças.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Flávia Évelin Bandeira Lima
Universidade Estadual do Norte do
Paraná, Departamento de Educação Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
21
Atividades psicomotoras para
crianças com Transtorno do
Espectro Autista (TEA): relato de
experiência de um acadêmico de
educação física
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A oferta de atividades psicomotoras para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA)
contribui para a melhora da funcionalidade e aspectos motores, como a coordenação motora, a lateralidade, o
equilíbrio, as noções de direcionamento, além de estimular os aspectos cognitivos e sócio afetivos. Objetivo:
Relatar a experiência de um acadêmico de Educação Física na oferta de atividades psicomotoras para crianças
com TEA. Material e métodos: As atividades foram ofertadas para seis crianças com TEA, do sexo masculino, com
idades entre 7 e 16 anos. O projeto consistiu de uma parceria entre o curso de Educação Física da Universidade
do Estado do Amazonas (UEA) e a ONG Associação de Apoio Lar de Vitorias em Manaus/AM. Ao longo de 12
meses o acadêmico esteve envolvido com o projeto, sendo os primeiros seis meses voltados à observação e
familiarização com as crianças e os outros seis meses para aplicação da intervenção psicomotora. As sessões
foram realizadas semanalmente, com duração de 30 minutos e de forma individual, buscando atender às
particularidades de cada criança. As atividades objetivaram aperfeiçoar a coordenação motora grossa, a
lateralidade e a orientação espacial e eram propostas em formato de circuito psicomotor, atividades impressas e
de atividades em frente ao espelho, com o intuito de conhecer melhor as partes do corpo e a orientação espacial.
Resultados: A experiência na oferta de atividades proporcionou ao acadêmico conhecimentos sobre o TEA, as
características das crianças e atividades adequadas para estímulo. Com base nos aspectos observados ao longo
das sessões, foi possível observar melhoras significativas nos aspectos voltados à coordenação motora ampla, fina
e no equilíbrio das crianças, que no início da intervenção apresentavam dificuldades para realizar as atividades de
coordenação e orientação espacial. O feedback das mães/responsáveis apontou uma melhora significativa nos
aspectos sociais e cognitivas das crianças no contexto de casa e da escola. Conclusão: Para as crianças com TEA as
atividades psicomotoras proporcionaram a melhora em diversos aspectos, desde a sociabilização aos aspectos
referentes ao equilíbrio, coordenação e orientação espacial. Além disso, as vivências foram de extrema
importância para a formação e qualificação do acadêmico de Educação Física, principalmente nos conhecimentos
voltados à área da Educação Física adaptada/inclusiva.
Palavras-chaves: Atividades Psicomotoras. Transtorno do Espectro Autista. Educação Física.
Miguel Victor Rios Brandão
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Andressa Ribeiro Contreira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
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Manaus - AM
22
Há relação entre a destreza
manual e o desempenho de
habilidades motoras grossas em
crianças?
Danielle Silva Viegas de Oliveira
Universidade Federal de São Paulo,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, LADEMI
Bianca Gonzalez Dias
Universidade Cidade de São Paulo, Curso
de Fisioterapia, LAM II
Sandra Regina Alouche
Universidade Cidade de São Paulo, Pós-
graduação em Fisioterapia, LAM II
Matheus Siqueira da Maia
Universidade Cidade de São Paulo, Curso
de Fisioterapia, LAM II
Contextualização: A destreza manual é necessária para o desempenho de diferentes atividades, incluindo a
escrita, uso de aparelhos eletrônicos, higiene e alimentação. O desenvolvimento dessa habilidade ao longo da
infância acontece em conjunto com outras transformações motoras, como o aprendizado de habilidades motoras
grossas. Estudos mostraram que as atividades manuais são influenciadas pelo nível de controle postural em
crianças, mas pouco se sabe sobre a relação entre destreza manual e habilidades motoras grossas. Apesar disso,
na prática clínica é comum esperar que as crianças com desenvolvimento motor grosso adequado sejam capazes
de desempenhar habilidades manuais de maneira satisfatória. Ainda, estudos atuais apontam para a diminuição
da prática de atividade física e seu impacto negativo no desenvolvimento motor grosso de crianças; em paralelo,
crianças cada vez menores são capazes de manusear aparelhos eletrônicos com destreza e agilidade. Objetivo:
verificar a relação entre o desempenho de habilidades motoras grossas e a destreza manual em crianças em
idade escolar. Material e métodos: Participaram do estudo 43 crianças destras, com idade entre 7 e 11 anos. Para
avaliar as habilidades motoras grossas foi utilizado o Test of Gross Motor Development (TGMD-3) de acordo com
as instruções dos autores; o resultado considerado para análise foi a classificação normativa a partir do índice
motor bruto. Para avaliação da destreza manual foi aplicado o Box and Block Test e analisado o resultado médio
obtido com o membro superior direito (diz respeito à quantidade de blocos movidos pelo participante ao longo
de 1 minuto). Um modelo linear generalizado foi utilizado para análise estatística e adotou-se nível de
significância de 5%. Resultados: o valor médio da destreza manual foi de 46,6 (±7,19); no TGMD-3 a maior parte
das crianças foi classificada dentro da média esperada para idade (n=16) ou abaixo da média (n=13). O modelo
estatístico utilizado demonstrou que não houve relação entre a destreza manual e o desempenho nas habilidades
motoras grossas (p=0,79). Conclusão: neste estudo os resultados demonstraram que a destreza manual não está
relacionada ao desempenho nas habilidades motoras grossas, sugerindo que o desenvolvimento dessas
habilidades pode acontecer de maneira separada.
Palavras-chaves: Destreza manual. Desenvolvimento motor. Crianças.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Cristina dos Santos Cardoso de Sá
Universidade Federal de São Paulo,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, LADEMI
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
23
Avaliação da coordenação motora
e affordances domésticas em
crianças na primeira infância após
o período agudo da pandemia
COVID-19
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Durante o período agudo de isolamento/distanciamento social, provocado pela pandemia
COVID-19, houve uma significativa mudança na rotina diária das famílias, que passaram a exercer suas funções de
trabalho dentro da residência em adição aos cuidados com os filhos. Alguns estudos mostraram que, neste
contexto, a pandemia afetou o desenvolvimento biopsicossocial de diversas crianças, principalmente daquelas
em situação de vulnerabilidade. Sendo assim, a rotina e as características do ambiente domiciliar das crianças
durante a pandemia se tornou um importante foco de investigação, tendo em vista que mudanças no
comportamento ativo e falta de estimulação na primeira infância podem ser potenciais fatores para atrasos no
desenvolvimento motor. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar a coordenação motora ampla e fina de
crianças na primeira infância e as oportunidades de estimulação da família e brinquedos no ambiente domiciliar
(affordances) após o período agudo da pandemia COVID-19. Material e métodos: Quatorze crianças (32,93 meses
± 18,64) e suas respectivas famílias, da região Sudeste do Brasil, participaram do estudo entre dezembro de 2021
e janeiro de 2022. Os responsáveis responderam a um formulário eletrônico com questões sobre dados
socioeconômicos e testes de triagem de desenvolvimento infantil referentes aos subtestes de coordenação
motora ampla e fina do Ages and Stages Questionnaires (ASQ-3) e ao inventário Affordances in the home
environment for motor development (AHEMD). Foram realizadas análises descritivas (médias, desvios-padrão e
porcentagens) para classificar o perfil das famílias. Os padrões motores das crianças e affordances do ambiente
domiciliar foram classificados de acordo com as normas de cada teste para as respectivas idades e características
da residência. Resultados: Os resultados apontaram que 21,43% das famílias analisadas pertenciam a classe social
B, 42,86% a classe social C e 35,71% a classe social D. Ainda, os resultados mostraram que na coordenação
motora ampla e fina, 85,71% e 78,87% das crianças apresentaram desenvolvimento motor dentro do esperado,
respectivamente. 14,29% e 21,43% das crianças apresentaram pontuações que indicavam necessidade de
acompanhamento da coordenação motora (ampla e fina, respectivamente), sendo estas todas pertencentes às
classes sociais C e D. Das sete famílias que tinham crianças com idades entre 18 a 42 meses e foram elegíveis para
responder ao questionário AHEMD, os resultados mostraram que 14,29% das residências forneceram
oportunidades (affordances) muito boas para o desenvolvimento motor dessas crianças e que as demais
residências (85,71%) tinham oportunidades razoáveis. Conclusão: Juntos, estes resultados podem indicar que
após o período agudo da pandemia COVID-19, a maioria das crianças investigadas apresentaram coordenação
motora adequada para sua faixa etária sugerindo que os estímulos familiares e affordances domésticas parecem
ter sido suficientes para minimizar possíveis atrasos desenvolvimentais associados ao período pandêmico.
Contudo, algumas crianças pertencentes a famílias de renda média baixa (C e D) mostraram necessidade de
acompanhamento no desenvolvimento da coordenação motora, sugerindo que crianças em situação de maior
vulnerabilidade social podem ser mais afetadas e necessitar de intervenção precoce especializada.
Palavras-chaves: Impactos COVID-19. Coordenação motora. Affordances.
Gustavo Garcia Rodrigues da Silva
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Lorena de Souza do Carmo
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Rafael Nunes Briet
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Paula Fávaro Polastri
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
24
Características da infância ou a
experiência influenciam os efeitos
de diferentes distâncias de foco de
atenção na aprendizagem motora?
Ana Kariele da Silva Santos
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
Marina Gonçalves Leal
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
José Roberto Pereira de Sousa
Júnior
Universidade Estadual do Piauí (UESPI),
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
José Eduardo dos Martírios Luz
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Contextualização: Em adultos, o foco externo distal beneficia o desempenho motor de indivíduos habilidosos.
Enquanto indivíduos iniciantes se beneficiam de um foco externo proximal. As crianças parecem responder de
forma diferente de adultos em relação aos efeitos do foco de atenção na aprendizagem motora, e a causa dessa
diferença permanece incerta. Objetivo: O presente estudo investigou se os efeitos do foco de atenção no
desempenho motor e na aprendizagem de crianças habilidosas são dependentes do nível de experiência ou das
características inerentes à infância por meio de diferentes distâncias de foco de atenção. Material e métodos:
Quarenta e cinco crianças de 8 anos de idade experientes na tarefa foram divididas em três grupos com
diferentes distâncias de foco de atenção (interno, externo proximal e externo distal). Todos os participantes
praticaram uma tarefa de chute em 5 blocos de 10 tentativas. O desempenho motor foi avaliado por meio dos
erros absoluto e variável antes da prática (pré-teste), imediatamente após a prática (pós-teste) e após 24 horas
(teste de retenção). Resultados: Nossos achados revelaram que o foco externo distal melhora a magnitude do
erro dos participantes durante a fase de aquisição e n teste de retenção. Em contraste, o foco externo proximal
fornece uma menor variabilidade de acurácia entre as tentativas (mas com uma magnitude de pontuação mais
baixa) ao longo da fase de aquisição e no teste de retenção. Conclusão: Com base em estudos anteriores e em
nossos achados, sugerimos que o nível de experiência modula os efeitos do foco atencional na aprendizagem
motora das crianças. A prática e o nível de experiência são os fatores predominantes nessa interação, como
acontece em adultos. As características da infância parecem não influenciar esse processo em crianças
experientes.
Palavras-chave: Aprendizagem motora. Foco atencional. Efeito de distância.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Giordano Marcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí (UESPI),
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco (UNIVASF), Departamento de
Educação Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
25
O papel do sono noturno na
retenção, adaptabilidade e savings
de uma habilidade motora
discreta balística
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Supõe-se que o sono possua papel fundamental na aprendizagem motora devido a
consolidação de memórias motoras ocorrer neste período. Todavia, a influência do sono na adaptabilidade e nos
savings durante o processo de aprendizagem motora ainda é desconhecida. Objetivo: Investigar a influência do
sono noturno na retenção absoluta, adaptabilidade e savings de uma habilidade motora discreta. Material e
métodos: Participaram desse estudo 60 adultos saudáveis, com idades entre 18-39 anos, sendo 31 homens e 29
mulheres da comunidade universitária local. Como tarefa a ser aprendida, utilizou-se o arremesso de dardo com
o braço dominante em direção a um alvo disposto no solo e uma distância de 3 metros em relação à linha de
lançamento. Os participantes foram divididos em 2 grupos: Grupo Sono (n=30), que teve um sono noturno entre
a fase de aquisição e a fase de retenção; e o Grupo Vigília (n = 30), que completou a fase de aquisição e teste de
retenção no mesmo dia. Ambos receberam instruções verbais sobre o arremesso de dardo e demonstração visual
por meio da exibição de um deo. O delineamento experimental foi constituído de dois momentos. No primeiro
momento ocorreu a fase de aquisição, sendo composta de: Familiarização com a tarefa (3 tentativas); Pré-teste,
composto por 5 tentativas; prática composta de 115 tentativas organizadas em 23 blocos, com descanso de 1
minuto entre os blocos de prática; e Pós-teste, realizado com condições semelhantes ao pré-teste. Após 12 horas
da fase de aquisição ocorreu a fase de retenção, sendo constituída de: teste de retenção absoluta (5 tentativas
em condições homogêneas ao pré-teste e pós-teste); após, teste de transferência com 5 tentativas a uma
distância de 4 metros do alvo; e por fim, para análise de reaprendizagem (savings), houve a prática de mais 115
tentativas organizadas em 23 blocos a uma distância de 3 metros do alvo. O único aspecto que diferenciava
ambos os grupos, era a hora do dia em que a fase de aquisição e a fase de retenção eram realizados. O Grupo
Vigília praticava de manhã e realizava uma fase de retenção à noite (sem sono entre as fases), e o Grupo Sono
praticava à noite e realizava a fase de retenção na manhã do dia seguinte (com sono entre as fases). As fases de
prática e retenção foram separadas por 12 horas em ambos os grupos. Na fase de retenção, houve análises
quanto à retenção absoluta (teste de retenção absoluta), adaptabilidade (teste de transferência atrasada) e taxa
de reaprendizagem (savings). Resultados: Ambos os grupos melhoraram seu desempenho ao longo da fase de
aquisição e mantiveram-no no teste de retenção absoluta. Os grupos não demonstraram diferença significativa na
adaptabilidade e taxa de reaprendizagem. Conclusão: Concluímos que o sono noturno, não exerce efeito sobre a
consolidação e por consequência, na aprendizagem de uma habilidade motora discreta balística.
Palavras-chave: Sono. Consolidação. Aprendizagem motora.
Marina Gonçalves Leal
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Ana Kariele da Silva Santos
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
José Eduardo dos Martírios Luz
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
José Roberto Pereira de Sousa
Júnior
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
26
Efeitos agudos do exercício
cardiovascular na evocação e
savings durante o aprendizado de
uma habilidade motora discreta
José Roberto Pereira de Sousa
Júnior
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
José Eduardo dos Martírios Luz
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Ana Kariele da Silva Santos
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
Marina Gonçalves Leal
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Contextualização: O exercício cardiovascular induz efeitos positivos na saúde e função do sistema nervoso
central. Indivíduos que estão constantemente envolvidos em rotinas de exercícios cardiovasculares demonstram
melhorias na atenção, processamento de informações, função executiva e memória. Curiosamente, descobertas
emergentes identificaram que mesmo uma sessão de exercício cardiovascular pode beneficiar a função cerebral,
melhorando os processos de aprendizagem motora. A formação da memória motora é mediada por pelo menos
três fases principais: Codificação corresponde à prática motora, é a fase em que o SNC forma engramas de
memória motora, Consolidação ocorre após a codificação e é a fase em que as engramas de memória se tornam
mais resistentes, estabilizadas e menos suscetível a interferências, e Evocação fase em que a memória é
evocada após um período sem prática. Dessa forma, se o exercício cardiovascular for alocado na proximidade
temporal da fase de codificação (antes da prática), espera-se um melhor desempenho motor durante a prática;
mas, se o exercício for alocado durante a fase de consolidação (após a prática), há menos esquecimento. Todavia,
até o presente momento não evidência dos efeitos do exercício sobre a evocação. Objetivo: investigar os
efeitos agudos de um exercício cardiovascular contínuo na evocação e savings durante o aprendizado de uma
habilidade motora discreta. Material e métodos: Quarenta jovens universitários, com idade entre 18 e 35 anos,
foram divididos aleatoriamente em 2 grupos, Grupo Exercício que praticou de uma tarefa de arremesso de dardo
em um alvo disposto no solo e realizou exercício cardiovascular antes do teste de retenção, e Grupo Controle que
teve as mesmas condições de prática do GE sem a sessão de exercício. Os grupos foram submetidos a 14 blocos
de 10 tentativas em 2 dias consecutivos. No dia 1, houve uma fase de aquisição; no dia 2, no primeiro bloco foi
executado o teste de retenção, posteriormente repetiu-se os blocos de prática do primeiro dia para análise dos
savings. Avaliamos o desempenho motor por meio de erros absolutos e variáveis. Resultados: Nossos resultados
demonstraram que o exercício cardiovascular não impactou a acurácia e variabilidade do desempenho motor
tanto no teste de retenção quanto na taxa de reaprendizagem. Conclusão: Concluímos que o exercício
cardiovascular contínuo não influencia a evocação e savings durante o aprendizado de habilidades motoras
discretas.
Palavras-chave: Exercício aeróbico. Memória motora. Aprendizagem motora. Taxa de reaprendizagem.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
27
Efeitos do exercício aeróbio sobre
a aprendizagem de uma
habilidade motora esportiva
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O exercício aeróbio tem sido apontado como uma estratégia de priming motor que beneficia
consolidação de memórias motoras, e por consequência a aprendizagem motora. Este efeito pode ocorrer até
mesmo após uma única sessão de exercício alocada com proximidade temporal da sessão de prática. Todavia,
poucos estudos buscaram investigar se os efeitos agudos do exercício aeróbio sobre a aprendizagem motora são
generalizáveis para habilidades motoras complexas com maior validade ecológica. Objetivo: Investigar os efeitos
agudos do exercício aeróbio na aprendizagem de uma habilidade motora esportiva. Material e métodos:
Quarenta indivíduos foram aleatoriamente alocados no Grupo Prática + Exercício (GPE) e no Grupo Prática (GP).
Todos os participantes praticaram o saque por baixo do voleibol com padrões idênticos ao realizado pelas regras
oficiais; e todos eram iniciantes em relação à tarefa motora. Foi disposto na quadra oposta aos participantes um
alvo composto de 4 quadrados interpostos, tendo como comprimento 1, 2, 3, e 4 metros, respectivamente. Os
participantes (idade/anos: PEG: 21,7 ± 3,06, PG: 20,25 ± 1,95) realizaram um pré-teste com cinco tentativas, uma
fase de aquisição composta de quinze blocos/cinco tentativas cada, um pós-teste com cinco tentativas e um -
teste de retenção de vinte e quatro horas composto por cinco tentativas. O GPE foi submetido a uma sessão de
exercício aeróbio imediatamente após a fase de aquisição. O exercício baseou-se por meio de corrida em torno da
quadra esportiva, por 20 minutos, com intensidade de 85% da frequência cardíaca máxima. O PG descansou após
a fase de aquisição. As variáveis dependentes foram a pontuação médio e o erro variável. Para avaliar o
aperfeiçoamento do desempenho durante a prática realizou-se uma anova two way (2 grupos x 2 momentos)
seguida de um posthoc de Tukey, para o teste de retenção foi utilizado um teste T, adotando-se um alfa de 5%.
Resultados: Todos os grupos aumentaram sua pontuação com a prática, sem diferença significativa entre eles. No
teste de retenção, o PEG demonstrou melhor desempenho motor que o PG; o que sugere melhorias nos
mecanismos de consolidação induzidos pelo exercício aeróbio. Não houve efeito significativo ao que refere o erro
variável tanto para o fator bloco quanto para o fator grupo, na fase de aquisição; também não houve diferença
para o erro variável entre os grupos no teste de retenção. Conclusão: O exercício aeróbico pode ser uma
estratégia neuromoduladora para potencializar o aprendizado de habilidades motoras complexas esportivas.
Palavras-chave: Consolidação. Aprendizagem motora. Exercício cardiovascular.
Eveline de Aguiar Orquiz
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Renata Louise Ferreira Lemos
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Ana Kariele da Silva Santos
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
José Roberto Pereira de Sousa
Júnior
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
28
O papel da autoeficácia na
aprendizagem motora: resultados
preliminares de uma revisão
sistemática
Matheus Maron Valério
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, Laboratório
de Comportamento Motor (LaCOM)
Ricardo Drews
Universidade Federal de Uberlândia,
Faculdade de Educação Física e
Fisioterapia, Grupo de Pesquisa em
Comportamento Motor (GPCom);
Laboratório de Comportamento Motor
(LaCOM)
Suzete Chiviacowsky
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, Laboratório
de Comportamento Motor (LaCOM)
Priscila Lopes Cardozo
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, Laboratório
de Comportamento Motor (LaCOM)
Contextualização: Nas duas últimas décadas, uma série de evidências têm destacado os efeitos da motivação no
processo de aprendizagem motora. A manipulação de fatores como concepções de capacidade, feedback
comparativo, autonomia do aprendiz e relacionamento social têm resultado em diferentes consequências
motivacionais que afetam a aquisição de habilidades motoras. Dentre os efeitos motivacionais associados, a
autoeficácia percepção do indivíduo em relação a sua capacidade de produzir um resultado desejado na tarefa a
ser executada tem sido indicada como um mecanismo mediador a aprendizagem motora. Objetivo: Diante do
exposto, o presente estudo teve por objetivo analisar sistematicamente estudos que investigaram a autoeficácia
no processo de aprendizagem motora. Material e métodos: Para isso, realizou-se uma revisão sistemática com as
buscas dos artigos sendo realizadas nas bases de dados eletrônicas MEDLINE via Pubmed, Scopus, Web Of
Science, SPORTDiscus e PsyINFO. Como estratégia de busca foi utilizado o cruzamento dos termos “motor
learning” AND “self-efficacy”. Como critérios de inclusão os artigos selecionados deveriam estar em língua inglesa
e os termos aparecer no título e/ou resumo e/ou palavras-chave, além de serem publicados até a data de março
de 2022. Em contrapartida, os critérios de exclusão foram publicações de livros, capítulos de livros, teses e
dissertações, artigos de revisão, conferências, artigos publicados em anais de eventos e resumos de congresso,
como também estudos que não mensuraram a autoeficácia e a aprendizagem motora. Resultados: No total,
foram encontrados 285 artigos, sendo inicialmente 160 excluídos por serem duplicados. Dos 125 artigos
restantes, foram excluídos 95 estudos pela análise dos títulos e resumos ao não contemplarem a temática ou
objetivos do estudo. Deste modo, 30 artigos foram incluídos na revisão. Os resultados preliminares mostram que
o maior número de publicações analisando autoeficácia na aprendizagem motora ocorreu nos anos de 2017 e
2019, com cinco publicações em cada ano. Em relação às populações investigadas, a maioria dos estudos
apresentou amostras compostas por adultos (n = 15). A idade das populações variou de 10 a 71 anos. As
habilidades motoras mais estudadas foram o arremesso de dardos (n = 6) seguida por timing coincidente (n = 5).
As temáticas mais investigadas pelos pesquisadores foram a autonomia (n = 13) e o fornecimento de
conhecimento de resultados após boas tentativas (n = 7). Além disso, em sua maioria, os resultados dos estudos
mostraram significativa relação dos fatores manipulados com a autoeficácia no processo de aprendizagem
motora. Conclusão: Os resultados permitem concluir que a autoeficácia é uma variável motivacional que tem sido
investigada no campo de estudos da Aprendizagem Motora há pelo menos duas décadas e mostrado influenciar o
processo de aquisição de habilidades motoras. Desse modo, o número de estudos encontrados aponta a
necessidade de mais investigações analisando esta variável na Aprendizagem Motora em diferentes fatores,
populações e na aquisição de distintas habilidades motoras.
Palavras-chave: Aprendizagem motora. Autoeficácia. Motivação.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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29
Comparação entre as diferentes
fases do pico de velocidade de
crescimento em relação às
capacidades física em crianças de
10 a 14 anos de Ribeirão do Pinhal
- PR
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Desde as primeiras civilizações o homem é fadado a procurar conhecer e desenvolver
proficiência em sua biomecânica, visando ter uma melhor capacidade de locomoção e de realizar suas ações de
formas mais efetiva e com menor gasto energético. O estirão de crescimento dura aproximadamente quatro anos
e meio. Nas meninas o PVC ocorre dois anos antes, comparado aos meninos. Considera-se que as pessoas
próximas, ou que alcançaram o estirão, apresenta um alto nível de desenvolvimento em comparação a outros
participantes que ainda não atingiram o fator. Objetivo: O objetivo desse estudo foi comparar o desempenho em
testes de agilidade e força muscular de membros inferiores em diferentes grupos determinados pelo PVC (pico de
velocidade de crescimento) entre adolescentes de 10 a 14 anos, de escolas da rede pública de Ribeirão do Pinhal.
Material e métodos: A amostra foi composta por 74 crianças de ambos os sexos, com faixa etária de 10 a 14
anos, selecionadas das turmas de 5º, 6º, e 8º ano, que foram classificados em três grupos: pré-estirão, estirão
e pós-estirão, onde foi avaliado e analisado valores selecionados através de testes das capacidades físicas de
agilidade (teste do quadrado) e força muscular de membros inferiores (salto horizontal) de cada grupo.
Resultados: Mediante aos resultados foi observado que o grupo pós-estirão apresentou resultados superiores em
todos os testes, no teste de agilidade (p=0,023), o grupo pós-estirão apresentou melhor resultado 6,7 segundos, o
grupo estirão obteve 6,8 segundos e o pré-estirão teve a marca de 7,3 segundos. No teste de força muscular de
membros inferiores (p=0,188) o grupo pós-estirão alcançou a marca de 140 centímetros, o estirão chegou a 135
centímetros e o p-estirão alcançou 125 centímetros. Esses resultados retratam uma relação entre PVC e
agilidade e uma relação inversa entre PVC e salto horizontal. Conclusão: Concluindo, que a tendência dos
indivíduos é melhorara a agilidade com a aproximação ou ultrapassagem do PVC, diferente da relação com a
força muscular de membros inferiores.
Palavras-chaves: Agilidade. Força muscular de membros inferiors. Pico de velocidade de crescimento.
Nelson Aparecido Martins Filho
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP, CCS, Educação Física
Silvia Bandeira da Silva Lima
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP, CCS, Educação Física
Walcir Ferreira Lima
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP, CCS, Educação Física
Flávia Évelin Bandeira Lima Valério
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP, CCS, Educação Física
Mariane Aparecida Coco
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP, CCS, Educação Física
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30
O comprometimento cognitivo
após um AVC influencia a
aprendizagem motora? Uma
revisão de escopo
Gisele Carla dos Santos Palma
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Camila Torriani-Pasin
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Tatiana Beline de Freitas
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
Contextualização: O comprometimento cognitivo induzido por acidente vascular cerebral (AVC) pode prejudicar
um ou vários processos de função cognitiva. Esta condição traz diversos prejuízos em processos cognitivos, como
aqueles envolvidos durante a aprendizagem/reaprendizagem de habilidades motoras. A aprendizagem motora é
essencialmente um processo guiado por mecanismos cognitivos-perceptuais e motores, desta forma, pode ser
impactada caso estes mecanismos estejam comprometidos. Objetivo: Realizar uma revisão de escopo para
investigar o impacto do comprometimento cognitivo (déficits de atenção, memória, planejamento e funções
executivas) na aprendizagem motora. Material e métodos: Realizamos uma busca nas bases de dados Pubmed,
Medline e Embase a procura de estudos que avaliaram a influência da cognição na aprendizagem motora. O
estudo seguiu as diretrizes do PRISMA-ScR (Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses
extension for Scoping Reviews) e está registrado na OSF (Open Science Framework). Os critérios de inclusão
foram: 1. Estudos apenas na língua inglesa; 2. Estudos em adultos sobreviventes de AVC com um desenho
experimental que incluísse uma fase de aquisição (prática motora), um teste de retenção ou um teste de
transferência; 2. Estudos incluindo medidas de resultados com base no desempenho motor (fase de aquisição e
teste de retenção ou transferência). 3. Estudos com grupo controle (adultos, idosos ou jovens); 4. Estudos que
avaliaram a cognição com instrumentos validados de acordo com as medidas de propriedade para sobreviventes
de AVC; 5. Comprometimento cognitivo não relacionado a outras condições de saúde (por exemplo, trauma,
doenças crônico-degenerativas, etc.). Nesta revisão, descrevemos como a cognição foi avaliada, os principais
desenhos experimentais, as características das lesões provocadas pelo AVC e como afetam a aprendizagem e a
gravidade do comprometimento cognitivo descrita nessa população. Resultados: A busca inicial resultou em
2.527 publicações. No total, apenas cinco estudos foram elegíveis para esta revisão de escopo, totalizando 122
participantes neste estudo. Nossos resultados incluíram publicações em nível moderado de qualidade
metodológica. Os delineamentos experimentais variaram entre as publicações incluídas pois as abordagens
encontradas eram diferentes e contemplavam: aprendizagem implícita, modelo clássico e adaptação motora, não
sendo passíveis de comparação. Foram encontradas 13 avaliações cognitivas no total nos estudos, mas a mais
utilizada foi a Figura complexa de Rey (4 estudos). O impacto da cognição foi categorizado em domínios, porém
os grupos não eram homogêneos e não permitiram comparação. Ainda as características da lesão (local,
hemisfério e tamanho) influenciaram os resultados. Conclusão: A diversidade da área é marcante nos estudos
incluídos e mostra o quanto ainda há possibilidades de pesquisa neste campo, porém é importante destacar as
características da lesão e do comprometimento cognitivo para uma melhor análise da aprendizagem nesta
população.
Palavras-chave: Aprendizagem motora. Comprometimento cognitivo Leve. Doença de Alzheimer
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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31
The relationship between strength
capacity and motor performance
in the gymnastic handstand: a
machine learning study
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Aim: The aim of the present study was to investigate the relationship between strength capacity and motor
performance through machine learning model and linear regression in the gymnastic handstand. Material and
methods: Thirty-two university students, 16 of whom were female and 16 were male (24.03 ± 4.74 years of age)
participated in the study. The perform the handstand was through absolute error of difference in the three angles
produced by the model (video) and the three angles produced by the performer. Four strength tests were
conducted: explosive force, maximum force right-hand, maximum force left-hand and resistance force. The
machine learning model was then trained using 10 of the folds and cross-validated and a linear regression test
was performed using motor performance (absolute error) and strength tests (explosive force, maximum force
right-hand, maximum force left-hand and resistance force). Results:The results obtained revealed that the
machine learning model indicated low relationship between strength capacity and motor performance. Also, the
motor performance was not related to the level of strength capacity. Conclusion: The results of this study gave
support to the theory of specific capacities which are based on the perspective of multiple capacities.
Keywords: Sport. Training. Motor Task. Motor control. Motor behavior.
Tércio Apolinário-Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM)
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM) e Grupo de
Estudos em Desenvolvimento e
Aprendizagem Motora (GEDAM)
Enzo Bianchi Cosme
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM) e Grupo de
Estudos em Desenvolvimento e
Aprendizagem Motora (GEDAM)
Crislaine Rangel Couto
Universidade Federal de Minas Gerais e
Grupo de Estudos em Desenvolvimento e
Aprendizagem Motora (GEDAM)
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
32
The effect of different
combinations of practice schedules
on motor response stability during
practice
Tércio Apolinário-Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM)
Lucas Eduardo Antunes Bicalho
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM) e Grupo de
Estudos em Desenvolvimento e
Aprendizagem Motora (GEDAM)
Beatriz Fortuna
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares Núcleo de Neurociências do
Movimento (NNeuroM) e Grupo de
Estudos em Desenvolvimento e
Aprendizagem Motora (GEDAM)
Background: Studies in motor learning have indicated that relative and absolute timing dimensions are
modulated by factors that modify response stability among trials. One of these factors is the combination of
constant and variable practices. Although studies are investigating the combination of practice schedules, these
studies used measurements that did not separately assess performance and motor response. Aim: This study
aimed to investigate the effect of diferente combinations of practice schedules on motor response stability during
practice. Material and methods: Participants performed a sequential key-pressing task with two goals: (1) to
learn the relative timing dimension and (2) the absolute timing dimension. Participants were assigned to one of
two groups: constant-variable or variable-constant. Results: Our findings indicate na influence of the increase in
variability over the practice in the constant-variable group. Specifically, the increase of variability of total time at
the second half (constant-variable group) of practice was followed by the maintenance of the same level of cross-
correlate between absolute timing error and variability of total time. Conclusion: Finally, our findings support the
notion that practicing in a constant schedule favors the relative timing dimension of learning regardless of the
order in which the constant practice is provided.
Keywords: Motor Learning. Constant Practice. Variability of Practice.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
33
Uso da acelerometria para
investigar o equilíbrio corporal
estático e dinâmico em pé em
pessoas com paralisia cerebral:
uma revisão sistemática
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Pessoas com paralisia cerebral (PC) muitas vezes apresentam dificuldades relacionadas à
manutenção do equilíbrio em suas atividades de vida diária. O acelerômetro é um dispositivo vestível de baixo
custo com potencial de uso para avaliar objetivamente o equilíbrio. Objetivo: Investigar as principais
características e achados dos protocolos utilizados em pesquisas que analisaram o equilíbrio corporal estático e
dinâmico em pé por meio da acelerometria de tronco em pessoas com PC. Material e Métodos: Em dezembro de
2021, foi realizada uma revisão sistemática, utilizando as seguintes bases de dados: Pubmed, Embase, Cochrane,
Science Direct, Scopus, PEDro e Lilacs com descritores relacionados à PC, acelerômetro e equilíbrio. O software
Rayyan foi utilizado para reunir os resultados obtidos nas bases de dados e excluir artigos duplicados. Dois
autores (PJV e NRC) analisaram independentemente os títulos, resumos, os textos completos dos estudos
potencialmente elegíveis, e quaisquer discordâncias foram resolvidas por um terceiro examinador (AJM). Os
avaliadores envolvidos na seleção dos estudos (PJV, NRC e AJM) realizaram a avaliação da qualidade
metodológica dos artigos incluídos, utilizando questões previamente consideradas na literatura. O protocolo do
estudo foi registrado na plataforma International Prospective Register of Systematic Reviews (CRD42021290285).
Resultados: Foram incluídos dez estudos, com um total de 197 pessoas avaliadas com PC. Os estudos foram
classificados como de moderada ou alta qualidade metodológica. Houve consenso quanto ao uso do sensor na
região lombar (L3), com frequência de amostragem de 100 Hz. Para avaliação do equilíbrio, 60% dos estudos
revisados utilizaram o teste de caminhada de 10 m, enquanto os demais estudos utilizaram diferentes distâncias
de caminhada, ou o equilíbrio estático em pé. Para o processamento dos dados, o filtro passa-baixa de 20 Hz tem
sido predominantemente utilizado, e a variável mais utilizada para avaliar o equilíbrio foi a raiz quadrada média
da aceleração do tronco. Crianças e adolescentes com PC apresentaram maiores valores de aceleração e maior
complexidade da marcha quando comparados a crianças com desenvolvimento típico. Indivíduos com
comprometimento bilateral apresentaram maiores acelerações anteroposterior e mediolateral do tronco do que
com comprometimento unilateral. A aceleração do tronco na marcha mostrou-se como valor preditivo para a
melhora das intervenções, e as medidas de acelerometria se correlacionam com as ferramentas de avaliação do
equilíbrio (escalas/questionários). Conclusão: A acelerometria de tronco em tarefas estáticas e dinâmicas
mostrou-se uma medida válida e sensível para avaliar a estabilidade do equilíbrio em crianças e adolescentes com
PC. Portanto, trata-se de um instrumento relativamente pequeno, leve, de baixo custo e de fácil manuseio, eficaz
para mensurar o equilíbrio corporal nessa população.
Palavras-chave: Paralisia Cerebral. Acelerometria. Equilíbrio.
Paola Janeiro Valenciano
Universidade de São Paulo (USP),
Departamento de Biodinâmica do
Movimento do Corpo Humano,
Laboratório LSMH
Núbia Ribeiro Conceição
Universidade de São Paulo (USP),
Departamento de Biodinâmica do
Movimento do Corpo Humano,
Laboratório LSMH
Alexandre Jehan Marcori
Universidade de São Paulo (USP),
Departamento de Biodinâmica do
Movimento do Corpo Humano,
Laboratório LSMH
Luis Augusto Teixeira
Universidade de São Paulo (USP),
Departamento de Biodinâmica do
Movimento do Corpo Humano,
Laboratório LSMH
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
34
Análise dos parâmetros espaço-
temporais na marcha de idosos
caidores na ultrapassagem de
obstáculos duplos sequenciais: Um
estudo piloto
Juliana Amaral da Silva
Bio.Mov - Centro de Educação Física e
Desportos - Universidade Federal do
Espírito Santo
Milena Razuk
Bio.Mov - Centro de Educação Física e
Desportos - Universidade Federal do
Espírito Santo
Natália Madalena Rinaldi
Bio.Mov - Centro de Educação Física e
Desportos - Universidade Federal do
Espírito Santo
Contextualização: As alterações do ponto de vista morfológico, funcionais e bioquímicos no processo de
envelhecimento, comprometem o indivíduo idoso com redução de força muscular, diminuição de agilidade e
perda de equilíbrio sobretudo na marcha com ultrapassagem de obstáculos. A percepção e análise de fatores que
influenciam a mudança na velocidade do passo e da estratégia de aproximação frente aos obstáculos, ajudam a
identificar estratégias locomotoras associadas ao risco de quedas. Entretanto, as estratégias locomotoras
relacionadas a ultrapassagem de obstáculos sequenciais em idosos com histórico de quedas ainda não estão
totalmente elucidadas. Objetivo: Investigar os parâmetros espaço temporais na marcha de idosos com histórico
de quedas antes e durante a ultrapassagem de dois obstáculos. Material e métodos: Participaram deste estudo
piloto 6 idosos (70,33+5,35anos; 72,63+8,5Kg;1,63+0,05m) com histórico de quedas. Os mesmos assinaram um
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aprovado pelo CEP com protocolo 4.396.210. Para análise do
padrão locomotor, 4 marcadores passivos de isopor de 1,5 cm de diâmetro e recobertos com papel reflexivo
foram afixados em pontos anatômicos do membro inferior direito (quinto metatarso e face lateral do calcâneo) e
membro inferior esquerdo (primeiro metatarso e face medial do calcâneo). Os obstáculos eram feitos de espuma
com cerca de 20 cm de altura, onde tinham um marcador passivo em sua base, para possibilitar o cálculo das
variáveis relacionadas a ultrapassagem. Os participantes foram convidados a percorrer uma passarela, de 8m de
comprimento, sob a condição de ultrapassagem de dois obstáculos posicionado no meio desta e com registro de
duas câmeras digitais (GoPro Hero7 Black) no meio e ao final da passarela para visualizar todos os marcadores. A
ultrapassagem do obstáculo foi feita com o membro inferior direito (membro de ultrapassagem). Para cada
condição experimental, três tentativas foram realizadas, sendo todas randomizadas. Anovas one-way tendo como
fator obstáculo tratado como medida repetida foram realizadas para verificar possíveis diferenças entre os
parâmetros espaço-temporais (comprimento, largura, duração e velocidade) para cada obstáculo para os passos
antes e durante a ultrapassagem. O nível de significância foi mantido em p ≤ 0,05. Resultados: Para o passo antes
da ultrapassagem, a ANOVA revelou efeito para a variável velocidade (F
1,5
=13,37, p=0,015). Assim, a velocidade
do passo foi maior antes da ultrapassagem do primeiro obstáculo comparado com o segundo, respectivamente
(Obst 1: 1,10 m/s | Obst 2: 0,86 m/s). Ainda, ANOVA também revelou efeito para a variável duração (F
1,5
=9,30,
p=0,028). Da mesma forma, a duração do passo foi maior durante a ultrapassagem do primeiro obstáculo
comparado com o segundo, respectivamente (Obst 1: 0,77 s | Obst 2: 0,73 s). Conclusão: A partir destes
resultados, pode-se concluir que os idosos com histórico de quedas reduziram a velocidade e a aumentaram a
duração do passo durante a ultrapassagem do segundo obstáculo. Este resultado aponta que idosos com
histórico de quedas apresentam dificuldades em realizar tarefas locomotoras sequenciais, que pode explicar o
alto risco de quedas nesta população.
Palavras-chave: Queda. Passo. Velocidade.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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35
Idosos caidores apresentam maior
distância vertical pé-obstáculo na
tarefa de andar e pegar o objeto
quando comparados à idosos não
caidores
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Idosos apresentam dificuldade em realizar duas tarefas de forma simultânea durante a marcha
em função das alterações causadas pelo envelhecimento. A preensão de objetos associada a marcha é uma
atividade comum no cotidiano dos idosos, assim como a ultrapassagem de obstáculos durante a marcha.
Entretanto, ainda não está totalmente elucidado se o histórico de quedas pode influenciar o desempenho motor
dos idosos durante a marcha associada às tarefas secundárias, como por exemplo a ultrapassagem de obstáculos
com o movimento de preensão. Objetivo: Investigar a variável distância vertical -obstáculo (DVPO) entre os
idosos caidores (IDQ) e não caidores (ID) na marcha com ultrapassagem de obstáculo com e sem a preensão de
um objeto. Material e métodos: Participaram do estudo 13 IDQ e 13 ID com idade entre 60 e 74 anos e foram
convidados a realizar duas tarefas: 1) Marcha com ultrapassagem de obstáculo sem a tarefa de preensão; 2)
Marcha combinada com o movimento de preensão durante a ultrapassagem de obstáculo. O obstáculo foi
posicionado um passo antes (N-1), no passo durante (N) e um passo após (N+1) a preensão do objeto. Para
análise da marcha foi utilizado o sensor Kinect v2. Foi realizada ANOVA one-way para comparar idade,
características antropométricas e clínicas entre os grupos. Para verificar possíveis diferenças entre os grupos e
condições experimentais foram aplicadas MANOVAs three-way (grupo [idosos com e sem histórico de quedas] x
com tarefa manual e sem tarefa manual] x posição do obstáculo [N-1, N, N+1]) para a variável DVPO para o
membro de suporte e de abordagem dos participantes. O nível de significância adotado em todas as análises foi
p≤0,05. Resultados: Para o membro inferior de suporte, a ANOVA revelou efeito de grupo. O grupo IDQ
apresentou maior distância vertical (26,4 cm) quando comparado ao grupo ID (22,7 cm). Entretanto, para o
membro de abordagem a ANOVA revelou efeito para tarefa. A DVPO do membro de abordagem foi maior na
tarefa de preensão com objeto entre dois obstáculos de madeira (25,7 cm) quando comparada à tarefa sem
preensão (23,4 cm). Conclusão: Os idosos caidores apresentaram maior dificuldade para realizar as tarefas
motoras associadas durante a marcha e pior desempenho motor quando submetidos às tarefas desafiadoras, o
que influencia diretamente no desempenho das atividades de vida diária e pode levar à queda. A compreensão
das estratégias utilizadas pelos idosos caidores pode auxiliar nos programas de prevenção de quedas,
treinamento e reabilitação motora.
Palavras-chaves: Idosos. Quedas. Desempenho motor.
Gabriela Vigorito Magalhães
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Janine Carvalho Valentino
Camargos
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Letícia Munhoz Avellar
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Departamento de Engenharia
Elétrica
Anselmo Frizera-Neito
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Departamento de Engenharia
Elétrica
Natalia Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
36
Avaliação do equilíbrio e a
testagem clínica em idosos:
correlação entre o desempenho do
controle postural e a pontuação no
MiniBESTest
Anderson Rodrigues Delunardo
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Natalia Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Jean Leite da Cruz
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Leonardo Araújo Vieira
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Contextualização: A importância de determinar e avaliar o equilíbrio foi amplamente discutida na literatura,
sendo aquelas associadas ao treinamento, quedas e o idoso, das mais discutidas. Em ambiente clínico,
ferramentas, a exemplo do MiniBESTest, avaliam e classificam o equilíbrio a partir de testes que simulam
atividades diárias, como “sentado para de pé” ou “ficar na ponta dos pés”. Em laboratórios, por sua vez, variáveis
associadas ao equilíbrio, como a Amplitude Média ântero posterior (AMDap), podem ser analisadas a partir da
avaliação do controle postural em plataformas especializadas, em diferentes superfícies (rígidas e instáveis) e
condições (postura bípede, semitandem, com olhos fechados ou abertos). Apesar das avaliações já apresentarem
funcionalidade bem estabelecida, ainda não foi totalmente elucidado a relação entre as mesmas na população
idosa. Objetivo: Assim, o objetivo desta pesquisa foi verificar a correlação entre medidas diretas (dados
plataforma de força) e os itens do MiniBESTest em idosos. Material e métodos: Sessenta e um idosos
participaram do estudo, aprovada pelo comitê de ética local (número: 2.061.608) da Universidade Federal do
Espírito Santo. O controle postural foi avaliado por uma plataforma de força (Biomec 400, EMGSystem do Brasil)
com frequência de 100 Hz, na condição de base semi tandem, com olhos abertos, sobre superfície rígida (STROA)
e instável (STIOA). A variável analisada foi a amplitude média de oscilação do centro de pressão na direção
antero-posterior (AMDap). O MiniBESTest foi aplicado para avaliar o equilíbrio clínico dos idosos. Para verificar
relação entre as variáveis analisadas, a correlação de Pearson foi utilizada com o nível de significância de p≤0,05.
Resultados: Foram encontradas correlações negativas significativas entre a variável AMDap em condição STROA
para os subitens 2 (“Ficar na ponta dos pés” r=-0,273, p=0,003) 6 (“correção passo lateral” r=-0,274 p=0,033), 8
(“instável olho fechado” r=-0,285, p=0,026), 9 (“inclinado olho fechado” r=-0,400. p=0,001) e a pontuação total do
MiniBEstest (r=-0,339, p=0,008) do MiniBESTest. Em condição STIOA, foram encontradas correlações para os
subitens 2 (r=-0,303, p=0,016), 3 (“de pé em uma perna” r=-0,305, p=0,017), 5 (“correção passo lateral” r=-0,294,
p=0,021), 6 (r=-0,336, p=0,008), 7 (“olho aberto superfície rígida” r=-0,317, p=0,013), 9 (r=-0,303, p=0,018) e a
pontuação total do MiniBEstest (r=-0,417, p=0,001). Conclusão: As correlações negativas encontradas indicam
que quanto menor os valores de oscilação associado ao AMDap, maior a pontuação em alguns dos itens do
MiniBESTest. Estas associações revelam a importância do MiniBESTest no ambiente clínico, ao ampliar a gama de
informações, assim como revelar o estado clínico do equilíbrio do idoso aos fisioterapeutas e profissionais do
movimento, que podem então preparar um programa de treinamento mais consciente com objetivos que
incluem desde aumentar a capacidade funcional do idoso e diminuir as chances de quedas.
Palavras-chave: Idosos. Controle Postural. MiniBESTest.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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37
Relação entre a complexidade da
tarefa postural e a sensibilidade
cutânea plantar: o papel do
sistema sensitivo no controle
postural de idosos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Os receptores presentes na região plantar têm por função transmitir a sensação acerca da
superfície de contato ao sistema nervoso. Há, porém, fatores intrínsecos ao processo de envelhecimento: tanto a
redução no mero de mecanoceptores quanto o aumento do limiar de excitabilidade vibratória prejudicam o
desempenho do sistema somatossensorial na detecção tátil dos diferentes solos, obstáculos e tarefas
encontrados nas atividades de vida diária, aumentando a propensão a quedas. Portanto, é possível que tarefas
mais complexas estejam associadas a uma maior demanda da sensibilidade cutânea plantar (SCP), apesar de
ainda não se saber o tamanho de sua contribuição para o controle postural. Objetivo: verificar a relação entre a
SCP e o controle postural de idosos em função do nível de dificuldade da tarefa postural. Material e métodos: 61
idosos foram avaliados em relação ao seu equilíbrio postural através da posturografia estática na plataforma de
força em 8 tarefas posturais. As tarefas foram descritas de acordo com a posição da base de apoio, da
estabilidade da superfície e da condição dos olhos, como se segue: bipodal superfície rígida com olhos abertos
(BSROA) e olhos fechados (BSROF); bipodal superfície instável com olhos abertos (BSIOA) e olhos fechados
(BSIOF); semitandem superfície rígida com olhos abertos (STROA) e olhos fechados (STROF); semitandem
superfície instável com olhos abertos (STIOA) e olhos fechados (STIOF). As variáveis analisadas foram amplitude
média de oscilação anteroposterior (AMOap) e mediolateral (AMOml) e a frequência (banda de frequência com
80% da potência espectral) de oscilação do centro de pressão nas direções anteroposterior (FREQ80ap) e
mediolateral (FREQ80ml). Na análise estatística foi realizada uma correlação de Pearson com o nível de
significância com p≤0,05. Resultados: A análise revelou associação significativa entre a SCP com a AMOap em
BSROA (r=0.344, p=0.007) e STIOF (r=0.362, p=0.004). Para esta tarefa também houve associação com a AMOml
(r=0.344, p=0.007). No domínio da frequência (FREQ80ap) constatou-se relação em BSIOA (r=-0.290, p=0.023).
Conclusão: Sabe-se que ao sofrer perturbações em mais de um sentido sensorial (neste caso, somatossensorial e
visual) idosos aumentam consideravelmente sua amplitude de oscilação postural, o que corrobora a relação
positiva em ambos os eixos na condição de superfície instável e olhos fechados. Além disso, é possível que,
devido ao menor limite da área da base de suporte no plano sagital, na condição bipodal, explique a maior
oscilação no eixo ântero-posterior. Para ambos os resultados, parece ser possível relacionar a manipulação de
múltiplos sistemas sensoriais em idosos e o consequente aumento da área/frequência de oscilação do centro de
pressão com o iminente declínio da SCP decorrente do processo de envelhecimento. Porém, possivelmente a
complexidade da tarefa postural não esteja atrelada a uma maior demanda sensitiva, mas sim a uma maior
integração multissensorial.
Palavras-chave: Sensibilidade Cutânea Plantar. Controle Postural. Envelhecimento.
Mathaeus Henrique Sant’Anna
Pereira
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Leonardo de Araújo Vieira
Prefeitura Municipal de Vitória/ES,
Laboratório de Análise Biomecânica do
Movimento (Bio.Mov)
Natalia Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento
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38
A razão agonista/antagonista das
articulações de membros inferiores
tem relação com o desempenho do
controle postural em idosos?
Giovanni Rampinelli Farina
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Natalia Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Jean Leite da Cruz
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Leonardo Araújo Vieira
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Contextualização: O envelhecimento promove alterações nos sistemas musculoesquelético e sensorial. Aumento
das oscilações posturais e diminuição da força muscular e da potência de membros inferiores são encontrados
nos idosos, e tem sido relacionado ao maior risco de queda. A razão agonista/antagonista fornece informações
sobre possíveis desequilíbrios musculares quanto a capacidade de produzir potência e torque, e sua associação
com o controle postural em idosos ainda não está totalmente elucidada. Objetivo: O objetivo deste estudo foi a
relação da razão agonista/antagonista e da potência muscular de quadril, joelho e tornozelo sobre o controle
postural de idosos em tarefas com diferentes bases de suporte. Material e métodos: A amostra foi composta por
61 idosos, sendo 53 do sexo feminino, 8 do sexo masculino e o protocolo experimental foi efetuado em dois dias.
No primeiro dia, foi aplicado os questionários clínicos, anamnese, e identificação dos critérios de exclusão. No
segundo dia, os testes de desempenho do controle postural, em uma plataforma de força (Biomec 400 EMG
System) em 2 condições distintas, envolvendo a base bipodal em superfície rígida, e superfície instável (espuma),
com os olhos abertos, sendo que todas as condições foram randomizadas, com 3 tentativas de 30 segundos por 1
minuto de repouso entre elas. Para determinação da razão agonista/antagonista (R_A_ANT) foi avaliado o pico de
torque muscular normalizado pela massa corporal na velocidade angular de 60º/s e 120º/s para as articulações
do quadril (flexão/extensão), joelho (flexão/extensão) e tornozelo (dorsiflexão/flexão plantar), em um
dinamômetro isocinético (Biodex). Uma correlação de Pearson foi usada para avaliar a relação entre a razão
agonista/antagonista e o desempenho do controle postural. O nível de significância foi mantido em p 0,05.
Resultados: A correlação de Pearson revelou associação positiva para a R_A_ANT na articulação do quadril
(flexão/extensão 120º/s) com a variável amplitude média de oscilação na condição bipodal em cima da espuma
(r=0,268, p=0,037). Em relação a R_A_ANT na articulação do joelho (flexão/extensão 60º/s) revelou efeito com
a variável velocidade média de oscilação na condição bipodal em superfície rígida (r=-0,280, p=0,029). Para a
R_A_ANT na articulação do tornozelo (dorsiflexão/ flexão plantar- 60º/s), a correlação de Pearson revelou
associação positiva com a variável frequência mediana de oscilação na condição bipodal em superfície rígida
(r=0,279, p=0,029) e em cima da espuma (r=0,330, p=0,009). Conclusão: De forma geral, a razão
agonista/antagonista apresentou relação com o desempenho do controle postural, em especial, na articulação do
tornozelo, portanto, é importante ser considerada na avaliação e elaboração de programas de exercícios que
objetivam melhora do equilíbrio postural e diminuição do risco de queda em idosos.
Palavras-chaves: Razão agonista/antagonista. Controle Postural. Idosos.
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O aumento do pico de torque na
articulação do joelho está
associado com uma maior
pontuação no MiniBESTest em
idosos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A manutenção da postura ereta depende da produção de torque nas articulações dos
membros inferiores para controlar as oscilações corporais e evitar possíveis episódios de quedas. O controle
postural é influenciado pelo nível da tarefa e utiliza o torque da articulação do joelho para o realizar as estratégias
de estabilização postural. Com o avanço do envelhecimento, é necessário que instrumentos de avaliação do
equilíbrio sejam aperfeiçoados, tornando-os mais confiáveis para aplicação na prática clínica. Dessa forma, existe
na literatura, testes clínicos desenvolvidos para diferentes finalidades de avaliação, como por exemplo, o teste do
equilíbrio MiniBESTest. Este teste é composto por 14 itens com tarefas que incluem ajustes posturais
antecipatórias, respostas posturais, orientação sensorial e estabilidade na marcha. O MiniBESTest também é
capaz de avaliar o equilíbrio estático e dinâmico, além de, possuir testes que perturbam os sistemas
somatossensorial e visual, que permite avaliar o equilíbrio em diferentes níveis de dificuldade da tarefa.
Entretanto, ainda não está totalmente elucidado se existe correlação entre a função muscular da articulação do
joelho com os itens que compõe o teste do MiniBESTest. Objetivo: Investigar a relação entre o pico de torque do
joelho com a pontuação dos itens do MiniBESTest. Material e métodos: Participaram deste estudo 61 idosos
(65,9±4,4 anos, 67,3±10 kg, 1,6±0,005 m). Este estudo foi realizado no Laboratório de Força e Condicionamento
do Centro de Educação sica e Desportos do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Federal do
Espírito Santo e aprovado pelo Comitê de Ética com parecer número 2.061.608. O teste de função muscular foi
randomizado para cada participante. Um dinamômetro isocinético foi utilizado para avaliar a função muscular
concêntrica do joelho (flexão/extensão) na velocidade de 60°/s. O teste de correlação de Pearson foi utilizado
para analisar a correlação entre pico de torque e os itens do MiniBESTest, com nível de significância de p≤0,05.
Resultados: Foram encontradas correlações entre o pico de torque para o movimento de extensão e flexão do
joelho nos seguintes itens: extensão = 3 “De em uma perna” (r=0,352;p=0,005); 4 “Correção passo para
frente” (r=0,388;p=0,002); 5 “Correção passa para trás” (r=0,401;p=0,001); 6 “Correção passo lateral”
(r=0,358;p=0,005). Flexão= 1 “Sentado para de pé” (r=0,267; p=0,037). Conclusão: A correlação positiva da função
muscular e os itens do MiniBESTest indicam que quanto maior for a pontuação desta ferramenta, maior a
produção de torque articular apresentado pelos idosos. Assim, o treinamento de força para a musculatura da
articulação do joelho pode colaborar com a melhora do equilíbrio funcional em idosos. Esses achados são
importantes, pois testes como o MiniBESTest podem ser amplamente utilizado por profissionais da saúde no dia a
dia na área clínica, e o desempenho apresentado pelos idosos, pode ser utilizado como base para a elaboração de
um programa de exercício físico para idosos.
Palavras-chaves: Controle postural. Equilíbrio. Torque. Força muscular.
Jean Leite da Cruz
Universidade Federal do Espírito Santo,
Centro de Educação Física e Desporto,
BIOMOV
Leonardo Araújo Vieira
Universidade Federal do Espírito Santo,
Centro de Educação Física e Desporto,
BIOMOV
Natalia Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo,
Centro de Educação Física e Desporto,
BIOMOV
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A formação de padrões no jiyu
waza: um estudo piloto
Estefan Gemas Neto
Universidade de São Paulo, LACOM
Rafaela Cindy de Sousa Silva
Universidade de São Paulo, LACOM
Marcos Antônio Mattos dos Reis
Universidade de São Paulo, LACOM
Ricardo Giglio Amadio
Universidade de São Paulo, LACOM
Contextualização: Ao longo das últimas décadas, fenômenos de habilidades motoras têm sido cada vez mais
abordados sob uma concepção sistêmica, incluindo aqueles realizados em contextos de luta. Isso porque tais
fenômenos são caracterizados por interações em forma de oposição em que dois indivíduos buscam a vitória
através da execução de habilidades motoras diversificadas. Mas interações que fogem a esse contexto: o jiyu
waza, da arte marcial aikidô, é uma situação de combate em que um defensor age para não se deixar cercar e,
por conseguinte, ser atingido por diversos atacantes. Objetivo: Compreender como acessar o jiyu waza foi o
objetivo deste estudo piloto. Especificamente, buscou-se verificar como obter medidas espaço-temporais de
interações entre atacantes e entre eles e o defensor. Material e métodos: Para tal, o jiyu waza foi simulado
através do “pega-pega 3x1” em que três pegadores tentavam cercar um indivíduo que, por sua vez, buscava
evitar o cerco. O ambiente foi um tatame com dimensões 8x8x0,30m. Para filmagem, um drone (altura de 7,6m)
com uma câmera embutida (resolução de 1920x1080 e taxa de 60fps) foi utilizado. Os 4 participantes utilizaram
toucas pretas para as análises e foram filmados durante 30s. A partir das filmagens, as coordenadas x e y de
deslocamento de cada participante ao longo dos 1800 quadros foram obtidas através do software Kinovea 0.9.5,
a partir do rastreamento do topo da cabeça dos sujeitos. Por se tratar de um piloto, apenas 10 quadros foram
analisados. Resultados: pode-se obter as seguintes medidas: (i) coordenação interpessoal triangular forma: a
figura geométrica de um triângulo foi utilizada para capturar as interações entre os 3 atacantes, uma vez que eles
cooperam para cercar o defensor, sendo que para isso buscam não permanecer em linha reta. A coordenação
interpessoal dos pegadores assumiu 2 diferentes formas triangulares de acordo com o comprimento dos lados e
dos ângulos, sendo estas um triângulo equilátero (2m x 2m x 2m) e um triângulo escaleno (2m x 1m x 3m); (ii)
coordenação interpessoal triangular área: referiu-se à área dos triângulos encontrados, ou seja, triângulo
equilátero (3,4m) e triângulo escaleno (2,5m); (iii) coordenação interpessoal defensor-atacantes - distância
interpessoal: a distância do defensor relativa ao triângulo formado pelos atacantes possibilitou o acesso aos
desfechos cerco/não cerco. Especificamente, foi possível obter a distância entre o defensor e o centro da linha
limítrofe mais próxima do triângulo formado pelos atacantes. Dessa forma, ao longo dos 10 quadros analisados,
obteve-se uma distância média de 2,4m. Conclusão: Assim, conclui-se que os processos envolvidos na realização
do piloto puderam contribuir para definir o método para investigar o jiyu waza.
Palavras-chave: Interação. Piloto. Lutas. Aikidô. Jiyu waza
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Umberto Cesar Corrêa
Universidade de São Paulo, LACOM
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41
Idosos caidores apresentam uma
lentidão no movimento de
alcançar e pegar o objeto quando
combinado com a tarefa de
ultrapassagem de obstáculos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A capacidade de realizar duas tarefas simultâneas motoras ou cognitivas é comum no
cotidiano, podendo ser considerada um importante fator para a realização das atividades diárias, como por
exemplo, andar e pegar um objeto. Estas duas tarefas quando combinadas exige a interação de múltiplas funções
sensório motoras. As mudanças corporais ocorridas no processo de envelhecimento podem comprometer a
função neuromuscular, levando à diminuição da resposta reflexa. O déficit no controle postural estático e
dinâmico é um dos principais fatores intrínsecos para o risco de quedas em idosos. Ainda, o histórico de quedas
parece influenciar no desempenho da marcha associada à tarefa secundária. A maioria dos estudos investigaram
o padrão locomotor associado a uma tarefa secundária, entretanto, ainda não é totalmente elucidado quais são
as alterações no padrão de movimento da tarefa secundária em idosos com histórico de quedas. Objetivo:
analisar parâmetros de pegar e alcançar durante uma tarefa de ultrapassagem de obstáculo em idosos caidores e
não caidores. Material e métodos: Participaram desse estudo 26 idosos, distribuídos em dois grupos: caidores
(n=13) e o caidores (n=13). Os participantes realizaram duas condições de marcha na velocidade preferida: 1)
Marcha combinada com o movimento de preensão com ultrapassagem de obstáculo; 2) Marcha com
ultrapassagem de obstáculo sem a tarefa de preensão. A tarefa manual foi manipulada de duas formas, a
primeira por meio do objeto posicionado entre duas barras de madeira sendo considerada a preensão difícil e a
segunda deixando o objeto livre sem as barras de madeira, preensão fácil. O sistema utilizado para a análise das
tarefas foi composto por dois diferentes tipos de sensores: Kinect v2 e Leap Motion controller. As variáveis
analisadas do movimento de alcançar foram: tempo de movimento (s), pico de velocidade do punho (m/s) e
instante do pico de velocidade do punho. As variáveis de pegar analisadas foram: pico de abertura entre os dedos
(m/s, instante do pico de abertura entre os dedos, pico de velocidade de abertura entre os dedos (m/s) e o
instante do pico de velocidade de abertura entre os dedos. Resultados: A MANOVA apenas revelou efeito de
grupo. A análise univariada apontou efeito somente para a variável tempo de movimento (F1,10=16,76, p=0,002).
Os idosos caidores (1,30 s) apresentaram maior tempo de movimento quando comparado com idosos não-
caidores (0,95 s). Em relação ao movimento de pegar o objeto, a análise univariada revelou efeito apenas para a
variável instante do pico de velocidade entre os dedos (F1,10=13,46, p=0,003). Os idosos caidores (68,32%)
apresentaram um instante do pico de velocidade entre os dedos maior que idosos não caidores (54,12%).
Conclusão: O histórico de quedas afetou o movimento de alcance e pegar o objeto. Assim, os idosos caidores
apresentaram uma lentidão no movimento de alcance quando combinado a tarefa de ultrapassagem de
obstáculo. Esta lentidão sugere que idosos caidores necessitam de um tempo maior para extrair informações
relacionados ao ambiente para realizar a tarefa manual com sucesso.
Palavras-chaves: Pegar. Idosos. Dupla tarefa.
Nayara Cris Arrivabene
Scheidegger
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Janine Carvalho Valentino
Camargos
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Letícia Munhoz Avellar
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Departamento de Engenharia
Elétrica
Anselmo Frizera-Neto
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Departamento de Engenharia
Elétrica
Natália Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
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42
Estratégias locomotoras em idosos
com histórico de quedas durante a
ultrapassagem de obstáculo duplo
com propriedades visualmente
inferidas
Milena Razuk
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Juliana Amaral da Silva
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Natália Madalena Rinaldi
Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES), Centro de Educação Física e
Desportos (CEFD), Laboratório de Análise
Biomecânica do Movimento (Bio.Mov)
Contextualização: A maioria das quedas na população idosa ocorre durante a locomoção em superfícies
irregulares (buracos e obstáculos). A importância de estudar as estratégias locomotoras na ultrapassagem de
obstáculo é que raramente caminha-se por um percurso sem obstáculos. Além disso, frequentemente somos
confrontados com mais de um obstáculo no caminho e com diferentes propriedades visualmente inferidas (com
percepção de fragilidade). Dentro deste contexto, estudos com obstáculos têm sido utilizados para identificar
mecanismo de controle e as estratégias locomotoras associadas ao risco de quedas. Entretanto, as estratégias
locomotoras em idosos com histórico de quedas durante a ultrapassagem de obstáculos em contextos de maior
exigência da tarefa ainda não estão totalmente elucidadas. Objetivo: Investigar as estratégias locomotoras em
idosos com histórico de quedas durante a ultrapassagem de obstáculo duplo com propriedades visualmente
inferidas. Material e métodos: Participaram 10 idosos com histórico de quedas (69,30 ± 5,73 anos; 161,60 ± 4,90
cm; 71,31 ± 10,68 kg). Os participantes andaram em uma passarela de 9 metros em velocidade auto selecionada,
sendo que na metade do trajeto deveriam ultrapassar com a perna dominante dois obstáculos de espuma com
aproximadamente 15 cm de altura e 8 cm de largura, com distância de 120 cm entre eles. Foram realizadas duas
condições experimentais de ultrapassagem de obstáculo duplo: i) com percepção de fragilidade (obstáculo frágil)
e ii) sem percepção de fragilidade (obstáculo sólido). O obstáculo sólido foi confeccionado por uma única peça,
em contrapartida, o obstáculo frágil foi confeccionado com a mesma dimensão e forma do obstáculo sólido,
porém com duas linhas e quatro colunas de blocos empilhados. Para registro cinemático, marcadores passivos
foram colocados no primeiro e quinto metatarso, face lateral e medial do calcâneo e no topo e na base dos
obstáculos. Duas câmeras digitais (GoPro Hero7 Black) foram posicionadas para visualizar os marcadores. A
reconstrução tridimensional da trajetória dos marcadores foi realizada no software Dvideow. Velocidade e
duração da passada das pernas de abordagem (PA) e de suporte (PS) durante a ultrapassagem foram calculadas.
Foram realizadas duas MANOVAs two-way (propriedade do obstáculo [sólido e frágil] x sequência do obstáculo
[primeiro e segundo]) com medidas repetidas para ambos os fatores. Resultados: A média em cm/s da velocidade
da passada das pernas de abordagem e de suporte foi menor para a condição de obstáculo frágil (PA = 92,7; PS =
87,1) comparado com a condição de obstáculo lido (PA = 98,5; PS = 91,8). A média em segundos (s) da duração
da passada da perna de suporte foi maior para o primeiro obstáculo (145,4) comparado com o segundo obstáculo
(139,3). Conclusão: Os resultados sugerem que as propriedades visualmente inferidas e obstáculos sequenciados
ajudaram a identificar mudanças nas estratégias locomotoras durante a ultrapassagem de obstáculos em idosos
com histórico de quedas. Isso sugere que pode ser utilizado tarefas de ultrapassagem de obstáculos sequenciados
com percepção de fragilidade imposta pelo obstáculo (percebido como instável) como uma ferramenta de
avaliação para a predição do risco de quedas em idosos.
Palavras-chave: queda, obstáculo, idoso
Apoio financeiro: FAPES/CAPES Processo nº 2018/83552820
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43
Controle postural de crianças e
adolescentes diante de ameaça à
estabilidade postural
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Ajustes posturais antecipatórios e reativos são desencadeados por perturbações que desafiam
ou ultrapassam os limites de estabilidade corporal, sendo dependentes da idade e do contexto/previsibilidade
destas perturbações. Situações envolvendo elevação da superfície de apoio provocam alterações nas respostas
posturais em adultos jovens tais como: aumento da frequência média de oscilação corporal, deslocamento
posterior do corpo em direção oposta à borda elevada e estratégia de enrijecimento dos músculos do tornozelo.
Porém, ainda pouca evidência de como a altura elevada altera as respostas posturais de crianças e
adolescentes que se encontram em período de desenvolvimento do controle postural, e se essas populações
utilizam as mesmas estratégias frente à tal situação. Objetivo: O presente estudo buscou caracterizar o efeito da
ameaça postural no controle da postura em de crianças e adolescentes para identificar se os mecanismos que
baseiam suas respostas e as estratégias adotadas se alteram ao longo do desenvolvimento do controle postural.
Material e métodos: Participaram do estudo, 10 crianças (8.06, ±0.69 anos), 10 adolescentes (12.2, ±0.45 anos) e
10 adultos jovens (22.3, ±1.63 anos). Os participantes foram solicitados a permanecer sobre uma plataforma de
força em duas condições de visão: olhos abertos (AO) e olhos fechados (OF), e duas condições de altura da
plataforma: solo (condição de baixa ameaça) e pedestal (condição de alta ameaça - 1.40 metros do chão)
enquanto fixavam (condição OA) ou mantinham a cabeça (condição OF) em direção a uma figura à frente e na
altura dos olhos, durante as tentativas. Os participantes também foram solicitados a responder um questionário
sobre medo de quedas e ansiedade-estado antes e após as condições de baixa e alta ameaça. Análises de
variância foram realizadas para testar as diferenças e interações entre grupos e condições do estudo (p<0.05).
Resultados: Os resultados mostraram que os grupos não apresentaram diferenças significativas nos valores de
amplitude média e frequência média de deslocamento do CoP, nas direções AP e ML. Todos os participantes
aumentaram os valores de frequência média, na direção AP, durante a condição de alta ameaça quando
comparados à condição de baixa ameaça. Na condição OF houve aumento nas oscilações corporais na direção AP,
e frequência média de deslocamento do CoP, nas direções AP e ML, em todos os participantes. Ainda, os
resultados mostraram que todos os grupos se deslocaram para longe da borda da plataforma na condição de OF
em comparação à condição OA. Porém, crianças apresentaram maior deslocamento para trás quando
comparadas aos adultos jovens na condição de alta ameaça, e maior deslocamento na condição de alta ameaça
comparada à de baixa ameaça. Interessantemente, crianças não apresentaram mudanças na ansiedade-estado
durante as condições, mas 60% delas reportaram medo de cair em situações cotidianas. Conclusão: Portanto,
pode-se concluir que as crianças e adolescentes apresentaram comportamento similar aos adultos jovens diante
de ameaça à estabilidade postural. Porém, as crianças tendem a adotar uma postura mais preventiva diante de
situações de altura elevada o que pode estar relacionado ao medo de quedas reportado por elas, indicando que o
estado emocional pode afetar as respostas posturais desta faixa etária.
Palavras-chave: Controle Postural. Estabilidade. Altura elevada. Crianças. Medo de quedas.
Livia Scarparo Ferreira
Departamento de Educação Física (UNESP-
BAURU), Laboratório LIVIA
Lorena de Souza Carmo
Departamento de Educação Física (UNESP-
BAURU), Laboratório LIVIA
Paula Fávaro Polastri
Departamento de Educação Física (UNESP-
BAURU), Laboratório LIVIA
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
44
Tempo de reação de praticantes
de modalidades esportivas de
combate com diferentes níveis de
habilidade
Juliane Pereira Barros
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Izabella Caroline de Sousa Dias
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Rafaela Cindy de Sousa Silva
Universidade de São Paulo,
Escola de Educação Física e Esporte,
LACOM e LABICOM
Contextualização: Modalidades esportivas de combate (MEC) são praticadas em ambientes de alta
imprevisibilidade, requerendo de seus praticantes a capacidade de responder, o mais rápido possível, às
diferentes alterações ambientais. O tempo de reação (TR) consiste no intervalo temporal entre a apresentação de
um estímulo não antecipado e o início de uma resposta motora, envolvendo estágios em seu processamento que
podem ser influenciados por diversos fatores, dentre eles, diferentes níveis de habilidade. Objetivo: Investigar a
influência do nível de habilidade em MEC no desempenho de tarefas de TR. Material e métodos: Foi realizada
uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados Science Direct, Pubmed, Dialnet, Scielo, Semantic
Scholar e em periódicos não indexados, utilizando-se as seguintes palavras-chave e suas traduções: tempo de
reação, artes marciais, esportes de combate e lutas. Como critérios de inclusão foram considerados: estudos
originais com grupos experimentais que incluíssem praticantes de MEC com diferentes níveis de habilidade, sem
restrições quanto aos tipos de TR e tipos de estímulos sensoriais. Resultados: Foram encontrados 13 estudos
publicados entre 1995 e 2019, 12 com delineamento transversal e um longitudinal, envolvendo amostras com
crianças, adolescentes, adultos e idosos, que investigaram tarefas de TR simples (2), de escolha (4), simples e de
escolha (6) e simples e de discriminação (1), em resposta a estímulos visuais (11) e visuais e auditivos (2). Foram
investigadas as MEC: esgrima (2), karatê (3), karatê shotokan, boxe francês, judô, qwan ki do, muay thai,
taekwondo, capoeira e luta greco-romana. O nível de habilidade envolveu a comparação de iniciantes e experts
(7); iniciantes, intermediários e experts (2); idades e anos de graduação (2) não praticantes e praticantes;
intervenção de 1 ano; e colocações em campeonato. Dos estudos que investigaram o TR simples com estímulo
visual (9), três evidenciaram diferença em função do nível de habilidade: crianças judocas apresentaram menor
TR simples visual do que crianças não judocas e adultos; o TR simples visual de karatecas experts foi menor do
que karatecas iniciantes e jogadores de voleibol; houve diminuição do TR simples visual de adultos e idosos após
intervenção de um ano com taekwondo adaptado. Nesse estudo de intervenção também houve redução no TR de
discriminação visual sonoro dos adultos e idosos. Nos estudos de TR de escolha (11) apenas em três não houve
superioridade da prática da MEC em resposta a estímulos visuais, boxeadores e lutadores de Muay Thai experts,
intermediários e iniciantes apresentaram TR de escolha visual semelhante e praticantes de Karatê shotokan mais
graduados foram mais lentos do que os menos graduados. Nos demais estudos (8) o TR de escolha foi menor para
os mais experientes do que para os iniciantes, em resposta a estímulos visuais (6) - esgrima (2), karatê (2), qwan
ki do e luta greco-romana - e visual e sonoro (1) - capoeira. Conclusão: O nível de habilidade em MEC pode
influenciar a redução da latência do processamento da informação, especialmente o TR de escolha, sendo o
desenvolvimento dessa capacidade essencial para o desempenho de habilidades com alta imprevisibilidade
ambiental, assim como as MEC.
Palavras-chave: Capacidade motora. Artes marciais. Comportamento motor.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
45
Toque dinâmico e propriocepção:
uma revisão integrativa da
literatura
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A abordagem ecológica à percepção e ação, inspirada pelos trabalhos de James J. Gibson,
representa uma alternativa não cognitivista à compreensão da percepção háptica. Uma das modalidades desse
tipo de percepção, o toque dinâmico, tem o seu papel na percepção de propriedades exteroceptivas, mais
amplamente conhecido e investigado, principalmente a partir do trabalho seminal de Turvey e Solomon, em
1986. A partir daí, o campo de investigação sobre o toque dinâmico ampliou-se de forma significativa, buscando
entender o papel do toque dinâmico em outras dimensões da relação indivíduo-ambiente, inclusive aquela
relativa às propriedades proprioceptivas. Objetivo: Investigar, através de revisão da literatura, o papel do toque
dinâmico na propriocepção, entendida a partir da abordagem ecológica. Material e métodos: Uma revisão
integrativa da literatura foi conduzida, com levantamentos bibliográficos realizados nas bases de dados PubMed
(MEDLINE), Scopus, Embase, Web of Science e CINAHL. Os termos utilizados ("dynamic touch" OR "effortful
touch" OR "kinesthetic touch" OR "muscle based perception" OR "muscle-based perception”) foram aplicados em
buscas pareadas por duas revisoras, que conduziram, também de forma independente, o processo de seleção dos
títulos e resumos, para posterior análise dos textos completos e inclusão na amostra final. Não foi aplicada
nenhuma restrição quanto à data de publicação ou à língua original do estudo. Como critério de inclusão, adotou-
se a escolha de estudos experimentais que explicitaram como objetivo a investigação da relação entre o toque
dinâmico e a capacidade proprioceptiva. O gerenciamento, extração e síntese dos dados foi realizada utilizando-
se os programas Libre Office e Mendeley. Resultados: Foram identificados 1046 registros durante as buscas nas
bases eletrônicas e após a remoção de duplicatas ficaram registrados 619 estudos. Após a leitura de títulos e
resumos, 20 estudos foram escolhidos para leitura de texto completo, dos quais 6 foram selecionados para
composição da amostra final. Publicados entre 1995 e 2012, todos os estudos que trataram especificamente da
relação entre o toque dinâmico e a capacidade proprioceptiva seguiram o mesmo método experimental,
transversal, centrado na manipulação dos vetores de inércia dos membros superiores através de mudanças na
distribuição de massa de objetos atrelados ao corpo dos participantes. Apenas um dos estudos encontrou
resultados que não corroboraram a hipótese de que os autovetores são os parâmetros físicos que operam como
substrato informacional para a capacidade proprioceptiva. Os resultados dos demais estudos indicaram que a
orientação espacial dos membros dos participantes foi afetada pelas mudanças realizadas sobre o tensor de
inércia, ainda que a magnitude dessa relação não tenha sido tão forte quanto previsto por alguns dos autores.
Conclusão: De modo geral, a hipótese de que a percepção da orientação dos membros ocorre em função da
direção de componentes do tensor de inércia dos membros mais especificamente, os autovetores tem sido
corroborada pelas pesquisas que investigam o papel do toque dinâmico na propriocepção.
Palavras-chave: Propriocepção. Toque dinâmico. Abordagem ecológica.
Maria Caroline da Silva
Universidade Federal do Ceará, Programa
de Pós-Graduação em Fisioterapia e
Funcionalidade, Laboratório de Avaliação
e Intervenção Motora (LAVIM)
Marcela de Castro Ferracioli Gama
Universidade Federal do Ceará, Programa
de Pós-Graduação em Fisioterapia e
Funcionalidade, Laboratório de Avaliação
e Intervenção Motora (LAVIM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
46
Efeito agudo da aplicação
bandagem elástica nos parâmetros
do andar de pacientes com doença
de Parkinson
Pedro Luiz Gonçalves
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências Programa de
PósGraduação em Ciências do Movimento,
(LEPLO)
Diego Orcioli-Silva
Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Ciências Aplicadas (LAFAE)
Vinicius Cavassano Zampier
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências Programa de
PósGraduação em Ciências do Movimento,
(LEPLO)
Victor Spiandor Beretta
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências - (LEPLO)
Contextualização: A expectativa de vida vem aumentando e com o envelhecimento da população, ocorre o
aumento das doenças neurodegenerativas, sendo uma delas a doença de Parkinson (DP). A (DP) é uma doea
neurodegenerativa caracterizada pela presença de sintomas motores e de déficits na integração das informações
somatossensoriais, que geram comprometimentos no andar e na qualidade de vida. Um método utilizado para
estimular o sistema somatossensorial é o método Kinesio taping (KT), que consiste na aplicação de uma fita elástica
na pele, gerando estimulação tátil dos mecanorreceptores que auxiliam na ativação muscular. Objetivo: O objetivo
deste estudo foi comparar os efeitos agudos da aplicação KT em indivíduos com DP. Material e métodos: Após
aprovação pelo comitê de ética local (parecer 3936), 13 pacientes com DP idiopática participaram do estudo
duplo-cego, placebo, controlado, cruzado, com comprometimento leve a moderado da doença e perda leve da
sensibilidade protetora plantar (24,26±5,57). Os pacientes foram submetidos a dois tipos de aplicações da
bandagem: Aplicação KT e Aplicação Placebo (PL). O parâmetro espaço-temporal do andar foi avaliado em
velocidade preferida (velocidade) pelo GAITRite®, antes (Momento 1: M1) e após trinta minutos de aplicação da
bandagem (Momento 2: M2). A aplicação foi realizada em ambos os pés (corte em I). Na análise estatística foi
empregada MANOVA com medidas repetidas no último fator (Aplicação x Momento). Resultados: A estatística não
revelou interação entre os fatores (Aplicação x Momento Wilks’ Lambda= 0,642 [F(1,23) = 1,113; p=0,405, ɳ2 =
0,358]), nem efeito principal de Aplicação (Wilks’ Lambda= 0,807 [F(1,23) = 0,477; p= 0,855, ɳ2= 0,193]). Porém,
apontou diminuição de efeito principal de Momento (Wilks’ Lambda= 0,447 [F(1,23) = 2,479; p=0,058, ɳ2 = 0,553])
para a variável velocidade da passada (M1: 117,57±17,54; M2: 115,78±19,24, F(1,23) = 4,320; p = 0,049), indicando
redução da velocidade após aplicação da bandagem. Os resultados demonstram que independente da aplicação, KT
ou PL, a bandagem não é capaz de proporcionar efeito positivo na velocidade da passada de pacientes com DP. Isto
pode ter ocorrido devido ao déficit sensorial plantar (sensibilidade tátil) apresentado pelos pacientes, que dificulta
o reconhecimento de texturas e possivelmente a correta interpretação do estímulo. Sugere-se novos estudos que a
aplicação seja feita muscular e não sensorial. Conclusão: Conclui-se que a bandagem funcional não é efetiva para
melhorar os parâmetros espaço-temporais do andar de pacientes com DP após 30 minutos de aplicação.
Palavras-chave: Locomoção. Bandagem elástica. Doença de Parkinson.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências Programa de
PósGraduação em Ciências do Movimento,
(LEPLO)
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Manaus - AM
47
Pacientes com doença de
Parkinson são capazes de acoplar
sinergicamente os movimentos
oculares e a oscilação postural
para melhorar a oscilação corporal
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A oscilação corporal e a visão integram-se para garantir tarefas simultâneas e objetivos
ambientais. Dessa forma, prejuízos no controle da oscilação corporal e/ou nos movimentos oculares podem
afetar o controle postural, principalmente no caso de pessoas com doença de Parkinson (DP), que apresentam
uma instabilidade postural importante. Neste sentido, estudos anteriores determinaram que movimentos
sacádicos oculares podem reduzir a oscilação corporal, até mesmo em indivíduos com DP. Com isso, a
investigação dessa associação torna-se essencial no desenvolvimento de estratégias para melhorar a estabilidade
postural de pessoas com DP, diminuindo o risco de quedas nessa população. Objetivo: Comparar o controle
postural entre pessoas com DP e indivíduos saudáveis durante situações de movimentação sacádica e fixação do
olhar, em duas condições de apoio diferentes. Material e métodos: Participaram do estudo 10 indivíduos com DP
e 10 indivíduos saudáveis, todos com 60 anos ou mais. Os participantes foram posicionados em pé, descalços,
sobre uma plataforma de força e com um alvo (ponto vermelho em um monitor com fundo branco a 1m) a sua
frente. Três tarefas visuais foram solicitadas: 1) fixação (fixar o olhar no alvo); 2) movimentos oculares sacádicos
horizontais (capturar o alvo da direita para a esquerda); 3) movimentos oculares sacádicos verticais (capturar o
alvo de cima para baixo). Cada tarefa era feita com os pés em posição bípede e, posteriormente, em posição
tandem, compondo um bloco. No total, foram realizados dois blocos de seis tentativas, com intervalo de 30
segundos entre elas. À partir da coleta de dados, foi realizada uma análise postural, com as seguintes variáveis do
centro de pressão: a) deslocamento antero-posterior; b) deslocamento médio-lateral; c) velocidade média
antero-posterior; d) velocidade média médio-lateral; e) raiz quadrada média (RMS) antero-posterior, f) raiz
quadrada média (RMS) médio-lateral, g) áreas do centro de pressão. Além disso, foi feita uma análise dos dados
visuais, onde foram medidos o número de fixações, a duração da fixação e a latência média, para cada tentativa.
Todo o processamento dos dados foi feito no Matlab. Resultados: Quando comparados ao grupo saudável, os
indivíduos com DP oscilaram mais posturalmente, com maior deslocamento e velocidade do centro de pressão
antero-posterior e maiores valores de RMS antero-posterior e área total, também referentes ao centro de
pressão. O mesmo aconteceu durante a base de suporte tandem. No entanto, apesar disso, durante os
movimentos sacádicos horizontais, todos os sujeitos demonstraram menor deslocamento do centro de pressão
antero-posterior e RMS antero-posterior, caracterizando um melhor controle postural. Conclusão: Para as
variáveis analisadas, referentes à oscilação do centro de pressão, indivíduos com DP apresentam valores maiores,
quando comparados ao grupo controle, ou seja, oscilaram mais, o que piorou com uma base de apoio tandem.
Neste sentido, os movimentos sacádicos horizontais mostraram uma oscilação menor, mesmo em sujeitos com a
doença. Deste modo, conclui-se que, apesar da doença, sujeitos com DP são capazes de associar os movimentos
sacádicos ao controle postural, a fim de melhorar sua oscilação postural.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Controle Postural. Movimentos sacádicos oculares.
Iramaia Salomão Alexandre de
Assis
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Lucas Simieli
Faculdade Estacio de Sá- Ribeirão Preto;
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Sergio Tosi Rodrigues
Universidade Estadual Paulista
(UNESP)Bauru, Departamento de
Educação Física, Laboratório de
Informação, Visão e Ação (LIVIA)
Paula Fávaro Polastri Zago
Universidade Estadual Paulista
(UNESP)Bauru, Departamento de
Educação Física, Laboratório de
Informação, Visão e Ação (LIVIA)
Fabio Augusto Barbieri
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
48
A dificuldade da tarefa dupla
cognitiva durante o andar com
desvio de obstáculo afeta
similarmente idosos com doença
de Parkinson e saudáveis
Julia Raquel Corradini
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Lucas Simieli
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Luís Felipe Itikawa Imaizumi
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Julia Pilon
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Contextualização: Uma tarefa cognitiva concomitante prejudica o andar em idosos com doença de Parkinson.
Porém, ainda existe uma lacuna na literatura sobre o nível de dificuldade da tarefa cognitiva que pode alterar ou
não os parâmetros espaço-temporais do andar. Ainda, como a dificuldade da tarefa cognitiva modula a atividade
cortical durante o andar com desvio de um obstáculo é pouco explorada. Objetivo: Diante disso, o objetivo deste
estudo foi investigar o efeito da dificuldade da tarefa cognitiva realizada concomitante com o andar com desvio
de um obstáculo nos parâmetros espaço-temporais e na atividade cortical em idosos com doença de Parkinson.
Material e métodos: Treze idosos com DP (grupo-DP) e seus pares neurologicamente sadios (GC) foram
instruídos a caminhar sob uma passarela (8,5m x 3,5m) e desviar de um obstáculo (0,35m x 1,3m). Os
participantes realizaram três tentativas do andar sem tarefa cognitiva concomitante e três tentativas do andar
com tarefa cognitiva concomitante para cada uma das condições (i.e., tarefa fácil; tarefa moderada e tarefa
difícil), que foram aplicadas de ordem randômica. Foram coletados os parâmetros cinemáticos (Vicon Motion
System® com 10 câmeras - 100 Hz), sendo calculado o comprimento, largura, duração, velocidade do passo e o
tempo em duplo suporte, e a atividade cortical (EEG - eegosportstm, ANT Neuro, Enschede, Netherlands -
1024Hz), sendo analisada a power spectral density (PSD) nas seguintes bandas de frequência: teta (θ): 4–7 Hz;
alfa (α): 8-12 Hz e beta (β): 13-30 Hz, para as regiões de interesse: frontal, motora, parietal e occipital. A análise
dos parâmetros ocorreu em dois momentos: fase de aproximação e fase de desvio. ANOVAs com fator para grupo
e condição (pareado) foram calculadas (p<0,05). Resultados: O GC apresentou maior comprimento do passo
(ANOVA: F1,25 = 5,18, p<0,03) e tempo em duplo suporte (ANOVA: F1,25 = 7,15, p<0,01) comparado ao grupo-
DP. Ainda, o grupo DP apresentou maior potência espectral na onda teta na região occipital (ANOVA: F3,48 =
8,553, p<0,02) e parietal (ANOVA: F3,48 = 6,757, p<0,02) comparados ao grupo controle. A ANOVA também
indicou efeito principal para tarefa. Nas condições sem tarefa cognitiva, os participantes apresentaram maior
comprimento (F3,75= 6,176; p= 0,001) do passo quando comparado a tarefa moderada (p= 0,003) e difícil (p=
0,002) na fase de aproximação, e maior velocidade do passo (F3,75= 2,996; p= 0,03) comparada a tarefa fácil (p=
0,01) na fase de desvio. Nas condições com tarefa cognitiva moderada, os participantes apresentaram maior
potência espectral na onda alfa da região parietal (F3,48 =10,114, p<0,05) comparadas às todas as outras
condições. Conclusão: Os resultados sugerem que a presença de uma tarefa cognitiva (independente do nível de
dificuldade) exige adaptações e ajustes locomotores em idosos com DP e saudáveis. Ainda, parece influenciar a
atividade cortical em idosos com DP, o que pode ser um mecanismo compensatório para lidar com os danos
subcorticais causados pela doença.
Palavras-chaves: Locomoção. Tarefa cognitiva. doença de Parkinson.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Fabio Augusto Barbieri
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
49
Electrocortical activity prior to
predictable and unpredictable
stimuli requiring a motor response
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: Many daily life situations require fast and accurate motor responses. Moreover, in some of these
situations it is possible to extract some spatial-temporal regularities, making the world less chaotic and
unpredictable. The ability to extract spatial-temporal regularities is paramount for the efficient orientation of our
attention. However, due the high energetic cost demanded by this processing of these all information, it may be
not possible that each usual motor responses could require similar levels of attention to the completely
unpredictable ones. Nonetheless, although the relation between attentional control and the ability of extracting
spatial-temporal regularities can modulates motor response, the nature of this relation is still unknown. The
fronto-central slow-wave known as the contingent negative variation (CNV) is an electroencephalographic
measure related to the ability of the motor system to extract space-temporal regularities to produce a motor
response. Aim: This study aimed to investigate the levels of electrocortical activity prior to predictable and
unpredictable stimuli in a motor control and the association of CNV levels. Material and methods: Seventeen
participants performed a task that consisted in removing the right index finger from the space bar as fast as
possible after the stimulus appearance. All participants performed under both a predictable (PC) and an
unpredictable (UC) context. Results: The results also indicated a stronger association between response quality
and CNV levels under the PC than under the UC. The trial-by-trial unpredictability may have produced effects
similar to those under the PC, resulting in similar CNV levels. However, the use of this mechanism under the UC
was suboptimal to motor performance.
Keywords: Motor Control. Attention. Motor Learning.
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
Tércio Apolinário-Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM)
Enzo Bianchi Cosme
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
Cristiane Junqueira
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
50
O medo de quedas está associado
com o medo da COVID-19 em
idosos
Thaís Müller Batagliotti
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto (EEFERP), Laboratório de
Biomecânica e Controle Motor (LaBioCoM)
Renato de Moraes
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto (EEFERP), Laboratório de
Biomecânica e Controle Motor (LaBioCoM)
Contextualização: Dado que as pessoas, tendo uma percepção da sua saúde fragilizada, podem potencializar o
medo relacionado à COVID-19, este estudo analisou a relação entre a percepção das capacidades funcionais e o
medo de queda com o medo da COVID-19 em mulheres e homens idosos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi
investigar a relação entre a percepção da capacidade funcional e o medo de quedas com o medo da COVID-19 em
mulheres e homens idosos. Material e métodos: Participaram do presente estudo trinta idosos, na faixa etária
entre 60 e 75 anos, divididos em dois grupos: mulheres (n=15) e homens (n=15). Para avaliar a capacidade
funcional dos idosos foram aplicados dois questionários: Escala de Independência em Atividades da Vida Diária
(Escala de Katz) e Escala de Atividades Instrumentais da Vida Diária (Escala AIVD). Para o medo de quedas, foram
aplicados dois questionários: Escala de Confiança no Equilíbrio em Atividades Específicas (Escala ABC) e Escala de
Eficácia de Quedas Internacional Brasil (FES-I-Brasil). Por fim, foi aplicada a Escala de Medo da COVID-19.
Foram realizados testes t para amostras independentes e testes de Mann-Whitney para comparar o resultado
entre homens e mulheres para cada um dos questionários. Foram realizados também testes de correlação de
Spearman entre a Escala de Medo da COVID-19 e as demais escalas para identificar a associação entre a
capacidade funcional e o medo de quedas com o medo da COVID-19. Resultados: Houve uma diferença
significante entre homens e mulheres nas escalas de medo da COVID-19 (p=0,015), ABC (p=0,001) e FES-I-Brasil
(p=0,003). As mulheres relataram maior medo da COVID-19, menor confiança para realizar as atividades do dia a
dia conforme avaliado pela Escala ABC e maior medo de quedas do que os homens. Além disso, notou-se
correlação significante entre o medo da COVID-19 e a confiança no equilíbrio na Escala ABC (r=-0,548; p=0,002) e
na eficácia de quedas na FES-I-Brasil (r=0,466; p=0,009). O medo da COVID-19 associou-se com uma pior
confiança no equilíbrio e um maior medo de quedas. Conclusão: Com esses dados, pode-se concluir que
diferença entre homens e mulheres na autopercepção das suas funcionalidades. Além disso, o medo da COVID-19
está relacionado com uma piora na percepção de equilíbrio funcional e medo de quedas em idosos, o que sugere
uma percepção de maior vulnerabilidade para quem tem mais medo de quedas.
Palavras-chave: Capacidade funcional. Medo de queda. COVID-19. Idosos.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
51
Controle sinérgico da altura do pé
durante a fase de balanço no
andar em esteira em diferentes
velocidades
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O controle da altura do pé durante a fase de balanço é importante para o sucesso no andar. Os
ângulos de diversas articulações dos membros inferiores de balanço e apoio e pelve nos planos sagital e frontal
afetam a altura do nessa fase. Qualquer variação destes ângulos poderia alterar a altura do e causar um
tropeço. Porém, o sistema nervoso central (SNC) age de forma sinérgica para manter a estabilidade da altura do
pé por meio da “compensação de erros”. O SNC modifica um ou mais ângulos para compensar o erro gerado pelo
desvio angular em uma ou mais articulações. Quando o SNC controla determinada variável de desempenho, a
variabilidade dos elementos motores (i.e., ângulos articulares) é maior que a variabilidade da própria variável de
desempenho (SV elementos motores > SV variável de desempenho). Anteriormente, foi observado que a
variância da trajetória mediolateral do pé (variável de desempenho) foi menor do que a soma da variância dos
elementos motores. Isso ocorre, pois parte da variância desses elementos motores não afeta a variável de
desempenho. Essa variância, chamada de V
UCM
ou variância boa, é importante para garantir a flexibilidade contra
possíveis perturbações (e.g., surgimento de obstáculo inesperado) e permitir que outras variáveis de
desempenho sejam controladas simultaneamente utilizando-se os mesmos elementos motores. Contrariamente,
outra parte da variância dos elementos motores interfere no desempenho da tarefa, aumentando a variabilidade
da variável de desempenho. Essa variância é chamada de variância ruim ou V
ORT
. A diferença entre V
UCM
e V
ORT
é
definida como índice de sinergia (ΔV) e se V
UCM
>V
ORT
e ΔV>0, podemos afirmar que o SNC estabiliza aquela
variável de desempenho. Material e métodos: Neste estudo, avaliamos como os ângulos articulares (co)variaram
para estabilizar a altura do na fase de balanço em 23 adultos durante o andar em esteira. A V
UCM
, V
ORT
e o ΔV
foram calculados quadro a quadro durante a fase de balanço (0-100%) utilizando os valores de ângulos articulares
da perna de balanço (dominante) e de suporte (não-dominante) (GL=13) durante o andar em esteira em 3
velocidades: auto-selecionada (100%), lenta (70%) e rápida (130%). A fase de balanço foi dividida em 4 quartos e
a média de cada uma dessas variáveis dependentes foi calculada dentro desses quartos. Resultados: Os
resultados revelaram V
UCM
>V
ORT
e ΔV>0 em todos os quartos, independente da velocidade. ΔV foi maior no 3º (50-
75%) e menor no (25-50) quarto da fase de balanço. No quarto o VUCM foi o maior e o VORT foi o menor.
No quarto é onde o passa mais próximo ao solo. Ainda, ΔV reduziu linearmente com o aumento da
velocidade do andar. Isso ocorreu graças a um aumento do VUCM e diminuição do VORT com o aumento da
velocidade. Conclusão: Concluindo, o SNC controla as articulações de forma sinérgica para garantir a estabilidade
da altura do na fase de balanço. Porém, a força dessa sinergia é maior no momento em que o passa
próximo do solo e diminui com o aumento da velocidade do andar.
Palavras-Chave: Variabilidade. Controle. Coordenação. Sinergia.
Financiamento: Projeto Regular FAPESP (#2020/11317-9), Bolsa de Iniciação Científica, CNPq
Verônica Amaral do Nascimento
Graduação em Fisioterapia
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cruzeiro do Sul
Paulo B. de Freitas
PPG Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cruzeiro do Sul
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
52
Investigação da relação entre
competência motora e o índice de
Massa Corpórea (IMC) em adultos
jovens – um estudo preliminar
Marcos Antônio Silva Ávila
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João Del Rei,
DCEFS, GECOM
Pedro Leonel Rodrigues da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM – PIIC/UFSJ
Lívia de Paula Bianco
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM
Contextualização: Tem sido proposto que a competência motora (CM), entendida como a qualidade da
coordenação na produção de habilidades motoras, está relacionada a parâmetros de saúde como a qualidade do
peso corporal. No estudo da CM em adultos jovens, a qualidade do peso é indicada pela quantidade de gordura
corporal. Entretanto, esta é uma variável de difícil acesso uma vez que necessidade de equipamentos e
técnicas especiais para ser obtida. Uma possibilidade mais simples seria através do Índice de massa corpórea
(IMC), mas a sua adequação deve ser verificada. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi investigar a
relação entre CM e IMC em adultos jovens. Secundariamente, verificamos a influência das variáveis componentes
do IMC: peso e altura. Material e métodos: Participaram deste estudo 09 adultos (21,2+2,0 anos) de ambos os
sexos. Para verificar a CM foram executadas 5 tentativas do teste de levantar a partir da posição supina (LPS). O
participante ficava deitado na posição supina sobre um tatame de EVA e levantava o mais rápido possível após
um beep específico. Ao levantar, o participante tocava com a mão dominante um anteparo de madeira colocado
a aproximadamente 60cm à sua frente alinhado com o braço dominante e à altura do ombro. As tentativas foram
filmadas a 60fps e a análise dos vídeos foi realizada com o software Kinovea®. O IMC foi calculado como:
IMC=m⁄h², (m = massa do participante em kg; h = altura do participante em metros com duas casas decimais).
Para medição da massa e altura foi usada uma balança clínica com estadiômetro embutido. Variáveis: Tempo
para levantar no LPS (desempenho) cronometrado no próprio Kinovea® entre o primeiro movimento observável
do pescoço e o participante tocar o anteparo de madeira. Padrão de movimento LPS - avaliado conforme
protocolo específico e transformado em score para permitir análise. O IMC, a massa e altura do participante.
Análises: Foi realizada uma correlação de Pearson entre cada um dos indicadores de CM (tempo e padrão) e o
IMC e seus componentes (p < 0,05). Resultados: Não houve correlações significativas. Tempo x IMC: r = 0,30; p =
0,43; Tempo x altura: r = -0,12; p = 0,77; Tempo x peso: r = 0,13; p = 0,74; Padrão x IMC: r = -0,59; p = 0,09; Pado
x altura: r = 0,21; p = 0,59; Padrão x peso: r = -0,29; p = 0,45. Conclusão: Apesar das interações não terem atingido
significância, a relação entre IMC e padrão de movimento ficou em nível moderado com significância marginal. A
continuidade das investigações permitirá obter resultados mais assertivos, inclusive para discutir possíveis
diferenças de variáveis intervenientes quando a CM é expressa pelo desempenho ou pelo padrão de movimento.
Peso e altura de forma isoladas parecem não influenciar a CM.
Palavras-chave: Competência Motora. Teste de levantar a partir da posição supina. Índice de Massa Corporal.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
53
Relação entre padrão de
movimento e tempo de execução
da tarefa de levantar a partir da
posição supina (LPS) uma
investigação inicial
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A competência motora (CM), entendida como a qualidade da coordenação na produção de
habilidades motoras, tem sido foco de investigações atuais. A qualidade da coordenação se refere mais
diretamente ao padrão de movimento. Entretanto, alguns estudos têm investigado a CM a partir do
produto/desempenho da ação. Essa consideração é razoável, mas considerando que um mesmo desempenho
pode ser obtido por padrões diferentes, é importante verificar a relação entre esses dois elementos nas tarefas
utilizadas para que haja uma investigação consistente da CM seja por processo ou produto. Objetivo: O propósito
deste estudo foi investigar a relação entre padrão de movimento e o desempenho no teste de levantar a partir da
posição supina (LPS). Secundariamente, investigamos o uso do tempo médio ou do melhor tempo (mínimo).
Material e métodos: A tarefa utilizada foi o teste de levantar a partir da posição supina (LPS). Participaram deste
estudo 09 adultos (21,2+2,0 anos) de ambos os sexos. Para executar o LPS o participante ficava deitado na
posição supina sobre um tatame de EVA e era instruído e incentivado a levantar o mais rápido possível após um
beep específico. Ao levantar, o participante deveria tocar com a mão dominante um anteparo de madeira
colocado a aproximadamente 60 cm à sua frente alinhado com o braço dominante e à altura do ombro. Foram
executadas 5 tentativas que foram filmadas (60 fps) para análise posterior. A análise dos vídeos foi realizada com
o software Kinovea®. Variáveis: Tempo para levantar (desempenho) cronometrado no próprio Kinovea® entre o
primeiro movimento observável do pescoço e o participante tocar o anteparo de madeira. Padrão de movimento-
avaliado conforme protocolo específico. Por ser numérico e sequencial, o padrão de movimento foi transformado
em score para permitir a análise. Análises: Foi realizada uma correlação de Pearson com coeficientes de
correlação e determinação (r e r
2
) entre os tempos para levantar (mínimo e média das 5tt) e o score do padrão (p
<0,05). Resultados: A correlação entre ambos os tempos e o padrão foi alta e negativa. Melhor tempo x Padrão: r
= -0,83; r
2
= 0,68; p < 0,006. Tempo médio x Padrão: r = -0,83; r
2
= 0,69; p < 0,006. Conclusão: Os resultados nesta
primeira etapa de investigação sugerem que no LPS uma correspondência significativa entre o padrão e o
desempenho (tempo) da ação tanto para a média do tempo em um conjunto de 5tt ou o melhor tempo.
Consequentemente, tanto o padrão quanto o desempenho poderiam ser usados como variáveis indicadoras de
CM. Adicionalmente, o padrão proposto como sequência desenvolvimentista no LPS parece refletir bem um
padrão coordenativo eficiente para a tarefa. A continuidade das investigações permitirá a obtenção de resultados
mais assertivos.
Palavras-chaves: Competência Motora. Teste de levantar a partir da posição supina. Supine to stand task. Padrão
de movimento. Desempenho Motor.
Pedro Leonel Rodrigues da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM, PIIC/UFSJ
Marcos Antônio Silva Ávila
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM - Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Lívia de Paula Bianco
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João Del Rei,
DCEFS, GECOM
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54
Investigação da relação entre
competência motora e
flexibilidade em adultos jovens
estudo preliminar
Pedro Leonel Rodrigues da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM-PIIC/UFSJ
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João Del Rei,
DCEFS, GECOM
Marcos Antônio Silva Ávila
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM - Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Lívia de Paula Bianco
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM
Contextualização: A competência motora (CM), entendida como a qualidade da coordenação na produção de
habilidades motoras, parece estar relacionada ao condicionamento físico (CF). A flexibilidade é um dos aspectos
do CF e não tem sido encontrada relação significativa entre ela e a CM em população adulta jovem. Uma das
possibilidades pode ser que a tarefas usadas para investigar CM requeiram pouca amplitude de movimento. Além
disso, os estudos têm investigado a CM a partir do produto/desempenho da ação, e considerando que um mesmo
desempenho pode ser obtido por padrões diferentes, pode ser que a relação entre flexibilidade e CM seja melhor
observada a partir de uma análise direta do padrão de movimento na habilidade motora. Objetivo: O propósito
deste estudo foi investigar a relação entre CM e a flexibilidade em adultos jovens em uma tarefa com ampla
movimentação corporal. Material e métodos: Participaram deste estudo 09 adultos (21,2+2,0 anos) de ambos os
sexos. Para verificar a CM foram executadas 5 tentativas do teste de levantar a partir da posição supina (LPS). O
participante ficava deitado na posição supina sobre um tatame de EVA e levantava o mais rápido possível após
um beep específico. Ao levantar, o participante tocava com a mão dominante um anteparo de madeira colocado
a aproximadamente 60 cm à sua frente alinhado com o braço dominante e à altura do ombro. As tentativas foram
filmadas (60 fps) para análise posterior. A análise dos vídeos foi realizada com o software Kinovea®. A
flexibilidade foi inferida pelo teste de sentar e alcançar (TSA), sendo executadas 3 tentativas e o melhor resultado
utilizado na análise. Variáveis: Tempo para levantar no LPS (desempenho) cronometrado no próprio Kinovea®
entre o primeiro movimento observável do pescoço e o participante tocar o anteparo de madeira. Padrão de
movimento LPS- avaliado conforme protocolo específico e transformado em score para permitir a análise.A
distância (cm) alcançada no TSA foi usada como indicadora da flexibilidade. Análises: Foi realizada uma correlação
(r) de Pearson entre o desempenho no TSA e o tempo para levantar, e a correlação de Spearman entre o TSA e o
score do padrão (Membros superiores-mmss, Membros inferiores-mmii, Axial e Global) (p <0,05). Resultados:
Não houve correlações significativas. TSA x tempo: r=-0,02; TSA x mmss: r = -0,09; TSA x mmii: r = 0,26; TSA x
axial: r = -0,08; TSA x padrão global: r = 0,14. Conclusão: Os resultados nesta primeira etapa de investigação
sugerem que a flexibilidade é uma capacidade que não apresenta relação significativa com a CM para seja a partir
da análise do desempenho ou do padrão de movimento. Uma possibilidade é que em condições ou em
populações que apresentem características mais extremas de flexibilidade, por exemplo em idosos, a relação se
manifeste. A continuidade das investigações permitirá a obtenção de resultados mais assertivos.
Palavras-chave: Competência Motora. Teste de levantar a partir da posição supina. Supine to stand task. Padrão
de movimento. Desempenho Motor.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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55
Características sociodemográficas
como fatores preditores da
motivação para busca de
incrementos na performance em
corredores de rua
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Nos últimos anos observou-se um crescimento na quantidade de corredores de rua a nível
internacional. No contexto brasileiro, dados de dois dos principais eventos de corrida de rua nacionais indicam
um incremento no número de participantes entre os anos de 2007 a 2015, sendo a busca pela melhora da saúde
e qualidade de vida um dos principais fatores associados a esse aumento. Entretanto, fatores socioeconômicos e
envolvimento no treinamento, podem condicionar diferenças no perfil dos corredores e na motivação para a
prática. Objetivo: Verificar os fatores sociodemográficos associados à busca pelo incremento da performance, em
corredores de rua brasileiros. Material e métodos: O estudo apresenta um design transversal, composto por
1097 corredores de rua não-profissionais (61,8% homens) de todos os estados brasileiros e participantes do
Projeto InTrack. Características sociodemográficas (sexo; idade; nível econômico) e informações referentes à
motivação para a prática (saúde ou performance) foram obtidas a partir de um questionário online. Categorias de
análise foram criados para a idade (18-29 anos; 30-39 anos; 40-49 anos; 50-59 anos; ≥60 anos) e nível econômico
(≤R$998,00; >R$998,00; ≤R$2994,00; >R$2994,00; ≤R$4990,00 e >R$4990,00). Análise de regressão logística
binária foi realizada, considerando a motivação para a corrida de rua como variável dependente, e as
características socioeconômicas como possíveis fatores preditores. As análises foram realizadas no SPSS 26,
adotando p<0,05. Resultados: A média de idade foi 38,08±9,41 anos, massa corporal de 70,9±12,6 kg e índice de
massa corporal que os classifica como normoponderal (24,3±3,20 kg.m²). A análise de regressão indicou que os
homens apresentam duas vezes mais chance de buscar a performance como fator motivacional (OR=2,09; 95%CI=
1,53-2,87). O aumento do nível econômico e da idade indicam uma redução nas chances da performance ser
apontada como principal motivação para a prática da corrida de rua (OR= 0,74; 95%IC = 0,62-0,86 e OR=0,75;
95%IC= 0,65-0,86, respectivamente). Conclusão: Sujeitos mais jovens e com menor nível econômico podem
indicar maiores chances de se envolverem na prática sob a perspectiva competitiva, o que implica em considerá-
los frente às suas especificidades e objetivos.
Palavras-chave: Corrida de rua. Motivação. Performance.
Mabliny Thuany
Faculdade de Desporto, Universidade do
Porto
Douglas Vieira
Universidade Federal de Sergipe,
Departamento de Educação Física
Thayse Natacha Gomes
Universidade Federal de Sergipe,
Departamento de Educação Física
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Manaus - AM
56
Relação entre atividade física e
comportamento sedentário com o
desempenho em corredores de
rua recreacionais
Mabliny Thuany
Faculdade de Desporto, Universidade do
Porto
Douglas Vieira
Universidade Federal de Sergipe,
Departamento de Educação Física
Thayse Natacha Gomes
Universidade Federal de Sergipe,
Departamento de Educação Física
Contextualização: A inatividade física é um dos principais problemas de saúde pública existentes a nível global.
Ao longo dos últimos anos, as práticas de atividade física realizadas em ambiente outdoor têm ganhado
notoriedade entre a população, sobretudo a corrida de rua, visto que é considerada acessível e democrática.
Objetivo: verificar a relação existente entre prática de atividade física semanal, comportamento sedentário e
performance em corredores de rua não profissionais. Material e métodos: O trabalho apresenta um design
transversal, realizado com 35 homens, corredores de rua, residentes no estado de Sergipe. Como critérios de
inclusão foram considerados: se autodenominarem corredores de rua não profissionais, comparecer ao local para
realização dos testes. Mulheres e indivíduos com idade inferior aos 18 anos não foram considerados no estudo.
Informações sobre o tempo sentado, tempo de tela e nível de atividade física foram obtidos através do
questionário IPAQ-versão curta. A performance foi avaliada através do ritmo de corrida (tempo gasto em minutos
para percorrer cada quilometro), calculado através de resultado obtido em teste de campo (Weltman 3200m).
Através desses resultados obteve-se uma estimativa do Vo
2Pico
. Análise de correlação de Spearman foi realizada
para verificar a relação existente entre os indicadores de atividade física e comportamento sedentário com o
Vo
2Pico
e ritmo de corrida. Todas as análises foram realizadas no Software SPSS 26.0, adotando-se p<0,05.
Resultados: o grupo estudado apresenta média de idade de 36,8±11,7 anos, massa corporal de 69,4±12,0 kg e
ritmo de corrida médio de 5:00min/km. Os participantes indicaram despenderem ≈79min e ≈18min em atividade
física e comportamento sedentário ao longo da semana, respectivamente. Os resultados da correlação de
Spearman indicam a existência de correlação direta e positiva entre a duração da atividade física semanal e o
Vo
2Pico
(r = 0,37; p=0,04; = 0,136). Para as demais variáveis não foram evidenciadas correlações significativas.
Conclusão: Os resultados reforçam o potencial da atividade física para melhora da aptidão cardiorrespiratória.
Palavras-chave: Saúde. Corrida de rua. Aptidão cardiorrespiratória.
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57
“Proficiência motora em escolares
com e sem atividade
extracurricular no município de
Poá”
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O nível de atividade física e a proficiência motora de crianças têm ficado abaixo do
recomendado e esperado. Para minimizar estes problemas, diversas ações envolvendo atividade extracurricular
têm sido implementadas. Embora aumente o nível de atividade física, pouco é conhecido sobre o impacto na
proficiência motora de crianças envolvidas em atividades extracurriculares. Objetivo: Assim, o objetivo desse
estudo foi examinar a proficiência motora de crianças participantes e não participantes de um programa de
atividade extracurricular da cidade de Poá. Material e métodos: Cento e trinta e uma crianças, com idade entre 6
e 12 anos, 59 envolvidas em um programa de atividade extracurricular oferecido em 2 aulas por semana,
realizaram o teste Athletic Skills Track-AST-1 para diagnóstico da proficiência na realização das habilidades
motoras fundamentais. Crianças repetiram o circuito com as 10 tarefas do AST-1, repetindo o mesmo 3 vezes,
sendo o tempo total de cada circuito obtido por um experimentador. O menor tempo foi a considerado para
análise. Resultados: Os resultados indicaram que o tempo para realizar o AST-1 do grupo participante das
atividades extracurriculares foi menor do que do grupo que não realiza atividade extracurricular. Para ambos os
grupos, o tempo das meninas foi maior do que o observado para os meninos. Conclusão: Estes resultados
indicam que crianças envolvidas em atividades extracurriculares apresentam melhor proficiência motora,
sugerindo que atividades extracurriculares deveriam ser disponibilizadas para minimizar os impactos da falta de
atividade física de crianças. Ainda, o envolvimento de meninas nas atividades extracurriculares deveria ser
enfatizado almejando aumentar a proficiência motora.
Palavras-chave: Proficiência motora. Vida ativa. Crianças.
Marlon Magnon Valdevino Leite
Professor de Educação Básica da
Prefeitura da Estância Hidromineral de
Poá
José Angelo Barela
Departamento de Educação Física e
Instituto de Biociência, Universidade
Estadual de São Paulo, Rio Claro, Brasil
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58
Transtorno do desenvolvimento
da coordenação-TDC: estudo de
caso
Nayara Christine Souza
Universidade Estadual de Campinas,
Educação Física, LAFEA
José Irineu Gorla
Universidade Estadual de Campinas,
Educação Física, LAFEA
Jessica Reis Buratti
Universidade Estadual de Campinas,
Educação Física, LAFEA
Karina Santos Guedes de Sá
Universidade Estadual de Campinas,
Educação Física, LAFEA
Contextualização: O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM-5, agrupa os diversos tipos de
transtornos que afetam o desenvolvimento infantil, na categoria do Transtorno do Neurodesenvolvimento, são
caracterizados por um conjunto de condições que se originam no início do período do desenvolvimento, e se
destacam quando a criança ingressa na escola, caracterizados por ficits no desenvolvimento que variam desde
limitações na aprendizagem até prejuízos globais, provocando atrasos cognitivos, sociais e práticos em diversos
graus e especificidades. Os Transtornos do Neurodesenvolvimento, engloba por exemplo o Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação- TDC. O TDC está descrito entre os transtornos mais comuns em crianças e
adolescentes em idade escolar, com prevalência de 5 e 6%, caracterizados por atraso no desenvolvimento das
habilidades motoras, com impactos significativos nas atividades de vida diária e escolares. Bem como
consequências nos aspectos emocionais e sociais, influenciando na socialização, autoestima, autocompetência.
Nesse sentindo, por se sentirem menos competentes em suas habilidades motoras, diminuem o interesse pela
prática de atividade física. A utilização de testes motores validados permite avaliar e identificar alterações
motoras e possíveis atrasos. Objetivo: Identificar sinais de TDC em uma criança de 7 anos de idade. Material e
métodos: Trata-se de um estudo de caso, com uma criança do nero masculino de 7,9 anos de idade. Os pais
responderam o Questionário de Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (DCDQ-BR) comparando a
coordenação motora da sua criança com de outras da mesma idade, a criança também realizou o teste de
coordenação corporal Körperkoordination Test für Kinder (KTK). Resultados: A criança totalizou 35 pontos no
questionário DCDQ com indicação ou suspeita de TDC, em relação ao teste motor KTK obteve insuficiência na
coordenação. Conclusão: A identificação da dificuldade motora e possível sinais do TDC permite realizar uma
intervenção específica a partir das reais necessidades da criança, com estratégias precisas e adequadas.
Palavras-chave: Transtorno do Neurodesenvolvimento. Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação.
Coordenação Motora.
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59
Relação entre velocidade
segmentar e desempenho em
habilidades motoras usadas no
estudo de Competência Motora
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Contextualização: A competência motora (CM), entendida como a qualidade da coordenação na produção de
habilidades motoras fundamentais (HMF), tem sido objeto atual de investigações. Uma das formas propostas
para se inferir a CM é através do desempenho em habilidades motoras fundamentais (ex. Velocidade da bola no
chute, distância de salto, velocidade de arremesso). De fato, a melhor coordenação permite melhor cinemática
do segmento (ex. velocidade do pé) que é transferida para a bola. Entretanto, o desempenho (ex. velocidade da
bola) pode ser influenciado por outras variáveis como a qualidade do contato com a bola. Assim, escolher a
variável de análise mais adequada, talvez seja importante para verificar o nível de correlação entre o
desempenho com a cinemática do segmento. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi investigar a relação
entre a velocidade segmentar final obtida em HMFs usadas no estudo de CM e o desempenho em cada uma
delas. Material e métodos: Participaram deste estudo adultos de 19 a 26 anos de ambos os sexos. Foram
executadas 5 tentativas das HMF salto horizontal (n=10), chute (n=9) e arremesso por cima do ombro (n=10). As
tentativas foram filmadas a 60fps e a análise cinemática foi realizada com o software Tracker. Variáveis: Salto:
Velocidade de saída, obtida a partir da velocidade do tornozelo no último momento de contato com o solo, e
distância do salto dividida pela altura do participante (DS), posição do marcador do tornozelo na posição inicial e
na aterrissagem. Chute: velocidade do tornozelo no primeiro momento de contato com a bola (VC), e velocidade
da bola nos 100ms após o contato. Arremesso: velocidade da mão no momento de soltura da bola, e a velocidade
da bola nos 100ms após a soltura. Análises: Foi realizada uma correlação de Pearson entre as variáveis obtidas em
cada HMF, ex.: Velocidade de saída no salto e distância de salto (p < 0,05). Resultados: Todas as interações foram
significativas e positivas. Salto: r = 0,46; p = 0,005; r
2
= 0,21. Chute: r = 0,44; p = 0,008; r
2
= 0,19; Arremesso: r =
0,82; p = 0.001; r
2
= 0,68. Conclusão: Apesar das correlações terem sido significativas, apenas no arremesso ela
atingiu nível alto. No chute e salto, foi apenas de nível moderado e o coeficiente de determinação baixo. Isso
sugere a necessidade de continuidade nas investigações, pois os resultados levantam questão sobre a escolha da
variável para indicar a qualidade da coordenação na produção de HMFs. Estes foram apenas resultados
preliminares. A continuidade das investigações permitirá a obtenção de resultados mais assertivos.
Palavras-chave: Competência Motora. Habilidades Motoras Fundamentais. Desempenho motor.
Marcos Antônio Silva Ávila
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Mayra Claudiane de Carvalho
Firmiano
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Pedro Leonel Rodrigues da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM PIIC/UFSJ
Brenner Ottero Macedo
Universidade Federal de Minas Gerais,
EEFFTO, GEDAM
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João Del Rei,
DCEFS, GECOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
60
Indicativo de Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação
em crianças quilombolas do baixo
Rio Amazonas
Marques da Silva Carvalho
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Jose Felipe Alfaia Barbosa
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Raniel Gama Freitas
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Rayssa Lima Guerreiro
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Contextualização: O transtorno do desenvolvimento da coordenação (TDC) está classificado como um dos
transtornos do neurodesenvolvimento de causa ainda desconhecida que interfere significativa e persistentemente
no desempenho das atividades de vida diária (AVD), com impacto sobre a produtividade acadêmica/escolar,
atividades pré-profissionais, profissionais e de lazer. Objetivo: Este projeto teve como objetivo identificar crianças
quilombolas com indicativo de TDC a partir de um dos critérios do DSM-5. Material e métodos: A amostra foi
composta por 36 escolares de ambos os sexos, na faixa etária de sete a 10 anos de idade, matriculadas nas escolas
municipais de Barreirinha/AM, localizadas em três comunidades quilombolas, Matupiri, São Pedro e Ituquara.
Utilizamos como instrumento de triagem do TDC um questionário anamnese e a Movement Assessment Battery for
Children - Second Edition (MABC-2). Foi encaminho para a SEMED envelopes contendo o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido e o questionário anamnese para que a secretária encaminhasse às escolas das comunidades com
a orientação de que os professores dos escolares auxiliassem os responsáveis no preenchimento dos documentos.
A equipe pesquisadora, após quinze dias corridos, foi às comunidades para a realização das avaliações nos
escolares devidamente autorizados. Resultados: Foram avaliados 36 escolares (27 meninos), destes, 13,9%
meninos apresentaram risco de TDC e 19,4% provável TDC (8,3% meninos - 11,1% meninas). Essas prevalências são
superiores às mencionadas na literatura, o que é preocupante, no entanto, o presente estudo verificou apenas um
dos critérios diagnósticos do TDC. Conclusão: Alta prevalência de TDC foi observada em escolares quilombolas.
Sugere-se que futuros estudos atendam aos demais critérios diagnósticos do TDC para confirmação da real
prevalência do TDC nesta população.
Palavras-chave: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Escolares. Quilombola.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Roseane Oliveira do Nascimento
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
61
Does performance in specific
motor tests discriminate the
selection of young basketball
players?
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: The basketball game is composed of intermittent short and intense actions of sprinting, jumping,
and changing directions requiring a good level of physical fitness, strength, and motor coordination. Specific
basketball task tests to assess players' motor tasks and performance are commonly used in research and applied
contexts to distinguish between-athletes variations. In this study, we considered athletes engaged in structured
basketball programs of Santa Catarina, supervised by Federação Catarinense de Basketball (FCB). Aim: We
examined whether performance in basketball-specific tasks was sensitive to distinguish between female and male
young players selected or not selected to represent the state team that competed at national-level competitions.
Furthermore, we adjusted our estimations to the influence of accumulated training experience in basketball and
chronological on basketball-specific tasks. Material and methods: This sample comprised 172 young basketball
players (female, n = 73; male n = 99) aged 14.5 and 18.5, competing in under-16 and under-18 age groups. We
grouped players by sex and competitive level (players from club-level and state-level, i.e., those selected for the
Santa Catarina team competing at a national competition). In addition, we considered the following basketball-
specific tasks: the countermovement jump without arms (CMJ) as a measure of lower body muscle power, the
Line-Drill test (LD) as a measure of agility ability and anaerobic performance, and the 20 m Sprint as a measure of
speed. Finally, we modeled the variation on the basketball-specific task between players by competitive level,
adjusting for chronological age and accumulated experience by fitting multilevel regression models using a fully
Bayesian approach. Results: There was substantial variation in the basketball-specific tasks by sex and older
players had better jumping and sprint performance. Also, there was a trend of more experienced players showing
a better performance in the LD, although variation was large, suggesting a conservative interpretation. There was
no substantial variation between players by competitive level. Conclusion: Although basketball-specific tests are
commonly used to interpret players' performance, older players performed better. The specific motor tasks were
not sensible to distinguishing athletes by competitive level, independent of sex. The tasks used may be insensitive
to distinguish players by competitive level, or the variation in the competitive level in the present sample may be
small. On the other hand, the tasks were sensitive to players' differences in chronological age and training
experience, suggesting that other factors had more weight on coaches' decisions in selecting players for the state
team.
Keywords: Youth basketball. Motor skills assessment. Deliberate practice.
André L. A. Soares
Univerisdade Federal de Santa Catarina,
Centro de Desportos, GEFD
Ahlan B. Lima
Univerisdade Federal de Santa Catarina,
Centro de Desportos, GEFD
Kauana Possamai
Univerisdade Federal de Santa Catarina,
Centro de Desportos, GEFD
Humberto M. Carvalho
Univerisdade Federal de Santa Catarina,
Centro de Desportos, GEFD
Caio G. Miguel
Univerisdade Federal de Santa Catarina,
Centro de Desportos, GEFD
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
62
O uso de escalas por
fisioterapeutas na avaliação
sensório-motora e funcional de
crianças e adolescentes com
deficiência visual:
Uma revisão sistemática
Danilo Cortes Angelo
Mestrando pela Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
Karina Pereira
Docente pela Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
Suraya Gomes Novais Shimano
Docente pela Universidade Federal do
Triângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
Contextualização: Avaliar o desenvolvimento e desempenho motor é um aspecto importante para a reabilitação
de crianças e adolescentes com deficiência visual, por meio de uma atenção precoce seguida de um
planejamento do tratamento terapêutico, com intervenções que busquem prevenir ou reduzir os
comprometimentos sensório-motores e funcionais nessa população. Objetivo: Foi realizada uma revisão com o
objetivo de analisar e sintetizar as escalas e ferramentas de avaliação utilizadas pelos fisioterapeutas na avaliação
sensorial-motora e funcional de crianças e adolescentes com deficiência visual. Material e métodos: O estudo foi
registrado na base de dados International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO) conduzido por
meio da seguinte questão norteadora: Quais escalas/instrumentos estão sendo utilizados por fisioterapeutas na
avaliação sensório-motora e funcional de crianças e adolescentes com deficiência visual? A pesquisa buscou
referências de estudos indexados nas bases de dados Cochrane Library, Lilacs/Medline, PEDro, Pubmed, Scielo e
Web of Science. Os critérios da qualidade metodológica foram avaliados de acordo com o desenho do estudo:
transversais e caso-controle: Escala de Loney; longitudinais: Newcastle Ottawa Quality Assessment Scale Cohort
Studies (NOS) e ensaios clínicos: Physiotherapy Evidence Database (PEDro). Resultados: Foram identificadas 552
amostras nos estudos revisados, sendo que dessas, pertenciam à população com deficiência visual, 302 crianças
na faixa etária de zero a 12 anos de idade e 38 adolescentes entre 12 e 18 anos. As 212 amostras restantes eram
crianças que pertenciam a população sem deficiência visual. Com isso, notou-se que os indivíduos adolescentes,
inseridos nas análises dos estudos revisados, faziam parte apenas do grupo com deficiência visual. Na revisão
foram identificadas escalas com maior enfoque motor do que sensorial, considerando que 13 instrumentos são
de avaliação motora para avaliar os comprometimentos físicos e funcionais dessa população e três escalas são de
avaliação sensorial para analisar os comprometimentos na orientação e percepção sensitiva desses indivíduos. A
revisão evidenciou que as escalas/instrumentos utilizados por fisioterapeutas para avaliação das habilidades
sensório-motoras e do desempenho funcional de crianças e adolescentes com deficiência visual tem sido mais
empregadas na faixa etária escolar e, também como é o ambiente que essa população está inserida, bem como a
influência da qualidade e da quantidade dos estímulos oferecidos à ela para obtenção de melhores respostas de
suas habilidades. Conclusão: Conclui-se que as escalas utilizadas nos estudos tiveram maior análise no aspecto
motor do que sensorial em crianças e adolescentes com deficiência visual, sendo possível observar que a
avaliação sensório-motora tem sido amplamente empregada de forma distinta, ao contrário de uma verificação
singular e concisa. Entretanto, é meritório considerar a relevância de investigar a presença de deficiências
motoras e sensoriais nesta população, uma vez que as funcionalidades destes indivíduos consistem na
estruturação de seus aspectos sensório-motores.
Palavras-chave: Criança. Adolescente. Deficiência visual.
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XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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63
Composição corporal e
coordenação motora de escolares
durante o período de isolamento
social causado pela pandemia de
COVID-19
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A prevalência da obesidade em crianças e adolescentes tem triplicado nas últimas duas décadas.
Considerada uma doença crônica não transmissível, a obesidade é um fator de risco importante que afeta de forma
demasiada a qual idade de vida e o desenvolvimento infantil. Objetivo: O objetivo deste projeto de pesquisa é
investigar a composição corporal (CC) e a coordenação motora (CM) de escolares durante o isolamento social
causado pela pandemia do COVID19. Material e todos: A amostra foi formada por escolares, de ambos os sexos,
na faixa etária de sete a 11 anos de idade da cidade de Parintins/AM. Utilizamos como instrumento de triagem do
TDC o Developmental Coordination Disorder Questionnaire Brasil (DCDQ-B) e para a avaliação da composição
corporal aferimos o peso e a estatura para obtermos o Índice de Massa Corporal (IMC). O delineamento consistiu
em quatro fases: 1) Contatos inicial com a Secretária de Educação (SEDUC), para obtenção da autorização para
realização da pesquisa em escolas da rede de ensino; 2) Contato com os gestores das escolas para obtenção da
autorização para realização da pesquisa na escola local da pesquisa; 3) Envio de envelope aos responsáveis
contendo o DCDQ-B e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE); 4) Recolhimento dos envelopes com os
documentos preenchidos e assinados. Resultados: A amostra foi composta por 140 crianças na faixa etária de sete
a 11 anos (50,7% meninos), destes, 0,71% das crianças apresentam desnutrição, 14,29% sobrepeso e 15,71%
obesidade. No controle durante o movimento, nas habilidades motoras finas e de escrita, nas habilidades motoras
grossas e de planejamento, bem como na coordenação motora global, os escolares com sobrepeso e obesidade
apresentaram desempenhos inferiores aqueles com CC dentro da normalidade. Conclusão: Durante esse período
pandêmico, podemos observar alta prevalência de escolares com sobrepeso e obesidade e estes apresentaram
baixo desempenho na coordenação motora. Sugere-se que futuros estudos analisem também o nível de atividade
física e busque intervir para que a baixa competência motora e o sobrepeso e a obesidade não interfiram na
qualidade de vida desses escolares.
Palavras-chave: Crianças. Coordenação motora. Obesidade. Sobrepeso. Pandemia. COVID-19.
Rayssa Lima Guerreiro
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação sica,
GESCCOM
José Felipe Alfaia Barbosa
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Marques da Silva Carvalho
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Kamily Batista Ribeiro
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
Roseane Oliveira do Nascimento
Instituto de Ciências Sociais, Educação e
Zootecnia da Universidade Federal do
Amazonas, Curso de Educação Física,
GESCCOM
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Impactos do Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação
nas habilidades acadêmicas de
crianças
Wellerson Ferreira dos Santos
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Departamento de Educação
Física e Desportos, NIPEDI
Raphael Teixeira de Almeida
Ramos
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Departamento de Educação
Física e Desportos, NIPEDI
Ricardo de Almeida Pimenta
Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, Departamento de Educação
Física e Desportos, NIPEDI
Contextualização: Trata-se de um estudo de revisão realizado de forma preliminar para embasar o estudo de
intervenção intitulado “Efeitos de programas de intervenção motora nas habilidades acadêmicas de crianças”.
Objetivo: A presente revisão tem como objetivo melhor entender as relações entre o Transtorno do
Desenvolvimento da Coordenação (TDC) e as Habilidades de acadêmicas em crianças. Com isso, o presente
estudo visa avaliar os impactos do TDC nas habilidades de aprendizagem acadêmicas. Material e métodos: Para a
busca dos artigos foram usadas as bases Medline/Pubmed e Scielo. Os descritores foram organizados e utilizados
nas bases conforme: ("developmental coordination disorder" OR "Motor Skills Disorders") AND (learning OR
academic OR "academic achievement" OR "Specific Learning Disorder" OR "Learning Disabilities") AND (child).
Para a seleção dos artigos, foram aplicados os critérios de inclusão: Artigos publicados em revistas científicas,
estudos clínicos, estudos de caso e estudos observacionais, publicados nos últimos cinco anos (2017 2022), em
português e inglês, e estudos com crianças (6 12 anos). Foram consideradas habilidades acadêmicas: leitura,
escrita e/ou matemática. Foram selecionados 13 artigos. Após a leitura dos títulos e resumos, 6 foram usados
para as análises. Resultados: Como resultado, os estudos analisados apontam que o TDC tem um impacto
negativo nas atividades cotidianas e no desempenho acadêmico em crianças, principalmente devido a estreita
relação das habilidades de aprendizagem motoras e cognitivas. Quando comparadas, as crianças com TDC
apresentaram desempenho acadêmico inferior ao das crianças com desenvolvimento típico. Os artigos afirmam
que o desempenho inferior de crianças com TDC foi semelhante avaliações de inteligência, linguagem,
desempenho acadêmico, velocidade de processamento, percepção visual e habilidades motoras, especialmente
as finas. Quanto ao sexo, os meninos com TDC performaram pior em habilidades de alfabetização e
numeramento. Ainda, pode-se observar que as crianças com TDC apresentam habilidades de percepção visual
significativamente inferiores, sendo que essas, associadas a destreza manual influenciam negativamente o
desempenho acadêmico, especialmente na aprendizagem em matemática. Os artigos também destacam o
impacto dos fatores de risco como o nascimento prematuro ou pós-termo na função motora e cognitiva. Quanto
a intervenção, os estudos afirmam a melhora no desenvolvimento das habilidades motoras e de aprendizagem,
especialmente relacionadas a integração viso motora, facilitando os processos de escrita. Os estudos ainda
apontam para a interação com as novas tecnologias presentes nas aprendizagens, mostrando a relação entre o
aspecto motor e o cognitivo no planejamento e resolução de problemas mediados por realidade virtual.
Conclusão: Como conclusão, os resultados apresentados mostram a estreita relação entre os aspectos motores e
cognitivos com impactos observados do TDC nas habilidades de aprendizagem acadêmicas de crianças.
Palavras-chave: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Aprendizagem. Habilidades motoras.
Habilidades acadêmicas. Crianças.
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Validação da Escala do
Desenvolvimento Motor adaptada
para crianças com baixa visão dos
7 aos 10 anos de idade
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A baixa visão é uma alteração na função visual que pode influenciar nas condições de saúde da
criança e exigir adaptações no ambiente em que ela se encontra. O uso de instrumentos validados, para crianças
com deficiência visual, por exemplo, é fundamental para uma avaliação consistente e ideal para o
acompanhamento no desenvolvimento motor dessas crianças. Objetivo: Partindo disso, o objetivo deste estudo é
validar a Escala de Desenvolvimento Motor adaptada para crianças com baixa visão dos sete aos dez anos de idade,
e verificar sua validade convergente e divergente com outro instrumento já adaptado e também validado para essa
mesma população, a Movement Assessment Battery for Children-2. Material e métodos: o estudo caracteriza-se
como um trabalho de validação, do qual está aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa em Seres Humanos, da
Universidade Federal do Triângulo Mineiro, sob o protocolo 4.397.737/2020. Para tanto, serão utilizados os
instrumentos que são adaptados para crianças brasileiras com deficiência visual, a Escala de Desenvolvimento
Motor e a Movement Assessment Battery for Children-2, com o intuito de avaliar crianças baixa visão, de ambos os
sexos, dentro da faixa etária dos sete aos dez anos de idade, matriculados em escolas regulares ou institutos
especializados em educação para crianças com deficiência visuais, a fim de obter validade dos dados para esta
população. Para isso, serão verificadas as propriedades psicométricas da Escala de Desenvolvimento Motor
adaptada com a escala Movement Assessment Battery for Children-2 também adaptada e, posteriormente será
feita a análise de sua validade convergente e divergente. Resultados: O estudo segue em andamento, com análise
de seus resultados. Com isso, seu processo de validação se concretizará na contribuição de instrumentos adaptados
para crianças com baixa visão. Permitindo aos profissionais da saúde e da educação maior propriedade na avaliação
do desenvolvimento motor dessa população. Nesse sentido, inúmeras famílias serão beneficiadas e terão a
oportunidade de ajudar as crianças durante seu desenvolvimento, permitindo elas terem melhores condições de
suas habilidades motoras e funcionais, garantindo equidade de oportunidades de aprendizado de qualquer
natureza (escolar, social, etc.) e ganhos de autonomia e qualidade de vida para essa população. Portanto, espera-se
obter a validação da Escala de Desenvolvimento Motor adaptada para crianças com baixa visão, a fim de auxiliar no
processo de avaliação e reabilitação motora desta população.
Palavras-chave: Desenvolvimento Motor. Validação. Baixa Visão.
Danilo Cortes Angelo
Mestrando pela Universidade Federal do
Trângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
Karina Pereira
Docente pela Universidade Federal do
Trângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
Suraya Gomes Novais Shimano
Docente pela Universidade Federal do
Trângulo Mineiro (UFTM), Fisioterapia
Aplicada
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66
Comparação do Tempo de Reação
de Idosos em Diferentes
Complexidades da Tarefa
Cristiane Alves Martins
Marco Túlio Silva Batista
Rodolfo Novellino Benda
Contextualização: A redução da velocidade de processamento está relacionada, dentre alguns fatores, com
alterações neurofisiológicas e funcionais do sistema nervoso central e também estão associadas aos efeitos do
envelhecimento. Uma forma clara de observar esse contexto é investigando o Tempo de Reação (TR), que se
torna mais lento por causa desses fatores. Outro fator que afeta o TR é a complexidade das tarefas, que pode ser
entendida pelo número de graus de liberdade envolvido, em que situações mais complexas exigem maior
exigência de processos de tomada de decisão, o que pode tornar o tempo de reação mais lento. Objetivo: Assim,
o objetivo do presente estudo foi comparar o TR de idosos em uma tarefa com diferentes níveis de complexidade.
Material e métodos: A amostra foi composta por 43 idosos de ambos os sexos, ativos fisicamente com idade
média de 69,91±3,64 anos. Para testar o TR, foi utilizado o equipamento Controle de Tempo de Reação e
Movimento (CTRM). A tarefa consistiu em realizar seis tentativas, o mais rápido possível, após o acendimento do
diodo (estímulo para iniciar), em duas complexidades da tarefa. A mais simples consistiu em retirar a bola de
tênis do recipiente 1 e colocá-la no recipiente 4, enquanto a mais complexa exigia que o participante levasse a
bola dos recipientes 1 para o 4, 2 para o 5 e 3 para o 6. O tempo de reação correspondia ao intervalo entre o
acendimento do diodo e retirada da bola de tênis do primeiro recipiente. Todos os participantes realizaram as
duas tarefas, mas alterou-se a tarefa de início entre os participantes. Excluiu-se a melhor e a pior tentativa de
cada participante para realização das análises. O Test t pareado foi realizada na comparação do TR entre as
tarefas. Resultados: Não verificou-se diferença do TR entre as tarefas mais simples (378±61ms) e mais complexa
(403±110ms) [t42=0,278 p=0,732]. A partir dos resultados obtidos, é possível afirmar que o aumento da
complexidade da tarefa, através dos graus de liberdade, não alterou significativamente o TR dos idosos. Esse
achado pode ser explicado de algumas formas, como pela natureza da tarefa, especialmente por não se tratar de
um TR de escolha e pela idade dos idosos. Talvez um estudo que investigue a complexidade da tarefa com idosos
de diferentes faixas etárias possa trazer mais informações sobre essa temática. Conclusão: Assim, a complexidade
da tarefa não afetou significativamente o TR de idosos.
Palavras-chave: Tomada de Decisão. Complexidade da Tarefa. Envelhecimento.
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Caracterização das oportunidades
de estímulo no ambiente
doméstico de bebês com
risco/atraso do desenvolvimento
motor
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O ambiente onde a criança está inserida é um dos fatores mais importantes para o pleno
desenvolvimento motor e, por consequência, para o desenvolvimento infantil. Conhecer as características do
ambiente da criança pode contribuir com intervenções e orientações específicas para as necessidades da criança
e sua família. Mesmo crianças com atrasos no desenvolvimento podem se beneficiar de uma avaliação e
intervenção sobre os fatores do ambiente. Objetivo: O objetivo deste estudo é caracterizar as oportunidades do
ambiente doméstico de bebês que apresentaram risco/atraso do desenvolvimento motor. Materiais e métodos:
Os bebês que participaram da puericultura na Coordenadoria de Desenvolvimento Familiar (CDFAM) foram
avaliados segundo a Alberta Infant Motor Scale (AIMS). Dezessete bebês, de 2 a 11 meses de ambos os sexos, que
apresentaram risco/atraso do desenvolvimento motor, e seus cuidadores foram convidados a participar do
Projeto de extensão Intervenção Precoce em Crianças de Risco da Universidade Federal do Ceará. Com o
propósito de oferecer intervenções precoces centradas na família, o projeto se empenha em orientar os
familiares das crianças a oportunizar mais estímulos, dentro do ambiente domiciliar, para o desenvolvimento
motor do bebê, assim como oferta atividades de interação e relaxamento entre o cuidador e a criança. Os
cuidadores dos bebês responderam à Affordances in the Home Environment for Motor Development infant
scale (AHEMD-IS). Os dados obtidos por meio desta escala foram analisados com estatística descritiva e
apresentados com frequência absoluta das respostas encontradas. Resultados: Das 17 crianças do presente
estudo, nenhuma frequentou a creche e 12 morava em casa. Para a maioria das crianças, os pais (8) e as mães (6)
tinham completado o ensino médio. No entanto, 3 pais e 2 mães das crianças participantes não tinham instrução.
No escore total da AHEMD-IS, 7 crianças estavam com oportunidades de estímulo no ambiente domiciliar
consideradas menos do que adequadas. Quanto ao espaço físico, 7 crianças obtiveram 0 na pontuação e apenas 1
criança teve o ambiente classificado como adequado, enquanto o restante teve o ambiente classificado como
menos do que adequado. Para a variedade da estimulação, 3 crianças obtiveram classificação como menos do
que adequado e apenas 3 crianças com classificação excelente. Para motricidade grossa, 7 crianças obtiveram
classificação como menos do que adequado e 1 criança como adequado. Para motricidade fina, 11 crianças
obtiveram classificação como menos do que adequado e 2 crianças obtiveram classificação como adequado.
Conclusões: Dessa forma, ao utilizar a AHEMD, foi possível identificar que o ambiente domiciliar de bebês que
apresentaram risco/atraso do desenvolvimento motor tem ofertado poucas oportunidades de estímulos ao
desenvolvimento motor.
Palavras-chave: Affordance. Dificuldade motora. Desenvolvimento infantil.
Gisleyne de Lima Pinheiro
Universidade Federal do Ceará UFC
LAVIM
Tayná Albuquerque Tabosa
Universidade Federal do Ceará UFC
LAVIM
Marcela de Castro Ferracioli-Gama
Universidade Federal do Ceará UFC
LAVIM
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68
Estudo preliminar de relações
entre Competência Motora e índice
de Massa Corporal (IMC) em
adultos jovens
Mayra Claudiane de Carvalho
Firmiano
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Patrick Costa Ribeiro-Silva
Centro Universitário do Sul de Minas,
UNIS/MG
Marcos Antônio Silva Ávila
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM Bolsista PIBIC/FAPEMIG
Pedro Leonel Rodrigues da Silva
Universidade Federal de São João Del Rei,
GECOM PIIC/UFSJ
Contextualização: A competência motora (CM), entendida como a qualidade da coordenação na produção de
habilidades motoras fundamentais (HMF), parece estar relacionada a parâmetros de saúde como a qualidade do
peso corporal. Em estudos da CM em adultos jovens, têm-se usado a quantidade de gordura corporal por meio de
dobras cutâneas para indicar a qualidade do peso corporal. Entretanto, esta variável requer equipamentos e
técnicas especiais para ser obtida. Uma possibilidade mais simples seria através do Índice de massa corpórea (IMC),
mas a sua adequação deve ser verificada. Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi investigar a relação entre
CM e IMC em adultos jovens. Material e métodos: Participaram deste estudo 10 adultos entre 19 e 26 anos de
ambos os sexos. Para verificar a CM foram executadas 5 tentativas das HMF salto horizontal, chute e arremesso por
cima do ombro. As tentativas foram filmadas a 60fps e a análise cinemática foi realizada com o software Tracker. O
IMC foi calculado como: IMC = m/, (m = massa do participante em kg; h = altura do participante em metros com
duas casas decimais). Para medição da massa e altura foi usada uma balança clínica com estadiômetro embutido.
Variáveis: Salto: distância do salto dividida pela altura do participante (DS). Chute: velocidade do tornozelo no
primeiro momento de contato com a bola (VC). Arremesso: velocidade da mão no momento de soltura da bola. O
IMC. Análises: Foi realizada uma correlação de Pearson entre os indicadores de CM de cada HMF e o IMC (p < 0,05).
Resultados: Não houve correlações significativas, e todas foram muito baixas. Salto x IMC: r = 0,09; p = 0,79; Chute
x IMC: r = 0,07; p = 0,85; Arremesso x IMC: r = 0,11; p = 0,78. Conclusão: Aparentemente, o IMC não seria um
substituto da massa de gordura corporal por meio de dobras cutâneas em estudos de CM. De qualquer forma, esta
é apenas uma investigação preliminar. A continuidade das investigações permitirá obter resultados mais assertivos
a respeito da relação entre CM e IMC.
Palavras-chave: Competência Motora. Índice de Massa Corpórea. Adultos Jovens. Análise cinemática.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João Del Rei,
DCEFS, GECOM
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69
Tempo de atividade física e tempo
de sedentarismo de crianças no
contexto pandêmico da COVID-19
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O engajamento em prática de atividades físicas é recomendável para uma vida saudável.
Quando adotado desde a infância, os benefícios da prática de atividade física são ainda mais importantes e
espera-se que perdurem ao longo de muitos anos. Infelizmente, muitas crianças e adolescente estão
dispendendo tempo em atividades sedentárias, sendo que esse fator se agravou com as medidas de
distanciamento social implementadas com a ocorrência da pandemia de COVID-19. Objetivo: Portanto, o objetivo
do presente estudo foi verificar e comparar o tempo de prática de atividade física e de atividades sedentárias de
crianças e adolescentes antes, durante e após a pandemia de COVID-19. Material e métodos: A amostra contou
com 88 crianças e adolescentes (45 meninas e 43 meninos, idade média 8,91 ± 2,64), da cidade de Poá, que
responderam o questionário Saúdes-Vitória, de forma a verificar o tempo de envolvimento em atividade física
(brincadeira ativa) e o tempo de envolvimento em atividades sedentárias (assistindo televisão, usando celular e
computador e jogando vídeo games). Em um primeiro momento, 28 participantes responderam o questionário
em novembro 2019 (pré pandemia). Em maio de 2020, os mesmos 28 e mais 60 participantes responderam o
questionário (durante pandemia) e, finalmente, em novembro de 2020, 57 participantes responderam
novamente o questionário (pós pandemia). Resultados: Os resultados indicaram que as crianças e adolescentes
mantiveram engajamento em atividade física similar antes, durante e após a pandemia, indicando envolvimento
de 130 minutos/semana em atividades no formato de brincadeiras ativas. Com relação às atividades sedentárias,
foi observado um aumento de 5,8 horas antes da pandemia para 7,8 horas para os períodos durante a após as
medidas de distanciamento social. Ainda, esse aumento em atividades sedentárias ocorreu com o aumento do
uso de celulares que passou de uma hora antes da pandemia para 3 horas durante e após a pandemia, enquanto
que horas assistindo televisão (2,8 horas), usando computador (1 hora) e jogando vídeo games (1 hora) foram
similares antes, durante e após a pandemia. Conclusão: Estes resultados indicam que as medidas de
distanciamento social decorrentes da pandemia COVID-19 agravaram um quadro preocupante de
envolvimento em atividades sedentárias.
Palavras-chave: Atividade sedentária. Atividade física. COVID-19.
Marlon Magnon Valdevino Leite
Professor de Educação Básica da
Prefeitura da Estância Hidromineral de
Poá
José Angelo Barela
Departamento de Educação Física e
Instituto de Biociência, Universidade
Estadual de São Paulo, Rio Claro, Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
70
Desenvolvimento motor e o
transtorno de déficit da natureza
em crianças de 4 a 5 anos
durante a pandemia do COVID-19
Maria Beatriz Silva dos Santos
Instituto Federal de Roraima IFRR
Campus Boa Vista, Acadêmica de
Graduação
Jeisiane de Sousa Galvão
Universidade Federal de Roraima - UFRR,
Acadêmica de Mestrado
Eliana da Silva Coelho Mendonça
Instituto Federal de Roraima - Campus
Boa Vista, Curso de Licenciatura em
Educação Física, GEPEF IFRR
Contextualização: O desenvolvimento motor é um processo que compreende a aquisição das habilidades motoras
que a criança precisa desenvolver ao longo de toda vida que podem ser executadas em diversos ambientes,
principalmente na natureza. Porém, devido o isolamento social foram restringidas as saídas de casa e
consequentemente as brincadeiras ao ar livre e com interação social. Objetivo: Por isso, esta pesquisa possui como
objetivo principal analisar o desenvolvimento motor e o transtorno de déficit da natureza em criança de 4 a 5 anos
durante a pandemia do Covid-19. Material e métodos: Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva. A
amostra estudada foi composta por 10 crianças de 4 a 5 anos, cursando e da Educação Infantil, ambos os
sexos, residentes no município de Boa Vista/RR. Foi utilizado como instrumento para avaliar o desenvolvimento
motor, o MABC-2 teste do ABC do movimento, e para o transtorno déficit da natureza, o questionário Criança e
Meio Ambiente. Resultados: Nos resultados encontrados foi observado que apenas 50% das crianças souberam
responder o que elas pensam quando ouvem a palavra natureza. É possível perceber que a maior parte das
crianças nunca foi ou estiveram em lugares naturais, com isso é evidente que as mesmas podem apresentar o
Transtorno Déficit da Natureza (TDN). As habilidades de destreza manual identificamos o valor de 15,8 para a
média do percentil que se encontra em um parâmetro de risco quanto à habilidade de lançar e receber as crianças
estão dentro de um parâmetro aceitável. No último item desse conjunto de tarefas Equilíbrio Estático e Dinâmico
encontra-se muito abaixo do esperado para sua idade. O desenvolvimento motor apenas 20% das crianças se
encontram dentro da zona verde, sem dificuldade do movimento. Conclusão: Concluímos então que a escola tem
um importante papel para incentivar as crianças a terem um contato direto com a Natureza, abordando não a
Educação Ambiental dentro de sala de aula, mas proporcionando verdadeiros encontros em áreas naturais,
bosques e praças, e as aulas de Educação Física devem ser um meio eficaz para proporcionar o desenvolvimento
motor das crianças.
Palavras-chave: Desenvolvimento Motor. Natureza. Transtorno Déficit da Natureza.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
71
Polimorfismos genéticos da
COMT e do DRD2: associação
com aprendizagem motora
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Existe uma distribuição trimodal da atividade da COMT em populações humanas, devido à
presença de um polimorfismo funcional Val158Met (rs4680) da COMT. Tal polimorfismo afeta a via do metabolismo
dopaminérgico e está relacionado às concentrações de dopamina (DA). Outro polimorfismo genético que também
afeta a via do metabolismo dopaminérgico e está diretamente ligado à sinalização da DA, assim como o da COMT, é
o polimorfismo do DRD2. O polimorfismo genético TaqIA do DRD2 (rs1800497) es relacionado à densidade de
receptores D2 de DA. Estudos apontam a importância de se considerar a interação entre tais polimorfismos
relacionados às concentrações de neurotransmissores (ex., COMT) e aqueles relacionados à densidade de
receptores (ex., DRD2), a fim de se obter uma melhor compreensão do papel do sistema dopaminérgico para
funções cognitivas complexas e para o comportamento motor. Objetivo: Desse modo, o objetivo deste estudo foi
investigar à associação entre os polimorfismos genéticos da COMT e do DRD2 e a aprendizagem motora. Material e
métodos: A amostra consistiu em 42 universitários com idade entre 18 e 40 anos (25,12±5,84 anos), sendo 15
mulheres e 27 homens. Os grupos experimentais se deram em função do resultado do processo de genotipagem,
sendo alocados 9 participantes para o grupo Val-/A1, 5 para o grupo Val-/A1+, 18 para o grupo Val+/A1- e 10 para o
grupo Val+/A1+. A tarefa motora consistiu em realizar uma sequência de movimentos, digitando os números 2, 8, 6
e 4 nos tempos absolutos de 700, 900 e 1.100ms e em um tempo relativo entre as teclas (22.2% de 2 para 8, 44.4%
de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4). Os participantes realizaram 120 tentativas na fase de aquisição e 12 tentativas em
cada teste de aprendizagem (transferência 1 e 2), que foram realizados 24 horas após a fase de aquisição, com os
tempos absolutos de 900 e 1.300ms, respectivamente. As variáveis dependentes avaliadas foram os erros absoluto
e relativo. Resultados: Os principais resultados indicaram que os erros absoluto e relativo diminuíram ao longo da
fase de aquisição, mas não houve diferença entre os grupos. Nos testes de transferência 1 e 2 não foram
encontradas diferenças significativas entre os grupos para nenhuma das variáveis avaliadas. Conclusão: Os achados
encontrados não suportaram a hipótese de que diferentes combinações entre genótipos levariam à distintos níveis
de aprendizagem. Considerando os estudos na área da genética, é possível que o número de participantes alocados
em cada grupo tenha sido insuficiente para detectar diferenças significativas para as variáveis analisadas. Além
disso, a diferença do número de participantes entre os grupos se apresentou como uma limitação. Estudos futuros
que pretendam investigar a combinação de polimorfismos genéticos e aprendizagem motora devem buscar uma
amostra representativa para cada combinação de genótipos.
Palavras-chave: Diferenças individuais. Genética. Aprendizagem Motora.
Bárbara de Paula Ferreira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Cristiani Junqueira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Sara Edith Souza de Assis Leão
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Nathálya Gardênia de Holanda
Marinho Nogueira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
72
Instrumento de avaliação do
jogador de futebol: um estudo
de validação
Luís Eduardo Malvezzi Nunes
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências, LABORDAM
Cynthia Yukiko Hiraga
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Instituto de Biociências, LABORDAM
Contextualização: O Instrumento de Avaliação do Jogador de Futebol (IAJF) é um instrumento de avaliação do
desempenho do jogador que leva em conta as condições nas quais cada ação é realizada pelo jogador. O principal
pressuposto é considerar que as ações de cada jogador em um jogo de futebol podem ou não sofrer a pressão do
adversário, a depender da tática de cada equipe, condições técnicas dos jogadores, entre outros aspectos. O IAJF
destaca-se por ser um método de avaliação dentro do contexto de jogo que permite uma análise ecológica.
Objetivo: O presente estudo busca examinar a confiabilidade do instrumento de avaliação do jogador de futebol
que analisa as habilidades técnicas do futebol (passe, recepção, finalização e drible) realizadas pelos jogadores
durante uma partida. Material e métodos: O procedimento para examinar a confiabilidade do IAJF envolveu três
universitários que servirem de avaliadores para uso do IAJF. Os avaliadores passaram por uma etapa de
treinamento para usar o IAJF que consistiu de quatro sessões de 50 minutos. Após o treinamento, os avaliadores
realizaram análise de vídeo do jogo pontuando a ação de cada jogador conforme instruções do IAJF. Dois jogos da
Copa do Mundo de 2014 foram usados para validar o instrumento. A confiabilidade inter-avaliadores e intra-
avaliador quanto ao uso do IAJF foram calculados pelo índice de concordância de Kappa. Resultados: Os resultados
do índice de concordância de Kappa para cada ação do jogo e incluindo todas as ações do jogo em uma análise
variaram entre moderada (0,41 a 0,60), boa (0,61 a 0,80) e excelente (0,81 a 1,0). Os resultados demonstram boa
reprodutibilidade quanto ao uso do IAJF, que esses coeficientes refletem a extensão em que diferentes
avaliadores julgaram as ações com relativa similaridade. Os resultados para fidedignidade intra-avaliador variaram
entre boa (0,61 a 0,80) e excelente (0,81 a 1,0). Conclusão: Em conjunto, os resultados do presente estudo indicam
que os critérios estabelecidos no IAJF apresentam clareza suficiente para que qualquer avaliador que tenha
recebido treinamento para seu uso possa usá-lo de modo conciso.
Palavras-chave: Esporte. Avaliação. Desempenho.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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73
Interferência contextual na
doença de Parkinson: uma
revisão
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Contextualização: Indivíduos com doença de Parkinson (DP) possuem déficits na automaticidade
e na geração interna de movimentos, que envolve um circuito disfuncional (área motora suplementar-núcleos da
base). No entanto, pode-se existir um recrutamento compensatório de um circuito preservado (córtex pré-motor-
cerebelo) e indivíduos com DP necessitam recrutar redes de atenção mesmo no estágio automático. A Interferência
Contextual (IC), particularmente o contexto de prática variada aleatória, pode provocar maior envolvimento de
movimentos guiados externamente e recrutamento de recursos atencionais. A prática variada aleatória está
envolvida no processamento sensorial e nos recursos atencionais envolvidos na coleta de informações e na
varredura visual, associada à atenção para as características visuais da tarefa, na busca de um processamento
detalhado do estímulo, bem como feedback visual gerado pelo movimento. Além de contribuir para a maior
atividade em áreas corticais do lobo frontal envolvidas no planejamento e na execução das habilidades e, para um
maior esforço cognitivo. Os achados em relação à prática variada aleatória são de estudos que investigaram
indivíduos saudáveis, será que a IC, em particular essa forma de estruturar a prática, favoreceria a formação de um
padrão bem definido de movimento e a capacidade de adaptá-lo às demandas do contexto e, consequentemente à
aprendizagem motora de indivíduos com DP? Objetivo: Desse modo, o objetivo do presente estudo foi revisar e
sintetizar estudos que investigaram o efeito de interferência contextual em indivíduos com doença de Parkinson.
Material e métodos: A preparação e o relatório desta revisão foram realizados de acordo com as diretrizes
estabelecidas pelo PRISMA. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed, ISI Web of Science e
Scopus. Foram adotados como critérios de inclusão: artigos que investigaram o efeito de interferência contextual
em indivíduos com doença de Parkinson, entre 1997 e 2022 e publicados em inglês. Foram excluídos artigos de
revisão, estudos de caso e de opinião e estudos que não forneceram descrições detalhadas de seus procedimentos.
Resultados: Encontrou-se um total de 11 artigos e destes foram selecionados quatro estudos que cumpriram os
critérios de elegibilidade, um artigo foi incluído a partir de uma busca reversa, totalizando cinco estudos. A maior
parte dos estudos mostrou benefícios para a prática variada aleatória em comparação à prática variada em blocos.
Conclusão: Tais estudos sugerem que empregar um ambiente de prática menos estruturado e cognitivamente mais
desafiador pode ser uma abordagem útil no tratamento de indivíduos com DP. Apesar desses achados, este é ainda
um assunto pouco explorado na literatura.
Palavras-chave: Efeito de interferência contextual. Ptica variada aleatória. Doença de Parkinson.
Nathálya Gardênia de Holanda
Marinho Nogueira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Rebeca Caroline Fagundes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus Governador Valadares
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Bárbara de Paula Ferreira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
74
Relacionamento social de pares
afeta a aprendizagem motora em
adolescentes
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Em aprendizagem motora, pesquisas testando efeitos motivacionais têm sido crescentemente
observadas na literatura. A Teoria da Auto Determinação, em especial sua microteoria das necessidades
psicológicas básicas autonomia, competência e relacionamento social - e a OPTIMAL teoria de aprendizagem
motora, têm sido reconhecidas e utilizadas para compreender e explicar os efeitos da motivação na aprendizagem
de habilidades motoras. Relacionamento social é a necessidade psicológica básica de vivenciar a satisfação de
aceitação interpessoal e proximidade com outros. Objetivo: O objetivo deste experimento foi testar os efeitos do
relacionamento social de pares na aprendizagem de uma habilidade motora de rebater uma bola com uma raquete
em direção a um alvo estendido no chão. Material e métodos: Participaram do experimento 45 meninas
adolescentes (média de idade: 15,7 anos, desvio padrão: 1,1) que foram designadas a três condições de prática e
participaram de quatro fases experimentais: pré-teste e prática (dia 1), retenção e transferência (dia 2). Todas as
participantes praticaram individualmente na presença de um par da mesma faixa etária, o qual foi previamente
preparado para induzir suporte (grupo suporte - RS) ou frustração (grupo frustração - RF) de relacionamento social.
As participantes do grupo RS receberam do par comentários enfatizando reconhecimento, importância e interesse
pela experiência da participante, enquanto as participantes do grupo RF receberam do par comentários enfatizando
desinteresse pela participante enquanto pessoa. Participantes do grupo controle não receberam comentários de
relacionamento social. Questionários medindo nível de afetos, autoeficácia e motivação foram aplicados.
Resultados: Os resultados mostraram que ambos os grupos melhoraram seu desempenho durante a fase de
prática. A comparação entre grupos mostrou que nas fases de prática, retenção e transferência o grupo RS
alcançou maiores escores de precisão que os grupos RF e controle. Já o grupo controle alcançou maiores escores de
precisão que o grupo RF. Com relação aos índices de afetos positivos, autoeficácia e motivação o grupo RS
apresentou maiores escores que os grupos RF e controle após a fase de prática e antes da fase de retenção.
Conclusão: Em conclusão, o presente experimento provê evidências que fornecer suporte de relacionamento social
por pares ativa os mecanismos subjacentes de autoeficácia, afetos e motivação intrínseca dos aprendizes.
Especificamente, comentários de um par enfatizando reconhecimento e interesse com relação à experiência do
colega adolescente resultam em maior percepção de autoeficácia, maior índice de afetos positivos, maior qualidade
da motivação e melhor aprendizagem motora.
Palavras-chave: Aprendizagem. Motivação. Instrução.
Angélica Kaefer
IFFar Campus Santa Rosa
Suzete Chiviacowsky
LACOM/ESEF/UFPel
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Manaus - AM
75
O efeito do foco de atenção em
uma habilidade motora esportiva
Mariana Alves de Oliveira
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus Governador Valadares, Núcleo
de Pesquisa Músculo-Esquelética
(NIME)
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Bárbara de Paula Ferreira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Marcos Vinícius Dias Pedro
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus Governador Valadares
Contextualização: O desempenho de habilidades motoras pode ser influenciado por diversos fatores como a
demonstração e a estruturação da prática. Dentre esses fatores, pesquisas mostram que o direcionamento do foco
de atenção durante a execução do movimento auxilia na seleção de informações relevantes à atividade,
aperfeiçoando tanto o desempenho quanto a aprendizagem de habilidades motoras. O foco de atenção pode
influenciar o desempenho motor pelo foco interno (FI), relacionado a atenção ao próprio movimento, e o foco
externo (FE), que se aplica ao direcionamento de atenção ao efeito da ação no ambiente. Ambas as condições de
foco de atenção foram investigadas por pesquisadores em variadas populações, evidenciando a probabilidade de
maior benefício do FE, que contribuiu para melhor aprendizagem e desempenho de habilidades motoras. Objetivo:
Tendo em vista a importância do foco de atenção para a prática motora e as possíveis interferências que podem
alterar seu efeito, o presente estudo teve por objetivo investigar o efeito do foco de atenção no desempenho do
saque por cima do voleibol de jovens atletas. Material e métodos: Participaram deste estudo 21 atletas de voleibol
do sexo feminino, com idade média de 14,48 anos (±1,12), destras e experientes no saque por cima do voleibol. A
tarefa motora consistiu em realizar o saque por cima do voleibol com o objetivo de atingir um alvo circular. Cada
participante realizou 20 saques na condição de FI (CFI) e 20 na condição de FE (CFE), através do comando de
direcionamento do foco de atenção para o movimento do braço (CFI) ou para o centro do alvo (CFE). Após a
realização dos 20 saques em cada condição, foi aplicado um questionário com o intuito de verificar se as
participantes mantiveram a atenção direcionada ao que foi solicitado na instrução verbal. As participantes foram
instruídas a fazer a maior pontuação possível durante toda a fase de prática da tarefa motora. A ordem das
condições foi contrabalançada entre as participantes para garantir que a sequência de apresentação das condições
não influenciasse nos resultados. Resultados: Os resultados indicaram que a condição de FE apresentou maior
média na pontuação do saque quando comparada à condição de FI. Tentar controlar conscientemente os
movimentos pode restringir o sistema motor, por interferir no controle automático usual dos movimentos,
principalmente, quando o executante tem experiência na tarefa e se encontra em estágios mais avançados da
aprendizagem, como foi o caso das atletas avaliadas neste estudo. Assim, o foco de atenção no efeito do
movimento no ambiente (FE) permite que o sistema motor se auto-organize mais naturalmente, resultando em
melhor desempenho e aprendizagem. Conclusão: O resultado principal desse estudo corrobora os achados
encontrados na literatura que indicam que o uso do FE traz maior benefício para o desempenho de habilidades
motoras, confirmando a hipótese de que a CFE levaria ao melhor desempenho em comparação à CFI.
Palavras-chave: Foco de atenção. Desempenho motor. Voleibol.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Nathálya Gardênia de Holanda
Marinho Nogueira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
76
Capacidade funcional de
membros superiores em
mulheres em tratamento de
câncer de mama
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O câncer de mama é a neoplasia maligna que mais acomete mulheres em inúmeros países,
sendo considerado um problema de saúde pública mundial. O tratamento do câncer de mama acarreta diversos
efeitos colaterais, entre os quais: a dor, a fadiga, a diminuição da força muscular e da mobilidade funcional, com
consequente impacto no controle motor, em específico, nos membros superiores. A alteração do controle motor
pode afetar a funcionalidade dos membros superiores e interferir na realização de atividades da vida diária.
Objetivo: Investigar a capacidade funcional de membros superiores de mulheres em tratamento de câncer de
mama. Material e métodos: Este estudo foi do tipo observacional e quantitativo. A amostra foi composta por 10
mulheres, em tratamento de câncer de mama, residentes no município de Poços de Caldas Minas Gerais. As
participantes foram esclarecidas sobre os objetivos e os procedimentos do estudo, atendendo a resolução do
Conselho Nacional de Saúde CNS 406/2012, e aderiram ao termo de consentimento livre e esclarecido. Para
caracterização da amostra foram coletados os dados de idade, presença de dor, queixa principal e etapa do
tratamento de câncer de mama. A capacidade funcional foi avaliada por meio do instrumento Disabilities of the
Arm, Shoulder and Hand Questionnaire (DASH), que avalia a disfunção do ombro, braço e mão. O questionário
DASH é composto por 30 questões sobre o estado de saúde na última semana, incluindo o grau de dificuldade ao
desempenhar as atividades, a intensidade dos sintomas nos membros superiores, comprometimento nas atividades
sociais, dificuldade para dormir e comprometimentos psicológicos. Cada questão tem 5 possibilidades de resposta,
que variam entre não haver dificuldade e não conseguir realizar a atividade, com pontuação de 1 a 5. A pontuação
final do questionário varia de 0 a 100, com a seguinte classificação: 1-20 (sem limitação), 21-40 (limitação leve), 41-
60 (limitação moderada), 61-80 (limitação severa) e 81-100 (limitação muito severa). A pontuação total obtida na
aplicação do DASH foi considerada a variável dependente deste estudo. Resultados: A média de idade das 10
mulheres desta amostra foi de 44,20 (±6,89) anos. Sete mulheres (70%) indicaram presença de dor, sendo que, em
cinco (50%) a queixa principal foi de dores generalizadas pelo corpo. Oito mulheres (80%) estavam em tratamento
oral continuado, 10% em quimioterapia e 10% em radioterapia. A análise estatística descritiva do DASH
demonstrou pontuação total média de 28,50 (±11,56) pontos, indicando limitação funcional leve na amostra.
Entretanto, ao analisar a pontuação de cada participante individualmente, constatou-se que 50% das mulheres
possuem disfunção severa de ombro, braço e mão. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam limitações na
capacidade funcional de membros superiores nas mulheres em tratamento de câncer de mama desta amostra. Esta
limitação da capacidade funcional pode ser decorrente de alterações de controle motor associadas aos efeitos
colaterais do tratamento do ncer de mama. Sugere-se intervenções que envolvam estratégias de recuperação
funcional e do controle motor em mulheres em tratamento do câncer de mama.
Palavras-chave: Câncer de mama. Protocolos de tratamento de câncer. Funcionalidade de membro superior.
Palavras-chaves:
Thatia Regina Bonfim
PUC Minas Poços de Caldas,
Departamento de Fisioterapia,
Departamento de Medicina.
Layssa Alessandri Barbosa
PUC Minas Poços de Caldas,
Departamento de Fisioterapia.
Giulia Carvalho Pereira
PUC Minas Poços de Caldas,
Departamento de Fisioterapia.
Ana Clara Ayres
PUC Minas Poços de Caldas,
Departamento de Medicina.
Bruna Villela Peres
PUC Minas Poços de Caldas,
Faculdade de Psicologia.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
77
Efeitos do tipo de dica prévia
sobre o uso da informação de
tempo para colisão durante o
controle da freada em ciclistas
experientes
Isabella Santiago Pichotin
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Vinicius de Paula Rodrigues
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Gisele Chiozi Gotardi
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Sérgio Tosi Rodrigues
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física,
Laboratório de Informação, Visão e Ação
(LIVIA)
Contextualização: A taxa de expansão da imagem na retina resultante da aproximação informa sobre o tempo
remanescente aa colisão com superfícies e objetos. A variável ótica tau, que especifica o tempo para colisão,
possibilita o controle da desaceleração dos veículos. Nesta perspectiva, o valor de tau no instante do início da
freada (tau-margem) e sua primeira derivada no tempo (tau-dot) são, respectivamente, início da freada e
intensidade. O tipo de dica à priori disponível ao ciclista sobre a freada pode afetar seu controle: dica implícita
sobre ambiente não é consciente e verbalizável, enquanto dica explícita é consciente e verbalizável. Objetivo: O
objetivo foi investigar os efeitos dessas dicas e da velocidade de aproximação sobre o uso da informação de tempo
para colisão por ciclistas durante a freada, conforme proposto por Lee (1976). Material e métodos: Participaram
nove adultos jovens (M = 35,44, DP = 13,59), todos ciclistas experientes. A tarefa consistiu em pedalar (17,823 m na
velocidade alta e 11,945 m na velocidade baixa) o mais rápido possível até uma demarcação no solo pré-definida e
estar livre para frear após a demarcação, sem colidir com um obstáculo estacionário (10,85 m à frente da
demarcação, para ambas as velocidades). Os participantes foram submetidos à condição de dica implícita, após
assistirem um vídeo (sem áudio) mostrando as imagens da execução segura da freada de bicicleta; a seguir,
realizaram a condição explícita, após assistirem ao mesmo vídeo, com áudio adicional contendo instruções verbais
sobre a freada. Resultados: Todos os participantes foram bem-sucedidos na tarefa, não colidindo com o obstáculo.
A variável tau-margem foi significativamente maior na condição de velocidade alta (M= 1.762 s) do que na condição
de velocidade baixa (M= 1.654 s). A variável tau-dot foi significativamente maior na condição de dica explícita (M= -
1.164) do que na condição de dica implícita (M= -1.175). Adicionalmente, tau-dot foi significativamente maior na
condição de velocidade alta (M= -1.149) do que na condição de velocidade baixa (M= -1.190). Os resultados de tau-
margem não corroboram os estudos anteriores, pois mostram diferenças entre as condições de velocidade; mesmo
assim, indicam que, perceptualmente, o início da freada ocorreu mais cedo quando a velocidade foi maior. De
acordo com a teoria, o valor tau-dot deveria se manter ao redor de -0,5, caracterizando um controle da freada
ideal. Entretanto, no presente estudo, o valor de tau-dot se manteve ao redor de -1.100 em todas as condições,
mas com diferenças significativas decorrentes da velocidade e do tipo de dicas. Nesta perspectiva, ambas as
condições experimentais não apresentaram um controle da freada ideal. Valores de tau-dot mais próximos de -0,5
nas condições de dica explícita (em comparação à implícita) e de velocidade alta (em comparação à velocidade
baixa) mostraram um controle menos abrupto da freada. Conclusão: Conclui-se que as variáveis tau-margem e tau-
dot não se comportaram conforme o esperado pela teoria de controle da freada; de modo geral, os ciclistas não
foram capazes de manter o valor de tau-dot ao redor de -0,5 e, adicionalmente, a dica explícita parece ter
contribuído para um controle mais consciente da freada.
Palavras-chave: Ciclismo. Controle Visual. Freada.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
78
Destreza manual, escrita e
velocidade motora em crianças
disléxicas: uma revisão
sistemática
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A dislexia do desenvolvimento é um transtorno específico da aprendizagem, com origem
biológica, caracterizado pela dificuldade na aprendizagem da leitura, com problemas na precisão ou fluência para
reconhecer palavras, nas habilidades de decodificação e de ortografia, principalmente associado a um déficit de
processamento fonológico. Diversos estudos vêm mostrando que, crianças disléxicas geralmente apresentam
prejuízos em uma série de habilidades além do processamento fonológico, como ortografia, memória de trabalho,
sequenciamento, equilíbrio, velocidade, precisão, automatização, dificuldades em habilidades motoras finas e de
escrita. A destreza manual é uma habilidade que exige dos escolares o uso dos componentes sensório-motores e
perceptivos para que ocorra a ação motora com uma preensão e pressão adequados para a execução do ato motor
da escrita. Um déficit, ou provavelmente a presença de múltiplos déficits, nestas habilidades, pode acarretar em
diversos prejuízos durante o processo de alfabetização. Objetivo: Desse modo, o presente estudo teve como
objetivo realizar uma revisão sistemática a acerca dos estudos que avaliaram a destreza manual de crianças
disléxicas. Material e métodos: A preparação e o relatório desta revisão foram realizados de acordo com as
diretrizes estabelecidas pelo PRISMA. A busca bibliográfica foi realizada nas bases de dados Scopus, EMBASE,
PsycINFO, ERIC, PubMed, ISI, Web of Science, aplicando a busca avançada das palavras chaves encontradas no
Medical Subject Headings (MeSH) e em artigos publicados. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi
avaliada usando a ferramenta Joanna Briggs Institute Critical Appraisal Checklist for Analytical Cross-Sectional
Studies. Após a pesquisa, encontraram-se 167 artigos e destes foram selecionados 16 estudos que cumpriram os
seguintes critérios de elegibilidade: investigação da destreza manual na dislexia; faixa etária entre 6 e 16 anos;
diagnóstico de dislexia; artigos originais e publicados em língua inglesa. Resultados: Os resultados encontrados
mostraram que o grupo de crianças disléxicas apresentou pior desempenho na destreza manual quando
comparado ao grupo de crianças com desenvolvimento típico. No entanto, essas diferenças entre os grupos não
foram significativas, e, apenas um estudo indicou diferença significativa, sugerindo que as crianças disléxicas
tiveram desempenho inferior ao grupo controle na tarefa de colocar miçangas em um barbante. Em relação à
escrita, os dois grupos apresentaram resultados semelhantes, entretanto, alguns aspectos mais específicos dentro
de cada estudo, como a precisão ou duração da caneta no ar, mostraram pior desempenho do grupo de crianças
disléxicas comparado ao grupo controle. Além disso, alguns estudos observaram que a qualidade de escrita entre
os grupos foi equivalente, mas foram encontradas diferenças entre os grupos de acordo com a complexidade
gráfica da palavra, onde o grupo de crianças disléxicas apresentou pior qualidade de caligrafia e ortografia das
palavras. Também não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos na velocidade motora manual,
contudo, alguns estudos observaram que as crianças disléxicas realizaram pausas mais frequentes durante a escrita
e latências mais longas com palavras mais complexas e pouco utilizadas, indicando mais dificuldades com palavras
de baixa frequência lexical. Conclusão: Os resultados encontrados em apenas 16 estudos mostram que, embora
crianças disléxicas apresentem problemas na destreza manual, ainda é um assunto pouco explorado na literatura.
Palavras-chave: Dislexia. Habilidade motora fina. Destreza manual.
Raíssa Sthefanie Henrique Mattedi
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus Governador Valadares
Sara Edith Souza de Assis Leão
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM)
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Bárbara de Paula Ferreira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Nathálya Gardênia de Holanda
Marinho Nogueira
Universidade Federal de Minas Gerais,
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
79
Efeitos da paresia nos
movimentos de dorsiflexão e
plantiflexão durante o andar de
indivíduos pós acidente vascular
encefálico
Odair Alfonso Bacca
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Anna Julia Silva de Lima
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Nataly Alves da Silva Araujo
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Mateus Santos Dias
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Contextualização: A articulação do tornozelo possui a capacidade de sustentar, amortecer, equilibrar e distribuir as
forças de indivíduos sem lesões, e é essencial para a manutenção da postura bípede e locomoção humana.
Indivíduos que sofreram acidente vascular encefálico (AVE), frequentemente, apresentam alterações nessa
articulação. Objetivo: Considerando que essas alterações podem ocasionar compensações, este estudo investigou
os movimentos de dorsiflexão (DF) e plantiflexão (PF) do tornozelo dos membros parético e não parético durante o
andar de indivíduos pós AVE em relação aos seus pares. Material e métodos: Dezenove indivíduos pós AVE
(42±12,3 anos de idade) e 18 indivíduos sem acometimento no aparelho locomotor (42± 13, 6 anos de idade),
pareados pela idade e sexo, formando o grupo controle, foram avaliados andando sobre uma passarela de 10m de
extensão, com velocidade auto-selecionada e confortável. Eletrodos de superfície bipolares e descartáveis foram
afixados bilateralmente no ventre dos músculos: gastrocnêmio medial (GM), gastrocnêmio lateral (GL) e tibial
anterior (TA) para o registro dos sinais eletromiográficos (EMG). Marcadores refletivos foram afixados
bilateralmente em referências específicas para definir os segmentos pernas e pés, e os ângulos articulares do
tornozelo foram calculados. Os membros parético e o não parético do grupo AVE, o membro controle (média entre
os membros direito e esquerdo do grupo controle) foram considerados nas análises, para as seguintes variáveis:
ângulos do tornozelo nos instantes do contato inicial e da perda de contato do com o solo, movimentos de
máxima dorsiflexão e plantiflexão durante o ciclo do andar, duração dos períodos de apoio e de balanço, e índice
de co-contração entre os músculos TA e GL, e entre TA e GM. Resultados: De modo geral, enquanto que o
tornozelo dos membros não parético e controle estava em posição neutra no contato inicial, o do membro parético
estava em plantiflexão. Por outro lado, na perda de contato do pé com o solo, os membros parético e não parético
apresentaram menor plantiflexão que o membro controle. O membro não parético apresentou maior dorsiflexão
que os membros parético e controle, e nenhuma diferença entre os três membros foi encontrada para plantiflexão
máximas durante o ciclo do andar. A duração do período de apoio foi maior e do período de balanço menor para o
membro não parético em relação aos membros parético e controle. Em termos de índice de co-contração, durante
o período de apoio não houve qualquer diferença tanto entre os músculos TA-GL quanto entre os músculos TA-GM.
Por outro lado, no período de balanço, entre os músculos TA-GL, o membro parético apresentou maior co-
contração que os membros não parético e controle, e o membro não parético apresentou maior co-contração que
o membro controle; e entre os músculos TA-GM, o membro parético apresentou maior co-contração que os
membros não parético. Conclusão: Os resultados deste estudo indicam tanto o membro parético como o membro
não parético apresentem alterações em relação ao membro controle, provavelmente, devido às compensações
necessárias para manter o equilíbrio durante a locomoção do indivíduo e, portanto, ambos membros devem ser
considerados durante os protocolos de intervenção de indivíduos pós AVE.
Palavras-chave: Marcha. Cinemática. Eletromiografia.
Apoio: FAPESP (Processos 2018/04965-8, Auxílio Regular; 2019/10801-7, Bolsa de Iniciação Científica).
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Ana Maria Forti Barela
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
80
A coordenação motora fina e a
cognição de pacientes com
déficits neurológicos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: No Brasil, em 2018, foram identificadas 196.052 internações por doenças do sistema nervoso,
sendo a predominância de 51% do sexo feminino e 49% do sexo masculino. A coordenação motora, está
diretamente ligada ao domínio dos movimentos do dia a dia, e, devido as doenças neurológicas, os movimentos se
tornam incoordenados. A motricidade fina, está relacionada à movimentos que exigem maior precisão e destreza,
coordenação óculo manual para manusear um objeto, como um lápis ou tesoura, por exemplo. Objetivo: O
objetivo desse estudo foi avaliar os benefícios da atividade sensório motora em pacientes com doença neurológica.
Material e métodos: O estudo é transversal descritivo, realizado no Laboratório de Estudos em Neurociências e
Comportamento (LENC) na Universidade Federal do Amazonas UFAM, pelo Núcleo Multiprofissional de
Reabilitação Neurofuncional (PRONEURO) da Faculdade de Educação Física e fisioterapia/UFAM. A população foi
composta por 100% dos indivíduos acometidos de doenças neurológica (N=8), no período de agosto de 2020 a
agosto de 2021, que perpassaram por dois momentos de avaliação (antes e após), e uma intervenção com as
atividades sensório motoras, recorrendo a atividade de torre de copos, sudoku das formas geométricas, tangram,
atividades em datas comemorativas com produção dos instrumentos da intervenção. Resultados: Na abordagem
dos resultados, foi identificado na avaliação das funções cognitivas (MoCA) que os pacientes obtiveram valores
entre 23,75 (antes) e 25,5 (após) da intervenção, enquanto a escala de avaliação motora para terceira idade (EMTI)
alcançando valores entre 6,43 (antes) e 7,6 (após) da intervenção. Conclusão: Concluímos que, as intervenções
terapêuticas permitiram aos pacientes aprimorarem sua coordenação motora fina e cognição, promovendo maior
independência e autonomia.
Palavras-chave: Desempenho sensório-motor. Propriocepção. Distúrbio neurológico.
Raely Barbosa Gomes
Universidade Federal do Amazonas,
Coordenação de Fisioterapia, Laboratório
de Estudos em Neurociências e
Comportamento (LENC)
Raschelle Ramalho Rosas
Universidade Federal do Amazonas,
Coordenação do Bacharelado em
Educação Física - Promoção da Saúde e
Lazer, Laboratório de Estudos em
Neurociências e Comportamento (LENC)
Vivian Nicole Carneiro Benfica
Universidade Federal do Amazonas,
Coordenação de Fisioterapia, Laboratório
de Estudos em Neurociências e
Comportamento (LENC)
Sabrina Esthefane Ramos Pinheiro
Universidade Federal do Amazonas,
Coordenação de Fisioterapia, Laboratório
de Estudos em Neurociências e
Comportamento (LENC)
Carmen Silvia da Silva Martini
Universidade Federal do Amazonas,
Coordenação Acadêmica, Laboratório de
Estudos em Neurociências e
Comportamento (LENC)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
81
A Influência do Set Time no
Tempo de Reação Durante a
Saída do Bloco nas Provas de 100
metros Masculino do Troféu
Brasil de Atletismo
Nilton Cesar Ferst
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” UNESP Bauru,
PPG-Design FAAC,
Departamento de Educação Física,
Laboratório LIVIA.
SEDUC AM.
Luana Neist Brandão Paganotto
Faculdade Dom Bosco Curitiba Pr.
Statum Pilates Curitiba Pr.
Sergio Tosi Rodrigues
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”UNESP Bauru,
Departamento de Educação Física,
Laboratório LIVIA.
Contextualização: O set time (ST), também conhecido como tempo de pronto ou pré-período, é o intervalo entre o
comando “pronto” e o disparo da pistola nas largadas nas provas de 100 metros no atletismo, que é um intervalo
variável. Neste contexto, o tempo de reação (TR) é o intervalo de tempo para se responder ao estímulo sonoro.
Objetivo: O objetivo deste estudo foi verificar se o ST interfere (i) no TR durante a saída de bloco e (ii) no número
de saídas falsas. Material e Métodos: Cinquenta e seis atletas do sexo masculino, durante a prova de 100 metros do
Troféu Brasil de Atletismo de 2008, participaram deste estudo. O comando de voz do árbitro de partida foi gravado
por um gravador da marca Sony, entre os marcos temporais do comando “pronto” e o término do tiro de largada;
estes dados da largada foram analisados no software Sony Sound Forge 8. Os dados de TR dos atletas participantes
foram coletados no site da Confederação Brasileira de Atletismo. Foi realizada uma correlação de Pearson entre os
componentes tempo de reação e set time, além da realização do teste U de Man-Withney para a comparação entre
saídas válidas e saídas falsas. Resultados: Com os dados de 16 largadas, sendo 9 largadas válidas e 7 largadas falsas
obteve-se a média do set time de 1,632 s, sendo que para as provas válidas o menor set time foi de 1,408 s e o
maior set time foi de 1,942 s. Entre as provas de saída falsa, estes valores variaram entre 1,520 e 1,904 s. O teste U
de Man-Withney mostrou que não houve diferença significativa entre o set time das saídas válidas e das saídas
falsas. Para uma prova válida, o menor tempo de reação foi de 0,121 s e o maior tempo de reação foi de 0,229;
entre as provas com saída falsa, estes valores variam entre -0,071 e 0,385 s. Obteve-se tempo de reação médio de
0,1673 e 0,13798 s para as saídas validas e saídas falsas, respectivamente. Para a variável tempo de reação, uma
diferença significativa entre as saídas válidas (U= 0,001 p< 0,05), com o tempo de reação sendo menor quando a
saída é válida. Conclusão: Conclui-se que quanto maior a mobilização atencional, menor é o tempo de reação.
Observou-se que quanto maior o set time, menor é o tempo de reação. Atribui-se este resultado ao aumento na
probabilidade de uma dada situação ocorrer, gerando um aumento nas expectativas e, portanto, disposição e
preparação para se efetuar uma rápida resposta para o intervalo específico.
Palavras-chave: Tempo de Reação. Set Time. Atletismo.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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82
O uso de um programa
computacional específico para
avaliar controle postural
dinâmico em adultos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A manutenção do equilíbrio corporal em condições dinâmicas é um dos principais objetivos do
sistema de controle postural, e investigar possíveis meios que possam ser utilizados em avaliações dos limites de
estabilidade é de fundamental importância. Um dos testes mais tradicionais para tal é o “teste de alcance
funcional”, porém, mais recentemente, tem sido possível utilizar plataformas de força para obtenção de dados que
auxiliem nas avaliações do controle postural dinâmico. Objetivo: Neste estudo, utilizamos um programa
computacional específico (“Measurement, Analysis and Reporting Software” MARS) para avaliar o alcance
funcional de adultos entre 20 e 40 anos de idade, de ambos os sexos. Material e todos: Especificamente,
investigamos os efeitos da direção de movimento e do sexo durante a execução de uma tarefa de limites de
estabilidade. Vinte e sete estudantes universitários, sendo 14 do sexo feminino (25±6,8 anos; 61,2±7,8kg;
1,64±0,07m) e 13 do sexo masculino com idade entre 19 a 40 anos (24±6,2 anos; 75,4±13,1kg; 1,77±0,09m), sem
qualquer queixa de comprometimento musculoesquelética e neurológica participaram do estudo. Cada
participante foi instruído a permanecer com os pés paralelos (distância entre eles na largura da pelve) sobre uma
plataforma de força (Kistler, modelos 9286BA), de frente para um monitor posicionado a 1m de distância e na
altura dos olhos, o mais parado possível. No monitor, quatro alvos ao redor de um círculo foram apresentados. O
círculo, mantido na região central entre os alvos, se refere à região onde o participante deveria manter o centro de
pressão (representado por um ponto) posicionado inicialmente. Assim que cada um dos alvos (representados por
um quadrado que induzia o movimento do centro de pressão à frente, para trás, à direita e à esquerda) era
destacado no monitor (‘estímulo visual”), o participante deveria inclinar o corpo o máximo possível em direção ao
referido alvo, mantendo os pés totalmente em contato com a plataforma de força, e retornar novamente à posição
inicial até que o próximo estímulo fosse apresentado. As seguintes variáveis foram consideradas para análise:
inclinação corporal máxima, excursão máxima do centro de pressão, controle de direção e tempo de reação.
Resultados: De modo geral, os participantes apresentaram maior inclinação corporal à direita e à esquerda do que
para frente e para trás; os homens apresentaram maior excursão do centro de pressão que as mulheres, e todos
apresentaram maior excursão para frente do que para trás e à direita e esquerda do que para frente e para trás; e
nenhuma diferença entre as direções e entre os sexos foi encontrada para o controle de direção e o tempo de
reação. Conclusão: Os resultados deste estudo revelaram que o MARS é um programa computacional de fácil
utilização e que permite avaliar o controle postural dinâmico de adultos sem queixas de comprometimento do
equilíbrio. Em estudos futuros, aplicaremos a avaliação em indivíduos de diferentes faixas e etárias, e com e sem
comprometimentos musculoesqueléticos e/ou neurológicos.
Palavras-chave: Equilíbrio corporal dinâmico. Limites de estabilidade. Controle motor.
Nataly Alves da Silva Araujo
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Maisa Pessoa Ramansini Pinto
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Odair Bacca
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Anna Julia Silva de Lima
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Ana Maria Forti Barela
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto
de Ciências da Atividade Física e
Esporte, Laboratório de Análise do
Movimento (LAM)
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Estratégias entre segmentos no
controle postural de adultos
jovens durante manipulação
visual
João Pedro Sentome Tamaoki
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Gabriella Andreeta Figueiredo
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Fabrício Gabriel de Moura Rocha
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Rafael de Muzio Platineti Paulo
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Contextualização: Manipulação visual induz oscilação corporal coerente durante a manutenção da postura em pé,
como por exemplo na situação de uma sala móvel. Mais interessante é que a relação temporal entre o movimento
da sala a oscilação corporal depende da frequência de manipulação da informação visual, passando de uma relação
em fase para uma oscilação corporal atrasada em relação à posição da sala com o aumento da frequência. Apesar
de comumente observada, a estratégia coordenativa adotada pelo sistema motor para alcançar tal relacionamento
ainda não foi examinada. Objetivo: Assim, o objetivo foi examinar a movimentação segmentar durante a
manutenção da postura ereta de adultos jovens em diferentes frequências de manipulação visual. Material e
métodos: Para tanto, 15 adultos jovens mantiveram a postura ereta dentro de uma sala móvel, realizando 10
tentativas de 60 segundos cada. Na primeira tentativa, a sala permaneceu estacionária e nas demais oscilou nas
frequências de 0,1, 0,2 e 0,5 Hz, mantendo velocidade de pico de 0,6 cm e variando a amplitude. Cada frequência
foi repetida 3 vezes e a ordem das tentativas foi aleatória. Posição da sala e das principais articulações dos
participantes foram monitoradas utilizando marcadores infravermelhos (OPTOTRAK 3020, NDI). Relacionamento
entre a sala e a oscilação corporal e a magnitude de oscilação do participante foram obtidos na direção
anteroposterior. Ainda, a magnitude de variação dos segmentos perna, coxa e tronco e das articulações tornozelo,
joelho e quadril foram obtidos para o plano sagital. Comparações entre as frequências de oscilação da sala móvel
foram realizadas para todas as variáveis. Resultados: O acoplamento entre a sala móvel e a oscilação corporal
indicou que a forte relacionamento entre a sala, sendo maior na frequência de 0,2, com os participantes oscilando
adiantado, em fase e atrasado em relação à sala nas frequências de 0,1, 0,2 e 0,5 Hz, respectivamente. Ainda, a
magnitude de oscilação corporal foi maior na frequência de 0,1 do que nas frequências de 0,2 e 0,5 Hz. O segmento
da perna e a articulação do tornozelo apresentaram maior oscilação corporal e variação, respectivamente, na
frequência de 0,1 do que na de 0,5 Hz. Finalmente, foi observada uma tendência de aumento da movimentação do
quadril com o aumento da frequência de oscilação da sala móvel. Conclusão: Estes resultados indicam que em
frequências de 0,1 e 0,2 Hz participantes adotam a estratégia de pêndulo invertido durante a oscilação corporal e
com o aumento da frequência passam a adotar uma estratégia multi-segmentar, reduzindo a variação do tornozelo
e aumentando a variação do quadril.
Palavras-chaves:
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
José Angelo Barela
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
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Controle Postural e movimento
dos olhos durante a leitura em
pé e sentada de adultos jovens
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Seres humanos são capazes de executar tarefas simultâneas enquanto mantem uma
determinada tarefa postural. Por exemplo, a associação de uma tarefa visual, como a leitura, diminui a oscilação
postural em pé. Entretanto, para a maioria das nossas atividades de leitura, a postura mais utilizada por nos seres
humanos é a posição sentada. Assim, o objetivo foi verificar o desempenho do controle postural e da leitura
durante a manutenção da postura em e sentada de adultos jovens. Para tanto, dez adultos saudáveis (21.39 ±
2.25 anos, 8 homens e 2 mulheres) participaram deste estudo. Os participantes realizaram duas condições
experimentais: leitura na posição sentada e na posição em pé (pés paralelos). A leitura foi realizada com seis textos
padronizados de ± 150 palavras e metricamente similares. Os textos foram expostos em um televisor de 50
polegadas a uma distância de 279 cm. Para cada condição três tentativas de 30 segundos foram apresentadas de
maneira randômica. Um sistema de rastreamento de movimentos oculares (Eye Tracking Classes - ETG2.0 SMI) foi
utilizado para capturar o deslocamento ocular (iWiewETG SMI - versão 27.1). As variáveis, número e duração das
fixações, número e velocidade média dos movimentos sacádicos foram obtidas e comparadas entre as condições.
Dois marcadores IRED (Optotrack 3020 - NDI) um nas costas do participante (oitava vértebra torácica) e um na
cabeça do participante, forneceram as coordenadas tridimensionais para obter informações sobre a oscilação do
tronco e da cabeça. Amplitude média de oscilação (AMO) foi obtida para as direções ântero-posterior (AP) e médio-
lateral (ML), para o tronco e a cabeça. A contagem do número de palavras lidas pelo participante também
computada para ambas as condições. MANOVA indicou efeito de posição, e testes univariados revelaram que a
magnitude da oscilação, tanto da cabeça quanto do tronco, foi maior para a posição em pé, para ambas as direções
AP e ML. Para as variáveis relacionadas ao movimento dos olhos os resultados mostraram não haver diferenças
entre número e duração das fixações e número e velocidade média dos movimentos sacádicos. O número de
palavras lidas também não apresentou diferença. Estes resultados indicam que apesar de preferencialmente
usarmos a postura sentada, a postura em não impacta no desempenho da mesma e na movimentação dos
olhos. Portanto, o uso da postura em para realização de tarefas diárias, tais como leitura, pode constituir uma
estratégia ergonômica importante.
Palavras-chaves:
Paola Rodrigues de Jesus
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Análise da frequência cardíaca
de motoristas gamers e não-
gamers durante direção
simulada: efeitos da ansiedade-
estado
Rodrigo Libânio
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LIVIA
Gabriel Palmeira Paschoalino
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LIVIA
Gisele Chiozi Gotardi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LIVIA
Sérgio Tosi Rodrigues
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LIVIA
Contextualização: A condução de automóveis é uma tarefa complexa que depende de habilidades perceptuais e
motoras, moduladas pelos recursos atencionais. Ao experienciar níveis exacerbados de ansiedade, a atenção visual
sofre efeitos conhecidos como afunilamento e distração em direção à estímulos irrelevantes ou ameaçadores. Por
outro lado, jogar videogames requer prática e experiência nos domínios cognitivo e emocional que poderiam
potencialmente ser transferidas para outras tarefas, como dirigir automóveis. Objetivo: Analisar os efeitos da
ansiedade-estado e da experiência em vídeo games sobre a frequência cardíaca de motoristas jovens durante uma
tarefa de direção simulada de automóvel. Material e métodos: 33 motoristas jovens foram divididos em três
grupos de acordo com a experiência em vídeo games (12 em jogos de ação; 11 em jogos não-ação; 10 no grupo
controle). A tarefa experimental consistiu em dirigir um automóvel em um simulador (STISIM Drive, 100; cockpit
Logitech, G27) por 10 minutos em uma rodovia de faixa dupla com trânsito, manter a velocidade do veículo entre
100 e 120 km/h e evitar cometer infrações de trânsito. Todos os grupos foram submetidos às condições de alta e
baixa ansiedade, após permanecerem em repouso por 5 minutos para obtenção de dados baseline. A variável
dependente registrada foi a Frequência Cardíaca média (FC), obtida através de um relógio esportivo Polar (V800).
Resultados: A Análise de Variância mostrou que a FC foi significativamente maior na condição de alta ansiedade
(87,1 ± 2,5), quando comparada à condição baixa ansiedade (p <0.01) (84,2 ± 2,6) e aos dados baseline (p <0.01)
(79,1 ± 2,6), respectivamente. Não foram encontradas diferenças significativas entre os grupos (83,5 ± 2,5).
Conclusão: Todos os grupos tiveram sua frequência cardíaca significativamente afetada pela manipulação de
ansiedade, como esperado. A experiência em vídeo game não afetou a frequência cardíaca durante a tarefa de
direção simulada.
Palavras-chaves: Controle motor. Aprendizagem motora. Ansiedade estado.
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Efeito do toque suave sobre os
mecanismos de controle postural
de indivíduos que sofreram um
Acidente Vascular Encefálico
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Indivíduos que sofreram um acidente vascular encefálico (AVE) são capazes de tirar vantagem
das informações somatossensoriais adicionais fornecidas pelo toque suave da ponta do dedo indicador em uma
superfície rígida e externa para o controle postural. Especificamente, uma diminuição na amplitude de
deslocamento do centro de pressão (CP). Todavia, como essas informações somatossensoriais adicionais
influenciam os mecanismos de controle postural após um AVE ainda é desconhecido. Para investigar os
mecanismos de controle postural foi utilizada a hipótese da Perambulação-Tremor (em inglês, Rambling-
Trembling), pela qual a trajetória do CP é decomposta nestes dois componentes, sendo a Perambulação
relacionada ao controle supraespinhal e o Tremor ao controle periférico da oscilação postural. Objetivo: Assim, o
objetivo deste estudo foi explorar o efeito do toque suave em uma superfície rígida nos mecanismos de controle
postural durante a postura ereta quieta em indivíduos pós-AVE. Material e métodos: Participaram do estudo 16
indivíduos destros, 8 sadios e 8 que sofreram um AVE. Eles permaneceram o mais parado possível sobre uma
plataforma de força durante 35 segundos em três condições de toque suave (sem toque, com toque do dedo
indicador direito/ipsilesional e com toque do dedo indicador esquerdo/contralesional) e duas condições visuais
(olhos abertos ou olhos fechados). Nas condições de toque, a força aplicada à superfície externa era inferior a 1N.
As amplitudes (RMS) do CP, Perambulação e Tremor na direção anteroposterior foram calculadas para cada
tentativa e as médias entre duas tentativas de cada condição foram utilizadas para comparação entre grupos,
condições visuais e de toque suave. Todos os participantes mantiveram força inferior a 1N na barra de toque.
Resultados: Os resultados revelaram que as amplitudes do CP, Perambulação e Tremor diferiram entre os grupos,
condições de toque suave e de visão. Indivíduos pós-AVE apresentaram amplitudes maiores do que os sadios. Com
os olhos fechados, ambos os grupos apresentaram um aumento das amplitudes. Quando o toque suave foi
adicionado, houve redução das amplitudes do CP, Perambulação e Tremor para os indivíduos sadios e para os
indivíduos pós-AVE, principalmente quando estes realizaram o toque com a mão ipsilesional. Porém o tremor não
foi influenciado pelo toque suave realizado com o membro contralesional. Conclusão: Conclui-se que indivíduos
que sofreram um AVE oscilam mais que indivíduos sadios e que os mecanismos de controle são afetados de forma
similar a ausência de informação visual. Porém, mais importante, conclui-se que o toque com a mão ipsilesional
tem efeito similar nos mecanismos de controle, mas que o toque com a mão contralesional (mais afetada) não
causa redução do tremor, provavelmente devido ao fato que a informação adicional embora seja capaz de alterar
os mecanismos supraespinhais, não é capaz de reduzir a rigidez articular causada pela espasticidade que é
gerenciada por mecanismos periféricos.
Palavras-chaves: Acidente Vascular Cerebral. Toque Suave. Tremor.
Lucas H. C. C. dos Santos
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cidade de São Paulo
Paulo B. de Freitas
PPG Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cruzeiro do Sul
Sandra M. S. F. Freitas
PPG em Fisioterapia Laboratório de
Análise do Movimento Universidade
Cidade de São Paulo
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87
Functional vision and trunk
control in children with Cerebral
Palsy and Cortical Visual
Impairment
Ana Paula Martins Moreira
Nogueira
Federal University of Sao Paulo
(Unifesp), Master in Health Sciences,
Laboratório de Desenvolvimento e
Motricidade Infantil (LADEMI)
Raquel de Paula Carvalho
Federal University of Sao Paulo (Unifesp),
Professor of Human Movement Science
department, Laboratório de
Desenvolvimento e Motricidade Infantil
(LADEMI)
Background: Postural control is the result of the interaction between sensory information about the body in
relation to the environment and the production of appropriate motor actions for the management of postural
balance and orientation. The visual system being one of the main sources of sensory information for this control.
Children with Cerebral Palsy (CP) with deficits in the visual system may have changes in head and trunk stability. If
we consider that trunk control assessments use visual information, children with CP and Cortical Visual Impairment
(CVI) associated may be underestimated in relation to these assessment tools. Aim: To verify the effect of visual
stimulus adequacy in the assessment of the trunk control level of children with CP and CVI. Material and methods:
This is a cross-sectional, controlled study; children (n=8) with CP and CVI were included, aged between 2 years and
10 months to 10 years (MD 5.4 ± 2.5) classified in levels III, IV and V of the GMFCS (Gross Motor Function
Classification System). The evaluation consisted of four moments: Anamnesis (1), Application of the Segmental
Assessment of Trunk Control (SATCo-Br 1) (2), Functional Vision Assessment based on the Cortical Visual
Impairment Range (CVI Range) (3) and Reapplication of the SATCo-Br 2 with visual stimulus based on CVI Range
responses (4). A 2D kinematic analysis was performed in the sagittal and frontal planes to verify the head and trunk
alignment. Results: SATCo-Br 2 was higher than SATCo-Br 1 after adaptation of the environment and materials (Z=
2.388; p = 0.017). The children evaluated needed adaptation in relation to the characteristics of the object (color,
incident light and illuminated objects) and manipulation in the presentation in relation to the distance and
movement of the object, in addition to adjusting the environment with reduction of background complexity and
lighting control. Considering environmental changes improve sitting posture maintenance and reduce
compensatory strategies. There was a strong correlation (r= - 0,809) between the Functional Vision Classification
System for children with CP (VFCS) and the CVI Range. There was no difference in the kinematic variables of trunk
alignment (p>0.05). Conclusion: There is a need to adapt the visual stimulus for the correct assessment of the level
of trunk control in children with CP and CVI associated. For the application of SATCo-Br in children with CP and CVI,
it is interesting to carry out a previous Functional Vision Assessment specific for Cortical Visual Impairment to
provide ideal visual information in the application of this instrument for measuring trunk control. Improving
functional use of vision does not change alignment but improves trunk control.
Keywords: Cerebral palsy. Cortical visual impairment. Trunk control.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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Uso de dicas implícitas por
crianças com e sem dislexia na
tomada de decisão
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Crianças com dislexia têm dificuldade de identificar e usar estímulos sensoriais para a realização
de ações cotidianas tais como leitura e manutenção da postura. Muitos dos estímulos sensoriais são utilizados pelo
sistema nervoso central sem discriminação consciente do indivíduo. Considerando que crianças com dislexia
apresentam desempenho inferior em diversas tarefas que envolvem tomada de decisão quando comparadas às
crianças sem dislexia, é importante examinar o uso de estímulos sensoriais, na forma de dica implícita. Objetivo:
Dessa forma, o objetivo deste estudo foi verificar a influência de dicas implícitas no tempo de resposta de crianças
com e sem dislexia. Material e métodos: Participaram deste estudo 15 crianças com dislexia (9 meninas e 6
meninos, idade média de 9,9 ±1.6 anos) e 15 crianças sem dislexia, pareadas por sexo e idade. As crianças
realizaram um teste de tempo de resposta de escolha, sendo posicionados em frente a um monitor no qual eram
apresentados quatro círculos, sendo somente um preenchido com a cor amarela (estímulo). O participante deveria
pressionar o botão correspondente em um controlador, o mais rápido após a ocorrência do estímulo. Quatro
condições experimentais foram realizadas: sem dica implícita; dica implícita 43, com um ponto preto apresentado,
durante 43ms e 43ms antes do estímulo; dica implícita 86, 86ms antes do estímulo e; dica implícita 129, 129ms
antes do estímulo. Tentativas em cada condição foram repetidas 8 vezes, de forma aleatória, totalizando 32
tentativas. Para cada tentativa o tempo de resposta, o intervalo entre a apresentação do estímulo e o acionamento
do botão, foi obtido. Ainda, valores de escore z foram calculados para cada participante, considerando o
desempenho em cada situação experimental, tendo como referência a condição de nenhuma dica visual.
Resultados: Os resultados mostraram que crianças com dislexia apresentam tempo de resposta maior que crianças
sem dislexia. Ambos os grupos utilizam a dica implícita para reduzir o tempo de resposta, sendo essa redução maior
com a apresentação da dica implícita mais cedo em relação ao estímulo. Conclusão: Com base nestes resultados,
pode-se concluir que crianças com e sem dislexia usam dica implícita para melhorar a tomada de decisão. No caso
de crianças com dislexia, o uso de dica implícita é importante e pode constituir ferramenta importante para
minimizar possíveis dificuldades na realização de comportamentos e ações cotidianas.
Palavras-chaves: Dislexia. Dicas Implícitas. Tempo de Resposta.
Crislaine da Silva
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Paola Rodrigues de Jesus
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Gabriella Andreeta Figueiredo
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
Job Fransen
Department of Human Movement
Sciences, University Medical Centre
Groningen
José Angelo Barela
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, Campus Rio Claro,
Departamento de Educação Física, LEM
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89
Efeitos da órtese de punho no
desempenho de tarefas da
extremidade superior: estudo de
caso
Danielle Soares Figueiredo
Universidade Federal de São Paulo,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, LaDeMi
Helga Tatiana Tucci, in memoriam
Universidade Federal de São Paulo,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, LaDeMi
Raquel de Paula Carvalho
Universidade Federal de São Paulo,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, LaDeMi
Contextualização: A órtese de punho está entre os recursos terapêuticos para tratamento de disfunções da
extremidade superior. Entretanto, estudos mostram que usar uma contenção articular distal pode alterar a
biomecânica de articulações proximais de indivíduos sem disfunções. Esta consideração é importante para a prática
clínica, visto que desequilíbrios musculares são fatores de risco para disfunção no ombro. Objetivo: Avaliar os
efeitos da órtese de punho no desempenho de tarefas da extremidade superior. Material e métodos: Estudo
aprovado pelo Comitê de Ética da UNIFESP (nº 0758/2018). Uma mulher destra de 41 anos de idade, IMC de 19,31
e sem disfunções da extremidade superior dominante realizou cinco repetições de um grupo de cinco tarefas
adaptadas do Action Research Arm Test que envolvem o alcance, preensão e transporte de objetos (cubo de 2,5³;
cubo de 10cm³; bola de cricket; bolinha de gude; e despejar água de um copo para outro) com a extremidade
superior dominante. As tarefas foram realizadas na posição sentada em frente à uma mesa, em três sessões de
avaliação: sem órtese; com órtese de punho do tipo comercial; e sem órtese. O registro dos dados cinemáticos foi
feito com quatro câmeras de vídeo (SONY DCR-SX22) com frequência de aquisição de 60 Hz, posicionadas sobre
tripés reguláveis anteriormente, antero-lateralmente, lateralmente e póstero-lateralmente ao indivíduo.
Iluminadores foram acoplados ao lado das câmeras. Um marcador esférico coberto com fita reflexiva foi
posicionado no dorso da mão na região do terceiro metacarpo. O espaço de coleta foi demarcado com volume
calibrado com medidas conhecidas e a calibração foi feita no dia de coleta de dados, antes do início das filmagens.
A análise das imagens foi feita no software Dvideow 5.0 e o processamento de dados foi feito no software MATLAB
R2014a. A análise descritiva das variáveis deslocamento, índice de retidão, tempo e velocidade foi realizada.
Resultados: Os resultados mostraram que o uso da órtese alterou as médias dos valores das variáveis analisadas.
No alcance da bola de críquete, houve redução do deslocamento, tempo e velocidade e aumento do índice de
retidão do movimento. No alcance da bolinha de gude, o deslocamento e velocidade foram menores, e o índice de
retidão e o tempo foram maiores. Na fase de retorno da tarefa com o cubo de 10cm³, o deslocamento e o tempo
foram maiores, enquanto o índice de retidão foi menor. E na fase de retorno da tarefa com o cubo de 2,5cm³, o
deslocamento e velocidade foram maiores, e o índice de retidão e tempo foram menores. Para despejar água de
um copo para o outro, o deslocamento e a velocidade foram maiores, e o índice de retidão e tempo foram
menores. Conclusão: Estes resultados sugerem que usar uma contenção distal pode alterar a cinemática do
movimento durante a realização de tarefas da extremidade superior, o que tem fundamental importância no
delineamento de tratamentos para populações com disfunções que necessitam utilizar uma contenção de punho,
especialmente a médio e longo prazo.
Palavras-chave: Órtese. Extremidade superior. Cinemática.
Palavras-chaves:
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Distribuição de prática na
aprendizagem de uma tarefa de
tempo de reação seriado
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A prática é uma condição essencial para a aquisição de habilidades motoras, sendo sua
distribuição uma das formas de investigação desse fator. A proporção temporal atribuída à prática e ao descanso
envolve decisões sobre os momentos em que os intervalos de descanso são administrados entre tentativas, blocos
e/ou ainda entre sessões. Há evidências de vantagens da prática distribuída na aprendizagem motora e que as
características da tarefa a ser adquirida podem determinar os efeitos dessa distribuição. Entretanto, poucos
estudos investigaram o efeito desse fator na aprendizagem de habilidades seriadas, que, por não serem breves em
duração, podem acarretar em acúmulos de fadiga, impactando o desempenho e a aprendizagem. Adicionalmente,
sob o modelo de processo adaptativo em aprendizagem motora esse fator ainda não foi investigado. Objetivo:
Investigar o efeito da distribuição de prática numa tarefa de tempo de reação seriado (TRS) no processo adaptativo
em aprendizagem motora. Material e métodos: A tarefa consistiu em realizar, o mais pido possível, 10 cliques
com o mouse, em alvos circulares que eram apresentados sequencialmente no monitor. O delineamento
experimental conteve as fases: pré-teste (20 tentativas sem conhecimento de resultados - CR), estabilização (100
tentativas com CR) e adaptação (35 tentativas, com modificação da sequência e sem CR). Os universitários
voluntários (idade média 26,5 ±5 anos), 40 mulheres e 20 homens, sem experiência prévia na tarefa, foram
pareados por sexo em dois grupos (n=30): Mass, prática massificada, 100 tentativas sem descanso, e Dist, prática
distribuída, cinco blocos de 20 tentativas, com dois minutos de descanso entre eles. A variável dependente foi o
tempo total (TT) de movimento. Os dados foram organizados em blocos de cinco tentativas e como os pressupostos
de normalidade e homogeneidade de variância não foram atendidos, mesmo com a transformação recíproca,
foram realizados testes não paramétricos. Resultados: No último bloco do pré-teste não houve diferença no TT
entre os grupos (U = 405, p > 0,05), indicando que eles partiram de desempenho semelhante. Os dois grupos
reduziram o TT do primeiro para o último bloco da estabilização, com tamanho de efeito grande: Mass (z = -3,02, p
0,05, r = -0,55) e Dist (z = -3,97, p 0,05, r = -0,72). No último bloco da estabilização, o grupo Dist apresentou
menor TT do que o Mass (U = 274,5, p 0,05, r = -0,47), com médio tamanho de efeito. Com a modificação na
tarefa houve uma tendência de superioridade do grupo Dist no primeiro bloco da adaptação (U = 342,5, p = 0,057, r
= -0,29), com pequeno tamanho de efeito e superioridade no segundo bloco (U = 306, p 0,05, r = -0,39), com
médio tamanho de efeito. Nos demais blocos da adaptação não houve diferença entre os grupos. Conclusão: A
prática distribuída promoveu estabilização em um nível superior de desempenho e beneficiou o processo
adaptativo em aprendizagem motora.
Palavras-chave: Processo adaptativo. Espaçamento de prática. Habilidade seriada.
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Flavio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Departamento
de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano, LACOM
Izabella Caroline de Sousa Dias
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
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Frequência de demonstração na
aprendizagem de habilidades
motoras: uma revisão de
literatura
Rafaela Cindy de Sousa Silva
Universidade de São Paulo,
Escola de Educação Física e Esporte,
LACOM e LABICOM
Ronald Sousa Araujo
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Contextualização: A instrução auxilia o aprendiz na busca por soluções para um problema motor, com informações
relevantes sobre o que e como fazer. A demonstração pode ser realizada através da imagem de uma execução
completa ou de um modelo, podendo ser apresentada ao vivo ou por meios visuais auxiliares, como vídeos, fotos e
desenhos; sendo manipulada em estudos de Aprendizagem Motora. Objetivo: Investigar o efeito da quantidade ou
frequência de demonstração na aprendizagem motora. Material e métodos: Foi realizada uma revisão sistemática
de literatura nas bases de dados Science Direct, Pubmed, Dialnet, Scielo e Semantic Scholar, utilizando-se as
seguintes palavras-chave e suas traduções: demonstration, modelling, obsevation practice, obsevation learning e
motor learning. Como critérios de inclusão foram considerados estudos originais que tivessem delineamento com
sessão de prática e testes para inferir aprendizagem. Estudos que investigaram a frequência da demonstração
associado a outro fator foram desconsiderados. Resultados: Foram selecionados sete estudos publicados entre
1993 e 2020, com amostras que variaram de 14 a 74 adultos, de ambos os sexos (6) e somente mulheres (1). Foram
investigadas tarefas do mundo real: dardo de salão (2), balé (2), golfe, badminton e ginástica. A demonstração foi
fornecida por meio de vídeo de modelo experiente em todos os estudos e em um deles adicionalmente foi
apresentada uma imagem em sequência da habilidade. Nos estudos as quantidades ou frequências foram
externamente determinadas (3), autocontroladas e externamente determinadas (3) ou escolhidas dentre duas
quantidades. Sobre as frequências externamente determinadas: duas e dez demonstrações levaram a precisão
semelhante na transferência do arremesso de dardo de salão (alvo paralelo ao solo); na mesma tarefa, mas com o
alvo no tripé, quatro e oito e oito demonstrações levaram a melhor retenção do padrão do arremesso do que duas
e uma, mas sem diferença na transferência e também na medida de precisão nos dois testes; a frequência 100%
levou a melhor retenção na precisão da tacada do golfe que as frequências 20%, 10% e sem demonstração, na
transferência não houve diferença entre as frequências. Acerca das frequências autocontroladas e externamente
determinadas: no serviço longo do badminton a frequência 100% e autocontrolada (9,8%) levaram a melhor
retenção da forma do que sem demonstração, mas na precisão não houve diferença; numa habilidade complexa da
ginástica as frequências 100%, autocontrolada (39%) e sem demonstração levaram a um padrão semelhante na
retenção imediata e tardia e na transfência; as frequências 75%, 50%, 25%, 10%, e autocontrolada (50,28%)
levaram a um padrão do en dehor do balé e representação cognitiva semelhante no pós-teste. Sobre escolher entre
duas e seis demonstrações não houve diferença na forma e no tempo de equilíbrio do passé releve na retenção
imediata e atrasada em função da escolha e da quantidade de demonstrações, entretanto na representação
cognitiva da habilidade houve superioridade de seis demonstrações na aquisição e nas retenções. Conclusão:
Embora haja escassez de literatura, os resultados indicam que maiores frequências ou quantidades de
demonstração favorecem ou, quando não, tem os mesmos efeitos de frequências reduzidas, tanto externamente
determinadas como resultantes do autocontrole.
Palavras-chave: Aprendizagem observacional. Modelação. Demonstração autocontrolada.
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Self-controlled feedback in
motor learning: the effects
depend on the learners' choices
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: Despite general support for the employment of a self-controlled knowledge of results (KR) practice
condition in motor learning, some studies failed to find superior learning outcomes (transfer/retention) of the self-
controlled group compared to a yoked group. A potential solution for such dissident findings is that individuals
differentially utilize the autonomy provided by the self-controlled condition (i.e., request less/more KR during
practice), which, in its turn, affects the outcomes. Aim: Therefore, the present study investigated the effects of self-
controlled KR on motor learning focusing on the frequency of KR requests. Material and methods: Ninety-six
college-student participants (34 women, average age of 22.5 ± 3.5 years, right-handed) were assigned to six
experimental groups in terms of KR frequency (High; Medium; Low) and self-control condition (Self and Yoked) to
perform an anticipatory timing task. Specifically, individuals sitting on a chair with their hand in a comfortable
position were asked to press a switch button with their right thumb in coincidence to the arrival of a moving
rectangle (target) to a vertical line presented on a monitor screen. The experiment consisted of three phases, the
acquisition phase, retention test and transfer test. We also measured self-efficacy and processing time as means to
verify potential correlates. Results: The results revealed that the self-controlled groups showed less errors in
transfer if they requested low and middle frequencies of KR compared to high frequencies while the opposite
occurred for yoked groups. No difference was found during acquisition or retention, and all groups were similar in
terms of self-efficacy and processing time. Conclusion: The results of this study allow us to conclude that the
choices made, and not just the possibility of choosing, seem to define the benefits of KR self-control in motor
learning.
Keywords: Self-control. Knowledge of results. Motor skills. Information-processing. Self-efficacy.
Bruno Feijó Bürkle
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, Laboratório
de Comportamento Motor (LaCOM)
Matheus Maia Pacheco
University of Porto, CIFI2D
Flávio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Go Tani
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Ricardo Drews
Universidade Federal de Uberlândia,
Faculdade de Educação Física e
Fisioterapia, Grupo de Pesquisa em
Comportamento Motor (GPCom)
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Variações resultantes da
liberdade na resposta e processo
adaptativo em aprendizagem
motora
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Flavio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Departamento
de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano, LACOM
Go Tani
Universidade de São Paulo, Departamento
de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano, LACOM
Contextualização: No modelo de Processo Adaptativo em aprendizagem motora há dois pressupostos relacionados
à prática que preveem a aquisição de padrões flexíveis de movimento: liberdade na escolha da resposta e
variabilidade de prática. A condição de liberdade na escolha da resposta a cada tentativa também permite que o
aprendiz estruture sua prática. Objetivo: investigar os efeitos da liberdade na escolha das respostas no processo
adaptativo em aprendizagem motora em função da variabilidade de resposta resultante. Material e métodos: A
habilidade motora sequencial e de precisão temporal a ser aprendida consistiu em movimentar um cursor, usando
o mouse, direcionando-o a seis alvos, de forma que os “toques” sequenciais nos alvos fossem realizados em
coincidência com estímulos auditivos (beeps). Os 50 adultos participantes (idade média = 23,7; DP = 3,8) tiveram
liberdade na escolha da ordem dos seis toques, a cada tentativa, e receberam meta de aprendizagem
(conhecimento prévio sobre o contexto de teste). O delineamento envolveu as fases de estabilização (Estab: 100
tentativas com CR) e adaptação (Adapt: 20 tentativas sem CR). Na Adapt, apenas o primeiro e o último beeps foram
fornecidos - referente à estrutura temporal - e, embora a ordem dos três primeiros toques tenha permanecido
livre, os três últimos eram determinados e modificados a cada tentativa. O desempenho em cada uma das fases,
medido pela dia da Variabilidade Total (VT), em blocos de cinco tentativas, foi submetido a uma regressão
hierárquica bayesiana. Na Estab e Adapt foram preditores da VT: as variações por bloco e blocos de tentativas. Na
Adapt dois outros preditores foram adicionados: sequências diferentes realizadas na Estab e desempenho no final
da Estab. Resultados: Na Estab foi observada redução da VT com a prática até o sexto bloco de cinco tentativas,
seguida por manutenção do nível de desempenho, sugerindo estabilidade. Embora o efeito mais provável das
variações na sequência, por bloco, seja o de aumentar o erro na Estab, o tamanho do efeito foi pequeno (21,51%
dos valores estimados dentro da Região de Equivalência Prática - ROPE). Na Adapt a redução da VT é o efeito mais
provável da prática (i.e., melhora do desempenho). Contudo, esse efeito foi fraco, considerando que 39,62% dos
valores estimados estão dentro da ROPE. Assim como na Estab, realizar variações nos sensores livres durante a
Adapt aumentou a VT. O nível de desempenho alcançado no final da Estab foi um bom preditor da VT durante a
Adapt - quanto maior a VT no final da Estab, maior a VT na Adapt. O número de sequências diferentes, utilizadas na
Estab por cada participante, teve um efeito positivo no desempenho na Adapt - menor VT. Embora o tamanho do
efeito tenha sido pequeno, esse resultado corrobora as predições do modelo de Processo Adaptativo. Conclusão: A
variabilidade de resposta resultante da liberdade na escolha da resposta parece beneficiar o processo adaptativo
em aprendizagem motora.
Palavras-chave: Aprendizagem autocontrolada. Variabilidade de prática. Timing coincidente.
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Efeito do tipo e frequência de
fornecimento de conhecimento
de performance no desempenho
do arremesso lateral
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O arremesso lateral do futebol pode ser considerado um dos grandes mecanismos de estratégias
de jogo no futebol, além de ser uma das habilidades que ocorrem com maior frequência em situação de reposição
de bola ao jogo. No entanto, para que haja precisão no arremesso, é necessário um bom padrão deste movimento
e isto, por sua vez, requer prática e feedback. Entretanto, poucos estudos comparam os tipos e frequência de
oferecimento de feedback direcionado ao padrão de movimento (conhecimento de performance [CP]) neste
contexto. Objetivo: Comparar conhecimento de performance prescritivo e descritivo com diferentes frequências de
fornecimento (100% e 33%). Materiais e métodos: Para este estudo piloto, a amostra foi composta por 15 crianças,
todas do sexo masculino, com idade de oito e nove anos. As crianças foram submetidas a um pré-teste, onde
realizaram três provas de arremesso de cobranças de lateral do futebol, o primeiro para medir a distância máxima
que a criança conseguia arremessar. Nos outros dois testes, as crianças arremessaram a bola de futebol com
objetivo de acertar um alvo posicionado a 50% e 75% da distância máxima. Para a intervenção as crianças
arremessaram sempre a uma distância de 75% da distância máxima. As crianças foram divididas em quatro grupos:
os que receberam CP descritivo (após o arremesso) em todas as tentativas (D100%), os que receberam CP
descritivo a cada três tentativas (D33%), os que receberam CP prescritivo (antes do arremesso) em todas as
tentativas (P100%), e os que receberam CP prescritivo a cada três tentativas (P33%). Após sete sessões de
intervenção prática, as crianças foram submetidas a um pós-teste, que consistiu nas mesmas provas realizadas no
pré-teste. Resultados: De forma descritiva, observamos que os grupos pouco alteraram a distância máxima do
arremesso (P100%: +3cm; D33%: -20 cm; D100%: -10 cm) apenas com grande piora no grupo P33%: - 40cm). No
arremesso de precisão a 75% da distância máxima, todos os grupos apresentaram melhora, menos o D33% que
apresentou piora. No arremesso de precisão a 50% da distância máxima, todos os grupos apresentaram melhora,
menos o P33% que manteve o resultado do pré-teste. Conclusão: Assim, de forma inicial, vemos que os grupos
100% (independente do tipo) foram os que apresentaram melhoras (ou menores perdas) em todos os testes. Isso
corrobora a ideia de que tarefas que com muitos graus de liberdade requerem mais feedback durante a prática.
Palavras-chave: Instrução. Dicas. Feedback. Futebol.
Analice de Souza Freitas
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
José Roberto de Maio Godoi Filho
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
Matheus Maia Pacheco
Universidade do Porto, Faculdade de
Desporto, CIFI2D
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Assimetria na locomoção de
indivíduos com doença de
Parkinson: uma revisão
sistemática
Aline Prieto Silveira Ciola
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física, MOVI-
LAB
Fabio Augusto Barbieri
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física, MOVI-
LAB
Julia Raquel Corradini
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física, MOVI-
LAB
Felipe Balistieri Santinelli
Hasselt University, Faculty of
Rehabilitation Sciences
Contextualização: A doença de Parkinson (DP) possui características motoras assimétricas. Os sintomas unilaterais
acentuados levam ao declínio do desempenho motor no lado mais acometido, o que pode interferir na qualidade
dos atos motores. Entretanto, as alterações ocasionadas pela assimetria não se limitam aos sinais motores
clássicos. A assimetria acentuada do andar é relatada em pessoas com DP em condições “normais” e em situações
desafiadoras (ultrapassagem de obstáculos e caminhada com dupla tarefa). No entanto, parâmetros do andar
assimétricos em pessoas com DP devem ser esclarecidos devido a achados contraditórios. Dessa forma, os achados
deste estudo podem avançar no conhecimento sobre os parâmetros assimétricos do andar em pessoas com DP,
melhorando o entendimento dos mecanismos relacionados à progressão da marcha e estratégias de tratamento.
Objetivo: Revisar sistematicamente estudos que investigaram a assimetria na locomoção de indivíduos com DP.
Material e métodos: O protocolo dessa revisão sistemática foi registrado na base de dados PROSPERO (ID:
CRD42021285067). A busca dos artigos foi realizada em cinco bases de dados eletrônicas: PubMed, Cochrane
Library, Lilacs, PEDro e Scopus. Para ser incluído nessa revisão, o artigo deveria conter as seguintes palavras:
“locomotion” ou “gait” ou “walk*” ou “mobility” e “asymm*” e “Parkin*” no título, resumo ou nas palavras-chave.
Foram incluídos os artigos que investigaram os efeitos da assimetria do andar em pacientes com DP durante a
marcha contínua em um ambiente nivelado ou desafiador (por exemplo, evitar obstáculos ou dupla tarefa) e
compararam o desempenho de membros inferiores e superiores em pelo menos um dos seguintes parâmetros:
cinemáticos, cinéticos, eletromiográficos e/ou neurais. Resultados: Trinta e cinco estudos foram incluídos nessa
revisão (n=1563 indivíduos com DP; 66.12 ± 4.56 anos). Mais de 90% dos estudos realizaram a avaliação do andar
em velocidade preferida. Além disso, foram conduzidos protocolos de avaliação do andar em situações mais
desafiadoras, como durante uma dupla tarefa motora ou cognitiva (28,57%), desvio ou ultrapassagem de
obstáculos (8,57%) e andar para trás (8,57%). Todos os estudos incluíram pelo menos um desfecho cinemático para
analisar a assimetria do andar. Dentre eles, alguns também verificaram a assimetria de parâmetros cinéticos
(8,57%) e eletromiográficos (2,86%), porém nenhum verificou a assimetria neural durante o andar. As principais
variáveis com diferenças significativas para a assimetria foram: tempo de balanço (34,29%), comprimento do passo
(28,57%), duração do passo (17,14%) e tempo de apoio (2,86%). No entanto 20% dos estudos não verificaram a
maior assimetria com diferenças estatisticamente significativas. Por fim, houve uma grande variedade de índices e
métodos para determinar a assimetria do andar. Conclusão: Indivíduos com doença de Parkinson apresentaram,
especialmente, assimetria dos parâmetros temporais, sugerindo déficits na ritmicidade do movimento. Entretanto,
a assimetria não foi confirmada por todos os estudos. Sugerimos que estudos futuros tenham mais controle sobre
variáveis que podem influenciar nas respostas da assimetria do andar como: o estágio da doença, período da
medicação, frezzing durante o andar, a dificuldade da tarefa e tipo de índice de assimetria utilizado.
Palavras-chave: Simetria. Doenças Neurodegenerativas. Controle motor.
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Efeito da estimulação
transcraniana por corrente
contínua no controle postural
durante a posição tandem
adaptada em pacientes com
doença de Parkinson
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: a diminuição de dopamina característica na doença de Parkinson (DP) altera o funcionamento de
estruturas corticais e subcorticais envolvidas no controle postural, prejudicando a manutenção do equilíbrio. As
alterações no controle postural como o aumento da oscilação do centro de pressão (CoP) são evidenciadas
principalmente em situações mais desafiadoras como a posição tandem adaptada. Além do tratamento
farmacológico, intervenções complementares vêm sendo testadas no controle postural da DP, dentre elas a
estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Apesar de promissores, não estão claros os efeitos da
ETCC em medidas objetivas do controle postural, como nos parâmetros do CoP. Objetivo: i) analisar os efeitos de
uma sessão da ETCC anódica aplicada sobre o córtex motor primário (M1) nos parâmetros do CoP durante a
posição tandem adaptada em pacientes com DP; ii) analisar a relação das mudanças induzidas pela ETCC com as
características clínicas e do desempenho do controle postural antes da ETCC. Material e métodos: dezenove
pacientes com DP participaram desse estudo (Movement Disorders Society Unified Parkinson’s disease Rating
Scale parte motora (III) = 33,0 (30,0-41,5) pts; Mini-Exame do Estado Mental = 28,0 (26,0-28,0) pts). Os
participantes receberam duas condições de ETCC (ativa e sham) em dois dias diferentes com intervalo de
aproximadamente 14 dias entre eles. O posicionamento dos eletrodos (ânodo no M1 do hemisfério cerebral mais
afetado pela DP e cátodo na região supraorbital contralateral) foi o mesmo nas duas condições. A condição ativa
consistiu na aplicação da estimulação com intensidade de 2 mA durante 20 minutos, e na condição sham a
estimulação permaneceu ativa por apenas 10 segundos em 2 mA. Para a avaliação do controle postural, o paciente
permaneceu em posição tandem adaptada sobre uma plataforma de força em três tentativas com duração de 30
segundos cada. Os parâmetros do CoP analisados no sentido dio-lateral (ML) foram: velocidade média, o root
mean square e a amplitude do deslocamento. Ainda, foram analisadas a trajetória e a área do deslocamento total
do CoP. Os testes t de Student e Wilcoxon foram aplicados para comparar as condições da ETCC. Testes de
correlação de Pearson e Spearman foram aplicados para avaliar a relação das mudanças induzidas no controle
postural pela ETCC com as características clínicas/cognitivas e com o nível do desempenho no controle postural no
baseline (desempenho durante a condição sham) dos pacientes. Resultados: não houve diferença significativa nos
parâmetros do CoP entre as condições de estimulação (p>0,05). A mudança induzida pela ETCC na amplitude ML do
CoP foi correlacionada positivamente com a dose diária de levodopa (r=0,460; p=0,047). Conclusão: uma sessão de
ETCC sobre o M1 não alterou significativamente o equilíbrio de pacientes com DP. Porém, os pacientes que
ingerem maior dose diária de levodopa apresentaram maior amplitude ML do CoP após a ETCC ativa, sugerindo que
as características clínicas estão relacionadas aos efeitos da ETCC no controle postural.
Palavras-chave: Equilíbrio. Estimulação cerebral. Plataforma de força. Doenças neurodegenerativas. Desordens do
movimento.
Beatriz Regina Legutke
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Victor Spiandor Beretta
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Emerson Filintro de Oliveira
Santos
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Thiago Martins Sirico
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
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97
Resistência de força entre
pacientes com doença de
Parkinson com baixo e alto
medo de quedas
Gabriel Antonio Gazziero Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Giulia Torres Rodrigues
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Vinicius Cavassano Zampier
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Pedro de Freitas Bichara
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Contextualização: Pacientes com doença de Parkinson (DP) apresentam déficits em componentes da capacidade
funcional, como prejuízos no equilíbrio e diminuição da resistência de força muscular. Essas alterações motoras são
alguns dos responsáveis pela ocorrência de quedas nesta população. Hospitalizações, diminuição da independência
e medo de cair estão entre as principais consequências das quedas para os pacientes com DP. Está claro que
pacientes com DP com alto medo de quedas utilizam estratégias que geralmente resultam na limitação de seus
movimentos, o que compromete diversos parâmetros da capacidade funcional desses indivíduos. Entretanto, ainda
não está claro se diferenças na resistência de força muscular entre pacientes com DP em diferentes níveis de
medo de quedas. Objetivo: comparar a resistência de força dos membros inferiores entre pacientes com DP com
baixo e alto medo de quedas. Materiais e métodos: Quarenta e oito pacientes com DP foram recrutados para
participar deste estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer 3936). O medo de quedas foi
avaliado pelo Falls Efficacy Scale International (FES-I). A pontuação no teste varia entre 16-64 pontos, sendo que
quanto maior a pontuação, maior é o medo de quedas. Os participantes foram distribuídos em 2 grupos de acordo
com a pontuação total no FES-I. Pacientes com pontuação menor do que 23 foram considerados com baixo medo
de quedas (n=18; idade: 70,17+±-8,16 anos; estatura: 164,92+-±9,81 cm; massa: 68,86+±-9,36 kg; motor part of
Unified Parkinson’s Disease Rating Scale [UPDRS III]: 23,72+±-8,53 pontos; Mini-Exame do Estado Mental [MEEM]:
28 [26-29]). Pacientes que obtiveram 23 pontos ou mais foram considerados com alto medo de quedas (n=30;
idade: 70,97±+-7,90 anos; estatura: 158,65±+-8,84 cm; massa: 68,45±+-10,90 kg; UPDRS lll: 27,23±+-11,06 pontos;
MEEM: 28 [26-29]). A resistência de força dos membros inferiores foi avaliada por meio do teste sentar e levantar
por 30 segundos. Foi utilizado uma cadeira sem braços e os pacientes foram instruídos a realizar o teste com os
braços cruzados na altura do peito e estenderem os joelhos completamente quando se levantarem da cadeira. O
número de repetições completas foi considerado na análise. O teste t de Student para amostras independentes foi
aplicado para comparar a resistência de força entre os grupos, considerando p-valor <0,05. Resultados: não houve
diferença entre os grupos na resistência dos membros inferiores (p-valor = 0,08; tamanho de efeito = 0,53).
Conclusão: pacientes com DP com baixo e alto risco de quedas possuem níveis similares de resistência de força de
membros inferiores. Uma possível explicação é que, talvez o ponto de corte adotado no FES-I seja muito baixo para
distinguir pacientes em diferentes níveis de medo de quedas. Portanto, é possível sugerir que pacientes com alto
medo de quedas não necessariamente possuem força muscular mais reduzida.
Palavras-chave: Teste funcional. Quedas. Doenças neurodegenerativas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
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Relação entre os distúrbios do
sono no equilíbrio, destreza
manual, mobilidade e qualidade
de vida em idosos com Doença
de Parkinson
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A Doença de Parkinson (DP) é neurodegenerativa, progressiva e multissistêmica com sintomas
motores e não motores. Os distúrbios do sono (DS) estão entre os sintomas não motores mais prevalentes e que
podem estar associados com a progressão dos comprometimentos da marcha, deterioração do controle postural,
equilíbrio e prejuízo da destreza manual dos indivíduos. Objetivo: verificar a relação dos DS com: a destreza
manual, o equilíbrio, a mobilidade e a qualidade de vida (QV) em indivíduos com a DP. Material e métodos: idosos
com e sem DP de ambos os sexos foram divididos em dois grupos: grupo controle (GC) e grupo de idosos com DP
(GIDP). Ambos foram avaliados quanto a QV (Questionário Short-Form Health Survey - SF-36), função cognitiva
(Montreal Cognitive Assessment- Moca Test), equilíbrio e mobilidade (Timed Up and Go TUG e Four square step
test - FSST), destreza manual (Annett PegBoard), qualidade do sono: (Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh -
PSQI BR) e actigrafia.O GIDP também foi avaliado com a Escala: (Unified Parkinson’sDisease Rating Scale
UPDRS). A análise estatística pelo software GraphPad Prism 7. A normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk.
Para comparação entre os grupos quanto às médias ± desvio padrão da média dos dados referentes à
caracterização da amostra foi feito o teste Mann-Whitney. A análise da correlação entre as variáveis pelo teste de
correlação de Spearman, todos os testes estatísticos com significância p < 0.05. Resultados: No PSQI- BR, o GIDP
apresentou maior indicativo de DS e pior qualidade subjetiva do sono do que o GC. Na actigrafia o GC apresentou
maior amplitude do ritmo ciclo sono vigília do que o GIDP e verificou se que no GC aproximadamente 56% dos
participantes apresentaram ritmo sincronizado com o claro escuro ambiental,enquanto que no GIDP, 92%
apresentaram se dessincronizados. Na parte motora notamos diferenças entre os grupos no TUG (p=0,0001), no
Pegboard mão direita (PMD) (p=0,001) e na mão esquerda (PME) (p=0,033). Na (QV) observamos diferenças nos
domínios: capacidade funcional (p=0,02), limitações aspectos físicos (p=0,008) e estado geral de sde (p=0,01)
entre os grupos. Observamos correlações entre a amplitude do ritmo do ciclo sono-vigília com o PMD (p=0,0028) e
PME (p=0,0426), com o domínio de limitação física (p=0,0013) e com o estado emocional (p=0,018). Notamos
correlação entre a latência do sono e o estado cognitivo. Nas correlações entre os escores do PSQI e as variáveis
motoras verificamos correlação entre qualidade subjetiva do sono (QSS) e TUG (R=0,45 e p= 0,026) e entre
disfunção diurna (DD) e TUG (R=0,505 e p=0,010). Notamos correlação negativa (R=-0,563 e p=0,003) entre o
Estado Geral de Saúde e o QSS, resultados semelhantes em relação ao domínio vitalidade e DDS (R= -0,497,
p=0,10), e entre os domínios estado Geral de saúde (R=-0,559, p=0,003) e vitalidade (R=-0,421, p=0,032) com a DD.
Conclusão: Os indivíduos com DP apresentaram qualidade do sono , diminuição na amplitude do ciclo sono
vigília e essas alterações impactaram negativamente na destreza manual, na cognição e nos domínios de limitação
física e estado emocional na QV.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Distúrbios do Sono. Destreza manual.
Luane Moraes Silva
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Laboratório (LIDEN)
Profa. Dra. Luciana Pinato
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Departamento de Fonoaudiologia
Profa. Dra. Flávia Roberta
Faganello Navega
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Departamento de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Laboratório LIDEN
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
99
Efeitos do isolamento social em
parâmetros do andar de idosos
com doença de Parkinson
Thiago Martins Sirico
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física,
LEPLO
Gabriel Antonio Gazziero
Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física,
LEPLO
Vinicius Cavassano Zampier
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física,
LEPLO
Diego Orcioli da Silva
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Ciências Aplicadas, LAFAE
Contextualização: As medidas protetivas para frear a propagação do rus SARS-CoV-2, segundo a OMS, são a
vacinação e outros cuidados de saúde pública, como o isolamento social (IS). Populações idosas, principalmente a
de indivíduos com doença de Parkinson (DP), podem sofrer déficits locomotores mais agravados devido ao IS.
Objetivo: Tomando a classificação de indivíduos com DP, segundo Middleton et al. (2015), em caminhantes da
comunidade (CSL - velocidade do andar usual igual ou acima de 0,8 m/s) ou caminhantes da comunidade com
limitações (CCL - velocidade do andar usual abaixo de 0,8 m/s), o objetivo deste estudo é verificar os efeitos do IS
nas variáveis do andar de indivíduos com DP segundo o modelo de Middleton et al. (2015). Material e métodos:
Dezessete idosos com DP foram incluídos no experimento. Antes do início da pandemia do SARS-CoV-2, os
participantes foram submetidos a uma anamnese e convidados a andar em linha reta em duas condições
experimentais, andar usual (AU) e andar rápido (AR), sobre um carpete de 5,74 m de comprimento com sensores
de pressão (GAITRite®, CIR Systems Inc.), para o registro de parâmetros do andar, como comprimento, largura,
velocidade e duração da passada, duração da fase em duplo suporte e cadência. Três tentativas foram realizadas
por condição. Após a amenização da pandemia e o início do processo de imunização, os participantes foram
convidados a realizar o mesmo protocolo experimental. Os dados foram estatisticamente tratados no programa
SPSS 25.0, onde foi realizada uma ANOVA two-way, com fator para grupo e momento, com medidas repetidas para
o fator momento, para cada condição experimental. Resultados: Para a condição AU, a ANOVA apontou efeito
principal de grupo e momento. Em relação ao efeito de grupo, os indivíduos do grupo CSL apresentaram maior
comprimento da passada (p=0,006), menor duração da passada (p<0,001), menor duração da fase em duplo
suporte (p<0,001), maior velocidade da passada (p<0,001) e maior cadência (p=0,001). Já os indivíduos de ambos os
grupos, no momento pós-isolamento, apresentaram maior comprimento (p<0,001), duração (p<0,001), velocidade
(p<0,001) e largura da passada (p<0,001) e menor duração da fase em duplo suporte (p<0,001), quanto ao
momento pré-isolamento. Para a condição AR, a ANOVA apontou efeito principal de momento, onde ambos os
grupos apresentaram, no momento pós-isolamento, maior comprimento (p<0,001), duração (p<0,001), velocidade
(p<0,001) e largura da passada (p<0,001) e maior duração da fase em duplo suporte (p<0,001), quanto ao momento
pré-isolamento. Conclusão: A partir desses resultados, conclui-se que os indivíduos do grupo CCL apresentam
características do andar mais comprometidas que os indivíduos do grupo CSL. Além disso, conclui-se que o IS afetou
positivamente parâmetros como o comprimento e a velocidade, e negativamente parâmetros como a largura da
passada.
Palavras-chave: Doenças neurodegenerativas. Velocidade do andar. Covid-19.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Gabriel Antonio Gazziero
Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física,
LEPLO
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
100
Aplicação da dança na
reabilitação neurofuncional em
crianças e adolescentes: revisão
de escopo
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A dança é uma abordagem terapêutica corporal integrativa com diversos estímulos táteis,
auditivos, cognitivos, motores e afetivos. A dança utilizada como método de reabilitação não convencional vem
ganhando espaço na reabilitação, destacando o público mais jovem, entre eles crianças e adolescentes, devido ao
fato da dança trazer elementos de maior motivação e envolvimento do paciente durante o processo de
reabilitação. Objetivo: mapear a aplicação da dança como ferramenta na reabilitação de crianças e adolescentes
com doenças neurológicas, bem como identificar quais métodos e estilos de danças têm sido aplicados nestes
casos. Material e métodos: Trata-se de revisão de escopo da produção científica registrada na OSF (DOI
10.17605/OSF.IO/TZU2R), com metodologia qualitativa e descritiva, seguindo a metodologia do Instituto Joana
Briggs e Itens de relatório para revisão de escopo (PRISMA-ScR), utilizando-se da estrutura Paciente doenças
neurológicas; Conceito Dança, e Contexto reabilitação neurofuncional; para critérios de elegibilidade. A
estratégia de busca foi realizada nas bases: PubMed, SciELO, Ovid, CINAHL, Web of Science, Scopus, Springer,
SciendeDirect, LILACS, PEDro, Embase e Cochrane, tendo cada base descritores próprios, porém baseados nos
descritores gerais “Neurologic Manifestations” AND Dancing AND Rehabilitation. A busca não teve restrições de
datas ou idiomas. As informações extraídas dos estudos incluídos na revisão foram compiladas e apresentadas em
análise descritiva. Resultados: Foram rastreados 1886 estudos, sendo excluídos 1873. Para análise qualitativa, treze
estudos foram incluídos, tendo 135 participantes ao total, com predomínio do sexo feminino (n=46) sob o sexo
masculino (n=42). Três estudos não reportaram o sexo dos participantes (n=47). A pesquisa identificou que o estilo
de dança mais utilizado foi a Dança Criativa, que apresenta como conceito a interação entre professor e aluno,
criando assim de forma conjunta uma própria expressão e comunicação com o mundo, possibilitando tratar a
criatividade como algo a ser construído com e por meio da dança. Em relação aos distúrbios, destacou-se a
aplicação da dança na Deficiência Intelectual, Paralisia Cerebral e Síndrome de Down. Em relação aos desfechos,
observou-se a predominância da avaliação do equilíbrio, coordenação, análise da marcha, sintoma psicológicos,
depressão, função cognitiva, memória e qualidade de vida. Conclusão: Baseado nos estudos incluídos, houve
prevalência do estilo dança criativa, e aplicação da mesma nos distúrbios relacionados à função cognitiva
(distúrbios intelectuais) e motores (Paralisia Cerebral e Síndrome de Down).
Palavras-chave: Fisioterapia. Reabilitação Neurológica. Dança.
Flávia Guirro Zuliani
Universidade Federal do triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Monalisa Resende Nascimento
Universidade Federal do triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Luciane Aparecida Pascucci Sande
de Souza
Universidade Federal do triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Gustavo José Luvizutto
Universidade Federal do triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
101
Eficácia dos exercícios de
fisioterapia aquática para
melhorar o equilíbrio corporal
de idosos que vivem na
comunidade: Uma revisão
sistemática e meta-análise
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Alberto Galvão de Moura Filho
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Caroline Stefany Ferreira Cardeira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Contextualização: Optar por utilizar exercícios de fisioterapia aquática ou no solo, para melhorar o equilíbrio
corporal de idosos que vivem na comunidade, ainda é uma decisão clínica questionável para os fisioterapeutas.
Objetivo: Avaliar a qualidade das evidências dos ensaios clínicos randomizados ou quasi-randomizados, e
controlados, que utilizaram os exercícios de fisioterapia aquática para melhorar o equilíbrio corporal de idosos que
vivem na comunidade. Material e métodos: Foram pesquisados artigos nas seguintes bases de dados:
MEDLINE/PubMed, EMBASE, SCOPUS, LILACS, Web of Science, CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled
Trials), PEDro, CINAHL, SciELO e Google Scholar, publicados em qualquer idioma, até 22 de maio de 2022, usando a
seguinte estratégia de busca: “Aquatic Exercise OR Physical Therapy Modalities OR Water Exercise AND Balance OR
Postural Control AND Older Adults OR Elderly OR Seniors OR Ageing”. Dois revisores independentes concluíram a
extração dos dados e a avaliação da qualidade das evidências. O risco de viés dos ensaios foi avaliado pelo
instrumento da Cochrane e a qualidade das evidências pelo GRADE. Para a realização das meta-análises foi utilizado
o software Review Manager. Resultados: 3007 artigos foram identificados nas buscas nas bases de dados,
permanecendo 2039 artigos para serem analisados, sendo elegíveis para essa revisão 9 ensaios clínicos, sendo sete
randomizados e dois quasi-randomizados. A avaliação da qualidade da evidência do GRADE mostrou que os ensaios
clínicos eram de muito baixa qualidade metodológica. A meta-análise demonstrou que usar os exercícios de
fisioterapia aquática melhoraram 6,36cm [5,22 a 7,50] o desempenho do equilíbrio de idosos avaliados pelo teste
de alcance funcional, comparado aos exercícios de fisioterapia no solo, demonstrando diferenças significativas
(p<0,00). Conclusão: Os exercícios de fisioterapia aquática mostraram-se mais eficazes para melhorar o equilíbrio
corporal de idosos que vivem na comunidade, no entanto, esses resultados não são consistentes, pela baixa
qualidade das evidências atuais sobre o tema. Sugere-se que novos ensaios sobre o tema sejam propostos, com
maior rigor metodológico, sobre o uso dos exercícios de fisioterapia aquática para melhorar o equilíbrio corporal de
idosos, tornando a prática clínica sobre o tema baseada em evidências de alta qualidade.
Palavras-chave: Equilíbrio Postural. Hidroterapia. Modalidades de Fisioterapia. Idosos.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
102
Comparação do desempenho
funcional e cognitivo de
mulheres idosas com diferentes
status de ocorrência de quedas e
medo de cair
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O medo de cair (MDC) é um fator de risco para a redução do nível de atividade física de idosos,
levando à diminuição da força muscular, capacidade funcional, aumento da fragilidade, do isolamento social e
mortalidade. Embora o medo de cair esteja comumente acompanhado de uma queda anterior, também é comum
em idosos que nunca sofreram quedas. Objetivo: Portanto o objetivo deste estudo foi comparar o desempenho
funcional e cognitivo de idosas fisicamente independentes com diferentes status de ocorrência de quedas e medo
de cair. Material e métodos: Foram avaliadas 131 idosas por meio de uma anamnese com autorrelato do medo de
cair e ocorrência de quedas nos últimos 12 meses. O desempenho funcional foi avaliado pelos seguintes testes:
velocidade de marcha de 4 metros, agilidade e equilíbrio dinâmico (AAHPERD), força de preensão palmar mediante
dinamômetro manual, sentar e levantar da cadeira em 5 repetições e caminhada de 6 minutos. O desempenho
cognitivo foi avaliado pelo questionário de Avaliação Cognitiva de Montreal (MoCA). Para avaliação antropométrica
foram utilizadas as medidas de estatura e peso seguido do cálculo de índice de massa corporal (IMC). As
participantes foram divididas em quatro grupos de acordo com o status de ocorrência de quedas e medo de cair,
sendo eles: medo com ocorrência de quedas (McQ; n= 32), medo sem ocorrência de quedas (MsQ; n= 50), sem
medo e sem ocorrência de quedas (SMsQ; n= 43), sem medo e com ocorrência de quedas (SMcQ; n= 6). A
estatística foi realizada pelo software SPSS 20.0, em que variáveis contínuas foram comparadas por meio do teste
Kruskal-Wallis e análise post hoc de Bonferroni seguida da comparação por pares. Os dados foram apresentados
em mediana e amplitude interquartil. O índice de significância foi de 5%. Resultados: A média de idade das
participantes foi de 70,04 ± 6,96 anos, o nível educacional de 6,80 ± 4,41 anos e o IMC de 27,20 ± 4,94. Na
comparação dos grupos foi verificada diferença quanto à agilidade [X²(3) = 17,852; p < 0,001] e teste de caminhada
de 6 minutos [X²(3) = 10,585; p < 0,05]. No teste de agilidade constatou-se que o grupo SMsQ apresentou um
menor tempo (23,29[22,11-25-94]) em relação aos grupos MsQ (26,42[23,79-30,20]) e McQ (25,99[23,95-29,58]). O
grupo SMsQ também apresentou um melhor desempenho no teste de caminhada de 6 minutos (495[455-525]) em
relação ao grupo MsQ (460[402-497]). Não houve diferença entre os grupos no desempenho cognitivo e IMC (p >
0,05). Conclusão: Conclui-se que o grupo SMsQ apresentou melhor desempenho nos testes de deslocamento que
exigem equilíbrio e agilidade, em relação aos grupos que apresentam medo. Além disso, verificou-se que a maior
parte das idosas relatou medo mesmo sem terem sofrido quedas, portanto o medo de quedas mostrou-se sendo
um possível fator psicológico associado ao declínio funcional.
Palavras-chave: Envelhecimento. Aptidão Funcional. Medo de cair. Quedas.
Amanda Vido
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
Wanilson Alexandre Baldassin
Glatz
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
Cláudia Cristina Bueno Franco
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
Loiane de Abreu Gimenes
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
Denilson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
103
Associação entre equilíbrio,
agilidade, força de membros
inferiores e índice funcional
geral com a mortalidade em
idosos independentes: um
estudo longitudinal
Mário Molari
Universidade Estadual de Londrina
Laboratório LEPEHAF
Centro de Educação Física e Esporte
Fernanda Cristiane de Melo
Universidade Estadual de Londrina
Docente do curso de graduação em
Fisioterapia
Centro de Ciências da Saúde
Daniella Carneiro de Souza
Universidade Estadual de Londrina
Laboratório LEPEHAF
Centro de Educação Física e Esporte
Walquiria Batista de Andrade
Universidade Estadual de Londrina
Laboratório LEPEHAF
Centro de Educação Física e Esporte
Contextualização: O envelhecimento populacional é um fenômeno da humanidade que revela caminhos
desafiadores a serem pensados pela sociedade, visando a promoção do envelhecimento saudável. Pesquisadores e
profissionais da prática clínica têm estudado possíveis fatores preditores de morte em idosos, entre eles: Aptidão
física e funcional (TAFF), que ajudam a avaliar a condição funcional do idoso. Objetivo: Verificar a capacidade dos
testes de agilidade, equilibrio estático com apoio unipodal, força dos membros inferiores, de forma isolada, e
agrupados em um índice funcional geral (IFG-3) em predizer mortalidade por todas as causas em idosos. Material e
métodos: Participaram 422 idosos fisicamente independentes. Os dados iniciais foram coletados entre 2009 a 2010
e de mortalidade, após sete anos entre 2009 a 2017. As avaliações foram compostas pelos testes funcionais de
agilidade, equilíbrio, força de membros inferiores, variáveis sociodemográficas, comportamentais, antropométricas
e comorbidades. A amostra foi dividida em 4 grupos considerando sexo e faixa etária. O IFG-3 foi criado
considerando o desempenho nos 3 testes funcionais. Os resultados de cada teste, em cada grupo, foram
agrupados em tabelas de percentis e ordenados do pior para o melhor desempenho. A partir desse ranking, dados
foram classificados em 3 categorias: baixo, regular e alto. A soma dos escores dos percentis dos 3 testes gerou o
IFG-3. A associação entre IFG-3 com taxas de mortalidade foi realizada pela análise multivariada-(Regressão-de-Cox)
utilizando-se o método “enter”. Os modelos de Cox foram ajustados pelas variáveis: doenças graves do passado,
pulmonar, reumáticas, do coração, hipertensão, diabetes, vasculares e índice de multimorbidade. As análises
foram realizadas pelo SPSS-22.0, considerando um intervalo de confiança de 95% e índice de significância de 5%
(p<0,05). Resultados: Durante o estudo ocorreram 75 mortes (17,8%). Dos TAFF investigados, os 3 foram capazes
de predizer a mortalidade. Idosos com desempenho baixo nos TAFF de equilíbrio, agilidade e força de membros
inferiores apresentaram associações significativas com a mortalidade, respectivamente com 2,76(CI=1,41-5,39,
p<0,01), 3,47(CI=1,57–7,69, p<0,01) e 2,42(CI=1,224,80, p<0,01), mais riscos de morte em sete anos do que os
idosos com o desempenho “alto”. O modelo com o IFG-3, indicou que os idosos com o desempenho “baixo”
possuem 5,43 (CI=2,50-11,77, p<0,01) vezes mais risco de morte em relação aos idosos com desempenho “alto”.
Conclusão: Os 3 TAFF de forma isolada e agrupados foram capazes de predizer a mortalidade por todas as causas
em idosos independentes. Desfechos como esse contribuem para a prática clínica, pois profissionais que atuam nas
diversas áreas de atendimento ao idoso podem utilizar esses testes para avaliar condições físicas e organizar
estratégias de atendimento.
Palavras-chave: Idosos independentes. Condição Funcional. Capacidade Física.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Denilson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
GEPEHAF
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
104
Equilíbrio, risco de quedas,
mobilidade funcional e nível de
atividade física de idosas
institucionalizadas
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O envelhecimento afeta as funções básicas cognitivas e motoras, diminuindo o equilíbrio e a
mobilidade funcional, que podem levar a um aumento no risco de quedas em idosos. Alguns idosos dependem do
apoio e cuidados da família, porém, devido a fatores culturais, socioeconômicos e/ou instabilidade no meio
familiar, por vezes, necessitam recorrer aos cuidados de uma Instituição de Longa Permanência (ILPI). Objetivo:
Analisar o equilíbrio, risco de quedas, mobilidade funcional e nível de atividade física de idosas residentes em uma
ILPI de São Luís, Maranhão. A hipótese levantada foi de que idosas institucionalizadas apresentariam piores
pontuações nos testes de equilíbrio, risco de quedas e mobilidade funcional em relação às não institucionalizadas,
em razão da institucionalização poder reduzir tarefas do dia a dia, contribuindo para o aumento da inatividade.
Material e métodos: A participação na pesquisa esteve condicionada à assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido, manifestando o interesse em ser voluntária. Participaram do estudo 10 idosas
institucionalizadas (GI), idade média de 75 anos (DP ±7,12) e 10 não institucionalizadas (GNI), pareadas por idade às
institucionalizadas, com média de 75,20 anos (DP ±7,27). Os instrumentos de avaliação foram: a) Anamnese (idade,
massa corporal, estatura, presença de quedas no último ano); b) Mini Exame do Estado Mental (MEEM); c)
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) versão longa para idosos; d) Escala de Berg para equilíbrio e
risco de quedas; e) Teste Timed Up and Go (TUG) de mobilidade funcional. Resultados: Não houve diferença entre
idosas institucionalizadas e não institucionalizadas no índice de massa corporal (GI: 26,77 ±6,02; GNI: 25,16 ±5,13;
média ± desvio padrão), t(18) 0,64, p = 0,53, e na pontuação no MEEM (GI: 27,50 ±1,43 e GNI 27,70 ±1,49), t(18) -
0,31, p = 0,76. Quatro idosas do GI relataram presença de quedas no último ano - a quantidade relatada variou de
uma a três - com duas idosas relatando duas quedas. Duas idosas do GNI relataram uma queda e uma relatou duas
quedas. O IPAQ classificou duas idosas do GI como sedentárias e oito como irregularmente ativas. No GNI, duas
participantes foram classificadas como sedentárias, cinco como irregularmente ativas e três como ativas. A
pontuação média na escala de Berg indicou pior equilíbrio no GI (43, risco de quedas) em relação ao GNI (52, sem
risco de quedas), com diferença significativa entre os grupos, U= 15, p= 0,01, r= - 0,59, e tamanho de efeito grande.
No teste TUG, a média de tempo no GI foi maior (15 segundos, independência funcional parcialmente preservada)
em relação ao GNI (9 segundos, independência funcional preservada), com diferença significativa entre os grupos,
U= 14,5, p= 0,01, r= -0,60, e tamanho de efeito grande. Conclusão: Idosas institucionalizadas apresentaram maior
ficit de equilíbrio, risco de quedas e menor nível de mobilidade funcional, além de relatarem maior número de
quedas e menor nível de atividade física quando comparadas às idosas não institucionalizadas.
Palavras-chave: Envelhecimento. Instituições de Longa Permanência para Idosos. Equilíbrio postural.
Rosinara de Sousa Cardoso
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM)
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Flavio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Departamento
de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano, LACOM
Carina Helena Wasem Fraga
Bianco
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
105
Conhecendo a produção
científica nacional sobre o
estudo da percepção de
competência na educação física
escolar: uma revisão sistemática
Ana Luiza da Costa Siqueira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Andressa Ribeiro Contreira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Contextualização: A Percepção de Competência (PC) é uma das variáveis de estudo presentes do campo da
Educação Física e se refere às avaliações expressas pelo indivíduo sobre suas habilidades em diferentes domínios,
sejam eles de ordem motora, cognitiva, social ou acadêmica. Objetivo: Examinar a percepção de competência em
publicações nacionais, indicando os aspectos teórico-metodológicos que embasam as pesquisas desenvolvidas com
escolares e educação física. Material e métodos: Para realização da pesquisa foram incluídos artigos científicos
publicados na língua portuguesa, no período de 2011 e 2021, oriundos das bases de dados eletrônicas Lilacs e
SciELO, utilizando os descritores “Educação física”, “Percepção de competência” e “Escolares”, assim como os
sinônimos associados. Resultados: Foram encontrados quatro artigos que atendiam aos critérios de inclusão; os
estudos compreenderam amostras entre 1 e 259 escolares com idades entre 5 a 12 anos. Quanto à origem, foram
observados 2 estudos realizados no Rio Grande do Sul e outros 2 não apresentavam em sua estrutura a origem de
realização da pesquisa. Dentre os instrumentos utilizados para a avaliação da PC, destacou-se a Escala de Percepção
de competência e aceitação social de Harter (versões para crianças alfabetizadas e não alfabetizadas). Quanto à
análise das demais variáveis, foram identificados instrumentos para avaliar o desenvolvimento motor com as
baterias TGMD-2 e BOT-2 e para a variável estado nutricional foi utilizado o cálculo do Índice de Massa Corporal
(IMC). As variáveis associadas à PC nos artigos foram sexo, níveis de atividade sica, estado nutricional, práticas de
modalidades coletivas, intervenção motora, motricidade fina e ampla, equilíbrio e aptidão física. Em síntese, os
resultados apontaram relações positivas entre os níveis de AF, intervenções motoras, aptidão física,
desenvolvimento motor e a PC, enquanto outras pesquisas identificaram que o maior envolvimento dos meninos
com vivências motoras confere a eles uma maior PC na dimensão física quando comparados às meninas.
Conclusão: As pesquisas nacionais na educação física escolar compreendem diversas variáveis a fim de definir as
associações e influências na PC dos escolares. Vale considerar que o ambiente em que a criança está inserida
(núcleo familiar, escola, atividades extracurriculares, cidade, cultura) são fatores importantes e capazes de
influenciar os resultados, bem como os instrumentos utilizados, amostra, idade da população estudada.
Palavras-chave: Percepção de competência. Educação Física. Escolares.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
106
Motor coordination and physical
fitness according to school
achievement in children from
Brazilian amazon
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: Children academic performance is influenced by a plethora of factors, such as health-related physical
fitness and motor coordination, which have been highlighted by recent studies. However, there is a lack of evidence
regarding this relationship in children living in places with peculiar characteristics, such as rural areas. Aim: The
purpose of this study was to verify the relationship between motor coordination and physical fitness in rural
children, according to their levels of school achievement. Material and methods: This is a cross-sectional study,
whose sample comprised 92 children (7-12 years, 54.3% girls) from a rural public school from Pará - Brazilian
Amazon region. Motor coordination was measured using the Körperkoordinations Test Für Kinder (KTK), academic
achievement through the School Achievement Test and physical fitness was estimated through the “Projeto Esporte
Brasil” battery [using flexibility (“sit-and-reach” test), muscular resistance MR (one-minute sit-up test), lower and
upper limbs strength (horizontal jump test and medicineball throw test, respectively)]. Age and sex information was
used. Data normality was tested, and descriptive information was presented using frequency (%) and mean
(standard deviation). Physical fitness variables were transformed into z-score, and a global physical fitness was
computed. General motor coordination was defined by the reference tables suggested by the test. Academic
achievement level was dichotomized based on median values (“insufficient achievement” and “good
achievement”). Subsequent analyses were performed according to this classification. The t-student test was used to
estimate differences between variables of motor coordination and physical fitness. Pearson correlation was
performed to verify the association between variables, and the correlation magnitude was determined by values
proposed by Batterham and Hopkins. The analyses were performed in the software GraphPad Prism 8.0.1 and IBM
SPSS 25.0, considering p<0.05. Results: For physical fitness, the “good achievement” group presented the best
values for all fitness variables (except for flexibility). Regarding motor coordination, difference was showed in
coordination of the lower limbs (81.26±9.35; p= 0.20). Children with “insufficient achievement” showed significant
correlations between lower limb strength and laterality (r: 0.39; p= 0.03), MR and balance (r: 0.41; p= 0.02), and
global physical fitness and coordination of the lower limbs (r: 0.44; p= 0.01). In children classified as “good
achievement” moderate correlations were verified between general motor coordination with flexibility (r: 0.50; p=
0.001), MR (r: 0.49; p= 0.001) and general physical fitness (r: 0.33; p= 0.03). We observed a moderate and
significant correlation between physical fitness and motor coordination among children with better school
achievement. Conclusion: Based on our results, specific interventions can be developed for children with poor
school achievements, considering the relationship of the variables analyzed with important health outcomes.
Keywords: Academic achievement. Fitness tests. Health. KTK.
Douglas Vieira
Federal University of Sergipe - Sergipe
(Brazil), Physical Education Department,
Post-Graduation Program in Physical
Education
Mabliny Thuany
University of Porto - Porto (Portugal), PhD
candidate of Sport Science, Faculty of
Sports
Thayse Natacha Gomes
Federal University of Sergipe - Sergipe
(Brazil), Physical Education Department,
Post-Graduation Program in Physical
Education
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
107
Inventário de habilidades
motoras praticadas no
ambiente de sala de aula: A
Educação Infantil em foco
Kamila Da Silva Fonseca
Universidade Federal do Amazonas,
Graduanda em Educação, Membro do
Laboratório de Estudos em
Comportamento Motor Humano
(LECOMH)
Samia Darcila Barros Maia
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(Doutoranda), Membro do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano (LECOMH)
Lúcio Fernandes Ferreira
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), Líder do Laboratório de Estudos
em Comportamento Motor Humano
(LECOMH)
Contextualização: O desenvolvimento motor é a mudança contínua do comportamento motor ao longo do ciclo da
vida, provocada pela interação entre as exigências da tarefa motora, a biologia do indivíduo e as condições do
ambiente, o inventário possui como foco de observação e identificação das classes de habilidades motoras
praticadas no ambiente de sala de aula, por crianças da educação infantil diante de estímulos e comandos, sem
interferências nas formas como são praticadas. Os estímulos das práticas de atividades são diversas e os comandos
são únicos, porém a forma como cada aluno executa é diferente, podendo classificar o grau de dificuldade de tal
atividade para aquele aluno dentro das classes de habilidades que estão sendo trabalhadas. A aprendizagem do
movimento começa através da tentativa do indivíduo de reproduzir a ideia daquele movimento, assim ao praticar
determinada tarefa, ocorre a aquisição de novos padrões motores levando a mudanças na forma de executar a
atividade. A utilização de recursos lúdicos como forma de aprendizagem contribui significativamente para o
desenvolvimento das habilidades motoras da criança, pois as brincadeiras facilitam a aquisição de novas
habilidades melhorando o repertório motor desta criança e ampliando sua capacidade de adaptação as situações
cotidianas. Objetivo: Analisar as habilidades motoras que crianças praticam no ambiente da sala de aula na pré-
escola. Material e métodos: A metodologia utilizada será através de observações e filmagens que serão feitas em
duas salas, com aproximadamente 20 crianças em cada, durante dois meses em semanas alternadas, durante o
período total de aula, ou manhã ou vespertino. As filmagens serão realizadas através de uma câmera pequena com
capacidade de até 24 horas de filmagens e cartão SD. A pesquisa será financiada pela Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e iniciará após a conclusão dos procedimentos éticos de autorização.
Palavras-chave: Inventário. Educação infantil. Habilidades motoras.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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108
Um olhar sobre o modelo da
ampulheta desenvolvimentista:
perspectivas de avanços a partir
do documentário “bebês em
foco”
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O desenvolvimento motor é compreendido como uma área de investigação relacionada às
mudanças progressivas no comportamento motor, sendo que o Modelo Teórico da Ampulheta Desenvolvimentista
fornece possibilidades para interpretação das mudanças ocorridas no processo de desenvolvimento. A realização
de estudos analisando o modelo teórico possibilita um olhar sobre o desenvolvimento infantil, apontando para
novas possibilidades de investigações e intervenções motoras, principalmente considerando o comportamento
motor de bebês nos anos escolares iniciais, uma vez que o profissional de Educação Física ainda busca conquistar
seu espaço de forma permanente em contextos como creches e centros de educação infantil. Objetivo: Analisar o
documentário “Bebês em foco” na perspectiva teórica da Ampulheta Desenvolvimentista, articulando os
conhecimentos com as atualizações propostas na produção audiovisual. Material e métodos: Trata-se de uma
pesquisa exploratória, documental e de abordagem qualitativa. A seleção dos episódios ocorreu a partir das
relações das sinopses com o tema desenvolvimento motor. Dos 12 episódios do documentário, três foram
selecionados e analisados com base na matriz analítica considerando as fases motora reflexiva e rudimentar.
Resultados: Na fase reflexiva, os principais resultados demonstraram que os neonatos embora apresentem
movimentos primitivos, dispõem de capacidades perceptivas inatas observadas desde sua concepção, como
verificado no reflexo de marcha. Os movimentos reflexivos, embora grosseiros e não refinados, apresentam
intenção e associam-se aos mecanismos sensoriais de modo que a atividade motora seja desencadeada através de
estímulos visuais. na fase motora rudimentar, os achados apontaram que os marcos motores não apresentam
um padrão sequencial de desenvolvimento, mas que variam em função da variabilidade determinada pelas
restrições do indivíduo, ambiente e tarefa. Isso, porque, ao explorar o ambiente, o bebê produz informações
perceptivas que contribuem para o conhecimento do corpo no espaço, limites e potenciais, posteriormente
observado na execução dos primeiros passos com autonomia. Conclusão: A partir das articulações dos
conhecimentos do modelo teórico e dos avanços apresentados na produção audiovisual “Bebês em foco”,
entendemos que são imprescindíveis e refletem de forma significativa nas práticas pedagógicas direcionadas à
Educação Física Escolar, especificamente aplicadas na Educação Infantil, a fim de fomentar estudos futuros que
contribuam para o estabelecimento de estratégias de intervenção com foco sobre o desenvolvimento integral dos
bebês.
Palavras-chave: Ampulheta Desenvolvimentista. Desenvolvimento motor. Bebês em Foco.
Thiago da Cruz de Almeida
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Andressa Ribeiro Contreira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
109
Diferença entre o nível de
Competência Motora de crianças
de 8 a 10 anos e crianças de 11 a
13 anos de idade
Rafael Gusmão
Herbert Ugrinowitsch
Rodrigo Silva
Contextualização: Competência motora (CM) está relacionada à proficiência na execução das habilidades motoras
fundamentais (HMF). As HMF servem como blocos de construção para gerar habilidades do cotidiano, de esportes
e dança. A avaliação da CM é importante, pois tem associação positiva com a aptidão física e negativa com
obesidade. Na literatura são encontrados diversos estudos que avaliaram a competência motora em indivíduos de
diferentes idades de ambos os sexos, e os resultados têm evidenciado que crianças mais velhas e do sexo masculino
são mais proficientes nas HMF. Objetivo: Sendo assim, o objetivo do estudo foi comparar a competência motora de
crianças de 8 a 10 anos de idade com crianças de 11 a 13 anos de idade e comparar as crianças do sexo masculino
com crianças do sexo feminino entre 8 e 13 anos de idade. Material e métodos: A amostra de 32 crianças de ambos
os sexos (16 meninos e 16 meninas, sendo 8 de cada sexo entre 8 e 10 anos e 8 entre 11 e 13 anos). A competência
motora dos voluntários foi avaliada através do instrumento Motor Competence Assesment (MCA), que avalia de
forma quantitativa a proficiência nas HMF, que são subdivididas em três dimensões: equilíbrio, locomoção e
controle de objetos. Para cada dimensão, o MCA possui 2 tarefas motoras: Equilíbrio: mover plataformas e saltar
lateralmente; locomoção: saltar horizontalmente e shuttle run; e controle de objetos: chutar uma bola de futsal e
arremessar uma bola de tênis por cima do ombro. A competência motora foi considerada como a média dos
escores Z das seis habilidades avaliadas. A análise estatística utilizada foi o teste t Independente para comparar o
escore Z dos dois grupos. Resultados: O resultado mostrou que em relação às três dimensões avaliadas, os
resultados entre grupos foram: Equilíbrio, o Grupo 11 a 13 anos (p=0,03); Locomoção o houve diferença
(p=0,053); e Manipulação também não houve diferença (p=0,29). Em relação à comparação entre sexo, na
dimensão de Equilíbrio não houve diferença significativa (p=0,330); Locomoção também não houve diferença
significativa (p=0,31); e em Controle de objetos, os meninos foi melhor (p=0,04). Conclusão: É possível concluir que
não há diferença no nível de competência motora geral entre crianças de 8 a 10 anos de idade e crianças de 11 a 13
anos de idade assim como na comparação entre sexo na faixa etária de 8 a 13 anos de idade, porém o nível de
competência nas habilidades de equilíbrio é maior no grupo 11 a 13 anos de idade e dos meninos nas habilidades
de controle de objetos.
Palavras-chave: Competência motora. Habilidade motora. Maturação. Proficiência motora.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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110
Estrutura da linguagem corporal
nas combinações de exame de
fase: Teoria de grafos aplicada à
prática do Sanda desportivo
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O Sanda é um esporte moderno de combate desarmado, que se desenvolveu a partir de técnicas
tradicionais do Wushu. No processo de ensino e aprendizagem do Sanda, Aécio Santos Dantas, bicampeão
brasileiro na modalidade, conhecido como Sihing Aécio, criou dezoito sequências para avaliação da competência
dos alunos. São movimentos pré-estabelecidos que aumentam de complexidade à medida que o aluno progride na
modalidade. As sequências são realizadas por um aprendiz, enquanto outro apara os golpes com escudos. O Sanda
desportivo é referenciado na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) como “chinese boxing” e categorizado como
forma de expressão e linguagem do componente Educação Física. Também é modalidade de competição regida
pela Confederação Brasileira de Kung Fu Wushu (CBKW). Em passagens da BNCC são feitas analogias de forma e
função da linguagem escrita com a linguagem corporal. Neste sentido, tem sido difundida a análise de linguagem
escrita e falada com a ferramenta Speech Graphs, que se utiliza da teoria dos grafos para quantificações e
interpretações da estrutura matemática de textos. Objetivo: O objetivo geral deste estudo foi analisar as
combinações de movimentos de Sanda das sequências propostas por Sihing Aécio, transcritas de forma textual,
recodificadas. Material e métodos: Foi desenvolvida uma pesquisa exploraria com os movimentos das
sequências do Sihing Aécio originais, transcritas na forma de texto, recodificadas. De forma que uma habilidade
motora na sequência de movimentos escrita como “jab” (soco reto projetado ao rosto, com a mão posicionada a
frente na base de luta do Sanda) é recodificado como “j”. Todos os movimentos das dezoito sequências são
transcritos em textos e recodificados em arquivo .txt. A ferramenta de análise foi o software Speech Graphs, que
importa o arquivo textual em formato .txt e produz automaticamente uma análise da estrutura de grafos do texto
em sequencias parciais e completa. Resultados: Nas combinações por níveis, houve aumento no número de nós e
arestas nos grafos com e sem direcionamento, bem como de nós com alto grau de conectividade (hubs), à medida
em que se avança de graduação no Sanda. A sequência exigida para a primeira fase possui seis (6) nós, oito (8)
arestas direcionais, sendo o jab a habilidade motora com nove (9) conexões. Para a segunda fase, foram nove (9)
nós, quinze (15) arestas direcionais, sendo as habilidades motoras de direto e cruzado os hubs, cada qual com dez
(10) conexões. Já para a terceira fase, foram encontrados treze (13) nós, trinta e quatro arestas direcionais, com as
habilidades motoras de cruzado e direto formando hubs, ambas com dezoito (18) conexões cada. Conclusão: A
análise reforça o gradual aumento quantitativo da complexidade das sequências de habilidades motoras propostas
por Sihing Aécio, bem como do incremento progressivo das conexões entre nós no avançar de cada fase do Sanda.
As habilidades motoras se expressam como linguagem corporal, existindo um paralelismo entre sequências de
movimentos corporais e frases textuais. O Speech Graphs é uma avaliação objetiva da progressão da aprendizagem
motora via estrutura de grafos.
Palavras-chave: Sanda. Aprendizagem motora. Teoria dos grafos.
Alexandre Nelson Alves de
Carvalho Junior
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Comportamento Motor e
Psicomotricidade
Patrick Ramom Stafin Coquerel
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Departamento de Educação
Física, Laboratório de Comportamento
Motor e Psicomotricidade
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
111
Intervenção pedagógica na
habilidade de escrita de crianças
com Transtorno do
Desenvolvimento da
Coordenação: Dados preliminares
Samia Darcila Barros Maia
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutoranda), Membro do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano.
Keegan Bezzera Ponce
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutorando), Membro do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano
Cleverton José Farias De Souza
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), Vice-Líder do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano
Contextualização: As dificuldades motoras advindas do Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) são
descritas como um sério comprometimento no desenvolvimento da coordenação motora, que não é explicável
unicamente em termos de retardo intelectual, global ou qualquer desordem neurológica congênita ou adquirida
específica. É usual que a inabilidade motora esteja associada a algum grau de desempenho comprometido em
tarefas cognitivas e visoespaciais. Após avaliação e identificação do TDC, pesquisadores desse fenômeno
recomendam o tratamento especializado como intervenções que são realizadas principalmente por terapeutas
ocupacionais e fisioterapeutas, entretanto, acreditamos que os profissionais da educação podem auxiliar. Objetivo:
Neste estudo objetivamos destacar a significância de pesquisas baseadas em evidências relacionadas a Intervenção
pedagógica na habilidade de escrita de crianças com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Material e
métodos: realizamos uma revisão de literatura, buscamos artigos que abordassem intervenção pedagógica na
habilidade de escrita de crianças com TDC. Consultamos o periódico CAPES e bases de dados como Google
acadêmico, Cambridge Core, Journal Citation Reports (JCR), Library, Information Science & Technology Abstracts,
Oxford Journals (Oxford University Press), Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), Science Direct,
Science (AAAS), Scopus, Web of Science e Taylor & Francis Online. O recorte temporal foi entre 2018 e 2022.
Resultados: Após os critérios de elegibilidade: 1) ser redigido em língua portuguesa; 2) ter sido realizado com
falantes do português brasileiro; 3) utilizar instrumento(s) de avaliação de escrita; e 4) ser estudo empírico.de
inclusão e exclusão, dos 18 artigos sete artigos foram lidos na íntegra e compuseram os resultados apresentados.
Conclusão: Verificamos que apesar de vasta a literatura acerca de intervenções motoras que visam minimizar as
dificuldades de crianças com TDC de modo geral, o que atende às necessidades delas nas atividades de vida escolar,
estudos que apresentem intervenções direcionadas especificamente à escrita não foram encontrados, o que é
preocupante uma vez que o baixo desempenho na escrita é frequente em escolares com TDC.
Palavras-chave: Intervenção pedagógica. Habilidade de escrita. Transtorno do desenvolvimento da coordenação.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Lúcio Fernandes Ferreira
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), Líder do Laboratório de Estudos
em Comportamento Motor Humano
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Manaus - AM
112
Dados preliminares sobre a
análise da escrita: revisão de
instrumentos a partir das
pesquisas nacionais
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Saber ler e escrever, bem como utilizar estas habilidades no dia a dia, em nossa sociedade, é
uma necessidade inquestionável, pois ambas são amplamente utilizadas para os mais variados fins,
independentemente da idade do indivíduo. No âmbito escolar, embora estejamos há décadas discutindo mudanças
estruturais e de concepções acerca dos pressupostos da Educação Inclusiva ainda o pensamento de que ela
abrange unicamente alunos com deficiência. Nos últimos anos a discussão e luta acerca da inclusão escolar cresce,
porém, nota-se que este público é considerado como o único que necessita destas ações, sem que haja uma
reflexão efetiva de que existem vários outros alunos, sem deficiência, e que acabam sendo vítimas de exclusão no
ambiente escolar, como alunos com Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação. Esses alunos enfrentam
dificuldades escolares que vão além de suas limitações cognitivas ou motoras, por exemplo, na escrita. Entendemos
que escolas e professores devam ter papel fundamental nesse processo, tendo a intervenção pedagógica como
uma possível e grande aliada para minimizar os prejuízos motores, desta forma o primeiro passo é avaliar a escrita
destes alunos. Objetivo: Neste estudo objetivamos investigar quais foram os instrumentos de avaliação da escrita
mais utilizados nas produções nacionais nos últimos anos. Material e métodos: recorremos à revisão integrativa,
que contém a análise de pesquisas relevantes que dão suporte para a tomada de decisão. O protocolo incluiu a
escolha de bases de dados para realizar a busca; seleção de palavras-chave e critérios de elegibilidade para os
estudos encontrados no recorte temporal de 2015 a 2021. Resultados: Os resultados mostraram 383 estudos sobre
o tema na busca geral, dos quais destacamos 10 trabalhos relevantes considerando a clareza e o detalhamento das
informações acerca da metodologia e instrumentos utilizados. Conclusão: Verificamos o declínio no quantitativo de
pesquisas relacionadas à temática de leitura e escrita nos últimos 7 anos e a variedade de instrumentos disponíveis
para tal fim embora aa preferência da maioria dos pesquisadores utilizou o Teste de Desempenho Escolar (TDE).
Palavras-chave: Avaliação da escrita. Instrumento. Escrita.
Samia Darcila Barros Maia
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutoranda), Membro do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano
Keegan Bezerra Ponce
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutoranda), Membro do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano
Cleverton José Farias De Souza
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), Vice-Líder do Laboratório de
Estudos em Comportamento Motor
Humano
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
113
Proposta de validação das
instruções do Teste KTK para
Libras
Samia Darcila Barros Maia
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutoranda), LECOMH
Keegan Bezerra Ponce
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(doutorando), LECOMH
Cleverton Jose Farias de Souza
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), LECOMH
Lucio Fernandes Ferreira
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-graduação em Educação
(docente), LECOMH
Contextualização: A inclusão escolar é compreendida como uma perspectiva ampla de reestruturação da educação.
A avaliação como processo dinâmico considera o conhecimento prévio, o nível atual de desenvolvimento e às
possibilidades de aprendizagem futura. Neste processo, o professor deve criar estratégias considerando que
estudante Surdos podem demandar o uso da língua de sinais como prática cotidiana. Logo, precisam ser avaliados
de forma apropriada. Objetivo: O objetivo deste estudo é de apresentar uma proposta de validar as instruções do
Teste KTK para Libras. Material e métodos: Após tradução das instruções do Teste KTK se faz necessário
compreender se tais instruções estão adequadas para aplicação com Surdos por meio de um processo de validação
psicométrica. Trata-se de um estudo de validade que utiliza a Teoria Clássica de Testes TCT e Teoria de Resposta
ao Item TRI, para fins de análise estatística utilizaremos, 1- validade de construto (face vality), calculada por
análise da representação de consistência interna e análise fatorial, 2- validade de critério, por meio da validade
preditiva e concorrente; 3- validade de conteúdo, por meio de grupo de juízes bilingues e experts, que verificarão a
necessidade ou não de incluir itens ou modificar aqueles existentes, e análise empírica dos itens por meio da TRI; 4
- fidedignidade das instruções, por meio de uma amostra de sujeitos surdos, um mesmo teste em duas ocasiões,
será feito teste reteste para obter o coeficiente de fidedignidade por meio da correlação e coeficientes alfa (α) ,
5 uniformização, dois conceitos padronização (aplicação) e normatização (interpretação dos scores). Resultados e
conclusão: Esperamos que após validação das instruções possamos desenvolver estudos para compreender o
desempenho motor do Surdo e estabelecer programas de intervenção motora para auxiliá-lo em suas atividades
escolares sem prejuízo a sua participação social.
Palavras-chave: Validação. Desempenho motor. Surdo.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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114
Estrutura da linguagem corporal
nas sequências de treinamento
de Mestre Bimba: Teoria de
grafos aplicada à prática da
Capoeira
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Capoeira é uma cultura corporal de movimento afro-brasileira. No processo de ensino e
aprendizagem, Manuel dos Reis Machado, Mestre Bimba, deixou o legado de oito sequências de treinamento, que
são movimentos pré-estabelecidos para dois aprendizes, servindo de base de conhecimento para jogar na Roda de
Capoeira. A Capoeira é referenciada na Base Nacional Curricular Comum (BNCC), categorizada como forma de
expressão e linguagem do componente Educação Física. Em muitas passagens da BNCC, são feitas analogias de
forma e função da linguagem escrita com a linguagem corporal. Neste ínterim, tem sido difundida a análise de
linguagem com a ferramenta Speech Graphs, que se utiliza da teoria dos grafos para quantificações e
interpretações da estrutura matemática de textos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi analisar a sequência de
movimentos de Mestre Bimba transcrita para texto. Material e métodos: Foi desenvolvida uma pesquisa
exploratória com os textos da sequência de Mestre Bimba simplificada (somente realizada para um lado) e
completa (realizada para o lado direito e esquerdo) contida na dissertação de mestrado da Universidade Federal da
Bahia, por Mestre Xaréu, discípulo de Mestre Bimba. A ferramenta de análise foi o software Speech Graphs,
disponibilizado gratuitamente pelo Instituto do rebro da UFRN. Resultados: A análise mostrou que a sequência
simplificada, transcrita exata, continha 55 nós e 436 arestas e 111 arestas não direcionadas. Na forma exata do
texto a preposição “com” foi um com alta conectividade, com 19 ligações. A sequência completa transcrita,
apresentou 29 nós e 640 arestas direcionados, e 75 arestas sem direcionamento, sendo a palavra aluno o de
maior conexão. A sequência completa de Mestre Xaréu possui menor número de nós devido a apresentação
sintética da transcrição do movimento, do que na versão simplificada. Foi constatada a necessidade de recodificar
os textos transcritos originais. Primeiramente, pelo fato da oportuna extração de preposições, advérbios, entre
outras expressões que isoladamente não colaboraram para uma configuração útil dos grafos, com a ferramenta
parar palavras (stop words). Em segundo lugar, notou-se que recodificar o texto com uma estratégia de
compressão de palavras, que isso seria bastante adequado, exemplificado com um trecho da primeira sequência:
ao invés de inserir a transcrição exata do texto “Aluno A meia-lua de frente com perna direita”, recodificou-se
“AlunoAmeialuadefrentedireita”. Com essa estratégia de compressão de palavras, oito (8) nós são sintetizados em
um (1) único nó, mantendo preposições e advérbios que facilitam a leitura e compreensão da habilidade motora
analisada, bem como favorecem a interpretação dos grafos. A recodificação mostrou que a sequência completa
possui 37 nós, com 122 arestas direcionais, e 67 arestas não direcionais, sendo AlunoBcabeçada” mais
interligado. Conclusão: Conclui-se que a linguagem corporal das sequências de Mestre Bimba é passível de análise
quantitativa com o software Speech Graphs, por intermédio de transcrição textual. A recodificação por compressão
de palavras expressa a habilidade motora, além de ilustrar um diálogo corporal de perguntas e respostas entre os
aprendizes de Capoeira.
Palavras-chave: Capoeira. Aprendizagem motora. Teoria dos grafos.
Patrick Ramon Stafin Coquerel
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Comportamento Motor e
Psicomotricidade
William Marinho de Leiros Neto
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Comportamento Motor e
Psicomotricidade
Alexandre Nelson Alves de
Carvalho Junior
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Comportamento Motor e
Psicomotricidade
Sidarta Tollendal Gomes Riberio
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Instituto do Cérebro, Laboratório
de Sono, Sonho e Memória
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
115
Comparação entre o
desempenho da marcha de
indivíduos com e sem
osteoartrite de joelho
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Nyvea Maria de Souza Matias
Faculdade de Integração do Sertão, Serra
Talhada, PE, Brasil
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Contextualização: A osteoartrite é uma doença crônica que danifica e altera a cartilagem e os tecidos circundantes à
articulação e caracteriza-se por dor, rigidez e perda da função articular. Geralmente, esses indivíduos apresentam
dificuldades de locomoção, sendo assim, é pouco conhecido o quanto o desempenho da marcha é prejudicado, em virtude
da osteoartrite, quando comparada aos sujeitos sem a doença, justificando a realização do presente estudo. Objetivo:
Comparar o desempenho da marcha entre indivíduos com e sem o diagnóstico clínico de osteoartrite de joelho. Material e
métodos: Estudo de corte transversal, que avaliou 60 indivíduos, sendo 30 indivíduos com e 30 sem o diagnóstico clínico de
osteoartrite de joelho, de ambos os sexos, na faixa etária entre 50-85 anos, que foram recrutados das Unidades Básicas de
Saúde do município de Serra Talhada, Pernambuco. A velocidade da marcha foi avaliada pelo teste Timed Up And Go (TUG)
e as tarefas funcionais relacionadas à marcha pela versão brasileira do Dynamic Gait Index (DGI), a análise estatística entre
os grupos foi realizada usando o teste de Mann-Whitney. Resultados: Os voluntários com osteoartrite apresentaram
menor velocidade da marcha (28,6±3,15), comparados àqueles sem a doença (16,8±0,83) e um pior desempenho nas
tarefas funcionais relacionadas à marcha (17,6±0,99), quando comparados aqueles sem osteoartrite (22,3±0,53),
apresentando diferenças significativas para ambos os testes ((p= 0,000); (p=0,001)), respectivamente. Conclusão: Os
indivíduos com osteoartrite de joelho deste estudo apresentaram pior desempenho na marcha, comparados aos indivíduos
sem a doença.
Palavras-chave: Envelhecimento. Equilíbrio Postural. Fisioterapia. Neuropatias Diabéticas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
116
Critérios para classificar redução
acentuada de flexão do joelho
parético de indivíduos pós
acidente vascular encefálico
durante a locomoção
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Uma das alterações que podem ser apresentadas no padrão de locomoção de indivíduos que
sofreram acidente vascular encefálico (“pós AVE”) é a diminuição acentuada da flexão máxima do joelho durante o
período de balanço, conhecida como “stiff-knee gait”. Apesar desses indivíduos apresentarem menor flexão do
joelho no período de balanço, não uma padronização para considerá-los como tendo ou não “stiff-knee gait”.
Em crianças com paralisia cerebral, têm sido sugerido quatro parâmetros que indicam se elas apresentam ou não
tal padrão de locomoção: (1) flexão máxima do joelho durante o período de balanço, (2) amplitude de movimento
(ADM) de flexão do joelho entre o início do período de balanço e a flexão máxima, (3) ADM durante o ciclo, e (4)
timing da flexão máxima no período de balanço. Objetivo: O objetivo deste estudo foi examinar a possibilidade de
utilizar tais parâmetros para classificação do “stiff-knee gait” em indivíduos pós AVE. Material e métodos: Vinte
indivíduos pós AVE (42±12,04 anos) e 17 indivíduos sem comprometimento no aparelho locomotor (42±12,2 anos),
pareados pela idade e sexo (grupo controle), participaram do estudo. Os participantes andaram com velocidade
auto-selecionada e confortável sobre uma passarela de 10m de extensão, com marcadores refletivos afixados em
referências que definiram os segmentos corporais do membro inferior. Eventos específicos foram identificados
para definir cada ciclo do andar e os períodos de apoio e de balanço, e o ângulo articular dos joelhos parético, não
parético dos indivíduos pós AVE, direito e esquerdo do grupo controle foi calculado. Cada ciclo do andar foi
normalizado temporalmente (0-100%) e os quatro parâmetros mencionados anteriormente foram calculados.
Comparações entre os membros parético, não parético e controle (média entre os membros direito e esquerdo do
grupo controle), revelaram que o membro parético apresentou menor flexão máxima, menor ADM no início do
balanço e durante o ciclo, e menor timing da flexão máxima no período de balanço em relação aos membros
controle e não parético, e que não houve diferença entre os membros controle e não parético. Resultados: A partir
dos resultados encontrados, classificamos o membro parético de cada indivíduo pós AVE considerando o valor de
duas vezes o desvio padrão abaixo da média do membro controle para pelo menos três dos quatro parâmetros. De
todos os participantes pós AVE, somente dois o foram classificados com stiff-knee gait”. É importante destacar
que, ao contrário de crianças com paralisia cerebral, indivíduos pós AVE apresentam, normalmente, hiperextensão
do joelho durante o período de apoio, e para a definição da ADM do joelho durante o ciclo do andar, isso deve ser
considerado. Ainda, os indivíduos pós AVE que participaram deste estudo apresentaram grande variação para o
timing no membro parético (20±7,47%), prevalecendo a diminuição ao invés do aumento desse parâmetro.
Conclusão: Os resultados deste estudo sugerem que é possível utilizar os critérios utilizados para crianças com
paralisia cerebral em indivíduos pós AVE para classificação do “stiff-knee gait”, entretanto, alguns ajustes devem
ser feitos para ADM de flexão do joelho durante o ciclo e o timing de flexão máxima no período de balanço.
Palavras-chave: Marcha. “Stiff-knee gait”. Controle motor.
Apoio financeiro: FAPESP (Processos 2018/04964-8, Auxílio Regular; 2019/10801-7, Bolsa de Iniciação científica)
Odair Bacca
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Anna Júlia Silva de Lima
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
Mateus Santos Dias
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
José Angelo Barela
Universidade Estadual Paulista/Rio Claro,
Departamento de Educação Física,
Laboratório para Estudos do Movimento
(LEM)
Ana Maria Forti Barela
Universidade Cruzeiro do Sul, Instituto de
Ciências da Atividade Física e Esporte,
Laboratório de Análise do Movimento
(LAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
117
Avaliação do equilíbrio corporal
em indivíduos com e sem
Diabetes Mellitus tipo 2
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Luana Catalina dos Santos
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Sebastião Cosme Pessoa Neto
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Contextualização: O controle postural é regulado pelos sistemas visual, somatosensorial e vestibular, caso ocorra
alguma alteração em um ou em mais de um desses sistemas, o controle postural e o equilíbrio corporal podem
estar alterados. Indivíduos com diagnóstico clínico de Diabetes Mellitus tipo 2 podem apresentar alterações de
sensibilidade plantar devido a doença, e assim, podem apresentar distúrbios no equilíbrio corporal em virtude
dessas alterações sensoriais. Objetivo: Avaliar e comparar o desempenho do equilíbrio corporal em indivíduos com
e sem o diagnóstico clínico de Diabetes Mellitus tipo 2. Material e métodos: Estudo de corte transversal, que
avaliou 70 indivíduos, sendo 35 com e 35 sem o diagnóstico clínico de Diabetes Mellitus tipo 2, de ambos os sexos,
na faixa etária entre 50-85 anos, que foram recrutados das Unidades Básicas de Saúde do município de Serra
Talhada, Pernambuco. O equilíbrio corporal dos voluntários foi avaliado pela versão brasileira da Escala de
Equilíbrio de BERG e para a análise estatística entre os grupos foi usado o teste de Mann-Whitney. Resultados: O
grupo com Diabetes Mellitus apresentou pior desempenho no equilíbrio corporal (45,1±1,16), quando comparado
ao grupo de indivíduos sem a doença (52,2±0,84), demonstrando diferenças estatísticas (p= 0,000). Conclusão: Os
indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 deste estudo demonstraram um pior desempenho no equilíbrio corporal
comparados àqueles sem a doença.
Palavras-chave: Envelhecimento. Equilíbrio Postural. Fisioterapia. Neuropatias Diabéticas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
118
Correlação entre a intensidade
da dor articular e o desempenho
da marcha em indivíduos com
osteoartrite de joelho
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A osteoartrite é uma doença articular crônica, caracterizada pelo desgaste ou deteriroração da
cartilagem articular, que leva à alterações ósseas, como os osteófitos, alterações intra-articulares como a rigidez e
dor, que podem limitar a marcha e a funcionalidade desses pacientes. Objetivo: Observar se existe uma correlação
entre a intensidade da dor articular e o desempenho da marcha em indivíduos com osteoartrite de joelho. Material
e métodos: Estudo de corte transversal, que avaliou 60 indivíduos, sendo 30 indivíduos com e 30 sem o diagnóstico
clínico de osteoartrite de joelho, de ambos os sexos, na faixa etária entre 50-85 anos, que foram recrutados das
Unidades Básicas de Saúde do município de Serra Talhada, Pernambuco. A intensidade da dor articular foi avaliada
pela Escala Analógica Visual, a velocidade da marcha pelo teste Timed Up And Go (TUG) e as tarefas funcionais
relacionadas à marcha pela versão brasileira do Dynamic Gait Index (DGI), a análise estatística entre os grupos foi
realizada usando o teste de Mann-Whitney. Resultados: Houve uma correlação negativa entre a intensidade da dor
articular a velocidade da marcha: TUG: (-0,589; p=0,001) nos indivíduos com osteoartrite e uma correlação positiva
entre a intensidade da dor e as atividades funcionais relacionadas à marcha: DGI: (0,646; p=0,000) nos indivíduos
com osteoartrite. Conclusão: Este estudo identificou uma correlação entre níveis elevados de intensidade de dor
com um pior desempenho na marcha em indivíduos com osteoartrite.
Palavras-chave: Envelhecimento. Equilíbrio Postural. Fisioterapia. Neuropatias Diabéticas.
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife,
PE, Brasil
Sthefany Ellen de Araújo
Nascimento
Faculdade de Integração do Sertão, Serra
Talhada, PE, Brasil
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Nyvea Maria de Souza Matias
Faculdade de Integração do Sertão,
Serra Talhada, PE, Brasil
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife,
PE, Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
119
Desempenho da marcha de
indivíduos com e sem Diabetes
Mellitus tipo 2
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Luana Catalina dos Santos
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Sebastião Cosme Pessoa Neto
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Contextualização: O equilíbrio corporal é uma habilidade motora regulada pelos sistemas visual, somatosensorial e
vestibular, em caso de alterações em um ou em mais de um desses sistemas o equilíbrio corporal pode estar
alterado, bem como, as habilidades motoras que são influenciadas pelo equilíbrio, como a marcha, a corrida e o
salto vertical. Indivíduos com diagnóstico clínico de Diabetes Mellitus tipo 2 podem apresentar alterações de
sensibilidade plantar devido a doença, e assim, podem apresentar distúrbios no equilíbrio e consequentemente, na
marcha em virtude dessas alterações sensoriais provocadas pela doença. Objetivo: Avaliar e comparar o
desempenho da marcha de indivíduos com e sem o diagnóstico clínico de Diabetes Mellitus tipo 2. Material e
métodos: Estudo de corte transversal, que avaliou 70 indivíduos, sendo 35 com e 35 sem o diagnóstico clínico de
Diabetes Mellitus tipo 2, de ambos os sexos e na faixa etária entre 50-85 anos, que foram recrutados das Unidades
Básicas de Saúde do município de Serra Talhada, Pernambuco. A velocidade da marcha foi avaliada pelo teste
Timed Up and Go (TUG) e as tarefas funcionais relacionadas à marcha foram mensuradas pela versão brasileira do
Dynamic Gait Index (DGI). Para a análise estatística entre os grupos foi usado o teste de Mann-Whitney.
Resultados: O grupo com o diabetes Mellitus apresentou pior desempenho na marcha: representado por uma
menor velocidade na marcha TUG: (19,5±1,02) e pior desempenho nas tarefas funcionais relacionadas à marcha
DGI: (16,1±0,49), quando comparados aos indivíduos sem a doença TUG: (12,5±0,93) e DGI: (21,5±0,67),
respectivamente, demonstrando diferenças estatísticas para ambos os instrumentos empregados (p=0,000).
Conclusão: Os indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 deste estudo demonstraram velocidade da marcha mais
lenta e um pior desempenho em tarefas funcionais relacionadas à marcha comparados àqueles sem a doença.
Palavras-chave: Caminhada. Envelhecimento. Equilíbrio Postural. Neuropatias Diabéticas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
120
Terapia assistida por equinos
como reabilitação no
desenvolvimento motor de uma
criança com paralisia cerebral
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A paralisia cerebral (PC) é definida como distúrbio no movimento ou na postura, decorrente de
uma lesão cerebral não progressiva. A reabilitação de crianças com PC pode ser realizada de diversas formas, como
por exemplo com a terapia assistida por equinos. Esse método tem apresentado importantes resultados no
aprimoramento e desenvolvimento motor dessas crianças. Objetivo: avaliar possíveis alterações ocorridas sobre o
desenvolvimento motor de um praticante com PC, a partir da sua participação em um programa de terapia assistida
por equinos. Material e Material e métodos: Foi realizado um estudo de caso e participou da pesquisa uma criança
do sexo masculino, 7 anos e 5 meses de idade (Idade corrigida: 89 meses). A pesquisa foi desenvolvida com
metodologia quantitativa e qualitativa. O programa foi desenvolvido com atividades realizadas uma vez na semana,
sessões com 30 minutos e em horários contrários as atividades escolares da criança, durante 12 semanas, com a
realização de 8 sessões. Em relação aos dados quantitativos foi realizado pré e pós teste com a avaliação da Escala
de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto. Essa escala verifica o desenvolvimento motor em diferentes áreas
e fornece informações referentes à: motricidade fina, motricidade global, esquema corporal, equilíbrio,
organização espacial, organização temporal e lateralidade. Para a avaliação qualitativa foi utilizado o diário de
registro das sessões. Resultados: Relativo aos dados qualitativos, a criança apresentou maior nível de atenção no
decorrer do programa, segundo análise das informações descritas no diário de registro das sessões. Os escores
encontrados entre o pré e pós-teste para os dados quantitativos demonstraram progressão em relação à
motricidade fina, com a criança iniciando com 72 meses no pré e evoluindo para 84 meses no pós-teste. Na área do
esquema corporal apresentou evolução no item da prova de rapidez, obteve 40 acertos no pré e progrediu para 56
no pós-teste. Podemos dizer que nossos resultados são relevantes para o desenvolvimento motor, pois, refletiu na
diminuição do atraso motor da criança, visto que, alterou os resultados na EDM para a idade motora geral da
mesma, com 70 meses no pré e 72 meses no pós-teste. Entretanto, ainda assim, a criança permaneceu na mesma
faixa etária para sua idade no pós-teste. Conclusão: Houve progressão para o desempenho motor da criança com
PC após participação em um programa de terapia assistida por equinos, e essa mostrou-se como uma importante
modalidade para reabilitação e uma ferramenta viável no estímulo de uma criança com PC. Assim, demonstrando
que terapias complementares são de extrema importância para essa faixa etária. Entretanto, sugerimos em
pesquisas futuras um maior número de sessões.
Palavras-chave: Paralisia Cerebral. Escala de Desenvolvimento Motor. Terapia Assistida por Equinos. Reabilitação.
Marieli Matias Ramos
Anhanguera Educacional- Campus Bauru,
Departamento de fisioterapia
Aline Aparecida Ribeiro
Unesp- Campus Bauru, Departamento de
Educação Física
Marli Nabeiro
Unesp- Campus Bauru, Departamento de
Educação Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
121
Equoterapia na melhora dos
aspectos funcionais: relato de
caso de um praticante com
Paralisia Cerebral - PC
Rodrigo Naranjo de Oliveira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Andressa Ribeiro Contreira
Universidade do Estado do Amazonas -
UEA
Açucena Mota Rebouças Leite
Núcleo de Equoterapia da Polícia Militar
do Amazonas - PMAM
Stephany Lopes Mendonça
cleo de Equoterapia da Polícia Militar
do Amazonas - PMAM
Contextualização: A equoterapia é um método terapêutico, que emprega técnicas de equitação, atividades físicas,
cognitivas e equestres, desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, dentre as áreas da saúde, educação e
equitação, proporcionando benefícios psicológicos, motores, educacionais, cognitivos e sociais. Objetivo:
Objetivou-se relatar os benefícios da prática da equoterapia nos aspectos funcionais de um praticante com Paralisia
Cerebral (PC). Material e métodos: O praticante é um jovem de 14 anos, com paralisia cerebral, que possui
limitações nos membros inferiores, mas anda sem ajuda ou qualquer dispositivo que auxilie na sua locomoção.
Possui o cognitivo preservado, frequenta a escola no ensino regular e não faz uso de medicações. Iniciou as práticas
em outubro de 2017, quando necessitava de ajuda dos familiares para andar, além de utilizar a cadeira de rodas
para se locomover. Na época demonstrava medo e insegurança nas atividades sobre o cavalo. As sessões de
equoterapia são realizadas no Núcleo de Equoterapia da Polícia Militar do Amazonas PMAM, semanalmente,
todas as terças-feiras, com duração de 60 minutos. As atividades desenvolvidas compreendem a propriocepção,
equilíbrio estático e dinâmico, fortalecimento muscular, coordenação motora global e fina, visando a melhora da
marcha e da amplitude dos membros inferiores. Resultados: Por meio dos registros encontrados na ficha de
evolução deste praticante, foram observadas melhoras nos aspectos sociais, psicológicos, cognitivo, sensorial e
motor. O praticante é emotivo, competitivo e se irrita com facilidade, no entanto, os próprios relatos obtidos pela
família e do próprio jovem, apontam as contribuições desta atividade, permitindo-o participar e realizar sozinho as
tarefas diárias dentro e fora de casa. Atualmente, o praticante se encontra na turma mais avançada do núcleo de
equoterapia, com o ensino paraequestre, tem o domínio do equino durante o passo, trote e galope, demonstrando
interesse de participar profissionalmente do hipismo. Conclusão: Em conclusão, verifica-se a importância da
equoterapia e suas atividades para a melhora da qualidade de vida, bem-estar e funcionalidade na vida de pessoas
com deficiências, permitindo-os ter autonomia em suas atividades diárias.
Palavras-chave: Equoterapia. Desenvolvimento Motor. Funcionalidade. Paralisia Cerebral.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
122
Efeito do desempenho motor
nas habilidades funcionais em
crianças e adolescentes com
Transtorno de Déficit de Atenção
e Hiperatividade (TDAH)
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O TDAH é definido como uma desordem neuropsicobiológica, que repercute no
neurodesenvolvimento, envolvendo um padrão persistente de desatenção, hiperatividade e impulsividade. A
prevalência mundial é de 5,29% em crianças e adolescentes, sendo mais observado no sexo masculino. As
classificações atuais de diagnóstico colocam o transtorno em um grupo de anormalidades do desenvolvimento do
lobo frontal e outras áreas cerebrais relacionadas ao controle motor e às funções executivas. As crianças com TDAH
possuem déficits nas funções executivas e o controle dessas funções estão ligadas anatômica e funcionalmente
com áreas motoras justificando assim as alterações motoras de 30 a 50% das crianças com o transtorno. Os déficits
motores podem, no decorrer do desenvolvimento, reverberar desfavoravelmente na qualidade de vida e na
funcionalidade da criança nos contextos familiar, educacional e social. Objetivo: Desta forma, o objetivo do
presente foi investigar o efeito do desempenho motor nas habilidades funcionais em crianças e adolescentes com
TDAH. Material e métodos: Participaram desse estudo 24 crianças e adolescentes, sendo 19 do sexo masculino e 5
do sexo feminino, com média de idade de 11,62 ± 2,16 anos diagnosticadas com TDAH, para avaliação do
desempenho motor foi utilizado o Movement Assessement Battery for Children MABC-2 e para avaliação das
habilidades funcionais o Inventário de Avaliação Pediátrico de Incapacidade adaptação computadorizada PEDI-CAT.
Regressões lineares foram conduzidas entre o escore total do MABC-2 e cada um dos domínios das habilidades
funcionais. Resultados e conclusão: Os resultados indicaram que o desempenho motor pode prever o nível das
habilidades funcionais de atividade diária, mobilidade e responsabilidade, porém em relação as habilidades
funcionais sociais/cognitivas não houve efeito significativo.
Palavras-chave: TDAH. Desempenho motor. Habilidades funcionais.
Cristiani Junqueira
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
(GEDAM)
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora
Campus avançado de Governador
Valadares
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
Motora (GEDAM)
Bárbara de Paula Ferreira
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
Nathália Gardênia Nogueira
Marinho
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais
Núcleo de Neurociências do Movimento
(NNeuroM) e Grupo de Estudos em
Desenvolvimento e Aprendizagem
Motora (GEDAM)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
123
Função motora grossa de
crianças com síndrome congênita
do Zika vírus
Denise Vasconcelos Fernandes
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Marcio Costa de Souza
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Ravena Araújo de Oliveira
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Valdinei de Freitas Rodrigues
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Contextualização: A Síndrome Congênita do Zika vírus (SCZ) ainda não tem seu curso completamente conhecido e
as informações sobre a função motora das crianças afetadas tem sido utilizada como ferramenta para compreender
o prognóstico e os impactos sobre a funcionalidade. Objetivo: Avaliar a função motora grossa de crianças com
síndrome congênita do Zika vírus (SCZ). Material e métodos: Trata-se de um estudo preliminar, transversal e
descritivo realizado com crianças com SCZ de 2-6 anos de idade, ambos os sexos, atendidas em um Centro
Especializado em Reabilitação - CER II, Jacobina, Bahia, Brasil. A medida da função motora grossa (GMFM) avaliou a
função motora grossa das crianças em percentuais total e das dimensões A (deitar e rolar), B (sentar), C (engatinhar
e ajoelhar), D (em pé) e E (andar, correr e pular), enquanto a gravidade da função motora grossa foi avaliada pelos
níveis do Gross Motor Function Classification System (GMFCS). Resultados: No total, seis crianças (4 meninos/2
meninas), com idade média de 56,16 (±23,04) meses participaram deste estudo. A maioria das crianças (5/6) foi
classificada no nível V do GMFCS. A média da dimensão A(%) foi 25,5 (±8,26), da dimensão B(%) 13,00 (±4,60), da
dimensão C(%) 1,83 (±1,83), dimensão total (%) 40,33 (±12,97), enquanto as dimensões D e E foi zero (0). Estes
resultados corroboram com estudos prévios que avaliaram a função motora grossa e os níveis de funcionalidade
em crianças com SCZ, os quais demonstraram associação entre níveis mais elevados no GMFCS com piores
resultados na escala GMFM, o que indica menor capacidade funcional em realizar a maioria das atividades
propostas deste teste, demonstrado em seus baixos escores. As pontuações menores ainda nas dimensões D e E
(em pé; andar, correr e pular) demonstram grandes dificuldades em assumir posições e manter-se nestas e no
desenvolvimento de movimentos mais elaborados, sendo estes achados similares a estudos anteriores. Conclusão:
Graves comprometimentos da função motora grossa de crianças com SCZ e baixos níveis funcionais foram
encontrados. Conhecer estes aspectos pode direcionar melhor o planejamento terapêutico singular e as
intervenções para este público, com vistas à melhora da sua funcionalidade.
Palavras-chave: Síndrome congênita do Zika virus. Função motora grossa. Funcionalidade.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Jorge Lopes Cavalcante Neto
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
124
Impacto das orientações
parentais no desenvolvimento
de bebês prematuros
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A prematuridade gera maior vulnerabilidade biológica, principalmente quando associada ao
baixo peso e aumenta o risco de alterações no desenvolvimento motor quanto menor for a idade gestacional. A
avaliação motora desse público é essencial para a identificação de possíveis atrasos, possibilitando realizar a
intervenção precocemente. A intervenção baseada em instruções aos pais possibilita fornecer experiências
positivas físicas e emocionais à criança em seu ambiente domiciliar, gerando respostas melhores das aquisições
motoras, podendo minimizar os déficits no desenvolvimento motor dos prematuros. Objetivo: O objetivo deste
estudo foi avaliar o desenvolvimento motor de crianças prematuras, de 0 a 12 meses de idade corrigida, após
intervenção baseada em orientações aos pais. Material e métodos: Ensaio clínico de série temporal, não
randomizado. A amostra foi composta por 70 bebês prematuros, de baixo peso ao nascer (<2500g), cadastrados no
Ambulatório de Seguimento de Alto Risco do Centro Clínico da Universidade de Caxias do Sul. Esse ambulatório é
uma unidade do Sistema Único de Saúde e atende toda a Coordenadoria de Saúde do Rio Grande do Sul, que
abrange 49 municípios. Para avaliação do desempenho motor foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale, além de
dois questionários qualitativos para identificação e controle dos fatores de risco possíveis. As orientações realizadas
foram de acordo com a fase do desenvolvimento da criança, a fim de melhorar as habilidades motoras nas posturas
menos pontuadas ou habilidades que poderiam ser potencializadas. Foram priorizadas as posturas rudimentares
(prono, supino, sentado e em pé), além de orientações acerca de aspectos cognitivos, de linguagem, visuais e
auditivos. Solicitou-se que os responsáveis estimulassem diariamente a criança, no momento em que fosse mais
apropriado, aproveitando também momentos como o banho e a troca de fralda. Os lactentes deveriam receber
incentivos dentro de suas possibilidades, preferencialmente, associados a brinquedos. As reavaliações aconteceram
em um intervalo de aproximadamente três meses, seguindo a agenda do ambulatório. Foi utilizada estatística
descritiva e os testes de Wilcoxon e McNemar para analisar as mudanças ao longo do tempo (p < 0,05). Resultados:
Através do follow-up, após as orientações aos pais, o desempenho motor dos bebês melhorou. A categorização
indicou diminuição de crianças com atraso motor (momento 1= 24,3%; momento 2= 14,3%) e aumento do número
de crianças categorizadas com normalidade no desempenho (momento 1= 44,3%; momento 2= 57,1%). Os
percentis obtidos no desempenho motor nos dois momentos avaliativos indicam que houve melhora ao longo do
tempo (p= 0,047). Conclusão: O presente estudo demonstrou o impacto positivo das orientações direcionadas aos
pais, sobre o desenvolvimento motor de crianças prematuras de alto risco. O acompanhamento e identificação dos
fatores de risco sobre os prematuros é essencial para que medidas interventivas possam ser implementadas
precocemente. A partir disso, podem ser direcionadas orientações aos pais sobre estimulação à domicílio,
potencializando as aquisições motoras dos prematuros. O modelo baseado em orientações aos cuidadores é um
método de baixo custo e de fácil aplicabilidade em serviços públicos de saúde, podendo minimizar atrasos motores
e melhorar a trajetória de aquisições motoras da criança.
Palavras-chave: Desenvolvimento Infantil. Fatores de Risco. Modelos de Assistência à Saúde.
Palavras-chaves:
Maria Eduarda Vieira
Universidade de Caxias do Sul, Ciências da
Vida, centro clínico
Julia Garcia
Universidade de Caxias do Sul, Ciências da
Vida, centro clínico
Raquel Saccani
Universidade de Caxias do Sul, Ciências da
Vida, centro clínico
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
125
O treinamento físico
multicomponente com
intensidade auto selecionada
influencia a integração
neurovisceral de idosos?
Amanda Vido
Universidade Estadual de Maringá,
Departamento de Educação Física, GENE
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, GEPEHAF
Felipe de Oliveira Matos
Universidade Estadual de Maringá,
Departamento de Ciências do
Movimento Humano, GENE
Wendell Arthur Lopes
Universidade Estadual de Maringá,
Departamento de Ciências do Movimento
Humano, GPHARV
Antonio Pereira Jr.
Universidade Federal do Pará, Instituto de
Tecnologia, LaPS
Contextualização: A relação entre o exercício físico e o desempenho cognitivo tem sido amplamente investigada na
última década. Estudos mostraram que o treinamento físico, principalmente aeróbio, está associado a maior
sincronia da rede fronto-subcortical, melhor desempenho cognitivo e aumento da variabilidade da frequência
cardíaca (VFC). Isso podem influenciar a integração neurovisceral, fundamental para a autorregulação emocional e
autonomia em idosos. Contudo, embora atualmente o Colégio Americano de Ciências do Esporte recomende a
realização de exercícios físicos que envolvam diferentes componentes (resistência, força e equilíbrio), os
mecanismos neurofisiológicos e qual a melhor estratégia de treinamento físico para aprimorar esse tipo de ganho
ainda não estão claros. Objetivo: Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar o efeito do treinamento físico
multicomponente com intensidade auto selecionada sobre a integração neurovisceral em idosos. Material e
métodos: Participaram na pesquisa 20 idosos fisicamente independentes com mais de 60 anos, que foram divididos
em dois grupos, 12 no grupo controle (67,66±8,78 anos) e oito no grupo treinamento (67,12±7,91 anos).
Inicialmente os idosos foram submetidos ao registro da frequência cardíaca em repouso para análise da VFC. Para
avaliar as capacidades físicas utilizamos os testes da bateria de aptidão funcional para idosos: caminhada de 6
minutos, Timed Up-and-Go, “sentar e alcançar” e a força de preensão manual. Também realizamos as medidas de
estatura e peso, por meio de uma balança com um estadiômetro acoplado. O desempenho cognitivo foi verificado
por meio de testes de funções executivas para diferentes domínios, memória operacional (teste N-back), atenção
seletiva e controle inibitório (tarefa de Stroop) e raciocínio abstrato e flexibilidade cognitiva (teste de cartas de
Wisconsin). O treinamento multicomponente foi realizado três vezes por semana, em dias não consecutivos,
durante 12 semanas. As sessões de exercício foram compostas por seis estações, que alternaram entre exercícios
para membros inferiores e superiores, executados por um minuto seguido de um minuto para descanso e troca da
estação. As sessões duravam aproximadamente 50 minutos. A cada quatro semanas os exercícios foram
modificados para promover alteração dos estímulos. Resultados: Os resultados não apresentaram diferença entre
os grupos controle e treinamento (p>0,05) nas variáveis de desempenho executivo, VFC e composição corporal.
Quanto às variáveis de aptidão física, houve apenas o efeito do tempo que mostrou redução do equilíbrio nos
idosos ao longo do estudo em ambos os grupos (p=0,023). Conclusão: Conclui-se que o treinamento físico
multicomponente com intensidade auto selecionada não foi capaz de provocar alterações nas variáveis
investigadas. Esse resultado pode ser justificado com base em duas condições: a) Embora o treinamento
multicomponente seja relevante para essa população, por estimular diferentes capacidades físicas e motoras, as
intensidades auto selecionadas pelos participantes pode não ter tido magnitude para gerar as adaptações
desejadas; b) A capacidade de treinabilidade dos sujeitos, os quais apresentaram bons níveis de aptidão física e
cognitiva para a faixa etária antes da intervenção, provavelmente devido aos elevados níveis de atividade de vida
diária. Portanto, é possível que o treinamento físico tenha melhor efeito quando em intensidades mais elevadas e
em idosos que já apresentem algum tipo de redução no desempenho esperado.
Palavras-chave: Aptidão física. Funções executivas. Sistema nervoso autônomo. Envelhecimento. Exercício físico.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
126
Eficácia dos exercícios de
fisioterapia aquática para
melhorar a marcha, qualidade de
vida e reduzir o medo de cair em
idosos que vivem na
comunidade: Uma revisão
sistemática e meta-análise
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Utilizar os exercícios de fisioterapia aquática ou no solo, para melhorar a marcha, a qualidade de
vida e reduzir o medo de cair em idosos que vivem na comunidade, ainda é uma decisão clínica questionável para
os fisioterapeutas. Objetivo: Avaliar a qualidade das evidências dos ensaios clínicos randomizados ou quasi-
randomizados, e controlados, que utilizaram exercícios de fisioterapia aquática para melhorar o desempenho da
marcha, a qualidade de vida e reduzir o medo de cair em idosos que vivem na comunidade. Material e métodos:
Foram pesquisados artigos nas seguintes bases de dados: MEDLINE/PubMed, EMBASE, SCOPUS, LILACS, Web of
Science, CENTRAL (Cochrane Central Register of Controlled Trials), PEDro, CINAHL, SciELO e Google Scholar,
publicados em qualquer idioma, até 22 de maio de 2022, utilizando a seguinte estratégia de busca: “Aquatic
Exercise OR Physical Therapy Modalities OR Water Exercises AND Gait OR Quality of Life OR Fall OR Falls AND Older
Adults OR Elderly OR Seniors OR Ageing”. Dois revisores independentes concluíram a extração dos dados e a
avaliação da qualidade da evidência. O risco de viés dos ensaios clínicos foi avaliado pelo instrumento da Cochrane
e a qualidade das evidências pelo GRADE. Para a realização das meta-análises foi utilizado o software Review
Manager. Resultados: 3007 artigos foram identificados nas buscas nas bases de dados, permanecendo 2039 artigos
para serem analisados, sendo elegíveis para essa revisão 10 ensaios clínicos, todos randomizados, sendo 6 sobre a
marcha, dois sobre o desfecho qualidade de vida e dois sobre o medo de cair. A avaliação da qualidade da evidência
do GRADE mostrou que os ensaios clínicos eram de baixa qualidade metodológica para os três desfechos: marcha,
qualidade de vida e medo de cair. Houve a possibilidade de realização de apenas uma única meta-análise nesta
revisão, sobre a marcha, que demonstrou que não diferenças significativas entre usar os exercícios de
fisioterapia aquática ou os exercícios de fisioterapia no solo para melhorar a velocidade da marcha dos idosos que
vivem na comunidade, avaliados pelo teste Timed Up and Go:(-0,29 [-0,31 a 0,02]), (p<0,07). Conclusão: Os
exercícios de fisioterapia aquática mostraram-se mais eficazes para melhorar a marcha, a qualidade de vida e
reduzir o medo de cair de idosos que vivem na comunidade, no entanto, esses resultados não são consistentes,
pela baixa qualidade das evidências atuais sobre o tema. Sugere-se que novos ensaios sobre o tema sejam
propostos, com maior rigor metodológico, sobre o uso dos exercícios de fisioterapia aquática para melhorar esses
desfechos em idosos que vivem na comunidade, tornando a prática clínica sobre o tema baseada em evidências de
alta qualidade metodológica.
Palavras-chave: Caminhada. Hidroterapia. Modalidades de Fisioterapia. Qualidade de Vida. Quedas.
Renato de Souza Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Caroline Stefany Ferreira Cardeira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Pedro Vanderlei de Sousa Melo
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Ana Isabel da Silva Ferreira
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
Alberto Galvão de Moura Filho
Universidade Federal de Pernambuco,
Departamento de Fisioterapia, Recife, PE,
Brasil
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
127
Efeito da Estimulação
Transcraniana por Corrente
Contínua na Aprendizagem
Motora de curto e longo prazo
Beatriz Couto Fortuna
Universidade Federal de Minas Gerais,
Programa de Pós-Graduação em
Neurociências, NNeuroM
Lidiane Aparecida Fernandes
Universidade Federal de Juiz de Fora,
Departamento de Educação Física,
NNeuroM
Tércio Apolinário-Souza
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Departamento de Educação Física,
NNeuroM
Lucas Eduardo Antunes Bicalho
Universidade Federal de Minas Gerais,
Programa de Pós-Graduação em Ciências
do Esporte, NNeuroM
Contextualização: Estudos sobre aprendizagem motora têm apontado diversos fatores que favorecem a
aprendizagem motora de curto e longo prazo. Dentre esses fatores pode-se citar a estruturação da prática, o
direcionamento do foco de atenção, o fornecimento de feedback, bem como a neuromodulação via biofeedback e
estimulações não invasivas como a Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua (ETCC). Entretanto, pouco se
conhece acerca dos efeitos duradouros da ETCC anódica na aprendizagem de longo prazo. Objetivo: verificar os
efeitos da aplicação do ETCC na aprendizagem motora de curto e longo prazo quando inserido um teste de extinção
da memória entre os testes de evocação. Material e métodos: Vinte participantes adultos foram distribuídos em 2
grupos de prática constante (n=10): grupo ETCC (GE) e grupo placebo (GP). Foi aplicado uma estimulação elétrica
(1mA) sobre o córtex motor primário no GE por 20 minutos antes da prática. O grupo GP recebeu somente 36
segundos de estimulação. Na fase de aquisição a tarefa consistiu em realizar uma sequência de toques em um
teclado numérico em 120 tentativas nos tempos alvo absoluto de 700, 900 e 1.100 ms. e em tempos relativos entre
as teclas (22.2% de 2 para 8, 44.4% de 8 para 6 e 33.3% de 6 para 4). Os testes de evocação 1 (E1) e extinção de
memória (TEM) foram realizados 24 horas e o teste de evocação 2 (E2) foi realizado 10 dias ao fim da aquisição,
constituído por 12 tentativas cada. O TEM foi realizado com um novo tempo absoluto de 1.300 ms. Resultados: Os
resultados mostraram que a ETCC anódica favoreceu a aprendizagem de curto prazo, mas não favoreceu de longo
prazo. Possivelmente, as alterações promovidas pela ETCC anódica parecem não se sustentar quando inserido um
processo de extinção da memória. Conclusão: Possivelmente, as alterações promovidas pela ETCC anódica parecem
não se sustentar quando inserido um processo de extinção da memória.
Palavras-chave: Aprendizagem Motora. Córtex Motor Primário. Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais,
Departamento de Educação Física,
NNeuroM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
128
Efeitos de um programa de
exercícios específicos adaptados
ao Método Pilates no
tratamento da Escoliose
Idiopática do Adolescente:
estudo de caso
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A Escoliose Idiopática do Adolescente (EIA) é uma patologia musculoesquelética caracterizada
por uma modificação tridimensional e de natureza progressiva, que acomete cerca de 2% da população brasileira
todos os anos. Diversos tratamentos têm sido propostos para o tratamento da EIA, cujos objetivos consistem em
minimizar a progressão e até mesmo reduzir o ângulo de Cobb, dentre eles destacam-se os Exercícios Científicos
para Escoliose (EES) e outras modalidades têm sido descritas como coadjuvante, como por exemplo, exercícios do
Método Pilates. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo demonstrar os efeitos da adaptação dos EES associado
com o Método Pilates em uma paciente com EIA. Material e métodos: Trata-se de um estudo longitudinal realizado
com uma paciente de 13 anos, admitida em setembro de 2020, com radiografia mostrando Cobb medindo 38°
torácica e 27° lombar, onde paciente realizou 2 horas de exercício por semana associado com uso de colete 3D. Os
exercícios foram de autocorreção tridimensional, exercícios de mobilização da giba e abertura de curvas adaptados
nos aparelhos de Pilates, fortalecimento do abdômen, exercícios de ritmo lombopélvico e correção do controle
postural. Resultados: Após 20 meses de intervenção, a paciente teve ângulos de Cobb reduzidos para 21° torácica e
11° lombar e melhora da postura. Conclusão: Os EES associados ao uso de colete têm demonstrado bons resultados
no tratamento da Escoliose, no entanto, a intervenção focada em melhorar a mobilidade da giba em aparelhos de
Pilates também pode potencializar os resultados dos exercícios científicos, o que ressalta a importância do Pilates
como parte do tratamento e não apenas coadjuvante.
Palavras-chave: Escoliose Idiopática. Exercícios Específicos. Pilates.
Ana Paula de Sousa Almeida
Universidade Norte do ParaUnopar
Piza, Departamento de Ciências Biológicas
e Saúde, LAFUP
Fábio Nascimento da Silva
Universidade Norte do ParaUnopar
Piza, Departamento de Ciências Biológicas
e Saúde, LAFUP
Natali Maciel Folster de Santana
Universidade Estadual de Londrina - UEL,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
Sarah Cristina Martins
Universidade Norte do ParaUnopar
Piza, Departamento de Ciências Biológicas
e Saúde, LAFUP
Denílson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina - UEL,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
129
Método Pilates no equilíbrio de
indivíduos com Lombalgia
Crônica Inespecífica
Jaidilene de Jesus Soares Prazeres
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Carina Helena Wasem Fraga
Bianco
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Fernanda Cristina Nogueira
Figueiredo Martins
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Contextualização: A lombalgia crônica inespecífica (LCI) é uma das principais causas de incapacidade, podendo
causar desordens na estabilidade da coluna e provocar desajustes no equilíbrio, influenciando negativamente o
controle postural. A redução da dor pode estar associada a um melhor equilíbrio e controle postural. A intervenção
com métodos terapêuticos, como o Pilates, tem sido apontada como possibilidade de reduzir episódios de dor, por
isso é indubitável a importância de investigar a influência desse método no equilíbrio de indivíduos com LCI.
Objetivo: Investigar a influência do método Pilates no equilíbrio de indivíduos com LCI. Material e métodos: Foi
realizada uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados Science Direct, Pubmed, Ncbi e Semantic
Scholar, utilizando-se as seguintes palavras-chave e suas traduções: lombalgia, Pilates e equilíbrio. Como critérios
de inclusão foram considerados estudos originais que tivessem: amostra com indivíduos com LCI, avaliação do
equilíbrio e intervenção com Pilates comparando ou não a um grupo controle, à outra modalidade de intervenção
ou variações do próprio método. Resultados: Foram encontrados sete estudos publicados entre 2006 e 2020,
envolvendo adultos (5), adultos e idosos (1) e idosos (1). As amostras variaram de quatro a 97 participantes, dos
dois sexos (3) e somente mulheres (4). Foi investigado o tempo de intervenção: de uma sessão de 20 minutos (1),
seis semanas (2), oito semanas (3) e 11 semanas (1), com frequência de uma a três vezes e duração de 45 a 75
minutos. O grupo Pilates foi comparado ao grupo: controle (3), Fisioterapia (1), Pilates com aparelho (1) Pilates na
água (1) e em um estudo não houve comparação com outro grupo. Foi avaliado o equilíbrio: estático (4), teste da
cegonha, apoio unipodal (tempo em segundos e plataforma de força) e bipodal (velocidade e amplitude da
oscilação, Balance Performance Monitor - BPM); dinâmico (1), Timed Up and Go (TUG); e ambos (2), apoio bipodal
(olhos fechados superfície instável, plataforma de força) e Star Excursion Balance Test (SEBT), unipodal (olhos
abertos e fechados) e programa risco de queda Biodex Balance System (BBS). O Pilates foi superior ao controle no
equilíbrio: estático apoio unipodal, teste da cegonha e tempo em segundos; estático apoio bipodal (olhos fechados
superfície instável, plataforma de força) e dinâmico (SEBT). O Pilates foi superior à Fisioterapia no equilíbrio
dinâmico (TUG). O Pilates solo foi superior ao em aparelhos no equilíbrio estático bipodal olhos abertos (BPM). Na
comparação Pilates no solo e na água (oito semanas) em adultas apenas o solo melhorou o equilíbrio estático
unipodal, olhos abertos e fechados (BBS), no equilíbrio dinâmico (programa risco de queda BBS) não houve melhora
significativa com nenhuma intervenção. Após 11 semanas de Pilates adultas não apresentaram melhora
significativa no equilíbrio estático, apoio unipodal olhos abertos (área de elipse de deslocamento do centro de
pressão, plataforma de força). Conclusão: Apesar da quantidade reduzida de estudos e da heterogeneidade dos
métodos, a prática do Pilates, mesmo com apenas uma sessão, parece contribuir positivamente para melhora do
equilíbrio estático e dinâmico de adultos e idosos, de ambos os sexos, com LCI.
Palavras-chave: Controle postural, Dor, Coluna lombar.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
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Manaus - AM
130
Dor, cinesiofobia, equilíbrio e
IMC em adultas sedentárias com
lombalgia crônica primária
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A lombalgia crônica primária (LCP), denominada anteriormente lombalgia crônica inespecífica,
representa até 90% dos casos de dor lombar e é definida como dor e desconforto localizado abaixo da margem
costal e acima das pregas glúteas inferiores, sem etiologia definida - não atribuída a patologias ou alterações
estruturais. Objetivo: Avaliar o índice de massa corporal (IMC), intensidade da dor, cinesiofobia, incapacidade
funcional e equilíbrio de adultas sedentárias com LCP em São Luís, Maranhão. Material e métodos: Foram critérios
de inclusão: mulheres; idade entre 20 e 50 anos; LCP autorrelatada; sedentárias (sem atividade física regular por no
mínimo três meses anteriores à realização da pesquisa); sem neuropatias ou fibromialgia. A participação na
pesquisa esteve condicionada à assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, manifestando o
interesse em ser voluntária. Participaram do estudo 35 mulheres, (idade de 32,91 ±7,88 anos; média ± desvio
padrão) com LCP, que atenderam aos critérios de inclusão. Foram realizadas as seguintes avaliações: a) dados
antropométricos (balança para massa corporal e estadiômetro para estatura); b) escala visual analógica (EVA), para
intensidade da dor; c) escala Tampa, para cinesiofobia; d) questionário de Roland Morris, para incapacidade
funcional; e) Teste parada da cegonha, para equilíbrio estático. Resultados: Os resultados do IMC (27,61 ± 17,35),
indicaram que a maior parte das voluntárias foi classificada com peso normal (n = 13), seguido por obesidade grau 1
(11), sobrepeso (8), obesidade grau 2 (2) e grau 3 (1). Em relação à intensidade da dor (52,71 ± 18,95 milímetros), a
maior parte apresentou dor moderada (17), seguida de forte (13) e suave (5) - todas as participantes declararam
não estar sob o efeito de medicamento analgésico. Na cinesiofobia (38,49 ± 7,52), a maioria apresentou grau
moderado (24), seguido de leve (10) e grave (1). Referente à incapacidade funcional (9,77 ± 5,02), a maior parte das
mulheres não apresentou incapacidade (29). No equilíbrio estático (4,57 ± 5,6 segundos), a maioria foi classificada
como iniciante (17), seguida de iniciante avançado (15), intermediário (2) e avançado (1), indicando um efeito piso,
pela dificuldade do teste. Foi realizada uma matriz de correlação de Spearman, pelo software JASP, entre as
variáveis idade, IMC, intensidade da dor, cinesiofobia e equilíbrio, que não apresentaram distribuição normal
(Shapiro Wilk). Entre as variáveis correlacionadas a única correlação significante foi entre o IMC e a intensidade da
dor = 0,55, p < 0,05), quanto maior o IMC, maior a intensidade da dor. Conclusão: A maioria das mulheres com
LCP apresentaram intensidade da dor de moderada a forte, grau de cinesiofobia moderado, não apresentaram
incapacidade funcional e equilíbrio estático em níveis iniciais. A ausência de correlação entre dor e cinesiofobia,
bem como apenas uma pequena quantidade de mulheres com incapacidade funcional, desperta um
questionamento sobre a caracterização da LCP como uma doença incapacitante. Adicionalmente, a correlação
significativa entre o IMC e a intensidade da dor pode destacar a importância da prática sistemática da atividade
física para melhora da composição corporal, além de outros efeitos positivos no manejo da LCP.
Palavras-chave: Lombalgia, Intensidade da dor, Funcionalidade.
Jaidilene de Jesus Soares Prazeres
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Flavio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Departamento
de Pedagogia do Movimento do Corpo
Humano, LACOM
Carina Helena Wasem Fraga
Bianco
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
131
Aplicação da dança da
reabilitação neurofuncional em
adultos e idosos: revisão de
escopo
Flávia Guirro Zuliani
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento, Laboratório de
Neurociências e controle motor
(NEUROCOM)
Gustavo José Luvizutto
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Monalisa Resende Nascimento
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Luciane Aparecida Pascucci Sande
de Souza
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM) e
Comportamento Motor (LNCM)
Contextualização: As pesquisas atuais mostram efeitos benéficos da aplicação da dança na reabilitação. Logo,
associando a dança à reabilitação neurofuncional, esta torna-se uma abordagem não convencional para
potencializar o processo terapêutico no tratamento de indivíduos com distúrbios neurológicos. Objetivo: mapear a
aplicação da dança como ferramenta na reabilitação no tratamento de pessoas com doenças neurológicas, bem
como identificar quais métodos e estilos de danças têm sido aplicados nestes casos. Material e métodos: Trata-se
de revisão de escopo da produção científica, qualitativa e descritiva, seguindo a metodologia do Instituto Joana
Briggs e Itens de relatório para revisão de escopo (PRISMA-ScR), utilizando-se da estrutura Paciente doenças
neurológicas; Conceito Dança, e Contexto reabilitação neurofuncional; para critérios de elegibilidade. A
estratégia de busca foi realizada nas bases: PubMed, SciELO, Ovid, CINAHL, Web of Science, Scopus, Springer,
SciendeDirect, LILACS, PEDro, Embase e Cochrane, tendo cada base descritores próprios, porém baseados nos
descritores gerais Neurologic Manifestations AND Dancing AND Rehabilitation. Não houve restrição de data e
idiomas. Foi realizada extração das informações dos estudos incluídos para síntese qualitativa dos dados.
Resultados: Foram rastreados 1886 estudos, sendo 1839 excluídos. No total, quarenta e sete estudos foram
incluídos, tendo 921 participantes, com predomínio do sexo feminino (n=463) sob o sexo masculino (n=458). Houve
maior prevalência da aplicação da dança em idosos (n=33) comparado à adultos (n=16). A pesquisa indicou que os
estilos de dança mais utilizados foram Dança de Salão (n = 16) - Tango Argentino (n = 14) e, Dança Clássica (n = 9),
com o Ballet. Em relação aos distúrbios, destacou-se a aplicação da dança na Doença de Parkinson (n = 26),
Acidente Vascular Cerebral (n = 5), Esclerose Múltipla (n = 4), Demência (n = 1), Comprometimento Cognitivo (n =
1). Em relação aos desfechos, observou-se a predominância da avaliação do equilíbrio, coordenação, análise da
marcha, sintomas psicológicos, depressão, função cognitiva, memória e qualidade de vida. Conclusão: Os achados
demonstram que a aplicação da dança na reabilitação neurofuncional de indivíduos com distúrbios e doenças
neurológicas proporciona melhorias das variáveis analisadas e reforçam que a intervenção com dança se apresenta
como uma técnica eficaz, lúdica e de maior interação social, que vem a complementar o tratamento
fisioterapêutico neurofuncional.
Palavras-chave: Fisioterapia. Reabilitação Neurológica. Dança.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
132
O exercício cardiovascular de
intensidade moderada realizado
anteriormente à prática atenua a
aprendizagem implícita em
indivíduos pós-AVC, mas não em
indivíduos neurologicamente
saudáveis
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: evidência de que o exercício cardiovascular possui efeito agudo positivo sobre a
aprendizagem de habilidades motoras de indivíduos neurologicamente saudáveis. Tem sido sugerido que este
priming motor é timing-dependente. Isto é, o exercício realizado anteriormente à prática beneficia à codificação de
informações e consequentemente o desempenho. Enquanto que o exercício aeróbio cardiovascular realizado
posteriormente à prática beneficia a consolidação, e por consequência a persistência do desempenho aperfeiçoado
no teste de retenção. Todavia, o impacto do exercício cardiovascular sobre a aprendizagem implícita de indivíduos
pós-AVC ainda é desconhecido. Objetivo: Investigar os efeitos agudos do exercício cardiovascular sobre a
aprendizagem motora implícita de indivíduos pós-AVC e indivíduos neurologicamente saudáveis pareados por
idade. Além disso, objetivou-se averiguar se estes efeitos ocorrem em uma condição timing-dependente. Material
e métodos: Quarenta e cinco indivíduos pós-AVC e quarenta e cinco adultos neurologicamente saudáveis pareados
por idade foram randomizados em 3 subgrupos: ANTES (Exercício + Prática), DEPOIS (Prática + Exercício) e Controle
(apenas prática). Todos os subgrupos praticaram uma tarefa de tempo de reação seriado composta de 9 elementos
(5 blocos repetidos e 2 blocos pseudorrandômicos/ dia) em três dias consecutivos, após 7 dias ocorreu um teste de
retenção (1 bloco repetido). O exercício foi realizado em uma bicicleta estacionária, por 20 minutos/dia, em uma
intensidade de 50% a 70% da frequência cardíaca de reserva. A aprendizagem implícita foi mensurada pelo change
score (tempo de resposta na sequência repetida tempo de resposta na sequência pseudorrandômica) ao longo
dos blocos de prática e no teste de retenção. Foram realizadas análises separadas dos indivíduos neurologicamente
saudáveis e dos indivíduos pós-AVC utilizando de um modelo de efeitos lineares mistos (com os blocos de prática e
o ID dos participantes tratados como efeitos randômicos). Resultados: O exercício aeróbio não induziu benefício
sobre a aprendizagem implícita em nenhum dos subgrupos, para nenhuma das populações. No entanto, o exercício
realizado anteriormente à prática prejudicou a codificação em indivíduos neurologicamente saudáveis e atenuou a
retenção de indivíduos pós-AVC. Conclusão: O exercício cardiovascular não beneficia a aprendizagem implícita de
indivíduos pós-AVC ou de indivíduos neurologicamente saudáveis pareados por idade, independentemente do
timing (exercício realizado antes ou depois da prática). Em indivíduos pós-AVC, o exercício realizado anteriormente
à prática de uma tarefa motora em uma intensidade de 50 a 70% da frequência cardíaca de reserva atenua a
aprendizagem motora implícita.
Palavras-chave: Exercício aeróbio. Memória implícita. AVC.
Giordano Marcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM.
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física.
Flávio Henrique Bastos
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, LACOM.
Camila Torriani-Pasin
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, LACOM e
GEPENEURO.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
133
Aplicação da dança da
reabilitação neurofuncional:
revisão de escopo
Monalisa Resende Nascimento
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Gustavo José Luvizutto
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Flávia Guirro Zuliani
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Luciane Aparecida Pascucci Sande
de Souza
Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, Departamento de Fisioterapia
Aplicada, Laboratório de Neurociências e
controle motor (NEUROCOM)
Contextualização: dança, enquanto arte e ciência, é constituída pelo movimento, principalmente, e este, é o ponto
principal estudado pelos Fisioterapeutas. As pesquisas mostram efeitos benéficos da aplicação da dança em
indivíduos saudáveis. Logo, associando a dança à reabilitação neurofuncional, esta torna-se uma abordagem não
convencional no tratamento de indivíduos com distúrbios neurológicos. Objetivo: O objetivo desse estudo foi
realizar uma revisão de escopo da produção científica e suas evidências afim de mapear a aplicação da dança como
ferramenta na reabilitação no tratamento de pessoas com doenças neurológicas, bem como identificar quais
métodos e estilos de danças têm sido aplicados nestes casos. Material e métodos: Estudo qualitativo e descritivo,
seguindo a metodologia do Instituto Joana Briggs e Itens de relatório para revisão de escopo (PRISMA-ScR),
utilizando-se da estrutura Paciente doenças neurológicas; Conceito Dança, e Contexto reabilitação
neurofuncional; para critérios de elegibilidade. Os dados foram extraídos das bases: PubMed, SciELO, Ovid, CINAHL,
Web of Science, Scopus, Springer, SciendeDirect, LILACS, PEDro, Embase e Cochrane, tendo cada base descritores
próprios, porém baseados nos descritores gerais “Neurologic Manifestations” AND Dancing AND Rehabilitation.
Resultados: Oitenta e três estudos foram incluídos. Tendo 1052 participantes, com predomínio do sexo feminino
(n=561) sob o sexo masculino (n=461). Destacou-se a aplicação da dança em idosos (n=29), adultos (n=18), seguido
de crianças e adolescentes (n=15). A pesquisa indicou que os estilos de dança mais utilizados foram a Dança de
Salão, com o Tango Argentino e, a Dança Clássica, com o Ballet. Em relação aos distúrbios, destacou-se a aplicação
da dança na Doença de Parkinson, Acidente Vascular Cerebral, Deficiência Intelectual, Síndrome de Down,
Esclerose Múltipla, Paralisia Cerebral, Alzheimer, Demência, Comprometimento Cognitivo. Em relação aos
desfechos, observou-se a predominância da avaliação do equilíbrio, coordenação, análise da marcha, sintoma
psicológicos, depressão, função cognitiva, memória e qualidade de vida. Conclusão: Os achados demonstram que a
aplicação da dança na reabilitação neurofuncional de indivíduos com distúrbios e doenças neurológicas
proporciona melhorias das variáveis analisadas e reforçam que a intervenção com dança se apresenta como uma
técnica eficaz, lúdica e de maior interação social, que vem a complementar o tratamento fisioterapêutico
neurofuncional.
Palavras-chave: Fisioterapia. Reabilitação Neurológica. Dança.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
134
Impacto do aleitamento materno
exclusivo no desenvolvimento de
crianças nascidas pré-termo
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O desenvolvimento nos primeiros dois anos de vida da criança é marcado pelo crescimento e
aquisição de habilidades neuropsicomotoras, onde diferentes fatores podem interferir nessas aquisições, entre
eles, o aleitamento materno. Em crianças nascidas pré-termo, o leite materno tem efeito protetor a diversas
comorbidades e pode minimizar atrasos no desenvolvimento motor. É recomendação da OMS que o aleitamento
materno exclusivo ocorra até os seis meses e de maneira complementar até os dois anos de idade. Contudo, ainda
observa-se baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo nessa população por diversos fatores intrínsecos e
extrínsecos. Objetivo: Avaliar o desenvolvimento motor de crianças prematuras e analisar a relação entre o
aleitamento materno e as aquisições motoras no primeiro ano de vida. Material e métodos: Pesquisa analítica,
transversal, onde participaram 62 bebês pré-termos, com idade entre 0 e 12 meses de idade corrigida, cadastrados
no Ambulatório de Alto Risco do Centro Clínico da Universidade de Caxias do Sul, divididos em 2 grupos: GA - grupo
de 25 crianças que receberam aleitamento materno; GSA - 37 crianças que não receberam aleitamento materno.
Para a avaliação do desenvolvimento motor das crianças foi utilizada a Alberta Infant Motor Scale (AIMS) dividida
em 58 itens entre as posturas prono, supino, sentado e em pé. Foi utilizada estatística descritiva, Teste t
independente, Teste U Mann Whitney, Teste Qui-quadrado de Pearson e Teste de Correlação de Spearman.
Resultados: O desempenho motor das crianças do grupo GA foi superior ao grupo GSA. Quanto ao percentil de
desempenho, o GA obteve mediana de 55 (24,5 - 67) enquanto o GSA alcançou mediana de 24 (5,5-53,5). Na
categorização de desempenho motor observou-se que as crianças do grupo GA não apresentaram atraso, apenas
32% foram categorizadas como suspeita de atraso e 68% das crianças se enquadraram em normalidade no
desenvolvimento motor. Em oposição, no grupo GSA, 18,9% das crianças foram consideradas com atraso, 37,8 %
com suspeita de atraso e 43,2% classificadas com normalidade. Na comparação entre grupos, as crianças que
receberam aleitamento materno demonstraram melhor desempenho motor considerando o percentil (0,006) e a
categorização de desempenho (0,03). Na correlação entre indicadores de desempenho e tempo de aleitamento
exclusivo, observou-se uma correlação moderada e significativa (rho= 0,38; p=0,002), indicando que quanto maior
o tempo de aleitamento exclusivo, maior o percentil de desempenho motor das crianças. Conclusão: No presente
estudo foi constatado que o aleitamento materno impacta no desenvolvimento motor de crianças prematuras e
quanto maior o tempo de aleitamento materno exclusivo, melhor o desempenho motor das crianças. Por isso é
imprescindível a avaliação de desempenho motor nessa população, visando a identificação de atrasos motores e a
intervenção precoce, podendo inibir possíveis complicações futuras.
Palavras-chave: Transtornos das Habilidades Motoras. Prematuro. Aleitamento materno.
Júlia Garcia
Universidade de Caxias do Sul,
Ciências da Vida, CECLIN
Maria Eduarda Vieira
Universidade de Caxias do Sul,
Ciências da Vida, CECLIN
Raquel Saccani
Universidade de Caxias do Sul,
Ciências da Vida, CECLIN
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
135
Styles of braking in cycling:
evidence of affordance-based
control
Gisele Chiozi Gotardi
São Paulo State University, Department of
Physical Education, LIVIA Laboratory,
Bauru, Brazil.
Vrije Universiteit Amsterdam, Faculty of
Behavioral and Movement Sciences,
Amsterdam, Netherlands.
Geert J. P. Savelsbergh
Vrije Universiteit Amsterdam, Faculty of
Behavioral and Movement Sciences,
Amsterdam, Netherlands.
John van der Kamp
Vrije Universiteit Amsterdam, Faculty of
Behavioral and Movement Sciences,
Amsterdam, Netherlands.
Martina Navarro
University of Portsmouth, Department of
Sport and Exercise Science, Portsmouth,
United Kingdom.
Background: Affordance-based control theory argues that movement control is scaled to the actor’s action
capabilities. Previous work showed that while driving in a virtual environment, brake adjustments were regulated
to keep the ideal deceleration required to stop safely (Dideal) below to the maximum achievable deceleration
(Dmax). Dmax represents the action boundary which separates possible from impossible braking. Aim: The aim of
the present study was to investigate whether urban-cyclists also use affordance-based control during braking in a
naturalistic task. It was expected that urban-cyclists would show more brake adjustments as Dideal approached
Dmax in comparison to non-cyclists. Material and methods: Twenty urban-cyclists and eighteen non-cyclists were
asked to brake in order to stop the bike as close as possible to an obstacle. Dmax was manipulated by adding
weights to the bike without the participants’ being aware: normal-bike, +0kg; medium-bike, +5kg; heavy-bike,
+10kg. Two cycling speeds were used: low-speed (LS) and high-speed (HS). Results: Manipulation checks confirmed
that maximum velocity reduced as the bike weight increased and that participants pedaled faster in the HS than LS
condition. There were no effects of group and weights for number of collisions, final stopping distance and the
number of brake adjustments. Although both groups showed similar accuracy in performance, perusal of the data
revealed that participants adopted different styles of braking control. Three styles were identified (reliability, κ =
.949, p < .001) according to the shape of Dideal and current deceleration (Dcurrent) curves: i) active braking, the
Dideal curve shows a skewed parabolic shape, its peak occurring near the end of the path, and Dcurrent shows a
higher peak just after the Dideal peak, indicating that subjects waited until the end of the path before making a firm
adjustment; ii) passive braking, the Dideal curve grows linearly and flattens near the end of the trial, and Dcurrent
shows frequent, small local peaks, where subjects stopped pedaling early and then made minor adjustments near
the end of the path; and iii) other, mostly Dideal and Dcurrent show an early peak with multiple local peaks for
Dcurrent, where subjects made multiple adjustments at irregular distances and of irregular magnitude. Active
braking strategy was more likely among urban-cyclists than non-cyclists, χ2 (1) = 22.42, p < .001. Brakers that
adopted the active braking strategy showed significantly higher Dmax and a later braking onset which occurred
closer to the obstacle, χ2(3) = 159.694, p < .001. We also observed a greater number of brake adjustments as Dideal
increased, regardless of the braking style and weights condition (active braking: mean slope = .312 ± .120, r2 = .460
± .250, p = .031; other/passive braking: mean slope = .251 ± .085, r2 = .524 ± .177, p = .018). Conclusion: In sum,
participants adopted different styles of braking and made more brake adjustments when Dideal was high and got
closer to Dmax. These observations partially support the hypothesis according to which movement control in
braking tasks is affordance-based.
Keywords: Affordance-based control. Braking, cycling.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Sérgio Tosi Rodrigues
São Paulo State University, Department of
Physical Education, LIVIA Laboratory,
Bauru, Brazil.
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
136
Contribuições da Filosofia: que
mudança paradigmática consiste
a perspectiva ecológica em
estudos sobre a ação?
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi realizar uma análise filosófica dos conceitos, pressupostos, implicações e
problemas centrais de duas perspectivas contrárias que servem como fundamentação para estudos na área do
Comportamento Motor: o representacionismo e a abordagem ecológica. Tais perspectivas também são conhecidas
como, respectivamente, teoria motora e teoria da ação. Ambas buscam explicar como os movimentos são
aprendidos e executados de forma coordenada e organizada no espaço-tempo, entretanto, assumem pressupostos
derivados de posicionamentos metafísicos distintos sobre a natureza da informação, percepção e ação,
constituindo a conhecida controvérsia entre as teorias motoras e teorias da ação (MEIJER e ROTH 1988). A
perspectiva representacionista assume princípios metafísicos que abordam a informação em termos substanciais. A
percepção e a ação são explicadas pelo uso de representações inferidas sobre as substâncias e propriedades dos
objetos da percepção. Desse modo, as ações são entendidas como resultado de inferências, processamento,
interpretação e armazenamento de informações. A hipótese investigada é que a perspectiva ecológica assume
princípios metafísicos que abordam a informação em termos relacionais, constituindo uma mudança paradigmática
em estudos sobre a ação. Esta perspectiva focaliza os aspectos relacionais da informação, considerando a
possibilidade de ser estabelecida de forma direta, sem precisar ser inferida. As ações são entendidas como
resultado de relações sistêmicas dinâmicas e auto-organizadas a partir de informações diretamente disponíveis nas
interações do sistema. Resultados: Os resultados desta análise indicam que a compreensão do controle motor a
partir de programas motores, controladores centrais e representações decorre do pressuposto de substancialidade
da informação, gerando dicotomização entre sujeito e objeto, assim como entre percepção e ação. A compreensão
do controle a partir de sistemas dinâmicos, auto-organização e informação ecológica decorre do pressuposto
relacional da informação, caracterizando uma mudança paradigmática entre as perspectivas. A metodologia
empregada foi a leitura analítica da bibliografia. Como investigação filosófico-interdisciplinar, este trabalho buscou
clarificar e contextualizar filosoficamente as questões investigadas.
Palavras-chave: Comportamento Motor. Representacionismo. Filosofia Ecológica.
Leonardo Queiroz Assis Poletto
Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho” UNESP, Departamento de
Design, Laboratório (LIVIA)
Sérgio Tosi Rodrigues
Universidade Estadual Paulista “Julio de
Mesquita Filho “UNESP”, Departamento
de Design, Laboratório (LIVIA)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
137
O consumo moderado de bebida
alcoólica após a prática não
influencia a consolidação de
memórias motoras implícitas e
explícitas
José Eduardo dos Martírios Luz
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Marina Gonçalves Leal
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Ana Kariele da Silva Santos
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
José Roberto Pereira de Sousa
Júnior
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Contextualização: Inúmeros achados têm apontado o déficit agudo no desempenho perceptomotor após ingesta
de bebida alcoólica em uma condição quantidade-dependente. evidência de que o consumo de bebidas
alcoólicas em grande e moderada quantidade também inibe de maneira aguda processos de neurogênese
envolvidos na consolidação de memórias. Além disso, o consumo anterior a prática tende a inibir a automatização
de habilidades motoras. Em conjunto, estes achados nos levam a hipótese de que o álcool inibe processos de
aprendizagem motora, especialmente àqueles relativos à consolidação. Objetivo: Investigar o efeito agudo do
consumo moderado de bebida alcoólica sobre o processo de consolidação de memórias motoras implícitas e
explícitas. Material e métodos: Participaram deste estudo 54 homens jovens universitários, idade (anos)= 23 ± 4.
Como tarefa a ser aprendida utilizou-se a tarefa de tempo de reação seriado. Os participantes foram divididos em 4
grupos: Grupo Prática Implícita + Bebida Alcoólica, que praticou a tarefa sem conhecimento declarativo e logo após
ingeriu bebida alcoólica. Grupo Prática Implicíta + Placebo, que praticou a tarefa sem conhecimento declarativo e
logo após ingeriu refrigerante aromatizado com álcool. Grupo Prática Explícita + Bebida Alcoólica, que praticou a
tarefa com conhecimento declarativo e logo após ingeriu bebida alcoólica. E, Grupo Prática Explicíta + Placebo, que
praticou a tarefa com conhecimento declarativo e logo após ingeriu refrigerante aromatizado com álcool. O
delineamento experimental foi constituído de 2 dias. No primeiro dia, somente para os grupos explícitos, ocorreu a
instrução sobre a sequência que se repetia durante a prática. A prática da tarefa de tempo de reação seriado
ocorreu para todos os grupos em 7 blocos (5 blocos com estímulos repetidos, e 2 blocos com estímulos
randômicos), após a prática os participantes ingeriram bebida relativa a seu grupo (bebida alcoólica ou placebo). O
consumo de álcool se deu em uma condição 0,4g/ kg de álcool absoluto, divididos em dois drinks misturados com
refrigerante de uva, na condição placebo borrifou-se álcool sobre refrigerante. Sete dias após ocorreu o teste de
retenção composto de 1 bloco repetido e 1 bloco aleatório, em seguida foi avaliado o conhecimento declarativo da
sequência repetida. Como variável dependente obteve-se o change score obtido pela subtração do tempo de
resposta de blocos repetidos e aleatórios no início da prática, ao término da prática e no teste de retenção; como
medida de conhecimento declarativo usou-se o número de participantes que identificaram e/ou reconheceram a
sequência repetida. Para análise estatística comparou-se o change score dos grupos prática implícita e dos grupos
prática explícita por meio de uma ANOVA two-way - 2 grupos (álcool x placebo); 3 momentos (pré-teste, pós-teste
e retenção). Resultados: Todos os grupos apresentaram aprendizagem da sequência repetida. O consumo de álcool
não impactou o change score no teste de retenção, independentemente da presença de conhecimento declarativo.
Os grupos de prática implícita não apresentaram conhecimento declarativo ao término do experimento, o que se
observou nos grupos explícitos. Conclusão: O consumo agudo e moderado de bebida alcoólica não afeta a fase de
consolidação de memórias motoras implícitas e explícitas.
Palavras-chave: Bebida alcoólica. Consolidação. Aprendizagem motora.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Universidade Federal do Vale do São
Francisco, Departamento de Educação
Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
138
O fator de escala da taxa de
desenvolvimento de força é
associado ao fator de escala da
ativação muscular agonista e ao
nível de coativação agonista-
antagonista?
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: As capacidades de geração de força e de força rápida são avaliadas durante a execução de testes nos
quais exigência de se alcançar o desempenho máximo. As medidas mais utilizadas são força máxima e a taxa de
desenvolvimento de força (TDF) máxima. Essas medidas são importantes para avaliação de desempenho atlético, mas
podem ser consideradas pouco representativas na população geral, que raramente executa movimentos em condições de
força ou TDF máximas. Em contrapartida, a medida denominada fator de escala da taxa de desenvolvimento de força (FE-
TDF) foi criada e vem sendo utilizada para avaliar a rapidez muscular, em níveis submáximos. Tem sido sugerido que tal
medida estaria associada às características fisiológicas das unidades motoras dos músculos agonistas envolvidos e na
coordenação entre os músculos agonista e antagonista. Objetivo: Examinar a influência dos músculos antagonistas no valor
do FE-TDF e examinar a relação entre o FE-TDF e o fator de escala da taxa de desenvolvimento da atividade do músculo
agonista da extensão do joelho (FE-TDEMG). Material e métodos: Onze indivíduos (7 homens e 4 mulheres) sadios e ativos
com idades entre 18 e 22 anos foram posicionados em uma cadeira extensora e realizaram testes de força máxima para os
extensores e flexores do joelho e testes que envolviam a produção de pulsos de força para os extensores do joelho. A força
exercida foi registrada por uma célula de carga e a atividade eletromiográfica dos músculos vasto lateral e bíceps femoral
foi obtida durante os testes. No teste de pulsos de força os indivíduos foram solicitados a produzir pulsos de força o mais
rápido possível entre 20 e 80% do valor da força máxima do extensor do joelho, totalizando 120 pulsos. Os valores de FE-
TDF, FE-TDEMG do músculo vasto lateral e um índice de coativação (ICOA) foram computados. Resultados: O FE-TDF está
fortemente associado com os valores de FE-TDEMG (r=0,74). Todavia, não encontramos qualquer relação entre FE-TDF e
ICOA (r=0,29). Conclusão: O FE-TDF está diretamente associado a produção de força rápida pelo músculo agonista e não é
afetado pelo grau de coativação entre agonista e antagonista.
Palavras-chave: Potência. Força rápida. Taxa de desenvolvimento de força. Controle motor, Eletromiografia.
Hebberty Mikhail Saavedra
Barbosa
Laboratório de Análise do Movimento
PPG Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo
Paulo B. de Freitas
Laboratório de Análise do Movimento
PPG Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
139
Adultos jovens aumentam a
demanda atencional para
controlar a postura após
exercício fatigante de tornozelo
Tiago Penedo
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Marina Hiromi Kuroda
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Vinícius Christianini Moreno
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Fernando Ellerbrock Theodoro
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Contextualização: O exercício fatigante de tornozelo aumenta consistentemente a oscilação postural de adultos
jovens. Por outro lado, o movimento dos olhos reduz a oscilação postural mesmo em condição de fatigabilidade.
Entretanto, ainda não é claro na literatura como o movimento dos olhos regula a oscilação postural em condição de
fatigabilidade. Uma possível explicação pode estar relacionada ao aumento da demanda atencional que o
movimento dos olhos exige, reduzindo a oscilação postural. Desta forma, medir parâmetros que possam indicar
mudança na demanda atencional pode ajudar a explicar os efeitos do movimento dos olhos no controle postural.
Um parâmetro que pode nos dar indicativo desta mudança na demanda atencional é a resposta pupilar. A resposta
pupilar representa um indicador de processamento de estímulos relevantes, sendo que o diâmetro da pupila
aumenta em função da demanda atencional evocada pela tarefa. Objetivo: Investigar os efeitos do exercício
fatigante de tornozelo na demanda atencional durante tarefa postural com movimento dos olhos. Material e
métodos: Vinte adultos jovens (23±3anos; 75,9±12,9kg; 174±0,06cm) realizaram: 1) uma tentativa (60s) de postura
bipodal com fixação ou movimento sacádico dos olhos; 2) duas contrações voluntárias isométricas máximas (CVM)
em leg press adaptado para testar a força de flexão plantar de tornozelo; 3) exercício fatigante bilateral de
tornozelo para induzir a fatigabilidade; 4) repetição dos itens 1 e 2 imediatamente após o item 3. Durante a tarefa
postural com movimento dos olhos, os participantes foram instruídos a permanecer “o mais parado possível” sobre
uma plataforma de força, com os pés afastados na largura do quadril. Um alvo (2cm de diâmetro) foi projetado em
um monitor posicionado a 1m e na altura dos olhos dos participantes para a) fixar um ponto; ou b) realizar uma
tarefa visual de movimento sacádico dos olhos (0,5Hz). O diâmetro da pupila (em px) foi coletado por um sistema
de Eye-tracking móvel (60Hz). Para as CVMs os participantes foram instruídos a aplicar a maior força possível
(mensurada por célula de carga 1000Hz) e manter por 5s. Durante o exercício fatigante, os participantes
realizaram repetidamente a tarefa de flexão plantar e dorsiflexão de tornozelo sob um step, com frequência de
movimento (0,5Hz) controlada por metrônomo, até a exaustão voluntária (inabilidade de realizar mais repetições)
ou exaustão técnica (não manter a frequência de movimento por cinco batidas consecutivas). A CVM foi analisada
pelo teste-t de student e o diâmetro da pupila foi analisado por ANOVA two-way com medidas repetidas para
movimento dos olhos (fixação/sacádico) e fadiga (antes/após) (p<0,05). Resultados: Houve diminuição da força
(CVM) após o exercício fatigante (p<0,05). O diâmetro da pupila aumentou após o exercício fatigante (efeito
principal de fadiga; p<0,001), independentemente do movimento dos olhos realizado (fixação e movimento
sacádico; p<0,001 para ambos). Ainda, a resposta pupilar foi semelhante durante a fixação e o movimento sacádico
(sem efeito principal de movimento dos olhos; p>0,05). Conclusão: Pode-se concluir que o exercício fatigante de
tornozelo aumenta a demanda atencional de adultos jovens durante tarefa postural com fixação e movimento
sacádico dos olhos.
Palavras-chave: Fadiga. Controle postural. Movimento dos olhos. Pupilometria. Atenção.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Fabio Augusto Barbieri
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
140
Ocorrências de transtornos
motores em escolares da região
dodio Amazonas:
levantamentos iniciais
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) é prejudicial ao desempenho de
habilidades motoras em atividades cotidianas e escolares. Os prejuízos são observados na execução de habilidades
de locomoção (como caminhar), de manipulação (como habilidade de manusear um lápis para escrever) e de
estabilização (ficar em um em equilíbrio), gerando consequências como, problemas emocionais, bullying,
dificuldades escolares, dentre outros. A identificação desses indivíduos torna-se relevante para auxiliar e minimizar
os impactos nas atividades diárias e escolares. De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais, a identificação e o diagnóstico do TDC são realizados por meio de uma síntese clínica da história, de
exame físico, de relatórios escolares e da avaliação individual, utilizando-se testes padronizados. No manual em
foco, a identificação e o diagnóstico do TDC em crianças precisa atender a quatro critérios. Na impossibilidade do
atendimento à todos os critérios de identificação e diagnóstico, sugere-se a utilização da nomenclatura provável
TDC (pTDC). Nesse estudo, atendemos o critério A, utilizando a Bateria de Avaliação do Movimento da Criança
edição (Movement Assessment Battery for Children 2nd edition) (MABC-2). Objetivo: O objetivo desta pesquisa
foi estimar a taxa de ocorrência do pTDC em escolares da região do Médio Amazonas. Material e métodos:
Avaliamos 38 crianças, sendo 21 meninos e 17 meninas, entre 7 a 10 anos, dos anos iniciais do ensino fundamental
de uma instituição escolar da cidade de Itacoatiara/AM, região do médio Amazonas. Todas as crianças avaliadas
foram autorizadas pelos respectivos responsáveis por meio do termo de consentimento livre e esclarecido e de
assentimento conforme as normas do comitê de ética em pesquisa com seres humanos. A avaliação foi realizada de
forma individual em um espaço amplo e arejado, seguindo todas as normas protetivas Corona Virus Disease
(Doença do Coronavírus). A análise de dados descritivos foi realizado com base na porcentagem. Resultados: Os
resultados indicaram que 10 crianças (26%) apresentaram o pTDC severo (o maior grau de severidade do
transtorno), sendo 2 meninas e 8 meninos; 9 crianças (24%) apresentaram o pTDC moderado, sendo 5 meninas e 4
meninos; totalizando 19 escolares (50%) com pTDC. Esses números revelam taxas de ocorrência superiores às
indicadas pela literatura especializada. Conclusão: Esforços são necessários no sentido de promover ações
intervencionais e de acompanhamento, bem como de discussão sobre a elaboração de políticas públicas voltadas
para o tema em questão.
Palavras-chave: Identificação. Transtornos das Habilidades Motoras. Amazônia.
Vanessa Machado Rodrigues
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-Graduação em
Educação, LECOMH
Cleverton José Farias de Souza
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-Graduação em
Educação, LECOMH
cio Fernandes Ferreira
Universidade Federal do Amazonas,
Programa de Pós-Graduação em
Educação, LECOMH
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
141
Relação entre a competência
motora percebida e o padrão no
salto horizontal e chute de
crianças de 6 e 7 anos
Paola Lima
Sabrina Diniz Campos
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de educação física, GEDEM
Analice Freitas
Thaís de Paula da Silva
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de educação física, GEDEM
Contextualização: A literatura em desenvolvimento motor aponta que a percepção de competência se torna mais
acurada com a idade. Antes dos 8 anos de idade, se espera uma percepção de competência alta (indiferente à
habilidade considerada) e sem acurácia (superestimada). Entretanto, mesmo em crianças mais novas, existem
habilidades que são mais praticadas que outras. Por exemplo, no Brasil, o futebol é altamente difundido no Brasil.
Assim, a habilidade de chutar é praticada pelas crianças desde cedo. Diferentemente, o salto horizontal é pouco
praticado principalmente em sua forma “máxima”. Neste contexto, nos questionamos se as diferentes
quantidades de experiência nestas habilidades durante a infância poderiam modular a percepção de competência
dessas crianças. Isto é, as crianças poderiam ter maior acurácia na percepção de competência na habilidade do
chutar tendo em vista o mero de oportunidades observando e comparando os resultados na ação. Objetivo: o
objetivo do presente resumo foi investigar a relação entre a percepção de competência e o padrão de movimento
no chute e salto horizontal de crianças de 6 e 7 anos. Material e métodos: A amostra total foi composta de 27
crianças, do sexo masculino, com idade entre 6 e 7 anos. As crianças foram filmadas realizando 2 tentativas do salto
horizontal e 10 tentativas de chute de força máxima para uma baliza a uma distância de 8 metros. Também, todas
as crianças responderam o questionário pictorial de percepção de competência. A ordem entre execução do chute,
salto e resposta do questionário foi aleatorizada entre as crianças. As habilidades foram avaliadas em termos dos
componentes das habilidades. Os escores dos componentes do chute foram normalizados para terem valores entre
0 e 1 e a média dos componentes em todas por sujeito foi utilizada. Para comparação entre testes na percepção de
competência e padrão de movimento, utilizamos dois testes de Wilcoxon. Para verificar acurácia na percepção,
realizamos testes tau de Kendall para cada habilidade. Resultados: Na percepção de competência, observamos que
as crianças se percebem melhor no chute do que no salto (z = 1.92; p = .042). No padrão de movimento, entretanto,
as crianças mostraram melhor padrão no salto do que no chute (z = 2.20; p = .029). Considerando a acurácia da
percepção, em ambas as habilidades, as crianças não mostraram correlação significativa entre percepção de
competência e padrão de movimento (chute: Tau = 0.21; p = .202; salto horizontal: Tau = -0.10; p = .569).
Conclusão: Desta forma, vemos que apesar do suposto maior tempo de prática no chute do futebol, não uma
diferença na acurácia da percepção de competência. Interessantemente, as crianças apresentaram maior
percepção de competência no chute do que no salto mesmo quando os resultados são opostos no padrão de
movimento.
Palavras-chave: Hhabilidades motoras básicas. Percepção de competência. Desenvolvimento motor.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Matheus Maia Pacheco
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
142
Impacto do isolamento social
imposto pela pandemia de
COVID -19 sobre o
desenvolvimento motor em
escolares
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Suplemento nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A pandemia do corona vírus (COVID-19) foi declarada pela Organização Mundial da Saúde no dia
12 de março de 2020 (WHO, 2020). No Brasil a transmissão comunitária foi declarada no dia 20 de março do
mesmo ano. Como consequência, professores e escolas foram forçados a reestruturar suas abordagens de ensino
para acomodar o ensino/aprendizagem virtual (Goulart; Silva; Cabral, 2021). Neste contexto, professores de
Educação Física talvez tenham sido àqueles que tiveram os maiores desafios para adequação de suas aulas ao
modelo remoto, dada a natureza prática do seu componente curricular. A pandemia impôs um cenário de
confinamento social onde houve um aumento significativo do comportamento sedentário em crianças e
adolescentes (Chambonniere et al., 2021). Objetivo: Assim, o objetivo deste estudo foi verificar o impacto do
isolamento social sobre aspectos do desenvolvimento motor de crianças de 6 a 11 anos de idade de ambos os
sexos. Material e métodos: Para tanto, a amostra foi composta por 373 escolares, sendo 198 do sexo feminino e
175 do sexo masculino. Os escolares foram avaliados exatamente nas 3 semanas posteriores ao retorno presencial
das aulas, em agosto de 2021. Para avaliação do desenvolvimento motor foi utilizada a Escala de Desenvolvimento
Motor (EDM) (Rosa Neto, 2002). Para este estudo, os escolares foram avaliados nos componentes da motricidade
global, motricidade fina, equilíbrio, esquema corporal e organização espacial. Aspectos éticos foram aprovados
previamente a execução do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 38855920.5.0000.8123). Os dados
foram submetidos ao teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov, e por não seguirem distribuição normal foram
adotados testes estatísticos não paramétricos. Para verificar as diferenças entre os sexos nos valores de mediana
utilizou-se o teste Kruscall-Wallis seguido pelo teste de Mann-Whitney. O teste de Wilcoxon foi empregado para
comparação entre a idade motora e a idade cronológica. Para todas as análises foi adotada significância estatística
de P<0,05. Resultados: Os resultados demonstraram dimorfismo sexual com valores de mediana superiores nos
meninos na ordem de 120,0 (96,0 - 132,0) para motricidade global comparados com as meninas, 108,0 (84,0
132,0) com valor de P= 0,001. As meninas superaram os meninos no quociente motor, com valores de mediana
88,8 (80,8 97,30), enquanto os meninos apresentaram mediana de 83,7 e intervalos interquartílicos de (77,7 -
94,0), valor de P=0,002. Nos outros aspectos avaliados de motricidade não foram observadas diferenças entre os
sexos. Assim, assumindo grupo completo de 373 escolares verificou-se que a idade motora geral foi
significativamente menor do que a idade cronológica, 306 escolares, ou seja (82%) apresentaram idade motora
geral abaixo da idade cronológica (P<0,01). De forma específica, a idade cronológica foi superior a idade motora do
equilíbrio, do esquema corporal e da organização espacial. Conclusão: Conclui-se que o isolamento social imposto
pela pandemia gerou um impacto substancial no desenvolvimento motor, indicando atraso com relação a idade
cronológica, com diferenças pontuais entre os sexos. Assim, sugere-se medidas de intervenção que potencializem
diversidade em experiências motoras para além de aumentar o repertório motor buscar a recuperação de escores
da motricidade em relação a idade cronológica.
Palavras-chave: Motricidade. Crianças. Isolamento social.
Ruberval Moreira Júnior
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP
Ana Beatriz Machioni
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP
Flávia Évelin Bandeira Lima Valério
Universidade Estadual do Norte do
Paraná- UENP
Daniel Maciel Crespilho
Faculdade Estácio de Sá de Ourinhos
Carla Cristiane da Silva
Universidade Estadual de Londrina - UEL
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
143
Validação aparente de
Demonstrador Tridimensional
Digital das habilidades motoras
contidas no Test of Gross Motor
Development - TGMD
Rodrigo Martins de O. Spinosa
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Design
Anna Beatriz Barreto Hirsch
Universidade Estadual de Londrina
Stefanie Costa Martins
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Design
João Paulo de Souza e Silva
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Design
Contextualização: A demonstração é a principal forma de fornecer instrução não verbal para que o aprendiz
obtenha dados “como realizar” a tarefa (Bruzi, 2013). Diferentes testes e baterias motoras, como o Test of Gross
Motor Development TGMD (Ulrich, 2000), propõe em seus protocolos de avaliação a utilização da demonstração.
TGMD é um instrumento que possui procedimentos padronizados, direcionado à crianças de 3 a 11 anos, última
versão possui 13 habilidades motoras, as quais são organizadas em dois sub testes; locomoção manipulação de
objetos (Ulrich, 2016). Formalmente o teste é aplicado por profissionais habilidosos que demonstram os
movimentos antes das crianças tentarem reproduzir. Entretanto, a execução das habilidades um profissional não
habilidoso, a fadiga quando o experimento envolve muitos participantes e a lesão total do demonstrador pode
prejudicar a eficácia do experimento, influenciando nos resultados. na tentativa atender essas demandas de
pesquisa, esta equipe vem desenvolvendo a 4 anos um Modelo Tridimensional Digital, que reproduz de forma
interativa às 13 animações das habilidades do TGMD-3, dando suporte estabilidade e na reprodutibilidade dos
movimentos. Porém, a utilização de modelos digitais para demonstração, necessita de um processo rigoroso de
Validação, para garantir a qualidade do instrumento. A validade se o instrumento mede o que ele se propôs a
medir, e neste projeto foi abordada a Validade Aparente refere quão compreensível é o instrumento. Esta resposta
é obtida através da avaliação subjetiva de especialistas na área. Objetivo: Com isso, o objetivo deste projeto foi
realizar a validação de um Demonstrador Digital do TGMD um personagem tridimensional animado. Material e
métodos: As animações foram avaliadas em 3 etapas por especialistas título de Doutor na área de
Desenvolvimento Motor. Na Etapa 1, os avaliadores analisaram as animações e retornaram um documento
apontando as correções necessárias. As animações foram corrigidas, ajustando membros do modelo
tridimensional, o percurso das bolas e outros fatores que influenciaram nos resultados movimento. Após as
correções, as animações foram enviadas aos avaliadores novamente, seguindo os critérios da etapa 1. Na Etapa 2,
um novo documento foi retornado apontando outras sugestões de correção. novas solicitações foram atendidas,
seguindo estritamente cada fator apontado pelos avaliadores. Cenário objetos complementares como quadra,
cones e faixas foram apontados como importantes para a melhoria contexto da demonstração, portanto, eles
foram modelados e inseridos na composição. Na etapa 3, todos pedidos dos avaliadores foram exercidos,
realizando ajustes para que o movimento final ficasse Fluido Harmônico. Resultados: Após as 3 Etapas de
correções, todas as animações foram aprovadas pelos avaliadores, o que que o conjunto final obteve a “Validação
Aparente”. Conclusão: Ao final foram corrigidas e validadas 13 animações tridimensionais de habilidades motoras
fundamentais, estas foram disponibilizadas gratuitamente em plataforma digital interativa denominada
SKETCHFAB.
Palavras-chave: Demonstração. Modelagem 3D. TGMD. Desenvolvimento Motor.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Rafaela Zortea Fernandes Costa
Universidade Estadual de São Paulo,
Programa de Pós-graduação em
Educação Física
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
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Relação entre o padrão de
movimento e distância no salto
horizontal em crianças de 6 a 7
anos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A análise do estado de desenvolvimento motor de crianças fornece informações valiosas para
identificar déficits motores e ajudar profissionais a organizar adequadamente programas para melhorar a
competência motora. Consequentemente, uma avaliação adequada do desenvolvimento motor infantil depende do
uso de instrumentos válidos e confiáveis. Objetivo: Sendo o TGMD-2 um dos testes mais utilizados para avaliar o
nível de competência de crianças nas habilidades motoras fundamentais, e sendo o salto horizontal uma dessas
habilidades, o objetivo deste estudo foi investigar como a variação nos padrões do salto horizontal se relacionam
com a distância final percorrida. Material e métodos: Participaram desse estudo 27 crianças (todos meninos) entre
seis e sete anos de idade. As crianças foram instruídas a saltar o mais longe possível. Cada criança realizou dois
saltos horizontais. Cada tentativa foi gravada com um celular iphone SE 2021, posicionado na lateral da criança.
Para a classificação dos níveis desenvolvimentais foram seguidas as instruções do TGMD 2, sendo considerados
quatro componentes do movimento: movimento preparatório com os joelhos, extensão dos braços, vôo e
aterrisagem e movimento dos braços durante aterrisagem. A distância do salto horizontal foi aferida com uma
trena Starret de 30 m por dois auxiliares que estavam no local no momento de execução. Foi correlacionada a
média nas duas tentativas da pontuação do TGMD2 com a média nas duas tentativas da distância do salto.
Resultados: A correlação (utilizando-se do coeficiente de correlação tau de Kendall) foi positiva, fraca e significativa
(p = ,010) entre o padrão de movimento e a distância do salto horizontal. Conclusão: Esse resultado indica que
quanto melhor o padrão de movimento, melhor será a distância percorrida. no salto horizontal. Entretanto, dada a
baixa magnitude, devemos entender quais outros fatores podem influenciar no resultado da ação (e.g.,
antropometria, geração de força, etc.).
Palavras-chave: Salto horizontal. Padrão de movimento. Performance.
Luiz Miguel Mateus de Oliveira
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento Educação Física,
GEDEM
Carlos César Arruda
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto, LaBioCoM
Carol Aparecida Brilhante de
Souza
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento Educação Física,
GEDEM
José Roberto de M. Godoi Filho
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento Educação Física,
GEDEM
Matheus Maia Pacheco
Universidade do Porto, Faculdade de
Desporto, CIFI2D
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
145
Pacientes com doença de
Parkinson com alto medo de
quedas apresentam déficits na
mobilidade funcional
Pedro Paulo Gutierrez
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Pedro Luiz Gonçalves
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Gabriel Antonio Gazziero Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Vinicius Cavassano Zampier
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Contextualização: Ocorrência de quedas é a principal consequência dos comprometimentos motores ocasionados
pela doença de Parkinson (DP). Aproximadamente, 60% dos pacientes com DP caem pelo menos uma vez por ano e
40% caem recorrentemente (mais do que uma vez). A diminuição na mobilidade funcional e o surgimento do medo
de cair estão entre as principais consequências das quedas. Porém, não está claro se pacientes com diferentes
níveis de medo de quedas possuem diferenças na mobilidade funcional. Objetivo: comparar a mobilidade funcional
entre pacientes com DP considerando o nível de medo de quedas (alto e baixo). Material e métodos: cinquenta e
um pacientes com DP participaram deste estudo aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa (parecer 3936). O
medo de quedas foi avaliado por meio do Falls Efficacy Scale International (FES-I). Este teste é composto por 16
perguntas relacionadas ao medo de cair durante a realização de atividades da vida diária. A pontuação total no
teste varia de 16 a 64, sendo que quanto maior for a pontuação, maior é o medo de quedas. Os pacientes foram
alocados em 2 grupos de acordo com a pontuação final no FES-I (ponto de corte 23 pontos). Dezessete pacientes
foram considerados com baixo medo de quedas (idade: 70,53 ± 8,75 anos; estatura: 164,11 ± 9,69 cm; massa: 65,8
(62,50-73,20) kg; Mini-Exame do Estado Mental [MEEM]: 28 (25-29) pontos; motor part of Unified Parkinson’s
Disease Rating Scale [UPDRS III]: 24,18 ± 8,87 pontos; FES-I: 20 (18-21) pontos) e 34 pacientes foram considerados
com alto medo de quedas (idade: 72,24 ± 8,30 anos; estatura: 159,83 ± 8,46 cm; massa: 65,85 (61,70-77,80) kg;
MEEM: 27,50 (26-29) pontos; UPDRS III: 29,41 ± 11,57 pontos; FES-I: 27,50 (25,00-37,00) pontos). O teste Timed Up
and Go (TUG) foi utilizado para avaliar a mobilidade funcional. O TUG consiste em levantar de uma cadeira, andar
até um cone a 3 metros de distância, circundar o cone, retornar e sentar na cadeira o mais rápido possível, sem
correr. Os pacientes realizaram 3 tentativas e a média do tempo gasto nas tentativas foi considerada na análise.
Teste U de Mahn-Whitney foi aplicado para comparar a mobilidade funcional entre os grupos, considerando p-valor
< 0,05. Resultados: pacientes com baixo medo de quedas apresentaram melhor desempenho no TUG comparado
com os pacientes com alto medo de quedas (p = 0,03; baixo medo: 6,65 [6,22-7,00] segundos; alto medo: 7,76
[6,20-9,32] segundos). Conclusão: pacientes com DP com alto medo de quedas possuem pior mobilidade funcional
do que pacientes com baixo medo de quedas. Este achado pode ser explicado pelo ciclo vicioso gerado pelas
quedas. Pacientes que caem recorrentemente criam medo de cair e, por consequência, restringem seus
movimentos para tentar evitar novas quedas. Entretanto, esta estratégia diminuiu a mobilidade desses pacientes, o
que pode gerar mais quedas. É possível sugerir que pacientes com DP com alto medo de quedas necessitam de um
treino específico para mobilidade funcional. Apoio financeiro: PIBIC (processo n° 103155/2022-8).
Palavras-chave: TUG. Ocorrência de quedas. Doenças neurodegenerativas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
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Influência dos treinos de força e
potência na taxa de
desenvolvimento de força, pico
de força e mobilidade funcional
de idosos com doença de
Parkinson
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Idosos com doença de Parkinson (DP) apresentam menor força e potência muscular, o que
compromete a taxa de desenvolvimento de força (TDF), pico de força e consequentemente a mobilidade funcional
dessa população. Sendo assim, estabelecer o melhor tipo de treino para melhora dessas variáveis torna-se
fundamental. Tal investigação pode fundamentar uma intervenção fisioterapêutica mais efetiva para essa
população. Objetivo: analisar a influência do treino de força e potência muscular de membros inferiores na TDF e
no pico de força de idosos com DP, tendo como objetivo secundário, a análise da influência desses treinos na
mobilidade funcional dessa população. Material e métodos: 34 idosos de ambos os sexos sem e com DP,
classificados entre os estágios de I a III da Escala de Hoehn e Yahr, foram divididos em quatro grupos: grupo
controle de treino de força (GCF, n = 8), grupo controle de treino de potência (GCP, n = 9), grupo com DP para
treino de força (GDPF, n = 8) e grupo com DP para treino de potência (GDPP, n = 9). Os GCF e GCP foram compostos
por idosos sem histórico de doenças neurológicas. Foi realizada a avaliação do pico de força e da TDF nos primeiros
50 e 200 milissegundos. Também foi avaliada a mobilidade funcional por meio dos testes: velocidade de marcha
(VM), Timed Up and Go (TUG), Short Physical Performance Battery (SPPB), Unified Parkinson’s Disease Rating Scale
(UPDRS). Em seguida, os participantes foram submetidos a um treino de força ou potência muscular para membros
inferiores durante oito semanas consecutivas, duas vezes semanais. Após a finalização de todas as sessões, os
sujeitos foram reavaliados. Resultados: O teste de ANOVA medidas repetidas apontou diferença significativa de
todos os grupos para a mobilidade funcional, pico de força e TDF, independentemente do tipo de treino.
Conclusão: Os protocolos de treino de força e potência muscular propostos influenciaram no aumento da TDF, pico
de força e mobilidade funcional dos participantes.
Palavras-chave: Idoso. Doença de Parkinson. Força Muscular. Potência Muscular.
Tamires Meneghetti
Faculdade Anhanguera de Jundiaí,
Departamento de Fisioterapia
Késia Maísa do Amaral Felipe
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Departamento de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Laboratório LIDEN
Patrícia de Aguiar Yamada
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Departamento de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Laboratório LIDEN
Flávia R. Faganello Navega
Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Departamento de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Laboratório LIDEN
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
147
Análise do desempenho físico e
funcional de homens idosos
fisicamente independentes com
histórico de quedas
Natali Maciel Folster de Santana
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, LEPEHAF
José Maria Estoche
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, LEPEHAF
Claúdia Cristina Bueno Franco
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, LEPEHAF
Wanilson Alexandre Baldassin
Glatz
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, LEPEHAF
Contextualização: A ocorrência de quedas na população idosa tem sido apontada como um grave problema de
saúde, associando-se ao aumento da incapacidade e dependência funcional. Nesta perspectiva, faz-se necessário
identificar fatores que possam discriminar características intrínsecas dos idosos, de forma a identificar quais
componentes físicos e funcionais são mais prejudicados quando o idoso apresenta histórico de quedas. Objetivo:
Comparar o desempenho físico e funcional nos testes de caminhada de 6 minutos, equilíbrio, agilidade, força
muscular, flexibilidade, e índice de aptidão física e funcional geral-(IAFG-6) entre homens idosos com e sem
histórico de quedas. Material e métodos: Estudo transversal, composto por 137 idosos do sexo masculino,
fisicamente independentes, com 70,9±6,6 anos-(parecer-n°PP/0070/09). A ocorrência de quedas foi registrada em
prontuário durante a avaliação inicial, mediante uma questão recordatória onde o indivíduo idoso relatava se
houve a ocorrência de quedas nos últimos 12 meses. O desempenho físico e funcional foi avaliado por meio de 6
testes físico-funcionais: teste de caminhada de 6 minutos TC6); equilíbrio estático com apoio unipodal; agilidade;
força muscular de membros superiores (FMS)=teste de preensão palmar; força de membros inferiores(FMI)=teste
de sentar e levantar; e flexibilidade. Os resultados de cada teste foram agrupados em percentis, classificados do
pior para o melhor desempenho. A partir das somas dos percentis dos seis testes foi proposto um Índice de Aptidão
Física e Funcional Geral (IAFG-6) para idosos, o qual foi considerado para este estudo. Para fim de análises, os
indivíduos foram separados em dois grupos, caidores (CA) e não caidores (NC) de acordo com o relato dos episódios
de quedas. A análise dos dados aconteceu por meio do Software SPSS20, sendo descritos em medianas e intervalo
interquartil. Os dados foram considerados não-paramétricos, dessa forma, para a análise intergrupo das variáveis
foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Foi adotado um índice de significância de 5%. Resultados: Dos 137 idosos
avaliados, 61,31%(n=84) não relataram a ocorrência de quedas nos últimos 12 meses e 38,69%(n=53) relataram a
ocorrência de pelo menos um episódio de queda. Os idosos do grupo CA apresentam pior desempenho no teste de
agilidade(26,4[22,7-30,2]); força de membros superiores/FMS(32,6[28,3-37,8]); e no IAFG-6(286,9[227,2-362,7])
quando comparado ao grupo NC(23,4[20,9-27,1]; 36,6[32,0-40,9]; 344,8[269,3-402,5] respectivamente), sendo
possível observar diferenças estatisticamente significativas entre os grupos CA e NC em relação as variáveis de
agilidade(p=0,002); FMS(p=0,007) e IAFG-6(p=0,001), as demais variáveis (TC6/FLEX/FMI/EQUI) não apresentaram
diferenças significantes entre os grupos. Conclusão: O desempenho físico e funcional difere entre os indivíduos que
possuem o histórico de quedas, com redução da condição física-funcional e neuromotora destacando a agilidade e
a força muscular de membros superiores como as variáveis mais prejudicadas.
Palavras-chave: Testes físicos. Envelhecimento. Acidentes por Quedas.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Denilson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina, Centro
de Educação Física e Esportes, LEPEHAF
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
148
Alterações na hemodinâmica
cerebral durante o exercício
físico moderado em adultos
jovens e idosos fisicamente
ativos: um estudo com fNIRS
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: espectroscopia funcional de luz próxima ao infravermelho (fNIRS) é um sistema não-invasivo e
eficaz para monitorar alterações na oxigenação cerebral durante protocolos de exercícios. Esta técnica fornece
informações importantes sobre o equilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio na área cerebral e alterações
oriundas do envelhecimento. A análise da hemodinâmica cerebral pode indicar o uso de recursos neurais para
realização de uma tarefa motora. Entretanto, estudos sobre a hemodinâmica em níveis centrais durante exercício
aeróbio em adultos jovens e idosos ainda é escassa. Objetivo: O objetivo deste estudo foi investigar as alterações
na hemodinâmica cerebral durante uma sessão de exercício aeróbio em adultos jovens e idosos, realizada em
intensidade equiparada. Material e métodos: Dez idosos e 10 adultos jovens realizaram o protocolo de exercício de
caminhada em uma esteira motorizada (Inbramed Super ATL, Inbrasport, Brasil) durante 10 min, com intensidade
entre 60% e 70% da frequência cardíaca máxima. Um sistema de fNIRS com 8 canais (OctaMon, Artinis Medical
Systems, Elst, Holanda), posicionado no córtex pré-frontal, seguindo o sistema internacional 10/20, com frequência
de coleta de 10Hz, foi utilizado para mensurar as concentrações de oxihemoglobina ([O2Hb]) e deoxihemoglobina
([HHb]) durante a sessão de exercício físico. Antes do início da caminhada, os participantes permaneceram
sentados, por 3min, para obtenção de medidas de linha de base. As mudanças na [O2Hb] e [HHb] foram obtidas
pela subtração dos valores, em cada minuto de exercício, do período baseline. ANOVA two-way, com fator grupo e
tempo de exercício e medidas repetidas para o tempo, foi utilizada. O teste post-hoc de Bonferroni foi usado para
localizar interações significativas. Resultados: A ANOVA revelou interação para [O2Hb] (F10,180=23,981; p<0,001).
O teste de Bonferroni indicou que os jovens aumentam gradualmente a [O2Hb] após o minuto até o 7º minuto
de exercício (p<0.03), enquanto nos idosos, não houve alteração significante da [O2Hb]. Ainda, do 4º minuto ao 10º
de exercício, os adultos jovens apresentaram maior [O2Hb] (p<0.03). Não houve diferença significativa na [HHb]
(F10,180=1,113; p=0,354). Conclusão: Nossos achados corroboram com estudos prévios mostrando que a [HHb]
permanece inalterada durante o exercício aeróbio, enquanto a [O2Hb] aumenta ao longo do exercício após os
primeiros minutos em adultos jovens, sugerindo que alterações na [O2Hb] é um indicador mais sensível de
regulação do fluxo sanguíneo cerebral, comparado a [HHb]. Ainda, o aumento na [O2Hb] em adultos jovens indica
elevação no fluxo sanguíneo cerebral no córtex pré-frontal, o que pode estar relacionada a um aumento na
atividade neural, possivelmente, para melhorar o controle do movimento. Entretanto, os idosos não aumentaram a
[O2Hb], o que pode indicar um declínio na oxigenação cerebral durante o exercício, resultando em um
comprometimento na função de controle central.
Palavras-chave: Atividade física. Envelhecimento. Atividade cortical.
Financiamento: Bolsa Pós-Doutorado Júnior - CNPq (Processo: 164937/2020-0).
Diego Orcioli-Silva
Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Faculdade de Ciências
Aplicadas, LAFAE
Felipe Marroni Rasteiro
Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Faculdade de Ciências
Aplicadas, LAFAE
Anita Brum Marostegan
Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Faculdade de Ciências
Aplicadas, LAFAE
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Departamento de Educação Física, LEPLO
Fúlvia de Barros Manchado-
Gobatto
Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP), Faculdade de Ciências
Aplicadas, LAFAE
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
149
Uso de um sistema de pressão
plantar dinâmico para análise do
padrão de aterrissagem de saltos
Júlia Martins Portugal
Universidade Estadual de Campinas,
Laboratório de Instrumentação para
Biomecânica (LIB)
Karine Jacon Sarro
Universidade Estadual de Campinas,
Laboratório de Instrumentação para
Biomecânica (LIB)
Contextualização: No esporte, muitos entorses de tornozelo acontecem durante a aterrissagem de saltos,
especialmente em pessoas que apresentam instabilidade crônica. Estudos apontam alterações biomecânicas nos
primeiros 200 ms após a aterrissagem, como aumento na excursão lateral do centro de pressão, inversão e rotação
interna do tornozelo, ativação dos músculos tibial anterior e fibular longo e redução do momento eversor.
Geralmente, estudos que investigam fatores de risco para entorse do tornozelo utilizam a análise cinemática.
Entretanto, sistemas de pressão dinâmica podem representar uma ferramenta interessante para identificar
padrões de aterrissagem, uma vez que permitem dividir o pé em diferentes regiões, e podem ser usados facilmente
fora do ambiente de laboratório. Objetivo: Este trabalho teve como objetivo apresentar o uso de um sistema de
pressão plantar dinâmico para análise do padrão de aterrissagem de saltos. Material e métodos: O estudo foi
aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com seres humanos da UNICAMP (CAAE: 51636321.7.0000.5404). Para
exemplificar a aplicação do Pedar, uma voluntária (sexo feminino, 33 anos, 52 kg, 1,63 m) com instabilidade crônica
no tornozelo esquerdo (pontuação no Cumberland Ankle Instability Tool CAIT igual 17 no tornozelo esquerdo e 30
no direito) realizou três saltos unilaterais, com ambos os membros, utilizando o sistema Pedar-X (Novel, Alemanha)
dentro do calçado. Foi obtido o pico de força vertical (Fz) nos 200 ms após a aterrissagem em 8 regiões do pé:
retropé lateral e medial, mediopé lateral e medial, antepé lateral e medial, dedos e hálux. Resultados: O método
revelou um padrão diferente de aplicação de força na aterrissagem entre os lados com e sem instabilidade. O lado
com instabilidade apresentou maior Fz no retropé lateral, enquanto o lado sem instabilidade apresentou maior FZ
no antepé medial. Esse padrão pode estar relacionado à maior inversão devido à instabilidade de tornozelo,
mostrando coerência no resultado encontrado. Conclusão: Os resultados sugerem que o sistema de pressão
plantar dinâmico pode ser um método promissor na identificação de fatores de risco para entorse de tornozelo.
Palavras-chave: Tornozelo. Entorse. Instabilidade.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
150
Efeito das demandas posturais
sobre o movimento de alcançar
em idosos
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Diversas atividades da vida diária envolvem a realização de habilidades motoras manipulativas. A
execução das ações de alcançar e pegar são necessárias para a interação com o ambiente e permitem realizar
tarefas rotineiras como vestir-se, escovar os dentes, preparar uma refeição, e até mesmo situações como abrir uma
porta e segurar um corrimão. Entretanto, o processo de envelhecimento leva a alterações funcionais ou estratégias
compensatórias nos movimentos de alcançar e pegar, como maior duração do movimento e menores picos de
velocidade do braço para alcançar o objeto. Além disso, ao associarmos tarefas manipulativas com diferentes
demandas posturais, parece haver alterações tanto na estabilidade postural como na tarefa manipulativa. Nesse
sentido, diferentes demandas posturais envolvendo a necessidade de movimentos coordenados entre braço e
tronco, podem afetar de forma direta a realização de tarefas manuais. Objetivo: Investigar o controle da ação de
alcançar um objeto com diferentes níveis de dificuldade em diferentes contextos de demanda postural (sentado,
em e caminhando) em jovens e idosos. Material e métodos: Participaram deste estudo 15 idosos saudáveis
(68,0±4,0 anos) e 15 jovens (24,7±3,0 anos). Os participantes realizaram o alcance de um objeto em três tarefas
posturais diferentes: andar, em parado e sentado. Nessas três tarefas, os participantes alcançaram e pegaram
um objeto (diâmetro de 4,5 cm, altura de 10 cm e massa de 105 g) em duas condições diferentes: com e sem a
presença de obstáculos próximos ao objeto. Foram analisadas a duração do alcance, o pico de velocidade do punho
e o tempo de ocorrência desse pico em relação a duração do alcance. Resultados: Não houve efeito de idade para
nenhuma das variáveis analisadas. A duração do alcance (p=0,027) foi maior na tarefa andando (1,23 s) do que na
tarefa parado (1,10 s). Além disso, a duração do alcance (p=0,012) foi maior com (1,17 s) do que sem (1,12 s)
obstáculo. O pico de velocidade do punho (p=0,0001) foi maior nas condições parado (67,9 mm/s) e sentado (73,6
mm/s) do que andando (58,9 mm/s), além de ter sido maior (p=0,005) nas posturas parado (71,7 mm/s) e sentado
(77,1 mm/s) na ausência de obstáculo. Na condição andando, não houve diferença entre as condições com e sem
obstáculo para o pico de velocidade do punho. O tempo de ocorrência do pico de velocidade do punho ocorreu
mais tarde (p=0,0001) na condição sem (48,0%) do que com (43,8%) obstáculo. Conclusão: A idade não afeta o
movimento de alcançar nos diferentes contextos de demanda postural, independentemente do nível de dificuldade
da tarefa de alcançar. O alcance foi mais lento quando realizado andando, possivelmente como uma estratégia de
controle online para transportar a mão corretamente até o objeto. A presença do obstáculo resultou em
movimentos mais lentos e com maior tempo de desaceleração, de forma a permitir o uso o controle online
também.
Palavras-chave: Idosos. Jovens. Alcançar.
Eduardo Guirado Campoi
Universidade de São Paulo (USP),
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP), Laboratório de Biomecânica e
Controle Motor
Henrique Guirado Campoi
Universidade de São Paulo (USP),
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP), Laboratório de Biomecânica e
Controle Motor
Renato Moraes
Universidade de São Paulo (USP), Escola
de Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto (EEFERP), Laboratório de
Biomecânica e Controle Motor
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
151
Influência da visão
exproprioceptiva sobre a
estabilidade ao caminhar em
uma superfície desnivelada em
idosos
Henrique Guirado Campoi
Universidade de São Paulo (USP),
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP), Laboratório de Biomecânica e
Controle Motor
Renato Moraes
Universidade de São Paulo (USP), Escola de
Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto (EEFERP), Laboratório de
Biomecânica e Controle Motor
Eduardo Guirado Campoi
Universidade de São Paulo (USP),
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP), Laboratório de Biomecânica e
Controle Motor
Contextualização: A manutenção da estabilidade durante o caminhar é essencial para uma locomoção bem-
sucedida. Ao caminhar em terrenos irregulares, realizamos ajustes posturais que permitem manter a estabilidade
com base em diferentes entradas sensoriais. A visão é um sistema sensorial relevante por fornecer informação a
uma certa distância e permitir o planejamento antecipatório das adaptações necessárias para lidar com os desafios
durante a locomoção. Em especial, a visão exproprioceptiva fornece informação sobre os segmentos corporais em
relação ao ambiente, sendo utilizada para o planejamento antecipatório e para ajustes finos de forma online. O uso
de máscara pode reduzir a disponibilidade de visão exproprioceptiva por bloquear parte do campo visual inferior, o
que pode aumentar o risco de quedas em idosos. Objetivo: Investigar o efeito da visão exproprioceptiva sobre a
margem de estabilidade (ME) ao caminhar e pisar em uma superfície desnivelada (buraco) em idosos. Material e
métodos: Participaram do estudo 15 idosos saudáveis (69±5,8 anos). Foram posicionados trinta e nove marcadores
retrorrefletivos passivos na pele dos participantes para o cálculo das coordenadas tridimensionais do centro de
massa (COM). Os participantes andaram ao longo de uma passarela de madeira em duas condições diferentes: sem
buraco e com buraco (profundidade: 9,5 cm, largura e comprimento: 60 cm). Todas essas condições da superfície
de suporte foram realizadas com e sem informação visual exproprioceptiva, manipulada de duas formas: uso de
óculos com um anteparo que restringe o campo visual inferior (i.e., visão exproprioceptiva) e máscara cirúrgica
descartável. Para o cálculo da ME na direção anteroposterior, calculamos a distância entre o centro de massa
extrapolado (XCOM) e o limite anterior da base de suporte. Analisamos também todas as variáveis relacionadas
com o cálculo da ME. Resultados: Houve uma redução do campo visual inferior (p=0,0001) com o uso da máscara
(55,2°) e óculos (38,8°) em comparação a visão normal (67,5°), e entre as condições com óculos e máscara. As
condições visuais não afetaram a ME, tampouco as variáveis relacionadas com o cálculo da ME. A ME foi mais
negativa (p=0,0001) na condição com (-52,9 mm) do que sem buraco (-14,3 mm), apesar da velocidade do COM
(p=0,010) ter diminuído na presença do buraco (sem buraco: 1305,2 mm/s; com buraco: 1255,3 mm/s). Na
presença do buraco, houve uma redução na base de suporte (p=0,050; sem buraco: 626,9 mm; com buraco: 612,4
mm) e na autofrequência do pêndulo (p=0,0001; sem buraco: 3,35 s-1; com buraco: 3,32 s-1), acompanhadas de
aumento no deslocamento do COM (p=0.0001; sem buraco: 621,5 mm; com buraco: 658,0 mm) e XCOM (p=0,001;
sem buraco: 627,1 mm; com buraco: 664,7 mm), o que ajuda a explicar a ME mais à frente da base de suporte.
Conclusão: A restrição da visão exproprioceptiva com o uso dos óculos e da máscara não afetou a estabilidade
durante a caminhada em uma superfície desnivelada em idosos. A presença do buraco oferece maiores riscos para
a estabilidade dos idosos em comparação a caminhada nivelada.
Palavras-chave: Informação Visual. Idosos. Locomoção Adaptativa.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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152
Tempo de Reação Simples em
idosos de diferentes faixas
etárias: o que muda com o
avanço da idade?
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A redução da velocidade de processamento está relacionada, dentre alguns fatores, com
alterações neurofisiológicas e funcionais do sistema nervoso central. O idoso apresenta um aumento no tempo de
reação simples (TRS) comparado com o adulto jovem. Tal diferença está associada aos efeitos do envelhecimento.
Objetivo: Por considerar que as mudanças do processo natural de envelhecimento são contínuas, o objetivo do
presente estudo foi verificar possíveis diferenças no tempo de reação simples (TRS) em idosos de diferentes faixas
etárias. Material e métodos: A amostra foi composta por 110 idosos de ambos os sexos, ativos fisicamente com
idade média de 76,1 anos (±7,16). Os idosos foram distribuídos em cinco grupos etários distintos: 24 idosos de 65-
69 anos (G65), 23 idoso de 70-74 anos (G70), 22 idosos de 75-79 anos (G75), 23 idosos de 80-84 anos (G80) e 19
idosos de 85-89 anos (G85). Para testar o TRS, foi utilizado o equipamento Controle de Tempo de Reação e
Movimento (CTRM). A tarefa consistiu em realizar seis tentativas, o mais rápido possível, após o acendimento do
diodo (estímulo para iniciar), o movimento de retirada da bola de tênis do recipiente 1 e colocá-la no recipiente 4.
O tempo de reação correspondia ao intervalo entre o acendimento do diodo e retirada da bola de tênis do primeiro
recipiente. A anova one-way foi realizada na comparação do TRS entre os cinco grupos. Resultados: Verificou-se
diferença do TRS entre grupos etários [F(4,105)=2,82 p˂0,001]. O teste pós-hoc de Tukey identificou diferença do
TRS entre G65 (377,45ms.) ±21,7 e G85 (446,41ms.) ±54,9 p=0,04, G70 (378,24ms.) e G85 (446,41) p=0,04. Não
houve diferença do TRS dos grupos G75 (387,76ms.) e G80 (410,88) ±19,5 com os demais grupos p=0,12. A partir
dos resultados obtidos, é possível afirmar que os idosos de faixa etária mais avançada foram mais lentos para reagir
a um dado estímulo que idosos de faixas etárias mais jovem (G65 e G70). Esta diferença representa uma velocidade
de processamento mais reduzida do idoso em idade mais avançada, mas não no idoso de idade intermediária. O
aumento do TRS no idoso mais idoso pode estar associado ao acúmulo de mudanças que ocorrem no
envelhecimento, o que torna o idoso mais susceptível às alterações da idade. Conclusão: Assim, o TRS é
influenciado pela idade do idoso podendo ser um importante indicador de alterações que acometem funções
cognitivas como o processamento de informações.
Palavras-chave: Tempo de Reação. Envelhecimento. Desenvolvimento Motor.
Maria Renata da Silva
Universidade do Estado de Minas
Gerais/UEMG, discente do Curso de
Educação Física, GEPECOM
Kryschellen Rayssa de A. Silva
Universidade do Estado de Minas
Gerais/UEMG, discente do Curso de
Educação Física, GEPECOM
Marco Túlio Silva Batista
Centro Mineiro de Ensino Superior,
GEDAM
Rodolfo Novellino Benda
Universidade Federal de Pelotas/UFPel,
GEDAM e LACOM
Cristiane Alves Martins
Universidade do Estado de Minas
Gerais/UEMG, GEDAM e GEPECOM
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153
Efeitos do treinamento funcional
na percepção do medo de cair
de mulheres idosas fisicamente
independentes
Luana Andrade Rogeri
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
Natali Maciel Folster de Santana
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
José Maria Estoche
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
Mario Molari
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
Contextualização: As alterações do processo de envelhecimento, somadas ao estilo de vida inadequado levam a
redução da aptidão física e funcional, aumentando o risco e medo de quedas em idosos. O medo de cair pode levar
a diminuição da atividade sica, da capacidade funcional e da qualidade de vida dessa população. Por isso, é
necessário investigar modalidades de programas de exercícios físicos que sejam compatíveis com as mudanças que
ocorrem com o avanço da idade e possam contribuir para redução do medo de cair em idosos. Objetivo: Verificar o
efeito de um programa de treinamento funcional no medo de cair de mulheres idosas fisicamente independentes.
Material e métodos: A amostra foi composta por 21 mulheres a partir dos 60 anos de idade (mediana=69; IIQ=10)
residentes no município de Londrina-PR, fisicamente independentes, não praticantes de atividade física
supervisionada nos últimos seis meses. Foram coletadas informações sobre nível de escolaridade, presença de
doenças e estado civil através de anamnese e o Índice de Massa Corporal foi calculado por meio das medidas de
massa corporal e estatura. O medo de cair foi mensurado mediante o questionário Falls Efficacy Scale Internacional
Brasil (FES-I) composto por 16 atividades diárias com escore de 16 a 64 sendo quanto maior o escore maior a
preocupação em cair. A intervenção em treinamento funcional ocorreu no centro comunitário da zona leste da
cidade e teve duração de 14 semanas, sendo duas semanas para as avaliações (iniciais e finais) e 12 semanas para a
intervenção. O treinamento funcional foi estruturado da seguinte forma: aquecimento (corrida, caminhada,
alongamento ou recreação) com duração de 5-10 minutos e circuito funcional composto por 15 estações (exercícios
aeróbicos, de resistência, equilíbrio e coordenação) com duração de 30-40 minutos. A duração de cada sessão foi
de aproximadamente 45-60 minutos, 3 vezes por semana em dias alternados. A normalidade dos dados foi
verificada pelo teste de Shapiro Wilk e a comparação intragrupos pelo teste Wilcoxon Rank. O índice de
significância adotado foi de 5%. Os dados foram analisados pelo pacote estatístico SPSS versão 20.0. O estudo foi
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da Universidade Estadual de Londrina, sob
o parecer 2.788.802. Resultados: Das 21 idosas avaliadas, 42,9% (n=9) tinham ensino fundamental completo, 47,6%
(n=10) eram casadas, 85,7% (n=18) apresentavam alguma doença e 81% (n=17) estavam acima do peso. Houve
redução significativa (p=0,017) no medo de cair após a intervenção (mediana=19; IIQ=3,5) em comparação ao
período pré intervenção (mediana=21; IIQ=6). Conclusão: Conclui-se que um programa de treinamento funcional
com duração de 12 semanas pode ser suficiente para reduzir o medo de cair em mulheres idosas fisicamente
independentes.
Palavras-chave: Treinamento físico. Medo de quedas. Idosos.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Denilson de Castro Teixeira
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Educação Física,
LEPEHAF
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154
A estimulação transcraniana
aguda por corrente contínua não
tem efeito no tempo de reação
de atletas de judô
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: O tempo de reação (TR), período decorrido entre a apresentação de um estímulo e o início de
uma resposta motora, indica a eficiência do processamento neural por meio da mensuração da velocidade e da
eficácia da tomada de decisão. Em esportes de combate, a tomada de decisão rápida e eficaz pode determinar o
vencedor, sendo fundamental o estudo dos meios de melhorar o TR. A questão de pesquisa que norteia este
projeto é: uma única sessão de estimulação elétrica transcraniana por corrente contínua melhora o tempo de
reação de jovens e adultos praticantes de judô? Objetivo: Para responder a esta questão, objetivou-se verificar os
efeitos imediatos de uma estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) anódica, aplicada no córtex
motor primário (M1), no tempo de reação simples (TRS) e no tempo de reação de escolha (TRE) de membros
superiores de atletas experientes de judô. Material e métodos: Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Instituto de Biociências UNESP campus de Rio Claro (CAAE: 51006521.3.0000.5465). Os participantes
foram recrutados nas academias de lutas de Rio Claro/SP e região. Treze indivíduos praticantes experientes de judô
(28,87±8,32 anos) foram selecionados de acordo com a graduação (marrom ou preta) (18±7,94 anos). Os
participantes foram convidados a comparecer dois dias no laboratório, com intervalo mínimo de uma semana, e,
randomicamente, receberam por 20 minutos a estimulação ativa (anódica) de 2mA ou a estimulação placebo
(sham). Testes de TRS e TRE implementados em linguagem Matlab foram aplicados para mensurar o desempenho
dos participantes antes e após as sessões de ETCC. Os dados foram estatisticamente analisados por meio de
ANOVAs two-way, com medidas repetidas para os fatores ETCC (ativa vs sham) e momento (pré e pós). Resultados:
A análise estatística não apontou diferença significativa para condição, momento e interação entre os fatores, tanto
para TRS como para TRE (p>0,05). Estes resultados indicam que ETCC anódica aguda aplicada no M1 não tem
influência sobre o TRS e TRE de atletas experientes de judô. Portanto, a utilização desta técnica pode não trazer um
impacto imediato no desempenho dos atletas em combates. Conclusão: Pode-se concluir que a ETCC não foi
eficiente em reduzir o TRS e TRE de judocas experientes em combate. É possível especular que o nível de
experiência dos atletas pode ter influenciado os resultados, pois estes participantes estariam apresentando
ótimos níveis de TR, sendo necessários mais sessões de ETCC ou a combinação com exercícios específicos.
Financiamento: bolsa FAPESP IC (Processo nº 2020/14168-4).
Palavras-chave: Tempo de reação simples, tempo de reação de escolha, ETCC, córtex motor primário, judô.
Emerson Filintro de Oliveira
Santos
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Diego Orcioli Da Silva
Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Ciências Aplicadas, LAFAE
Thiago Martins Sirico
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Beatriz Regina Legutke
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
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155
Efeito da disponibilidade da
informação visual na adaptação
motora em uma tarefa de
interceptação
Cíntia de Oliveira Matos
Universidade Federal de Minas Gerais
Grupo de estudos em desenvolvimento e
aprendizagem motora (GEDAM)
Rodrigo de Melo Silva
Universidade Federal de Minas Gerais
Grupo de estudos em desenvolvimento e
aprendizagem motora (GEDAM)
Herbert Ugrinowitsch
Universidade Federal de Minas Gerais
Departamento de esportes
Grupo de estudos em desenvolvimento e
aprendizagem motora (GEDAM)
Contextualização: Um dos fatores envolvidos na execução de uma habilidade motora é a interação da pessoa com
o ambiente. A maior busca de informações ambientais/contextuais sobre a tarefa, como acontece na prática
aleatória, forma estruturas de controle competentes, capazes de se adaptarem melhor diante de uma perturbação.
Em tarefas de interceptação, apesar de a informação visual sobre o alvo ser determinante para o sucesso da ação,
esse sucesso não se deve apenas à informação visual em si, mas principalmente ao momento que ela é extraída.
Contudo, ainda não se sabe como a disponibilidade a informação visual durante a formação da estrutura de
controle influencia a sua competência e, consequentemente, a adaptação. Objetivo: O objetivo desse estudo foi
investigar como a disponibilidade da informação visual durante a prática aleatória influencia a adaptação motora.
Material e todos: Participaram desse estudo 24 voluntários, divididos em 2 grupos: com oclusão (GCO) e sem
oclusão (GSO). Foi realizada uma tarefa de interceptação a um alvo móvel. Na fase de pré-exposição, os
participantes praticaram a tarefa até realizarem 2 blocos de 4 interceptações consecutivas. Para ambos os grupos,
o alvo deslocava em 3 diferentes velocidades (90cm/s, 145cm/s e 200cm/s), de forma aleatória. No GCO, o alvo era
ocluído 250ms antes do início esperado do movimento, e no GSO os participantes tinham a informação visual
disponível durante toda a trajetória. Na fase de exposição, que ocorreu 24h após a pré-exposição, os participantes
realizaram 140 tentativas, 30 delas com perturbação. Nas tentativas controle a velocidade de deslocamento do alvo
era de 145cm/s e nas tentativas com perturbações, a velocidade aumentava (172,5cm/s_PI) ou diminuía
(127,5cm/s_PII), após o início do movimento. Resultados: Os resultados mostraram que na pré-exposição, o GCO
começou com pior desempenho que o GSO, mas que ao longo a prática ambos os grupos melhoraram e mostraram
desempenho semelhante. Além disso, o GCO começou com maior tempo relativo para o pico de velocidade que o
GSO. Na exposição, ambos os grupos apresentaram maior erro nas tentativas com perturbação quando
comparadas às tentativas pré e pós perturbação. O grupo CO apresentou melhor desempenho que o GSO na PII.
Em relação ao controle motor, o GCO apresentou maior pico de velocidade e maior co-contração entre os músculos
deltoide anterior/posterior e bíceps/tríceps que o GSO na PII. A análise das medidas de controle motor mostrou
que a estratégia adotada foi aumentar a rigidez da musculatura e a velocidade do movimento, o que dificulta as
correções. De fato, isso foi demonstrado na medida de número de correções, na qual não foram identificadas
diferenças. Por outro lado, parece que a retirada da informação visual no momento crítico tornou a estrutura de
controle mais competente. Apesar de o serem feitas correções, a interceptação foi mais precisa. Conclusão: É
possível que não ter a informação no momento crítico fez com que fosse feita melhor predição da trajetória, e que
quando a tarefa foi executada com a informação visual disponível a pré-programação foi mais eficiente.
Palavras-chave: Oclusão. Prática variada. Adaptação.
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Interação do espaçamento e da
combinação de prática na
aprendizagem de uma
habilidade complexa
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Apesar da notória interação, as temáticas espaçamento e estrutura da prática têm sido
investigadas de forma isolada dentro do escopo da Aprendizagem Motora. O espaçamento da prática investiga o
efeito da relação execução/pausa (intervalo intertentativas, por meio do espaçamento maciço e distribuído). A
estrutura de prática investiga o efeito das formas de organizar a prática (combinação de prática constante-blocos e
constante-aleatória). Além disso, estas temáticas têm sido investigadas com habilidades simples de laboratório. A
lacuna sobre a interação do espaçamento e da combinação de prática na aprendizagem de uma habilidade
complexa é a temática deste trabalho. Objetivo: O objetivo do estudo foi investigar a interação entre espaçamento
e combinação de prática na aprendizagem de uma habilidade complexa. Material e métodos: A amostra consistiu
em quarenta e quatro sujeitos (n=44) do sexo masculino, com idade 13,8 ± 1,2 anos e sem experiência prévia na
tarefa. A tarefa motora complexa utilizada foi o saque por cima do voleibol de um lado da quadra, com a meta de
atingir a maior pontuação em um alvo posicionado na quadra oposta. Primeiramente foi realizado um pré-teste (15
tentativas) para contrabalançar os grupos. Posteriormente, a fase de aquisição teve 324 tentativas divididas em
quatro sessões, com a participação de quatro grupos experimentais: 1) prática maciça-constante-blocos (GMCB); 2)
prática distribuída-constante-blocos (GDCB); 3) prática maciça-constante-aleatória (GMCA) e 4) prática distribuída-
constante-aleatória (GDCA). As primeiras 162 tentativas (2 sessões) foram conduzidas com a prática constante e as
duas sessões subsequentes com a outra combinação (prática variada por blocos ou aleatória de acordo com o
grupo experimental). O espaçamento foi controlado de acordo com o grupo experimental. Os grupos de prática
com espaçamento maciço tiveram três segundos de intervalo intertentativas e os com espaçamento distribuído
tiveram um intervalo de quinze segundos. O instrumento utilizado para averiguar o desempenho no saque é
composto por um alvo circular cuja meta da tarefa é acertar o seu centro, localizado a 10 metros de distância da
posição do saque, com pontuações que variaram de 2 a 28 pontos. Os efeitos foram testados através da ANOVA
two-way com medidas repetidas (pré-teste x teste de retenção). Resultados: Os resultados demonstraram que
houve aprendizagem de todos os grupos (p< 0,001, ηp2= 0,87). Além disso, houve interação significativa entre
blocos x grupos (p< 0,001, ηp2= 0,37). O post-hoc identificou que no teste de retenção, o GMCB teve melhor
aprendizagem do que os grupos (GDCB e GMCA, p< 0,001). Apesar de não haver diferença significativa entre o
GDCA e o GMCB, o GMCB revelou melhor precisão do saque comparado com o GDCA no teste de retenção, pois
este não conseguiu ter melhor desempenho que os grupos GDCB e GMCA. Conclusão: A interação do espaçamento
maciço com a combinação de prática constante-blocos conduziu a uma melhor aprendizagem da habilidade
complexa testada (saque do voleibol). É possível que a interação do menor intervalo intertentativas com a maior
repetibilidade da combinação de prática (combinação constante-blocos) facilite a manutenção das informações na
memória de trabalho com um menor custo para o sistema da memória.
Palavras-chave: Aprendizagem Motora. Espaçamento da Prática. Combinação de Prática.
Leandro Nogueira Dutra
Universidade Federal de Minas Gerais,
GEDAM
Herbert Ugrinowitsch
Universidade Federal de Minas Gerais,
GEDAM
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157
Ganho de automaticidade na
aprendizagem motora:
desenvolvimento de um sistema
de biofeedback via
comportamento oculomotor
Lucas Eduardo Antunes Bicalho
Universidade Federal de Minas Gerais,
Universidade Estadual de Minas Gerais,
GEDAM, LANEC e NNeuroM
Beatriz Couto Fortuna
Universidade Federal de Minas Gerais,
NNeuroM
Tércio Apolinário de Souza
Universidade Federal de Juiz de Fora,
NNeuroM
Guilherme Menezes Lage
Universidade Federal de Minas Gerais
GEDAM, LANEC e NNeuroM
Contextualização: O ganho da automaticidade ocorre naturalmente à medida que o aprendiz avança nos estágios
da aprendizagem, tendo como característica principal a redução do esforço cognitivo. O ganho em automaticidade
pode ser acelerado quando a intenção em otimizar recursos cognitivos envolvidos na execução da tarefa. Uma
possível forma de ganho de automaticidade é o uso de biofeedback, no qual os indivíduos recebem feedback de
uma atividade biológica representativa de estados mentais específicos. Objetivo: Neste estudo, objetivamos
modular de forma inédita a dinâmica pupilar, a qual está associada a mudanças em estados mentais que podem
favorecer a aprendizagem motora. Material e métodos: Para testar esta hipótese, foi desenvolvido um algoritmo
de inteligência artificial (Reinforcement Learning) para desenvolver uma série de decisões para estipular o limiar de
redução do diâmetro pupilar para o grupo biofeedback. Foi utilizado um sistema integrado de 5 câmeras, incluindo
um Eye-tracker, para fazer a leitura da dinâmica pupilar de ambos os olhos, posição e trajetória do taco e
desempenho na tarefa em tempo real para estabelecer o biofeedback. O diâmetro pupilar foi mensurado na fase
de planejamento, antes de iniciar cada tentativa. Um grupo controle foi selecionado para treinar o algoritmo de
aprendizagem de máquina que faz uma série de decisões para maximizar a interpretação dos dados sem
intervenção humana. O algoritmo foi selecionado devido as dificuldades inerentes em estimar a redução no
diâmetro pupilar ideal em suas complexidades contextuais. O algoritmo foi recompensando e penalizado
proporcionalmente à relação ‘desempenho*ganho pupilar’ conforme a redução (recompensa) e aumento (punição)
no ganho pupilar e na quantidade de erro apresentado por cada indivíduo do grupo controle em cada uma de suas
100 tentativas na prática da tacada curta do golfe. Como forma de garantir a manutenção do estado ótimo, o grupo
experimental foi condicionado a alcançar o estado mental proposto a partir de um estímulo auditivo para que
pudessem dar início a cada tentativa. Resultados: Os resultados deste estudo mostraram que o grupo biofeedback
do comportamento oculomotor apresentou melhor desempenho na fase de aquisição e testes de retenção e
transferência comparado ao controle. Esse estudo traz de forma inédita o aprendizado do controle ativo da
atividade neural via biofeedback gerado pelo comportamento oculomotor e controlado por inteligência artificial.
Os resultados mostram que o controle ativo do esforço cognitivo associado a automaticidade favorece não
somente a prática, mas também a aprendizagem motora. Conclusão: A redução do esforço cognitivo leva à
automaticidade, favorecendo a redução de fatores que constrangem a ação. O sistema de biofeedback via
comportamento ocular desenvolvido nesse estudo se mostrou sensível o bastante para promover mudança no
esforço cognitivo, abrindo um campo inédito de possibilidades e aplicação dessa tecnologia.
Palavras-chave: Pupila. Neurofeedback. Controle motor.
Agradecimentos: O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
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158
Efeito da informação sensorial
adicional sobre os mecanismos
envolvidos no controle postural
de praticantes de ballet
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Dançarinos de Ballet clássico executam, em sua prática, diversos movimentos que requerem um
bom equilíbrio ou estabilidade postural. Praticantes de Ballet apresentam menores amplitudes de oscilação
postural comparadas às não praticantes, mas somente quando permanecem de olhos abertos. Informações
somatossensoriais adicionais fornecidas pelo contato da ponta do dedo indicador em uma superfície externa (e.g.,
barra de toque) poderiam ser usadas para manter a estabilidade postural, principalmente na condição de olhos
fechados. No entanto, ainda é desconhecido na literatura se praticantes de Ballet são capazes de tirar vantagem
das informações somatossensoriais adicionais para estabilidade postural. Objetivo: Assim, o objetivo do presente
estudo foi verificar os efeitos da informação visual e somatossensorial adicional sobre os mecanismos de controle
postural de praticantes de Ballet. Material e métodos: Dez mulheres praticantes de Ballet (com mais de 5 anos de
prática) e dez não praticantes, todas jovens e destras, participaram do presente estudo experimental, transversal.
As participantes permaneceram em pé, o mais parado possível, com os pés paralelos sobre uma plataforma de
força. À frente e ao lado das participantes foi posicionada uma barra de toque, onde elas posicionaram a ponta do
dedo indicador para realizar o toque suave (força aplicada à barra inferior a 1N). Foram realizados 3 blocos de 4
tentativas (com duração de 35 segundos cada tentativa), sendo uma para cada condição experimental: olhos
abertos com e sem toque suave e as mesmas condições de toque de olhos fechados. A ordem das condições dentro
de cada bloco foi randomizada. Dados das forças e momentos da plataforma de força foram utilizados para calcular
as variáveis: centro de pressão e, suas componentes, Perambulação e Tremor, para verificar, respectivamente, os
mecanismos supraespinhal e periférico do controle postural. Amplitude e variabilidade da força aplicada à barra
foram calculadas. A média entre as tentativas de cada variável foram comparadas entre grupos e condições
experimentais. Resultados: Praticantes de Ballet aplicaram uma força inferior às não praticantes de Ballet.
Amplitude e velocidade do centro de pressão e das componentes, principalmente da Perambulação, reduziram nas
condições de toque para os dois grupos. Estas variáveis aumentaram de olhos fechados nas direções
ânteroposterior e médio-lateral, principalmente para o tremor das praticantes de Ballet. Os achados sugeriram que
a maior dependência da visão para o controle postural das praticantes de Ballet foi devido às alterações no
mecanismo periférico de controle postural. Praticantes de Ballet foram capazes de tirar vantagem do toque suave
similar as não praticantes de Ballet. Conclusão: Juntos, estes achados contribuíram sobre a importância das
informações sensoriais do sistema visual e somatossensorial sobre os mecanismos de controle postural de
praticantes de Ballet.
Palavras-chave: Ballet. Informação Visual. Toque Suave.
Rebeca Carneiro Marinho
PPG em Fisioterapia
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cidade de São Paulo
Rafaela B S C Garbus
PPG em Fisioterapia
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cidade de São Paulo
Sandra M S F de Freitas
PPG em Fisioterapia
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cidade de São Paulo
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159
Controle sinérgico da altura
máxima do pé durante a fase de
balanço na corrida: Análise pela
abordagem da variância não-
controlada
Mateus Santos Dias
Graduação em Fisioterapia
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cruzeiro do Sul
Paulo B. de Freitas
PPG Interdisciplinar em Ciências da Saúde
Laboratório de Análise do Movimento
Universidade Cruzeiro do Sul
Contextualização: A altura máxima da posição do (AMP) na fase de balanço da corrida é um evento marcante
onde o pé muda de direção, deixando de deslocar-se para cima e passando a deslocar-se para baixo. Consideramos
que esse evento é controlado ativamente pelo sistema nervoso central (SNC), não sendo determinado
exclusivamente por propriedades passivas (i.e., viscoelásticas) dos músculos envolvidos. Quando SNC controla
diretamente determinada variável de desempenho, a soma da variabilidade dos elementos motores (e.g., ângulos
articulares) relevantes para o controle dessa variável é maior que a variabilidade da própria variável de
desempenho. A análise da variância não controlada (uncontrolled manifold, UCM) tem sido utilizada para testar se
o SNC controla determinada variável de desempenho diretamente via coordenação de elementos motores
relevantes à tarefa. Durante o andar foi observado que a variabilidade (variância) do deslocamento vertical do pé é
menor do que a soma da variabilidade total dos elementos motores relevantes para a tarefa. Isso ocorre, pois,
parte da variância dos elementos motores não afeta a variável de desempenho, que está sendo controlada. Essa
variância que não afeta o desempenho na tarefa, chamada de VUCM ou variância boa, é importante para garantir a
flexibilidade do sistema contra possíveis perturbações que venham a ocorrer durante o andar, como por exemplo o
surgimento de um obstáculo inesperado. Outra parte da variância interfere no desempenho da tarefa, gerando
certa instabilidade da variável de desempenho; por isso ela é chamada de variância ruim (VORT). A diferença
relativa entre essas variâncias é definida como índice de sinergia (ΔV). Quando o ΔV>0, significa que VUCM>VORT,
e que a presença de sinergia motora estabilizando determinada variável. Hipótese: Neste estudo, esperamos
que o SNC coordene as articulações dos membros inferiores (elementos motores) para manter estável a AMP
(variável de desempenho) durante a fase de balanço da corrida (ΔV>0). Material e métodos: Quatorze corredores
experientes (22 -51 anos) correram em esteira com velocidade de 3,5 km/h. Marcadores posicionados em pontos
específicos do corpo foram usados para calcular os deslocamentos lineares e angulares de segmentos e
articulações. Uma análise de regressão múltipla foi utilizada para estimar a posição vertical do em cada
momento da fase de balanço utilizando como preditores os ângulos articulares de quadril, joelho e tornozelo de
ambas as pernas nos planos sagital e frontal e o ângulo da pelve no plano frontal. Os coeficientes dessa análise
formaram a matriz jacobiana que juntamente com os ângulos articulares foram utilizados para calculamos o VUCM,
VORT e o ΔV no momento da AMP. Resultados: Treze de 14 corredores apresentaram VUCM maior que o VORT e,
consequentemente, ΔV>0 (ΔV=0,65±0,38, média±DP). Conclusão: Esses resultados indicam que o SNC coordena as
articulações dos membros inferiores para manter a estabilidade da AMP durante a fase de balanço.
Palavras-chave: Variabilidade. Controle. Coordenação. Sinergia.
Financiamento: Bolsa de Iniciação Científica, FAPESP (#2021/10105-0)
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Assimetria da doença Parkinson
não influencia o início do andar e
atividade cortical
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A assimetria do andar e os ficits na iniciação do andar (IA) estão entre os sintomas mais
incapacitantes na doença de Parkinson (DP). Por exemplo, pessoas com DP o mais assimétricas durante a
locomoção, favorecendo uma maior chance de quedas desta população. A assimetria do andar é resultado de uma
degeneração dos sistemas neurais de forma assimétrica, o que influencia o córtex motor. Considerando estes
achados e os déficits na IA, as quais são decorrentes da movimentação reduzida e mais lenta do centro de pressão
(CoP), é esperado que as pessoas com DP também apresentem maior assimetria durante a IA. Entretanto, a
assimetria da IA ainda não foi testada em pessoas com DP. Objetivo: Assim, o objetivo deste estudo é analisar a
influência da assimetria na atividade cortical e motora no IA (durante a fase de ajustes posturais antecipatórios -
APAs) em pessoas com DP. Material e métodos: Para tanto, foram recrutadas 32 pessoas, sendo 16 pessoas com
DP (66,1±8,5 anos, 68,3±9,7 kg, 1,64±9,1 m, H&Y de 1 a 3 grupo DP) e 16 pessoas neurologicamente sadias
(66,6±6,7 anos, 70,7±17,2 kg, 1,63±9,3 m grupo controle (GC)). Ambos os grupos realizaram 10 tentativas
(randomizadas) de IA, sendo 5 tentativas iniciadas com o membro mais afetado e 5 tentativas iniciadas com o
membro menos afetado. A atividade cortical foi registrada por um sistema de eletroencefalografia (EEG) portátil
(1024 Hz), sendo analisada a densidade da potência do espectro (PSD) das seguintes regiões corticais: frontal,
sensoriomotora e occipital, nas bandas de frequências: teta, alfa, beta e gama. O CoP foi analisado por uma
plataforma de força (200Hz), sendo calculado o deslocamento e velocidade dos APAs nos sentidos médio-lateral
(ML) e anteroposterior (AP). Para a análise estatística foi realizado o cálculo do índice de simetria e em seguida os
APAs e as PSDs foram comparadas por ANOVA com fator para grupo (DP X GC). Resultados: Durante a IA, o grupo
DP apresentou menor assimetria para deslocamento AP (F1,30 = 6,55; p < 0,01, η² = 0,91) e velocidade ML (F1,30 =
3,83; p < 0,05, η² = 0,69) durante os APAs em comparação ao GC. Por outro lado, o grupo DP apresentou maior
assimetria no PSD da banda teta das áreas frontal (F1,29 = 12,71; p < 0,001, η² = 1,27) e occipital (F1,29 = 5,55; p <
0,02, η² = 0,84) e PSD da banda alfa da área occipital (F1,29 = 5,97; p < 0,02, η² = 0,88) durante a IA. Conclusão:
Contrariando à nossa hipótese, pessoas com DP apresentaram redução da assimetria durante os APAs na IA, mas
com elevada assimetria da atividade cortical em comparação ao GC. Estes achados sugerem que as pessoas com DP
adaptam a atividade cortical durante a IA para manter similar o desempenho da tarefa entre os membros
contralaterais, reduzindo a assimetria durante os APAs para a IA.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Iniciação do andar. Assimetria. Atividade cortical.
Murilo Henrique Faria
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em movimento
Humano (MOVI-LAB)
Lucas Simieli
Centro Universitário Estácio Ribeirão Preto
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em movimento
Humano (MOVI-LAB)
Aline Prieto Silveira Ciola
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em movimento
Humano (MOVI-LAB)
Felipe Balistieri Santinelli
Hasselt University Hasselt, REVAL
research center, Belgium
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
Fabio Augusto Barbieri
Universidade Estadual Paulista (UNESP) -
Bauru, Departamento de Educação Física,
Laboratório de Pesquisa em Movimento
Humano (MOVI-LAB)
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Efeitos da faixa de amplitude e do
autocontrole de conhecimento de
resultados no controle motor da
força isométrica
Madson Pereira Cruz
Programa de Pós-graduação em ciências
do esporte/UFMG, GEDAM
Cíntia Oliveira Matos
Programa de Pós-graduação em ciências
do esporte/UFMG, GEDAM
Rodrigo de Melo Silva
Programa de Pós-graduação em ciências
do esporte/UFMG, GEDAM
Herbert Ugrinowitsch
Departamento de Esportes/UFMG,
GEDAM.
Contextualização: Devido à dificuldade de controlar uma porcentagem específica da força isométrica, é
fundamental o recebimento do conhecimento de resultados (CR). Uma das formas de manipular o momento para
fornecer o CR é com a faixa de amplitude (FA), que é a estipulação de uma margem de tolerância ao erro e o
fornecimento de CR acontece somente se o erro extrapolar a margem pré-estabelecida. A principal característica da
FA é que o fornecimento do CR é baseado no desempenho do aprendiz e não na vontade do experimentador ou do
aprendiz. O CR fornecido quando o desempenho extrapola a faixa estipulada (tentativas ruins) é interpretado como
o melhor momento para fornecer CR. Outro momento para o fornecimento de CR é quando o aprendiz decide que
quer receber o CR, denominado CR autocontrolado (AC). Enquanto a FA tem o CR baseado no desempenho ruim do
aprendiz, o AC tem o CR baseado na percepção de bom desempenho pelo aprendiz (tentativas boas). Os estudos
que investigaram estas formas de fornecimento de CR não analisaram como a FA e o AC influenciam o controle
motor (CM) da força isométrica e o predomínio de mecanismos de CM. Objetivo: O objetivo desse estudo foi
investigar os efeitos da FA e do AC no controle motor da força isométrica. Material e métodos: Participaram 8
voluntários destros, inexperientes na tarefa. A tarefa consistiu em alcançar o mais rápido possível e manter o
controle de 40% da força isométrica dos músculos flexores do cotovelo por 500ms. O estudo foi organizado em dois
experimentos. Os experimentos I e II investigaram a FA e o AC, respectivamente. O estudo foi composto por uma
fase de estabilização, caracterizada por atingir 3 tentativas consecutivas o erro de 10% de RMSE, e uma fase de
condição experimental, com 10 tentativas em cada condição com a ordem de início das tentativas
contrabalançadas entre os participantes. As condições foram: a) FA10% de CR e b) FA0% experimento I, e a) AC do
CR e b) yoked experimento II. Os dados foram organizados em média e desvio padrão, em blocos de 10 tentativas,
do RMSE como medida de desempenho, e do tempo para o pico de força e número de correções como medidas de
mecanismos de controle. Resultados: Os resultados mostraram no experimento I que a condição FA10% teve uma
tendência de menor desvio padrão do RMSE (p=0,06), e nas medidas de controle na condição FA10% houve uma
tendência de maior número de correções (p=0,08). No experimento II, na condição AC houve uma tendência de
maior precisão do RMSE (p=0,06), e nas medidas de controle houve uma tendência de maior tempo para o pico de
força (p=0,06). Conclusão: Apesar da limitação pelo baixo número amostral, as formas de fornecimento de CR
influenciaram diferentemente o controle motor: enquanto a FA mostrou uma clara tendência de consistência
devido ao maior número de correções online, o AC mostrou maior tendência de precisão, consequência da pré-
programação mais precisa. Esperamos que o aumento amostrar continuem a confirmar estas tendências.
Palavras-chave: Mecanismo de controle motor. Feedback online. Habilidade motora. Pré-programação.
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Efeito agudo da instrução por
meio de vídeo sobre a cinemática
do salto de jovens goleiros de
futebol no pênalti
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Compreender os aspectos cinemáticos do pênalti no futebol é importante para o ensino,
aprendizagem e treinamento do salto de goleiros. Objetivo: Analisar o efeito agudo da instrução, por meio de
vídeo, na cinemática do salto de jovens goleiros de futebol no pênalti. Material e métodos: Participaram do estudo
8 goleiros (idade = 16,64 ± 2,06 anos; massa = 80,2 ± 10,99 kg; estatura = 1,83 ± 0,1 m; experiência atuando na
posição = 6,25 ± 3,45 anos; frequência de treino = 4,25 ± 1,39 dias/semana) atuantes em categorias de base de um
clube profissional. Eles foram divididos de forma aleatória em dois grupos de números iguais: controle e instrução
por vídeo. O segundo realizou 20 tentativas de defesa de pênalti no campo com bolas lançadas por uma máquina,
dez antes e após receberem as instruções por vídeo (https://bit.ly/3MzS6JO). O grupo controle somente realizou as
tentativas sem receber as instruções. O lado em que a bola seria lançada era desconhecido para os atletas. O vídeo
continha instruções do tipo explícita (de foco interno e externo) e por analogia. As instruções abordaram temas
como: posicionamento dos pés na postura de preparação, ângulo de saída frontal, utilização dos braços, pernas,
componente elástico e potência muscular. As tentativas foram gravadas por três câmeras (GoPro HERO 3+ Black
Edition, operando em 120 Hz). As identificações dos centros articulares nos vídeos foram obtidas por meio da rede
neural artificial treinada (OpenPose), para posterior reconstrução DLT-3D. Para análise de dados foi calculado o
centro de massa corporal dos goleiros (CM) e os saltos foram normalizados na série temporal (0-100%), com início
na retirada do pé ipsilateral ao lado do salto do solo e fim na velocidade pico do CM. As variáveis analisadas foram:
curvas do ângulo de flexão/extensão de joelho ipsilateral e velocidade do CM, tempo para atingir a velocidade pico,
distância do passo frontal, ângulo de saída frontal e distância entre as pernas na postura de preparação. Para
análise estatística foram realizados o Statistical Parametric Mapping student’s t test para amostras pareadas e a
ANOVA two-way para medidas repetidas (p 0,05). Resultados: Na condição pós instrução o grupo que recebeu a
intervenção apresentou diferença em relação ao grupo controle nas variáveis: curva do ângulo de flexão/extensão
de joelho ipsilateral (55,3 75% do ciclo de impulsão; p = 0,008), menor tempo para atingir a velocidade resultante
pico (0,572 ± 0,085 / 0,517 ± 0,075 s; p = 0,01), maior distância do passo frontal (0,426 ± 0,21 / 0,49 ± 0,247 m; p =
0,008) e maior ângulo de saída frontal (12,064 ± 6,102 / 15,708 ± 6,791 °; p = 0,035). Não foram encontradas
diferenças entre as variáveis curva normalizada da velocidade do CM e distância entre as pernas na postura de
preparação. Conclusão: O vídeo instrucional foi efetivo para gerar uma mudança aguda no padrão de movimento
do salto de jovens goleiros de futebol no pênalti. O que pode ter colaborado para que eles atingissem a mesma
velocidade pico em um tempo menor.
Palavras-chave: Goleiro. Futebol. Cinemática. Pênalti. Salto.
Rafael Luiz Martins Monteiro
Universidade de São Paulo, Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, LaBioCoM
Paulo Roberto Pereira Santiago
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte de Ribeirão
Preto, LaBioCoM
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163
Repositório Tridimensional dos
Movimentos da Capoeira: uma
proposta para conservação e
demonstração digital
Stefanie Costa Martins
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Design
Rodrigo Martins de O. Spinosa
Universidade Estadual de Londrina,
Departamento de Design
Contextualização: A capoeira manifestou-se como forma de resistência. Escravizados em solo brasileiro, o povo
africano desenvolveu a capoeira, a qual era utilizada inicialmente para defesa pessoal. Atualmente a capoeira é
uma expressão cultural, uma combinação de movimentos especializados em arte marcial, dança e música. Em 2014,
a capoeira tornou-se reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, considerada um
dos maiores símbolos da cultura brasileira. Destaca-se em um momento de transformação tecnológica e mudança
de geração a importância de se preservar este símbolo cultural em novas plataformas digitais, representando e
armazenando as habilidades motoras que compõem a Capoeira Regional em sistemas de visualização
tridimensional interativa, criando assim um repositório para a demonstração virtual dos movimentos. Material e
métodos: A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa documental e na etnografia digital. O projeto foi
estruturado em 5 fases no total, desde fundamentação teórica até ensaios técnicos, aplicação de questionários
para mestres da Capoeira Regional, captura de movimento, ajustes das animações e criação de um Website para
visualização interativa. Foram utilizados quatro personagens no repositório, sendo que três destes foram criados
especificamente para esse fim, modelados em um software 3D, com pintura digital, aplicação de textura e
esqueleto virtual. Algumas das animações aplicadas nos personagens foram encontradas em um banco de captura
de movimento gratuito e o restante foi produzido utilizando o sistema gratuito Deep Motion que transformam as
animações de vídeos bidimensionais em animações tridimensionais para personagens. Ao adicionar um vídeo com
boa resolução e um ângulo de captura perpendicular ao executante, foi possível capturar os movimentos do vídeo e
aplicar no personagem 3D. O sistema foi parcialmente eficiente gerando em algumas animações falhas de
continuidade. Contudo, o processo permitiu gerar animações de base, que foram corrigidas posteriormente com
alterações dos quadros chaves no software Blender 3D. Após o término dos primeiros ajustes, as animações foram
enviadas a três mestres da Capoeira Regional com mais de 15 anos de prática no ensino da modalidade, para
avaliação dos movimentos. Os mestres fizeram diversos apontamentos que foram novamente corrigidos com
técnicas de manipulação dos quadros chaves em um processo de animação manual. Cada membro do personagem
foi alterado separadamente, a fim de conseguir um movimento claro e fluido. Resultados: O resultado deste
projeto, foi um repositório digital completo com 19 animações interativas dos movimentos da Capoeira Regional
sendo elas; Ginga, Martelo, Meia Lua Frente, Benção, Queixada, Armada, Esquiva saindo de Rasteira, Cocorinha,
Esquiva Lateral, Rasteira, Au, Chapa, Chapa Giratória, Macaco, Floreio de Negativa, Palhaço, Macaquinho em pé,
Rasteira de Frente e Mola. Elas estão disponibilizadas em uma plataforma de visualização 3D e um website próprio,
com livre acesso, tanto em aplicativos móveis, como em computadores tradicionais. Possibilitando a disseminação
dos movimentos da Capoeira Regional em novos meios de comunicação, assim como a preservação deste
patrimônio imaterial brasileiro. Conclusão: O repositório pode ser utilizado como material didático que auxilie os
mestres na demonstração ou os alunos na memorização dos movimentos aprendidos.
Palavras-chave: Demonstração. Capoeira. Modelagem 3D. Repositório Digital.
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Diferença no padrão do chute de
crianças no fim da primeira e
segunda infância
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A infância é considerada como um período crítico para o desenvolvimento do indivíduo, sendo
marcada por importantes mudanças. É nesse período que várias habilidades motoras são desenvolvidas,
especialmente por profissionais de educação física, dentre elas o chute. O chute é uma habilidade motora básica de
manipulação, sendo muito famosa entre as crianças brasileiras por conta da cultura do país. Entretanto, os níveis
de atividade física em crianças têm diminuído, com um aumento de preferência por atividades de lazer em frente à
tela (computador, televisão). Se hoje ainda temos uma influência da cultura nas atividades infantis, se espera que
crianças de 10 e 11 anos desempenhem melhor o chute que crianças de 6 e 7 anos pela maior oportunidade de
prática. Isto se refletiria não no desempenho, mas também no padrão de movimento desempenhado. Objetivo:
O objetivo do presente estudo é investigar a diferença no padrão do chute de crianças no fim da primeira e
segunda infância. Material e métodos: Para a realização do presente estudo foram coletados dados de uma
amostra de 50 crianças, todas do sexo masculino, separadas em dois grupos etários. O grupo de 10 e 11 anos foi
composto por 22 crianças que realizaram o chute a uma distância de 8 metros do gol, podendo se distanciar da bola
até 5 metros e o grupo de 6 e 7 anos foi composto por 28 crianças que realizaram o chute a uma distância de 10
metros do gol podendo se distanciar até 2 metros da bola. Todos receberam a instrução de chutar o mais forte
possível a bola. Uma câmera foi posicionada lateralmente a 5 metros do local de chute e cada criança
desempenhou 10 tentativas. Após a coleta da amostra, os vídeos foram avaliados por uma análise por
componentes da habilidade. Os componentes foram normalizados para variar entre 0 e 1 e a média (de cada
sujeito) da média dos componentes por tentativa foi utilizada para comparação entre idades. Para análise
estatística, realizamos o teste de Mann-Whitney entre as amostras. Resultados: O teste de Mann-Whitney mostrou
que as crianças mais velhas (média [desvio padrão]: 0.80 [0.13]) demonstraram melhor padrão de movimento que
as crianças mais novas (0.65 [0.13]) (Mann-Whitney W: 124.00; p < .001). Conclusão: Como esperado, as crianças
de 10 e 11 anos demostraram um padrão de movimento mais avançado que as crianças de 6 e 7 anos de idade.
Portanto, apesar da tendência de diminuição da atividade física, o futebol ainda é parte das atividades físicas
infantis ao menos em nossa amostra.
Palavras-chave: Habilidades motoras básicas. Padrão de movimento. Desenvolvimento motor.
Heitor Vilela
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
Fabiana Silva Marques
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
Wendrey de Carvalho Santos
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
Elinton Souza Santana
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
José Roberto Maio Godoi Filho
Universidade Federal de Rondônia,
Departamento de Educação Física, GEDEM
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165
O comprometimento cognitivo
afeta a aprendizagem motora?
Uma revisão de escopo
Gisele Carla dos Santos Palma
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Tatiana Beline de Freitas
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, Laboratório de
Comportamento Motor (LACOM)
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Universidade Estadual do Piauí,
Departamento de Educação Física,
NEPECOM
Camila Torriani-Pasin
Laboratório de Comportamento Motor
(LACOM)
Contextualização: A aprendizagem motora é um processo mediado por mecanismos perceptivo-cognitivos. Assim,
a aprendizagem motora pode ser afetada quando esses mecanismos são prejudicados, como na Doença de
Alzheimer ou Comprometimento Cognitivo Leve. Objetivo: Realizar uma revisão de escopo para investigar o
impacto do comprometimento cognitivo (déficits de atenção, memória, planejamento e funções executivas) na
aprendizagem motora. Material e métodos: Foi realizada uma busca nas bases de dados Pubmed, Medline e
Embase a procura de estudos que avaliaram a influência da cognição na aprendizagem motora. Nesta revisão
descrevemos como a cognição foi mensurada, os desenhos experimentais mais comuns, descrevemos o impacto do
comprometimento cognitivo na aprendizagem e a gravidade do comprometimento cognitivo descrita nessa
população. Quinze publicações foram incluídas e analisadas. Resultados: Nossos resultados mostraram que as
publicações incluídas relacionam o comprometimento cognitivo a aprendizagem motora, sendo que esta afeta a
capacidade de retenção de habilidades. A maioria dos estudos teve um alto risco de viés. Uma variedade de
instrumentos de avaliação foi utilizada para caracterizar a população, o que dificulta a comparação dos achados. O
desenho experimental apresentou tempo de prática curto e um intervalo de retenção pequeno para alguns estudos
(30 minutos). Ressaltamos a necessidade de mais esforços para esclarecer a influência dos déficits cognitivos na
aprendizagem motora. Conclusão: O comprometimento cognitivo é um fator essencial que afeta a aprendizagem
motora. O desenho experimental de estudos adicionais apresentou curto período de prática (dias ou tentativas) e
testes de aprendizagem pouco padronizados. A avaliação cognitiva deve ser específica para déficits cognitivos
relacionados ao processo de aprendizagem motora.
Palavras-chave: Aprendizagem motora. Comprometimento cognitivo Leve. Doença de Alzheimer.
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166
Practice beyond performance
stabilization enhances online
adjustments to unpredictable
perturbations
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: Unprecdicatle perturbations occur often in the performance of interceptive actions and impose
specific sensorimotor demands like motor adjustments after the movement onset. These online adjustments of an
ongoing action are highly demanding and require a robust and flexible internal model of the tasks. Practice until
performance stabilization allows the building of a consistent internal model, and when practice continues to a level
beyond stabilization, or superstabilization, the internal representation seems to gain flexibility. If so, performance
superstabilization would favor sensorimotor adjustments to unpredictable perturbations. Aim: We sought to
investigate the effects of practicing an interception task up to performance stabilization or superstabilization on the
sensorimotor adjustments to unpredictable perturbations. Material and methods: Forty participants performed a
virtual interception task (VIT) until performance stabilization (SG; n=20) or superstabilization (SSG; n=20). The VIT
was to hit a target (4 x 6 cm) that moved along a horizontal rail projected on the screen by moving an interceptor
controlled by a digital pen in a predefined course on a drawing tablet. The target moved at a constant speed (145
cm.s-1) in all the trials. After super/stabilizing performance in this constant practice context, both groups
performed the VIT in an unpredictable context (Exposition phase), identical for both groups. The Exposition Phase
consisted of 111 control trials with the same 145 cm.s-1 target speed interspersed by 18 unpredictable
perturbation trials in which target velocity randomly changed after the movement onset to either a higher (PertI =
200 cm.s-) or a lower (PertII = 90 cm.s-) speed. Visual knowledge of results was provided after every trial.
Measures: Constant Error (CE) indicated the magnitude and direction of the errors; the relative time to peak
velocity (tPV %) and the number of corrective sub-movements (N-cor), indicated the strategies and the mechanisms
of control, respectively. Analysis: We separated PertI and PertII and their immediately preceding (Pre) and following
(Post) trials because of opposite error bias. We compared the CE and %tPV in Pre-, Pert, and Post trials along and
across the groups in three distinct moments of the Exposure Phase (early, intermediate, and late Exposure Phase)
using 2-way ANOVAs (2 groups x 3 blocks) with repeated measures for blocks. For the N-cor we considered the
average number of corrections in each Pert trial and applied Student’s t-tests for independent samples to compare
the groups in the early, intermediate, and late Exposure Phase. The significance level was p < 0.05. Results:
Superstabilization favored performance (smaller CE) under and after unpredictable perturbations (PertII). These
advantages are related to sensorimotor adjustments. The smaller %tPV of the SSG is a strategy that allows more
time to perform online corrections, which is confirmed by the higher number of corrections (N-cor) performed by
this group. Conclusion: These results indicate that learning is a continuous process that extends beyond
performance stabilization and allows for the use of more flexible strategies and mechanisms of control, which favor
the sensorimotor system to couple with unpredictable perturbations.
Keywords: Performance stabilization. Performance superstabilization. Sensorimotor adjustments. Perturbations.
Sensorimotor adaptation.
Crislaine Rangel Couto
Cláudio Manoel Ferreira Leite
Suziane Peixoto Santos
Herbert Ugrinowitsch
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167
Efeito do nível de experiência na
aprendizagem de uma habilidade
do taekwondo
Claudio Manoel Ferreira Leite
Universidade Federal de São João del-Rei,
DCEFS, GECOM
Marcelo da Silva Januário
Instituto Federal Goiano, Campus Ceres
Thábata Viviane Brandão Gomes
Universidade Federal de Pelotas, ESEF,
LACOM
Rodolfo Novellino Benda
Universidade Federal de Pelotas, ESEF,
LACOM
Contextualização: A maioria dos estudos em Aprendizagem Motora apresenta características laboratoriais, isto é,
utilizam-se de tarefas simples desvinculadas do contexto esportivo, em que o participante não tem qualquer
experiência anterior com tal ambiente. Essas características podem limitar a compreensão do fenômeno
aprendizagem motora pelo menos em dois aspectos. Primeiro por não abrangerem tarefas com maiores demandas
de planejamento e execução, e, segundo, por não permitirem a investigação do processo e de fatores de
aprendizagem em indivíduos que possuem familiaridade com aquela condição. Esse segundo ponto é
particularmente importante, pois a aprendizagem é considerada como um processo contínuo, mas, ao mesmo
tempo, pode apresentar redução na magnitude das mudanças à medida que o nível de experiência aumenta
(menor treinabilidade). Objetivo: O presente estudo investigou o efeito do nível de experiência na aprendizagem
de uma habilidade do taekwondo por sujeitos inexperientes (inferior a seis meses de prática) e experientes (faixas
pretas) em taekwondo. Material e métodos: A tarefa consistiu de uma sequência de deslocamento finalizando com
um chute lateral (bandal-tchagui) em um alvo, e deveria ser executada no menor tempo possível após a
apresentação de um sinal luminoso. Participaram deste estudo 24 indivíduos do sexo masculino com idade média
de 23,7 + 4,2 anos, divididos em inexperientes (GI) e experientes (GE). Todos os participantes executaram 4 blocos
de 10 tentativas na fase de aquisição e um teste de retenção após 24 horas em 10 tentativas. A medida principal de
desempenho foi o Tempo de resposta (Tresp), detalhado em tempo de reação (TR planejamento prévio) e tempo
de movimento (TM rapidez de execução). As análises de cada variável foram feitas através da comparação dos
resultados dos blocos de prática ao longo da fase de aquisição e entre os resultados do último bloco da fase de
aquisição e o teste de retenção por meio de ANOVAs two-way com medidas repetidas (p≤.05). Resultados: Os
resultados de Tresp mostraram que GI e GE melhoraram o desempenho do início para o fim da fase de aquisição,
mas que GE respondeu com menor tempo que GI. O detalhamento do Tresp indicou que tanto o TR quanto o TM
reduziram ao longo da prática nos dois grupos e foram mantidos no teste. Na comparação entre grupos, observou-
se que GE apresentou menor TR que GI no teste de retenção, e menor TM em todas as análises. Conclusão: Os
resultados apoiam a ideia de continuidade do processo de aprendizagem indicando que mesmo indivíduos com
experiência no contexto da modalidade esportiva podem melhorar significativamente o desempenho numa nova
habilidade motora. No detalhamento do desempenho observou-se que as melhoras de rapidez se devem tanto a
fatores de planejamento prévio da ação (TR) quanto de rapidez de execução (TM), sendo que a rapidez foi
determinante na superioridade dos indivíduos experientes.
Palavras-chave: Habilidade motora. Prática. Artes marciais.
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Fatores instrucionais na
aprendizagem de fundamentos
do basquetebol
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Contextualização: A transmissão de informação é primordial para o processo de ensino-aprendizagem. Instrução
verbal, demonstração, estabelecimento de metas e feedback, dependendo de sua manipulação, proporcionam
melhores condições de aprendizagem de habilidades esportivas, como as do basquetebol. Objetivo: Investigar o
efeito de fatores instrucionais na aprendizagem de fundamentos do basquetebol. Material e métodos: Foi
realizada uma revisão sistemática de literatura nas bases de dados Science Direct, Pubmed, Scielo e Semantic
Scholar, utilizando-se as seguintes palavras-chave e suas traduções: basquetebol, fundamentos, instrução,
demonstração, estabelecimento de metas, feedback e aprendizagem motora. Como critérios de inclusão foram
considerados: estudos originais que tivessem: delineamento com sessão de prática de habilidades do basquetebol e
testes para inferir aprendizagem. Estudos que associaram instrução a outro fator, foram excluídos. Resultados:
Foram encontrados 12 estudos publicados entre 1987 e 2022, envolvendo crianças (3), adolescentes (3), adultos (5)
e idosos (1). As amostras variaram de 12 a 166 participantes, de: ambos os sexos (7), somente homens (4) e apenas
mulheres (1), que manipularam: instrução verbal (2), instrução e demonstração (1), demonstração (4), feedback (2)
e estabelecimento de metas (4). Os fundamentos do basquete investigados foram o arremesso tipo jump (5) e livre
(6). A instrução verbal sobre o efeito do movimento foi superior à sobre o padrão de movimento na aprendizagem
da precisão e forma do arremesso livre. Não houve diferença entre instrução implícita, explícita e sequencial na
aprendizagem da precisão do arremesso. A observação de um modelo especialista foi superior à de um modelo
iniciante e não observação na aprendizagem do arremesso livre, inferida pela precisão e padrão de movimento.
Não houve diferença entre demonstração ao vivo, em pontos de luz articulares e com padrão inespecífico na
aprendizagem da precisão do arremesso livre. Na aprendizagem do arremesso jump, a combinação da
demonstração de um modelo ao vivo e um animado foi superior na precisão que ambos isoladamente e o
autocontrole do momento de demonstração foi superior ao externamente determinado no padrão de movimento.
Não houve diferença na aprendizagem do arremesso livre entre o conhecimento de performance autocontrolado e
externamente determinado na retenção da forma e precisão, e na precisão na transferência, enquanto que na
forma na transferência, o autocontrole apresentou superioridade. O fornecimento de 66% de conhecimento de
performance foi superior à 100% e 33% na aprendizagem da forma e padrão do arremesso livre. Não houve
diferença entre metas genéricas, específicas e sem metas na aprendizagem da precisão do arremesso jump; entre
metas 10% e 30% estabelecidas em decorrência do pré-teste na aprendizagem da precisão e forma do arremesso
jump; entre o auto-estabelecimento de metas e metas externamente determinadas na aprendizagem da precisão
do arremesso jump e entre o estabelecimento e não estabelecimento de metas na aprendizagem da precisão do
arremesso livre. Conclusão: Observar modelo experiente ou diferentes tipos de demonstrações parece beneficiar a
aprendizagem do arremesso do basquete, assim como fornecer autocontrole do momento da demonstração. O
estabelecimento de metas parece não favorecer a aprendizagem do arremesso e uma frequência intermediária de
conhecimento de performance beneficia a aprendizagem do arremesso.
Palavras-chave: Instrução. Estabelecimento de metas. Feedback.
Rafaela Cindy de Sousa Silva
Universidade de São Paulo
Escola de Educação Física e Esporte
LACOM e LABICOM
Alice Menezes Gonçalves
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Matheus Gomes Castro
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Fernanda Assen dos Santos
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
Cinthya Walter
Universidade Federal do Maranhão,
Departamento de Educação Física,
LABICOM
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
169
Exercício físico na doença de Parkinson:
revisão sistemática e meta-análise sobre
medidas de eficácia e resultados com
base na Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
Tatiana Beline de Freitas
Contextualização: Diferentes modalidades de exercícios físicos demonstraram ser benéficas para indivíduos com
doença de Parkinson (DP). No entanto, apesar dos claros benefícios do treinamento de atividade física para pessoas
com DP, ainda incerteza acerca dos parâmetros de prescrição do exercício físico (i.e., frequência, intensidade,
tempo e tipo ou modalidade - FITT) e uma descrição dos efeitos de diferentes modalidades de atividade física com
base nos componentes específicos da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).
Objetivo: Analisar a prescrição de cada modalidade de treinamento com base nos princípios do FITT e realizar uma
meta-análise dos efeitos das modalidades de exercício físico (marcha, equilíbrio, resistência-força, aeróbio ou
multimodal) em indivíduos com DP. Material e métodos: A revisão foi registrada no PROSPERO (n:
CRD42021248890). As buscas foram realizadas no PubMed, Embase, Web of Science e SPORT Discuss da primeira
data encontrada até dezembro 2021. Os critérios de elegibilidade foram: artigo original; com texto completo e
resumo disponíveis para triagem; publicado em uma revista científica indexada e revisada por pares; ensaio clínico
aleatorizado; apenas com indivíduos com DP; em língua inglesa e que investigassem as modalidades de
treinamento selecionadas. A escala PEDro foi utilizada para análise do risco de viés dos estudos e estudos abaixo de
seis foram excluídos da metanálise. Resultados: Foram encontrados 16.728 estudos na busca inicial e destes
selecionados 77 estudos (33 resistência-força, 19 marcha, 11 equilíbrio, 7 aeróbio, 30 multimodal). Um total de
4865 indivíduos com DP sem sinais de demência foram incluídos nesses estudos. Um estudo foi incluído em três
modalidades e 21 estudos em duas modalidades. Quarenta e quatro estudos foram qualificados com baixo risco de
viés. Com relação aos princípios FITT, a frequência variou de 2 a 4 vezes por semana, intensidade leve, moderada e
intensa; o tipo foi dependente do treino e o tempo da sessão foi de 8 minutos a duas horas, de 4 a 24 semanas de
intervenção. Na metanálise foi encontrado efeito positivo no treino de resistência-força para a velocidade de
marcha, mobilidade funcional e pico de torque dos extensores de joelho e força muscular de MMI. O treino de
marcha, equilíbrio e multimodal não apresentaram efeitos superiores para nenhum desfecho. Não foi possível
realizar análise sobre o treino de equilíbrio. Conclusão: Essa revisão evidencia que ainda faltam estudos com maior
rigor metodológico, os princípios FITT variaram muito e foram encontrados efeitos positivos na metanálise apenas
para o treino de resistência-força.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Exercícios físicos. FITT. CIF.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
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170
Relação entre atividade do córtex
pré-frontal durante o andar e o
estado cognitivo de pacientes
com doença de Parkinson
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: a atividade aumentada do córtex p-frontal (PFC) durante o andar é indicativo de alocação de
recursos atencionais para a realização da tarefa. Além dos déficits no andar, como redução do comprimento do
passo e da velocidade do andar, pacientes com doença de Parkinson (DP) apresentam atividade do PFC aumentada
durante o andar, principalmente em situações com tarefa-dupla cognitiva. Este aumento é indicativo de mecanismo
compensatório para lidar com a tarefa. Entretanto, não está claro se o aumento da atividade do PFC tem relação
com a condição cognitiva dos pacientes com DP. Objetivo: correlacionar a atividade do PFC durante o andar com o
estado cognitivo de pacientes com DP. Material e métodos: este estudo transversal foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa Local (CAAE: 78552117.6.0000.5465). Vinte idosos com DP (mulher/homem = 5/15; idade =
69,73±5,89 anos; massa corporal = 74,52±10,98 kg; estatura = 166,24±10,17 cm) com comprometimento moderado
da doença (Unified Parkinson’s Disease Rating Scale parte motora = 27,65±11,41 pontos) participaram do estudo.
Os participantes andaram em um circuito de 26,8m de comprimento, em velocidade preferida, enquanto ouviam
números aleatórios (1 a 9) reproduzidos por um alto-falante. Os participantes deveriam contar mentalmente
quantas vezes uma determinada classe de números (par ou ímpar) foi expressa e dar a resposta ao final da
tentativa. Foram realizadas 5 tentativas com duração de 60s (30s emparado e 30s andando pelo circuito). Para
registrar a atividade do PFC de cada hemisfério, foi utilizado um sistema portátil de espectroscopia funcional de luz
próxima ao infravermelho (fNIRS) com 8 canais e frequência de 10Hz. A concentração de oxihemoglobina foi
utilizada para analisar a atividade do PFC e foi dividida em dois períodos: baseline (10s antes do início do andar) e
andar (entre 5 e 25s após o início do andar). A diferença de concentração de oxihemoglobina (∆HbO₂) entre os
períodos foi calculada para avaliar a mudança relativa da atividade do PFC. O Mini-Exame do Estado Mental
(MEEM) foi utilizado para rastrear a condição cognitiva e o Trail Making Test (TMT) foi aplicado para verificar a
função executiva dos participantes. A diferença entre as partes A e B do TMT foi considerada para as análises.
Correlações de Pearson entre ∆HbO₂ (PFC direito e esquerdo e independente dos hemisférios) e testes cognitivos
foram aplicadas. Resultados: não houve correlações significativas entre ∆HbO₂ e os testes cognitivos (MEEM [r =
0,15; p = 0,60]; TMT [r = -0,25; p = 0,30]). As correlações separadas por hemisférios também não foram
significativas: PFC direito: (MEEM [r = 0,07; p = 0,80]; TMT [r = -0,20; p = 0,45]); PFC esquerdo: (MEEM [r = 0,20; p =
0,40]; TMT [r = -0,30; p = 0,15]). Conclusão: a atividade do PFC aumentada no andar em situações com tarefa-dupla
cognitiva parece não ter relação com o estado cognitivo dos pacientes com DP. Era esperado que idosos com
melhor condição cognitiva apresentasse maior atividade do PFC por apresentar maior reserva (margem) cognitiva,
porém o aumento do PFC não está relacionado com a condição cognitiva.
Palavras-chave: Desordens do movimento. Atividade cortical. Locomoção.
Gabriel Antonio Gazziero Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Diego Orcioli-Silva
Universidade Estadual de Campinas
Faculdade de Ciências Aplicadas, LAFAE
Beatriz Regina Legutke
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Pedro Paulo Gutierrez
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
171
Efeitos dos Treinamento
Multicomponente e Mat Pilates
na marcha em situação de dupla
tarefa cotidiana de indivíduos
com Doença de Parkinson: Ensaio
clínico randomizado e uni-cego
Júlia Oliveira de Faria
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, LabioCom
Lucas Resende Sousa
Universidade Federal de Uberlândia,
Departamento de Fisioterapia
Miriam Pimenta Pereira
Universidade Federal de Uberlândia,
Departamento de Fisioterapia
Renato de Moraes
Universidade de São Paulo, Escola de
Educação Física e Esporte, LabioCom
Camilla Zamfolini Hallal
Universidade Federal de Uberlândia,
Departamento de Fisioterapia
Contextualização: Distúrbios da marcha em indivíduos com doença de Parkinson (DP) estão entre os sintomas mais
comuns e incapacitantes da doença. Por total de 60% dos indivíduos com DP caem uma vez por ano, 39%
apresentam quedas recorrentes, e 45-50% destas quedas ocorrem durante a marcha. A mobilidade na vida
cotidiana requer caminhar ao mesmo tempo em que se realiza outra atividade, ou seja, uma dupla-tarefa. Nestas
condições, os distúrbios da marcha de pessoas com DP são exacerbados, devido a redução do recurso atencional e
automaticidade da marcha deficitários presentes nesses indivíduos. Visando minimizar os sintomas motores da DP,
o exercício físico tem sido proposto como tratamento. Objetivo: Dada a importância do exercício físico no processo
de reabilitação dos indivíduos com DP e a importância de estudar diferentes métodos de intervenção com o
objetivo de identificar aqueles que são mais promissores para melhorar ou manter o desempenho da marcha com
consequente prevenção de quedas, o presente estudo buscou avaliar o efeito do Treinamento Mat Pilates (TMP) e
do Treinamento Multicomponente (TMC) nas variáveis temporais da marcha em situação em dupla tarefa em
indivíduos com DP. Material e métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado unicego.
Participaram 22 indivíduos com diagnóstico de DP idiopática, classificados nas fases I e II da Escala de Hoehn &Yahr.
Eles foram alocados aleatoriamente em dois grupos: G1 = 10 (TMP) G2 = 12 (TMC). Os avaliadores foram cegados
no estudo. Para a avaliação das variáveis temporais da marcha e aquisição dos dados cinemáticos foi utilizado o
software de análise cinemática da Noraxon® e sensores de pressão (foot switch). Os voluntários foram orientados a
caminhar sobre a passarela na velocidade que caminham rotineiramente por 3 vezes com um peso adicional de
10% do seu peso corporal divididos igualmente nos membros superiores. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Uberlândia (CAAE 89858518.6.0000.5152) e
registrado no Registo Brasileiro de Ensaios Clínicos (ReBEC) com o número (RBR-3z39v3). Resultados: Os resultados
apresentaram aumento da velocidade da caminhada tanto no TMP (p=0,047) quanto no TMC (p=0,015) após as
intervenções. A cadência apresentou redução somente para o grupo TMP (p=0,005) e apresentou tamanho de
efeito forte (1,12). O grupo TMC aumentou o comprimento da passada (p = 0,026) após a intervenção. O tempo de
balanço, duplo apoio e o tempo da passada não apresentaram diferença estatística. Conclusão: Ambas as
intervenções tiveram efeito positivo sobre a velocidade de marcha. Porém, o TMP apresentou um ajuste espaço-
temporal da velocidade e cadência que pode aumentar a estabilidade da marcha que não foi encontrado no MCT.
Palavras-chave: Exercício. Qualidade de vida. Distúrbio da marcha.
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172
Associação do pico de força e
taxa de desenvolvimento de
força com a função física e
equilíbrio de idosos com e sem a
doença de Parkinson
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Prejuízos na taxa de desenvolvimento de força (TDF) e na capacidade de gerar força máxima
estão associados à incapacidade funcional e à maior incidência de quedas em idosos e em indivíduos com doença
de Parkinson (DP), acarretando um desafio para o sistema de saúde e sociedade. Avaliar a função muscular e
verificar a relação entre a força e a TDF com as alterações de função física e equilíbrio em idosos com e sem DP
podem auxiliar a prática clínica, contribuindo para a realização de condutas efetivas para a manutenção e melhora
da função física e equilíbrio dessa população. Objetivo: Avaliar a força e a TDF dos extensores de quadril e joelho
de idosos com e sem DP e sua relação com a função física e equilíbrio. Material e métodos: 20 idosos com DP
(estágio I a III da escala de Hoehn e Yahr) (GDP) e 20 idosos neurologicamente saudáveis (GC) foram submetidos à
avaliação do pico de força e TDF; da função física através dos testes SPPB, TUG e velocidade de marcha; do
equilíbrio estático e dinâmico em uma plataforma de força; sendo avaliadas ainda no GDP variáveis clínicas como
comprometimento motor, estágio da doença e tempo de doença. Resultados: Houve diferença entre os grupos
para TDF 200 (p=0,022), função física (SPPB (p=0,004); TUG (p=0,002), velocidade de marcha (p=0,001)) e equilíbrio
estático (deslocamento médio-lateral (p=0,001); deslocamento ântero-posterior (p=0,023); área da elipse de
confiança (p=0,005)). Durante o equilíbrio estático, houve relação positiva do deslocamento médio-lateral com a
TDF 50 e negativa com a TDF 200. Durante o equilíbrio dinâmico, no levantar houve relação positiva da TDF 200
com o deslocamento ântero-posterior; no sentar, houve relações positivas da TDF 200 com a velocidade média de
deslocamento e área da elipse de confiança, e da TDF 50 com o deslocamento médio-lateral. O pico de força
relacionou-se negativamente com os comprometimentos motores da DP, enquanto o tempo de doença e estágio
da doença relacionaram-se negativamente com a TDF 50. Conclusão: Idosos com DP apresentam menor TDF 200,
maior limitação na função física e equilíbrio estático, entretanto, em relação ao pico de força, TDF 50 e equilíbrio
dinâmico, não foi observada diferenças entre os grupos. Não houve relação da força e TDF com a função física e
quando relacionadas a força e TDF com o equilíbrio, houve associação do equilíbrio estático e dinâmico apenas com
a TDF. O pico de força relacionou-se apenas com os comprometimentos motores da DP, enquanto o estágio da
doença e tempo de doença relacionaram-se com a TDF 50.
Palavras-chave: Doença de Parkinson. Taxa de desenvolvimento de força. Pico de força.
Patrícia de Aguiar Yamada
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, LIDEN
Eduardo Federighi Baisi Chagas
Universidade de Marília, Núcleo de
Ciências Biológicas e da Saúde, LIBEM
Késia Maísa do Amaral-Felipe
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, LIDEN
Tamires Meneghetti
Faculdade Anhanguera de Jundiaí,
Departamento de Fisioterapia
Flávia Roberta Faganello-Navega
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, LIDEN
XI Congresso Brasileiro de Comportamento Motor
Manaus - AM
173
Comparação da resistência
cardiorrespiratória entre
indivíduos com doença de
Parkinson de acordo com o
medo de quedas
Pedro de Freitas Bichara
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Vinicius Cavassano Zampier
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Gabriel Antonio Gazziero Moraca
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Giulia Torres Rodrigues
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Lilian Teresa Bucken Gobbi
Universidade Estadual Paulista,
Departamento de Educação Física, LEPLO
Contextualização: Uma das principais características da doença de Parkinson (DP) são os déficits no andar. Devido a
diminuição na quantidade de dopamina nos núcleos da base, indivíduos com DP apresentam diminuição no
comprimento e na velocidade da passada, o que está relacionado com aumento do medo e da incidência de quedas
nessa população. Indivíduos com DP com medo de quedas limitam seus movimentos com o objetivo de não caírem,
o que prejudica ainda mais o andar e outros componentes da capacidade funcional, como a resistência
cardiorrespiratória. No entanto, ainda não está claro se existe diferença na resistência cardiorrespiratória entre
indivíduos com DP com alto e baixo medo de quedas. Objetivo: Comparar a resistência cardiorrespiratória em teste
de andar 6 min entre pacientes com DP de acordo com o medo de quedas. Material e métodos: Cinquenta e cinco
indivíduos com DP foram recrutados para participar deste estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(parecer 3936). A Efficacy Scale-International (FES-I) foi utilizada para avaliação do medo de queda. O FES-I
possui 16 perguntas relacionados ao medo de cair durante a realização de atividades de vida diária. Este
Questionário possui pontuação entre 16-64, sendo que quanto maior a pontuação, maior é o medo de queda. Os
indivíduos foram distribuídos em dois grupos de acordo com a pontuação no FES-I, sendo que indivíduos com
pontuação abaixo de 23 foram considerados com baixo medo de quedas (n = 20; idade: 71,30 ± 8,47 anos; estatura:
164,70 ± 9,49 cm; massa: 65,65 [62,50-72,10] kg; motor part of Unified Parkinson’s Disease Rating Scale [UPDRS III]:
24,70 ± 8,74 pontos; Mini-Exame do Estado Mental [MEEM]: 28 [25,50-29] pontos; FES-I: 20 [18-21] pontos).
Indivíduos com pontuação maior que 23, foram relacionados com alto medo de quedas (n = 35; idade: 71,97 ± 8,32
anos; estatura: 159,49 ± 8,57 cm; massa: 64, 50 [61,70-77,80] kg; UPDRS III: 29,14 ± 11,51 pontos MEEM: 28 [26-29]
pontos; FES-I: 27 [25-37] pontos). O teste de andar por 6 minutos foi empregado para verificar a resistência
cardiorrespiratória entre os grupos. Neste teste, os indivíduos são instruídos a andar o mais rápido possível, sem
correr, durante 6 minutos. A distância total percorrida foi considerada na análise. O teste U de Mann-Whitney foi
empregado para verificar se existe diferença na resistência cardiorrespiratória entre os grupos, considerando o
valor de p <0,05. Resultados: Não houve diferença na resistência cardiorrespiratória entre os grupos com alto
(408,31 ± 109,91 metros) e baixo (455,01 ± 79,66 metros) medo de quedas (p = 0,07). Conclusão: Indivíduos com
DP com alto e baixo medo de quedas possuem resistência cardiorrespiratória semelhantes. Uma possível
justificativa para este resultado seja o ponto de corte adotado no FES-I, que pode não ser o mais adequado para
identificar os déficits na capacidade funcional dos indivíduos com DP em diferentes níveis de medo de quedas.
Palavras-chave: Doenças neurodegenerativas. Esforço físico. Teste de 6 min. Questionário FES-I. Ocorrência de
quedas.
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Teleatendimento em atividade
motora: aquisição, retenção e
transferência de habilidade
manipulativa em adultos com
Transtorno do Espectro do
Autismo
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: A aquisição, retenção e transferência de habilidades motoras requer que o indivíduo seja
submetido a repetidas vivências de forma planejada e gradual. Durante o período de isolamento social provocado
pela pandemia Covid-19, as experiências de atividades motoras foram reduzidas drasticamente. Alguns serviços de
atendimento especializados substituíram o modelo presencial pelo remoto Telessaúde / teleatendimento.
Objetivo: O objetivo da pesquisa foi identificar a influência do teleatendimento em atividade motora, mediada por
familiares no domicílio, para aquisição, retenção e transferência de habilidade manipulativa em adultos com TEA.
Material e métodos: Foi realizado estudo de caso com duas mães e um pai de três adultos (participantes A, B e C),
sexo masculino, com média de idade e desvio padrão de 21,8±8,6 com diagnóstico fechado de TEA da cidade de
Maceió-Alagoas. A pesquisa foi organizada em três fases. (1) foram realizados três encontros, com duração de 25 à
45 minutos, via google meet, com objetivo de: a) aplicar a escala Childhood Autism Rating Scale (CARS) para traçar
o perfil de sintomas e questionário com perguntas dirigidas ao perfil manipulativo e b) realizar treinamento para
aplicação de uma tarefa manipulativa (alcançar um item, transportá-lo e liberá-lo) aos participantes no ambiente
domicilia; (2) foram realizados dez encontros, com duração de 30 minutos, via google meet, com objetivo de: a)
estudar o perfil de sintomas e perfil manipulativo; b) entender as características da intervenção e c) identificar
procedimentais para aplicação e registro da intervenção. (3) foram realizados 28 encontros, com duração de 30 a
45 minutos, através do google meet, para acompanhamento dos processos. Os registros das intervenções foram
realizados a partir do grupo do WhatsApp através de postagens vídeos, mensagens de áudio e texto realizadas
pelos mediadores. Resultados: Os resultados da CARS demonstraram que todos os participantes apresentavam
nível intenso do TEA. Os questionários permitiram identificar classificação de perfil manipulativo elementar para os
participantes com TEA (A e B) e classificação inicial para participante C. A análise dos dois vídeos de cada um dos
três participantes, relacionados a aplicação da tarefa manipulativa pelo mediador, confirmaram a classificação
identificada a partir dos questionários. Foram selecionados logradouros públicos para aplicação da intervenção, os
itens utilizados para as atividades de coordenação e força manual foram itens manipulativos de preferência dos
participantes. As intervenções foram realizadas duas vezes semanalmente, em 46 sessões de 10 a 15 minutos cada
uma no período de março a dezembro de 2021. A análise dos 52 vídeos, 32 mensagens de áudios e 12 mensagens
de textos permitiram identificar que a intervenção se apresentou adequada ao perfil de mediador e dos
participantes. Após o encerramento da intervenção foi reaplicado a tarefa manipulativa e gravada em vídeo pelo
mediador. Os resultados demonstraram que os participantes A e B atingiram classificação madura e C permaneceu
com classificação inicial. Conclusão: Todos os participantes demonstraram através de gravações em vídeos
apresentar transferência da habilidade manipulativa em situações cotidianas relacionadas a atividades
manipulativas domésticas. Intervenções com atividades motoras, mediadas por familiar no domicílio, produz
influência positiva na aprendizagem de habilidades manipulativas em adultos com TEA.
Palavras-chave: Autismo. Pandemia. Atividade motora.
Amaro Wellington da Silva
Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Cientifica (Pibic) da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), Instituto de
Educação Física e Esportes (IEFE), Membro
do Projeto de Pesquisa em Exercício Físico
para pessoa com transtorno do espectro
do autismo (PEFaut UFAL).
Carlos Henrique N. de Cristo Júnior
Mestrando do Curso de Mestrado
Profissional em Diversidade e Inclusão /
Universidade Federal Fluminense,
Membro do Projeto de Pesquisa em
Exercício Físico para pessoa com
transtorno do espectro do autismo
(PEFaut UFAL).
Luiz Eduardo de O. Neves
Mestrando do Curso de Mestrado
Profissional em Diversidade e Inclusão /
Universidade Federal Fluminense,
Membro do Projeto de Pesquisa em
Exercício Físico para pessoa com
transtorno do espectro do autismo
(PEFaut UFAL).
Prof. Dra. Chrystiane V. A. Toscano
Professora Adjunta da Universidade
Federal de Alagoas (UFAL), Instituto de
Educação Física e Esportes (IEFE),
Coordenadora do Projeto de Pesquisa em
Exercício Físico para pessoa com
transtorno do espectro do autismo
(PEFaut UFAL).
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175
Oportunidades de estimulação
motora em crianças com
Transtorno do Espectro Autista
(TEA) de ambos os sexos
Camila Fagundes Machado
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, LACOM
Thábata Viviane Brandão Gomes
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, LACOM
Fábio Saraiva Flôres
Instituto Piaget/Almada, kinesiolab
Paloma Reis
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, LACOM
Rodolfo Novellino Benda
Universidade Federal de Pelotas, Escola
Superior de Educação Física, LACOM
Contextualização: A experimentação motora e exploração do ambiente durante a infância é essencial para o
desenvolvimento da criança, sendo que o contexto que a envolve pode conter fatores potencialmente importantes
ao seu desenvolvimento motor. Objetivo: O presente estudo propôs-se a analisar as oportunidades de estimulação
motora em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de ambos os sexos. Material e métodos: Foram
avaliadas 52 crianças, com idades entre 6 e 10 anos, por meio do instrumento Affordances for Motor Behavior of
Schoolchildren (AMBS)” de Flôres, Rodrigues e Cordovil (2019). Uma questão específica sobre o uso de “Fidget-
toys” (brinquedos sensoriais criados para autistas) foi incluída. Para caracterização dos dados foi realizada a análise
descritiva com média e desvio padrão de acordo com a pontuação proposta pelo AMBS. Resultados: A amostra foi
composta por 38 (73,1%) crianças do sexo masculino e 14 (26,9%) do sexo feminino. A normalidade dos dados foi
confirmada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov e o teste t de Student não indicou diferenças significativas (p=0,46)
para os escores totais do AMBS entre meninas (35,1 ± 13,3) e meninos (31,6 ± 15,8). As meninas (n=10 71,4%)
praticam mais esportes individuais em relação aos meninos (n=20 52,6%), assim como elas realizam mais
atividades ao ar livre (n=13 92,9%) do que os meninos (n=27 71,2%). A participação em esportes de combate
neste estudo foi relatada apenas pelos familiares de meninos (n=3 7,9%). Em relação à participação em atividades
musicais, os meninos apresentaram maiores percentuais (n=18 47,3%) quando comparados às meninas 4 (28,6%).
Sobre a participação em atividades culturais/artísticas, a proporção de meninas (n=6 42,9%) foi superior em
comparação à proporção de meninos (n=7 18,4%) que pratica estes tipos de atividade. Do total de crianças da
amostra, 34 (65,3%) fazem uso de brinquedos no estilo Fidget-toys, sendo os meninos maioria (n=23 67,6%)
quando comparados às meninas (n=11 32,4%). Conclusão: Apesar de o escore final do AMBS apresentar valor
estatisticamente similar entre os sexos, observou-se ofertas de oportunidades de estimulação motora distintas
entre os sexos, principalmente aquelas mais relacionadas com ações fora de casa, tais como participação em
atividades esportivas, musicais ou culturais. Os achados sugerem que crianças com TEA têm tido oportunidades
para a prática de esportes individuais e coletivos, atividades ao ar livre e para a participação em atividades culturais
e artísticas. Entretanto, acredita-se que mais estudos devem ser realizados sobre a temática discutida aqui, de
modo a conhecer e entender as particularidades dos ambientes e das oportunidades de estimulação motora
oferecidas às crianças com TEA.
Palavras-chave: Desenvolvimento infantil. Estimulação precoce. Populações atípicas.
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176
O Trabalho de psicomotricidade
realizado com alunos autistas na
sala de recurso multifuncional na
escola Anice Dib Jatene
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Contextualização: Atualmente, o sistema educacional brasileiro enfrenta o desafio de alcançar uma educação que
contemple a diversidade da condição humana. O paradigma educacional hoje estabelecido nos faz pensar na
inclusão de alunos com autismo na escola regular como um processo de autonomia. O transtorno do espectro
autista caracteriza-se pelo déficit em duas áreas humanas: prejuízo persistente na interação e na comunicação
social e de padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades. O processo de letramento
de uma criança no primeiro ano do ensino fundamental é um grande desafio. No primeiro ano, nosso maior desafio
é garantir aos professores das salas regulares as condições para que o aluno com autismo, também possa ser
alfabetizado junto com os demais, a escrita se apresenta como desafiadora, afinal o ato de escrever exige que a
criança conquiste o domínio da coordenação motora fina. O professor do atendimento educacional especializado,
responsável pela sala de recursos multifuncionais podem e devem trabalhar com a psicomotricidade que é uma
ação pedagógica que entende o movimento interligado das interações psíquicas e cognitivas do sujeito. Por ser um
serviço que contribui para o pleno desenvolvimento do aluno no ambiente escolar e fora dele, faz-se necessário
que ao identificar dificuldades na coordenação motora fina, tenhamos o planejamento de atividades para o
desenvolvimento psicomotor do aluno, que transita sobre o seu cognitivo. A escola se apresenta como o ambiente
qualificado para o treino psicomotor. Assim, a psicomotricidade é protagonista na sala de recurso multifuncional,
da escola Anice Dib Jatene, em Rio Branco- Acre. Durante o ano letivo de 2021, trabalhou-se com seis alunos
autistas do primeiro ano do ensino fundamental, atividades de aprimoramento para habilidades motoras visando a
execução de atividades relacionadas com as mãos, como: escrever, pintar, desenhar, recortar e colar. Afinal, o
aluno autista não está incluído se não for agente de sua aprendizagem, sendo necessário que o planejamento
docente venha privilegiar atividades que estimulem o desenvolvimento da autonomia do aluno. Uma das atividades
lúdicas trabalhadas no atendimento educacional especializado, para o aprimoramento da coordenação motora fina,
foi o uso do bambolê, onde expressão corporal, artística e musical embalavam o interesse dos alunos pela
atividade, ao fazer estavam obedecendo estímulos motores, seu raciocínio lógico está sendo solicitado e
experimentado ao mesmo tempo uma socialização com as demais crianças, possuindo assim, implicações sociais e
emocionais. Para além, das atividades individuais de bambolê na sala de recurso, este material foi levado para
dentro da sala de aula, despertando o interesse dos demais e favorecendo o processo de interação dos alunos com
autismo com a sua turma. Esse processo acima de tudo trouxe confiança e segurança, pois, a partir desta simples
atividade de psicomotricidade houve progresso nas habilidades da coordenação motora fina de todos os seis alunos
com autismo, trabalhado durante o ano letivo de 2021. O que nos leva a defender o trabalho de psicomotricidade
dentro dos serviços ofertados pela educação especial, como instrumento operacionalizado para a promoção da
inclusão do letramento para estudantes autistas.
Palavras-chave: Psicomotricidade. Sala de Recursos Multifuncionais. Educação Especial.
Jhonathan Martins da Costa
Secretaria Municipal de Educação de Rio
Branco. Professor do Atendimento
Educacional Especializado, vinculado a
Gerência de Ensino Especial SEME/RB
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177
Efeitos de um programa de
habilidades motoras na
competência motora percebida
de crianças com Transtorno do
Espectro Autista (TEA)
Ravena Araújo de Oliveira
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Denise Vasconcelos Fernandes
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Victor Artur Barros de
Mendonça
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Humanas,
LAIAMA
Valdinei de Freitas Rodrigues
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Jorge Lopes Cavalcante Neto
Universidade do Estado da Bahia,
Departamento de Ciências da Vida,
MEPISCO
Contextualização: Contextualização: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento,
que interfere de forma significativa na funcionalidade de crianças em idade escolar. Apesar de não compor o diagnóstico
primário, alterações motoras estão presentes em crianças com TEA e sua percepção de competência motora se torna
importante à medida que poderá direcionar às melhores alternativas em programas de intervenção com habilidades
motoras para essas crianças, sobretudo em períodos pandêmicos. Objetivo: Analisar os efeitos de um programa de
habilidades motoras na competência motora percebida de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Material e
Material e métodos: Trata-se de um estudo quase-experimental, realizado com cinco crianças de 08 a 12 anos de idade,
com diagnóstico de TEA. A avaliação da competência motora percebida foi realizada com a escala Pictorial Scale Of
Perceived Movement Skill Competence Brasil (PMSC BR), antes e após a realização da intervenção para avaliação dos
efeitos do programa de habilidades motoras. O protocolo de intervenção foi composto por seis atividades, divididas em
habilidades motoras de membros superiores e inferiores, ao longo de oito sessões, duas vezes por semana, 30 minutos
cada sessão. Os pesquisadores realizaram supervisão remota e síncrona durante todas as sessões, que foram realizadas no
domicílio das crianças, com auxílio de seu cuidador principal. Resultados e conclusão: Não foram observadas diferenças
significativas entre o pré e o pós-teste, mas um maior número de classificação “Realmente bom” na competência motora
foi observado no pós-teste comparado ao pré-teste. O que revela que pelo menos no nível individual as intervenções
melhoraram a competência motora percebida das crianças. Entretanto, são necessários mais estudos, com uma amostra
maior para que efeitos significativos possam ser observados.
Palavras-chave: Autismo. Atividade Motora. Funcionalidade.
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Teleatendimento em atividade
motora: treino de sentar e
levantar em jovem com
Transtorno do Espectro do
Autismo
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Em condições regulares, é indicado que o paciente com Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA) receba suporte e acompanhamento de equipe multiprofissional presencialmente em serviços especializados.
No primeiro ano da pandemia Covid-19, com as orientações internacionais relacionadas ao isolamento social,
instituições de atendimento especializados encerraram suas atividades presenciais e passaram a oferecer seus
serviços a partir de um modelo de telessaúde / teleatendimento. Objetivo: O objetivo da pesquisa foi identificar a
influência de um serviço de intervenção, a partir de teleatendimento em atividade motora mediado por familiar no
domicílio, para aquisição, retenção e transferência da habilidade sentar e levantar de um jovem com TEA. Material
e métodos: Foi realizado estudo de caso com um jovem com 13,5 anos de idade, diagnóstico fechado de TEA
segundo Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-V), assistido pelo Centro Unificado de
Integração e Desenvolvimento do Autista (CUIDA) da cidade de Maceió-Alagoas. Foi realizado análise documental,
em banco de dados ano base 2019 (mês de referência dezembro de 2019) dos Serviços de Educação Física e
Fisioterapia (SEFF) do CUIDA. O objetivo foi traçar uma linha de base dos resultados da aplicação da escala
Childhood Autism Rating Scale (CARS), do teste Körperkoordinationstest für Kinder (KTK) e Teste Sentar e Levantar
Cinco Vezes (TSLCV). Os mesmos instrumentos foram reaplicados após o encerramento do teleatendimento e
retorno do jovem ao atendimento presencial no SEFF / CUIDA. O teleatendimento foi orientado pela equipe do
SEFF, durante o período de maio a outubro de 2020, ao mediador familiar do jovem. Foram realizadas 62 chamada
vídeos-chamadas. Foram realizadas a caracterização do jovem; treinamento do mediador para aplicação dos
procedimentos do treino do sentar e levantar e registros das sessões. Resultados: Os resultados da análise
documental demonstraram que o jovem apresentava nível de sintoma moderado, insuficiência do nível de
desenvolvimento coordenativo, valor Quociente Motor (QM) 32 pontos e não apresentava controle motor para
realizar o TSLCV. Os mediadores familiares realizaram 40 sessões de treino do sentar e levantar; duas vezes
semanalmente com tempo de 30 minutos cada sessão. Foram encaminhados 120 registros por vídeo via WhatsApp
demonstrando a aplicação do treino da tarefa. Após o encerramento do teleatendimento, foi realizada reavaliação
presencial do jovem no SEFF / CUIDA. Os resultados não demonstraram modificações nos valores de escores para
nível de sintomas e desenvolvimento coordenativo. A aplicação do TSLCV seguiu o mesmo protocolo de aplicação
realizado no período anterior a pandemia. Foram realizadas cinco aplicações, no mesmo dia, com intervalos de 30
minutos. Os resultados demonstraram tempos médios de 13,72;4,45; 5,05; 3,41; 4,06 segundos. Para além da
aplicação do TSLCV, o mediador familiar enviou dez (10) vídeos do jovem em atividades de lazer e domésticas
demonstrando a habilidade sentar e levantar. Conclusão: Intervenções com atividades motoras, mediadas por
familiar no domicílio, produz influência positiva na aquisição, retenção e transferência da habilidade sentar e
levantar de jovem com TEA participante do estudo.
Palavras-chave: Autismo. Pandemia. Exercício físico.
Tatiane Oliveira Fonseca
Centro Unificado de Integração e
Desenvolvimento do Autista (CUIDA AL),
Projeto de Pesquisa em Exercício Físico
para pessoa com transtorno do espectro
do autismo (PEFaut UFAL)
Amaro Wellington da Silva
Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
Instituto de Educação Física e Esportes
(IEFE), Projeto de Pesquisa em Exercício
Físico para pessoa com transtorno do
espectro do autismo (PEFaut UFAL)
Wanessa O. da Silva Correia
Centro Unificado de Integração do Autista
(CUIDA AL), Projeto de Pesquisa em
Exercício Físico para pessoa com
transtorno do espectro do autismo
(PEFaut UFAL)
Prof. Dra. Chrystiane V. A. Toscano
Universidade Federal de Alagoas (UFAL),
Instituto de Educação Física e Esportes
(IEFE), coordenadora do Projeto de
Pesquisa em Exercício Físico para pessoa
com transtorno do espectro do autismo
(PEFaut UFAL)
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179
Análise do desenvolvimento
motor em crianças sob
diferentes métodos de ensino
do tênis de campo
Antonio Henrique Ximenes de
Andrade
UENP Universidade Estadual do Norte do
Paraná
Luciano de Paula
UENP Universidade Estadual do Norte do
Paraná
Walcir Ferreira Lima
UENP Universidade Estadual do Norte do
Paraná
Silvia Bandeira da Silva Lima
UENP Universidade Estadual do Norte do
Paraná
Flávia Évelin Bandeira Lima Valério
UENP Universidade Estadual do Norte do
Paraná
Contextualização: Os praticantes de tênis de campo representam 1,17% da população mundial, sendo 87 milhões
de tenistas ao redor do mundo (ITF,2019), juntamente a isso, sabe-se que os esportes de raquetes possibilitam aos
seus praticantes desenvolver habilidades motoras fundamentais e especializadas (GALLAHUE et al., 2013). Baseado
na prática do tênis de campo, existem diferentes metodologias de ensino da modalidade, uma dessas metodologias
mostra que a tradição beneficia propostas de ensino baseados na repetição de movimentos (BOLONHINI,2009;
GARCÍA,2009; VALENTINI,2009). Essas metodologias não apresentam aspectos lúdicos e tem foco no
desenvolvimento técnico, baseando-se na execução de exercícios descontextualizados e caracterizados por um
elevado número de repetições, tendo como referencial padrões técnicos de grandes atletas (BALBINOTTI,2009;
VALENTINI,2009). Em contraponto a isso, uma segunda metodologia chamada TGfU (Teaching Games for
Understanding), faz oposição a essa forma de ensino descontextualizada, incentivando a iniciação esportiva em um
contexto dinâmico, servindo-se de jogos para promover o ensino do tênis de campo (FUENTES, GUSI,1996; GRAÇA,
2004; SANZ,2004; TORRES, CARRASCO,2005). Cientes disso, integrantes da International Tennis Federation (ITF)
lançaram no ano de 2007 um programa chamado “Play and Stay”. Este tem como principal objetivo tornar os
alunos capazes de jogar sacando, trocando bolas e pontuando desde a primeira aula (MILLEY, 2010). Objetivo:
Diante do exposto, o estudo teve por objetivo avaliar e comparar a influência dos métodos de ensino do tênis de
campo: Play and Stay, TGfU e o tradicional tecnicista no desenvolvimento motor de crianças e adolescentes de 5 a
14 anos. Material e métodos: Este trabalho apresenta como princípio de desenvolvimento, a realização de uma
revisão sistemática, utilizando o PICO como estratégia de busca. Dessa forma, as bases de dados PubMed, SciELO,
LILACS, ScienceDirect e Google Acadêmico foram consultadas. As palavras-chaves utilizadas para busca são:
(“método play and stay” OR “play and stay method”) AND (“tênis” OR “tennis”) e ("método tgfu" OR "tgfu") AND
("tênis” OR “tennis"). Foram encontradas 38 publicações para serem inseridas na revisão. A primeira etapa foi a
exclusão por duplicatas, sendo apenas 1. A segunda etapa foi exclusão por leitura do título, onde aquelas
publicações que não tratavam do assunto proposto foram excluídas, sendo 17. A terceira etapa foi a exclusão
através da leitura do resumo, excluindo as publicações que não estavam relacionadas ao tema proposto, sendo 9. A
quarta etapa foi a exclusão após a leitura na íntegra, excluindo as publicações de caráter expositivo que não
traziam quaisquer conclusões, sendo 3. Resultados e conclusão: Analisando os resultados desses estudos, concluiu-
se que, primeiramente, o existem estudos relacionados diretamente ao tema. Portanto não foi encontrada
nenhuma relação direta entre o ensino do tênis de campo, os métodos de ensino e o desenvolvimento motor,
também não foi encontrada relação entre os métodos de ensino. Porém um estudo relaciona os esportes de
raquetes como responsáveis por trazer desenvolvimento motor (GALLAHUE et al., 2013). Além disso, outro dado
relevante encontrado é de que os métodos tradicionais são os mais utilizados as 3 metodologias em clubes de São
Paulo (BOLONHINI, 2009).
Palavras-chave: TGfU. Play and Stay. Desenvolvimento motor. Tênis de campo. Métodos de ensino.
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
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180
Knowledge of Results, motor
learning, and adaptation to
unpredictable perturbations in a
Coincidence-anticipation timing
task
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Background: The role of Knowledge of Result (KR) on motor learning has been extensively investigated. However,
its effects on motor adaptation to unpredictable perturbations are not known. Motor adaptation requires the
sensorimotor system to overcome perturbations by using information from the task/environment. Some studies
indicate that KR is redundant in the learning of interception-like tasks, such as coincidence-anticipation timing tasks
(CATT), because of the powerful information intrinsic to these tasks. Others have demonstrated that erroneous KR
causes errors that persist in retention/transfer tests. Therefore, KR may drive the sensorimotor system away from
the intrinsic information of the task, which would be detrimental, not redundant, to motor adaptation as opposed
to no KR. Aim: to investigate the effects of KR in the learning of a CATT and the adaptation to unpredictable
perturbations. Material and methods: Sixteen undergraduate students divided into two groups practiced a CATT
and received no KR (0-KR, n=8) or quantitative KR (Qt-KR, n=8). The CATT was to touch a sequence of five sensors
while a series of 96 LEDs flashed towards the participant simulating a moving object. Participants should finish the
sequence coinciding with the last LED. In the Acquisition phase (AcqP), there were 39 trials and the timing
constraint of the CATT was constant (2250ms). In the Exposure phase (ExpP) eighteen perturbation trials (nine fast
Pert1; timing constraint = 1750ms, and nine slow Pert2; timing constraint = 2750ms) were unpredictably
presented after every six control trials (same as in the AcqP), and no KR was provided. The first control trials were a
retention test (Ret). Measures: Absolute (AE) and Variable Errors (VE) indicated, respectively, overall performance
and overall performance consistency in the AcqP and ExpP. Constant Error (CE) indicated the direction of the errors
caused by the perturbations in the ExpP. Reaction Time (RT) and Movement Time (MT) indicated differences in
strategies of control. Analysis: We analyzed AE and VE with 2-way ANOVAs (groups x blocks) with repeated
measures for blocks in the AcqP and between the last block of AcqP and the Ret. In the ExpP we separated Pert1
and Pert2, and their immediately preceding (Pre) and following (Post) trials because of opposite error bias. We
analyzed each variable (AE, CE, VE, RT, and MT) in Pre-, Pert, and Post trials also using 2-way repeated-measures
ANOVAs (groups x blocks). Significance was set as p < 0.05. Results: Groups performed similarly throughout the
experiment. Performance/Consistency increased during the acquisition (small errors) and persisted in the Ret, but
none of the groups adapted to the unpredictable perturbations as indicated by large errors (AE, CE, and VE).
Response adjustments, although inefficient, occurred during movement execution as indicated by the MT, but not
in the RT. Conclusion: Our results did not show the differences in favor of no KR. However, it indicates that neither
the intrinsic information alone nor the supplementary quantitative KR allowed good adaptation in CATT. Further
research will help understand the role of information in motor adaptation.
Keywords: Motor learning. Sensorimotor Adaptation. Interceptive Action.
Claudio Manoel Ferreira Leite
Federal University of São João del-Rei,
DCEFS, GECOM
Crislaine Rangel Couto
Centro Universitário Metodista Izabel
Hendrix
Herbert Ugrinowitsch
Universidade Federal de Minas Gerais,
EEFFTO, GEDAM
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A localização do passe e a
organização hierárquica espacial
de equipes de futebol
Marcos Antônio Mattos dos Reis
Universidade de São Paulo, LACOM
Universidade de Pernambuco
Davi Pereira Monte Oliveira
Universidade de São Paulo, LACOM
Estefan Gemas Neto
Universidade de São Paulo, LACOM
Fabian Alberto Romero Clavjo
Universidade de São Paulo, LACOM
Umberto César Corrêa
Universidade de São Paulo, LACOM
Contextualização: As habilidades motoras têm sido classificadas de diferentes formas, dentre elas, como
fundamentais e especializadas. As habilidades motoras fundamentais são aquelas de locomoção, estabilidade e de
manipulação com predominância filogenética. as habilidades motoras especializadas referem-se às habilidades
motoras fundamentais adaptadas à especificidade do contexto. Por exemplo, o passe é uma habilidade motora de
manipulação que foi adaptada à diferentes contextos. No futebol, por exemplo, ele funciona como um componente
de interação entre os jogadores. Trata-se do ato de impulsionar a bola com uma parte do corpo de modo a fazê-la
chegar a um companheiro de equipe. Nos últimos anos, o passe tem sido foco de inúmeras investigações
direcionadas a compreendê-lo sob um ponto de vista sistêmico, isto é, entendê-lo como um componente que
interage dinamicamente com outros componentes para formar um sistema denominado de futebol. Objetivo: O
objetivo deste estudo foi investigar se a localização do passe afetaria a organização espacial das equipes de futebol.
Material e métodos: Este estudo foi aprovado no comitê de ética da Universidade de São Paulo (CAAE:
87473417.4.0000.5391). Foram analisados 3693 passes ao longo de cinco jogos de futebol da categoria Sub-20. Os
passes foram divididos em três grupos de acordo com o local no campo de jogo: setor defensivo, setor
intermediário e setor ofensivo. A organização espacial das equipes foi analisada em dois níveis: configuração
espacial das equipes, denominado de macroestrutura, e comportamento individual dos jogadores, referidos como
microestrutura. Esses níveis foram acessados, respectivamente, através das áreas formadas pelas equipes no
ataque e na defesa, por meio de polígonos formados pela interação entre os jogadores que se encontravam nas
extremidades do campo, e com base nos deslocamentos de cada jogador. Valores negativos e positivos das áreas
significavam que elas haviam diminuído e aumentado com o passe, respectivamente. Em relação à análise
estatística, primeiramente foram testados os pressupostos de normalidade dos dados com o teste Kolmogorov-
Smirnov. A distribuição dos dados das áreas de cobertura das equipes foi normal, enquanto a do deslocamento dos
jogadores não o foi. Neste sentido, foram utilizadas a ANOVA de uma via e o teste de Kruskal-Wallis para
comparação entre os grupos, respectivamente. Resultados: Os resultados mostraram que os passes executados no
setor defensivo promoveram aumento nas áreas de cobertura de ataque (setor defensivo: 27,91±173,96; setor
intermediário: 22,39±111,19; setor ofensivo: 0,51±121,96; p<0,001) e de defesa (setor defensivo: 22,35±134,83;
setor intermediário: 2,43±95,53; setor ofensivo: -22,63±99,93; p<0,001) das equipes, bem como nos deslocamentos
dos jogadores de ataque (setor defensivo: 3,40±2,22; setor intermediário: 3,01±2,22; setor ofensivo: 2,88±2,06;
p<0,001) e de defesa (setor defensivo: 3,96±2,50; setor intermediário: 3,51±2,60; setor ofensivo: 3,40±2,47;
p<0,001) em relação aos passes realizados nos setores intermediários e ofensivo. Conclusão: Portanto, os passes
realizados no setor defensivo foram aqueles que promoveram maiores mudanças na organização espacial das
equipes.
Palavras-chave: Esportes Coletivos. Macroestrutura. Microestrutura. Tática.
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Treinamento específico-
situacional com estímulos de
máxima intensidade no futsal: o
efeito no desempenho em
variáveis táticas coletivas
Vol 16 – Supplement nn Nov. 2022 nn Brazilian Journal of Motor Behavior nn ISSN 2446-4902
Contextualização: Profissionais do futsal têm priorizado a utilização de metodologias de treinamento que
reproduzam o mais próximo possível a realidade do jogo. Apesar disso, poucas evidências o encontradas na
literatura sobre como novas metodologias de treinamento impactam o desempenho no jogo. Uma metodologia
que busca atingir esses objetivos nas dimensões técnicas e táticas é denominada como treinamento específico-
situacional. Em relação a intensidade dos estímulos no futsal, percebe-se que as ações motoras decisivas no
resultado final do jogo ocorrem todas praticamente em máxima intensidade. Objetivo: Em face do exposto, este
estudo buscou analisar os efeitos de um método de treinamento que combina a metodologia de treinamento
específico-situacional com estímulos de máxima intensidade (TES-MI) no desempenho tático coletivo no futsal.
Material e métodos: Participaram do estudo atletas titulares e de linha de 4 equipes universitárias de futsal, sendo
duas masculinas e duas do femininas, com idades entre 18 e 25 anos. As equipes foram divididas em: GE (Grupo
Experimental, n = 8) sendo 1 masculina e 1 feminina e GC (Grupo Controle, n = 8) com a mesma composição do GE.
Para atingir os objetivos do estudo, o TES-MI foi proposto em 8 sessões, 2 sessões por semana para o GE, pela
equipe técnica do grupo de pesquisa deste estudo. Enquanto o GC realizou treinamento com mesmo número de
sessões e frequência, aplicados pela sua própria equipe técnica, com treinamento convencional próprio. Para
análise do efeito do TES-MI, foram realizados dois jogos amistosos pré e pós-treinamento que foram filmados para
análise. Os jogos foram de doze minutos cronometrados, sem intervalo. O desempenho tático foi avaliado com
base nos dados registrados pelo Instrumento de Avaliação de Desempenho no Futsal (IADFs) desenvolvido e
validado pelo Grupo de Estudos em Desempenho no Futebol da Universidade Federal da Grande Dourados,
utilizando variáveis previstas do instrumento relativas ao desempenho tático em princípios ofensivos e defensivos
do futsal. A análise estatística foi conduzida por Análises de Variância (ANOVA) 2 (Grupo) X 2 (Condição). As
diferenças significativas nos fatores principais foram testadas pelo teste a posteriori de Tuckey HSD, com p <.05.
Para o tratamento estatístico foi utilizado o programa computacional Statistica 7.0 for Windows. Resultados: Nos
princípios ofensivos, foram verificadas diferenças significativas em 4 das 5 variáveis analisadas entre os grupos
(mobilidade, espaço ofensivo, unidade e cobertura), com melhores resultados do GE. Nos princípios defensivos,
foram verificadas diferenças nas 5 variáveis analisadas (contenção, concentração, unidade defensiva, equilíbrio e
cobertura defensiva), tamm com melhores resultados do GE. Conclusão: O presente estudo mostrou que a
metodologia de TES-MI proposta foi mais eficiente que um método convencional de treinamento para o
desempenho no futsal.
Palavras-chave: Futsal. Avaliação. Treinamento Específico-Situacional. Máxima Intensidade. Tática.
Melquisedeque da Silva Moraes
Universidade Federal da Grande
Dourados, FAED, Grupo de Estudos em
Desempenho no Futebol (GEDEF)
Lídio Nunes Verão Neto
Universidade Federal da Grande
Dourados, FAED, Grupo de Estudos em
Desempenho no Futebol (GEDEF)
Prof. Dr. Daniel Traina Gama
Universidade Federal da Grande
Dourados, FAED, Grupo de Estudos em
Desempenho no Futebol (GEDEF)